Cidades

COVID-19

Geograficamente isoladas, 3 cidades de MS não têm casos

Coronavírus ainda não chegou a Japorã, Figueirão e Pedro Gomes, cidades de difícil acesso e uma única rota

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Desde que a pandemia chegou ao Mato Grosso do Sul, o coronavírus se espalhou com facilidade por 75 dos 79 municípios. O que intriga nos boletins de atualização da Secretaria de Estado de Saúde (SES) são três cidades imaculadas, pelo menos até esta quarta-feira (22).

Figueirão e Pedro Gomes na região norte, e no extremo sul, Japorã são os pontos brancos no mapa até aqui. Mas não por muito tempo, é o que pensa Geraldo Resende, secretário de Saúde.

Resende explica porque elas ainda estão zeradas, apenas resume: “Ainda não chegou a hora delas. Todas elas são exemplos de mobilidade urbana baixa. Têm pouca troca com as cidades no entorno e as medidas das prefeituras ajudaram até aqui, mas é algo que deve acontecer mais cedo ou mais tarde”, prevê.

Dos três municípios sem Covid-19, Japorã é a que mais preocupa Geraldo. Segundo ele, a grande população indígena pode ser um foco de desafios caso o coronavírus chegue à cidade que faz fronteira com o Paraguai. O isolamento do país vizinho também pode explicar ausência da doença por lá.

A diferente

Por outro lado, há uma que difere um pouco das demais. “Diferentemente das outras cidades livres de Covid-19 em MS, Figueirão tem alta circulação de veículos por causa da nova rota de escoamento”, explica o prefeito da cidade, Rogério Rosalin (PSDB).

Ele se refere à segunda fase da rodovia MS-223, que está em processo de finalização, e é a melhor alternativa para os moradores de Costa Rica que precisam ir até Camapuã. Rogério explica que são 2 mil carros passando pela cidade a cada semana.

A obra é tocada por uma empresa de São Paulo e vários funcionários vêm daquele estado para trabalhar na cidade. O prefeito assegura que, o que poderia ser uma rota de entrada fácil da Covid-19 em Figueirão, foi contida pela colaboração da empresa.

Ele ainda credita a ausência de casos positivos na cidade às ações tomadas de maneira rápida no começo da pandemia. “A primeira medida foi proibir o consumo de bebida alcoólica em locais públicos”, relata.

Além disso, a cidade também foi fechada por barreiras sanitárias organizadas pelo secretário de saúde Giovanni Bertolucci. “Já tivemos que mandar pessoas voltarem porque elas tinham sintomas da doença e não deixamos entrar”, comenta o prefeito.

Diálogo

Outra cidade da região norte do estado que está livre de casos do novo coronavírus é Pedro Gomes, comandada pelo prefeito Willian Fontoura (PSDB), o "Willian do Banco". Para ele, o diálogo foi o ponto crucial na implantação das políticas públicas referentes ao estado de emergência.

“Assim que o Governo do estado decretou calamidade, nós nos reunimos com a Câmara de vereadores, associações educacionais e com o comércio para traçar um plano e pedir a compreensão de todos”, relata.

Willian diz que a população colabora desde o começo, porque a maioria dos moradores são idosos. A cidade abre exceção para pessoas que têm fazendas na região para entrar, mas sempre orientam a manter o isolamento em caso de apresentarem sintomas de gripe ou doenças respiratórias.

Os cultos na cidade também foram suspensos no começo, porém já estão de volta com a capacidade de 30% nesta primeira fase. O prefeito acredita que os decretos que proíbem consumo de bebidas em locais públicos e a obrigatoriedade da máscara em locais fechados ajudaram.

“Prevemos multas para aqueles que desobedecerem, mas a nossa intenção é orientar as pessoas em relação aos cuidados e não puni-los”, pondera Willian. Os moradores que precisam ir a Campo Grande também são orientados a ficarem isolados na volta.

Sete Quedas foi a última cidade a deixar o seleto grupo. Nesta quarta-feira, 22, foi confirmado o primeiro caso de covid-19. Até o fechamento da última edição ela ainda estava em branco. O Prefeito Chico Piroli (PSDB) reforça o isolamento e o constante diálogo com a população. “Em caso de visitantes, perguntamos: o que você vai fazer aqui? É tão importante assim? Se sim, mandamos eles para quarentena preventiva”, relata.

Ao contrário das cidades da região norte, Sete Quedas não instituiu a proibição do consumo de bebida alcoólica em público. “Mas temos saído para garantir o distanciamento, o toque de recolher foi instituído, junto à Polícia Militar e Ministério Público conseguimos orientar a população, que tem sido incrível”.

O secretário Geraldo Resende credita o sucesso das três cidades às decisões dos prefeitos. “Eles fizeram o dever de casa, promoveram o isolamento e ficaram atentos às normas de saúde e isso contribuiu”, finaliza.

Golpe

Idoso tem cinco anos de desconto indevido na aposentadoria em MS

A Defensoria Pública constatou que um estelionatário realizou um empréstimo utilizando os dados de um idoso, que teve dinheiro descontado desde 2019

14/01/2025 19h00

Reprodução Redes Sociais

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A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, ao ser procurada pela filha de um idoso de 71 anos, constatou que, desde 2019, um banco vinha descontando valores indevidos da aposentadoria da vítima.

Com o auxílio da Defensoria, o idoso conseguiu uma liminar na Justiça que impede o banco de realizar novos descontos enquanto o caso é analisado. Os descontos estavam relacionados a um empréstimo consignado que a vítima afirmou nunca ter contratado.

A situação só veio à tona quando a filha do aposentado percebeu os descontos e, ao revisar os extratos bancários para ajudar o pai, notou discrepâncias. Diante disso, decidiu procurar a Defensoria, que constatou que a assinatura no contrato do empréstimo não correspondia à assinatura do idoso.

Para comprovar, foi realizada a comparação entre a assinatura da vítima no RG e a assinatura no documento do empréstimo, que apresentaram diferenças claras.

Segundo o defensor público Pedro Lenno Rovetta Nogueira, responsável pelo caso, as provas indicam que o contrato foi realizado de forma fraudulenta, sugerindo que os dados do idoso foram utilizados por um estelionatário.

Isso, conforme apontado, teria sido possível devido a falhas no sistema de segurança da instituição financeira, cujo nome não foi divulgado. O defensor destacou que casos semelhantes são comuns e orientou a população a procurar a Defensoria Pública em situações desse tipo.

O processo segue na Justiça, e a Defensoria pediu a anulação do contrato de empréstimo, a devolução de todos os valores descontados e uma indenização de R$ 10 mil por danos morais para a vítima.

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Ribas e Campo Grande

Ex-militar suspeito de furtar computadores de megafábrica de celulose seguirá na prisão

Preso na véspera de Natal sob suspeita de furtar computadores da Suzano, meses depois de furtar o TRE-MS, ex-sargento e técnico de T.I. teve habeas corpus negado

14/01/2025 18h27

Computadores, como o da imagem no detalhe, foram furtados de megafábrica de celulose

Computadores, como o da imagem no detalhe, foram furtados de megafábrica de celulose Fotomontagem

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O ex-sargento do Exército Brasileiro, ex-técnico de informática terceirizado do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) e ex-funcionário da Suzano, Higor Prates de Amarilha, 34 anos, vai continuar na cadeia, se depender do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

Higor foi preso em flagrante no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, por suspeita de furtar pelo menos 14 computadores portáteis (notebooks) da megafábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, onde trabalhava.

Os equipamentos, que custam em torno de R$ 5 mil a unidade em lojas oficiais, estavam sendo vendidos a R$ 1,3 mil no mercado paralelo, conforme investigação da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras).

Amarilha vai continuar preso porque o desembargador da 3ª Câmara Criminal do TJMS, Fernando Paes de Campos, ratificou na semana passada, no retorno do recesso, a decisão do colega plantonista Dorival Pavan, que negou habeas corpus ao ex-técnico de TI da megafábrica de celulose da Suzano S.A.

“Observa-se que a prisão preventiva está justificada na gravidade concreta da conduta, haja vista que o paciente foi acusado pelo furto de ao menos 14 (quatorze) notebooks da empresa em que trabalha, Suzano S.A., que somaram aproximadamente R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), ao longo de 2 (dois) meses, além de outros objetos apreendidos em posse do suspeito que guardam fortes suspeitas de serem provenientes de furto da empresa vítima”, asseverou Dorival Pavan ao negar habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública.

Amarilha e a Defensoria Pública só recorreram ao tribunal porque antes tiveram o mesmo habeas corpus negado pelo juiz de plantão.

Na investigação, os policiais do Garras, ao consultar outros técnicos de informática da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, revelaram que Higor havia feito a exclusão dos notebooks furtados do sistema que controla o acervo patrimonial da empresa.

Os policiais do Garras chegaram a Higor Amarilha na véspera de Natal, depois de localizar um dos notebooks que pertenceu à Suzano com um rapaz identificado como Carlos Henrique.

Ao ser abordado pelos policiais, o rapaz estava com um dos computadores, do modelo Dell Latitude 3440, que depois comprovou-se ter sido subtraído da Suzano.

Carlos, que revende computadores, disse aos policiais ter comprado de outro rapaz, cujo nome é Ian de Souza Mendes. Ian foi abordado, e, na abordagem, os investigadores do Garras descobriram Higor.
Higor havia revendido a Ian pelo menos 10 dos 14 notebooks furtados por R$ 1,3 mil cada um. Ian e Carlos acabaram enquadrados por receptação culposa.

Posteriormente, na casa de Higor, outro notebook igual aos furtados da Suzano foi encontrado. Ele foi preso e passou o Natal longe da família.

Outro furto

Apesar de ser ex-sargento do Exército Brasileiro e réu primário, como alega a Defensoria Pública, Higor havia sido preso meses antes, no dia 25 de julho, desta vez pela Polícia Federal.

É porque ele responde juntamente com Patrick Olavo Lang por prática parecida de furto de computadores, só que no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS). No caso específico, Higor desviava os computadores do TRE-MS, e Patrick revendia.

Na época, o juiz federal Luiz Augusto Imassaki Fiorentini relaxou o flagrante de Higor, sob a condição de que ele se recolhesse em casa todas as noites, a partir das 20h, e de que não deixasse a comarca por mais de sete dias sem autorização judicial.

Exército

No Comando Militar do Oeste, Higor foi 3º Sargento. Seu nome até aparece em reportagem sobre a conclusão de um curso de Planejamento, Instalação, Manutenção e Configuração de Circuito Fechado de Televisão, realizado no 6º Centro de Telemática de Área (6º CTA).

Na época, Higor falou da competência de seus colegas:

“Essa foi uma excelente oportunidade de aprendizado. Além do professor, houve uma equipe que nos ajudou de todas as formas para que conseguíssemos colocar na prática tudo o que aqui foi ensinado. Saímos daqui capacitados para instalação do sistema, tanto aqui no CMO quanto nas demais organizações militares”, finalizou.

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