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Mato Grosso do Sul adia em 48 horas início de lockdown em 43 cidades, incluindo Campo Grande

Administração estadual atendeu pedido de prefeitos e de comerciantes; restrições devem começar no domingo

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O decreto estadual que coloca 43 municípios na fase cinza do programa Prosseguir foi adiado oficialmente na manhã desta sexta-feira (11).  Com isso, as restrições que foram chamadas de lockdown, por muitos, começam somente no próximo domingo.  

O governo de Mato Grosso do Sul atendeu em partes o pedido do prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), e da Associação de Municípios do Estado (Assomasul), e estabeleceu 48 horas para que as 43 cidades do Estado que estão em classificação cinza, de fato iniciem as restrições de circulação. 

Conforme extrato de decisão publicado no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira, até essa data, os municípios ficam obrigados a observar as medidas restritivas indicadas na classificação de risco contida no relatório situacional do Prosseguir anterior ao divulgado ontem.

No documento com a solicitação de prazo, a prefeitura pedia para que o Estado considerasse as peculiaridades de Campo Grande e que adiasse o início das restrições por três dias, para que o município tivesse condições de se organizar para fiscalizar as medidas.

O chefe do Executivo alegou que a Capital tem mais 10 leitos destinados ao tratamento da Covid-19 no Hospital Adventista do Pênfigo, “cuja finalização está prevista para o sábado (12), sendo que quatro leitos já estão em funcionamento”.

Pelo que informou o secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende, as medidas que permitem somente as atividades essenciais no Estado teriam efeito a partir do próximo domingo (13).  

A decisão de adiar o início das restrições foi tomada depois que comerciantes pediram um prazo maior para evitar prejuízos com a venda de produtos e também de serviços para o Dia dos Namorados.  

A classificação cinza em 43 municípios de Mato Grosso do Sul decorre do colapso hospitalar que o Estado enfrenta desde a segunda quinzena de maio.  

Nesta semana, o contágio, que deveria cair, acelerou: há dois dias que o Estado registra mais de 3 mil casos de Covid-19 diariamente. 

Anteriormente, mesmo em épocas críticas, o total de infecções não passava das 2 mil.

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DECRETO SUSPENSO

O decreto estadual, que passa a valer a partir dessas 48 horas, considerou 51 atividades como essenciais. 

Igrejas, academias, estabelecimentos de Educação Infantil e Ensino Fundamental e Médio, além de instituições de Ensino Superior e pós-graduação, estão autorizados a funcionar. 

No entanto, é obrigatório manter as medidas de biossegurança.  

Serviços de coleta de lixo, construção civil e manutenção, além de bancos e lotéricas, poderão funcionar. 

Em relação a comércio, bares e restaurantes, estão autorizados a operar apenas em sistema delivery e de acordo com o toque de recolher correspondente de seu município. 

O funcionamento de salões de beleza, feiras, atividades de turismo, áreas comuns em condomínios e shoppings e o comércio de bebidas alcoólicas será proibido a partir de domingo.

Na avaliação do infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda, com 51 atividades consideradas essenciais, o decreto estadual deveria ser ainda mais restritivo. 

“Vamos depender da adesão da população, e seria preciso suspender todas as atividades presenciais. Para comparar, o decreto de lockdown em Dourados foi melhor”, frisou.  

Segundo Croda, alguns serviços, como academias e escolas, não deveriam continuar abertos. 

“Isso não é lockdown, são apenas medidas restritivas. No nível de transmissão que estamos, pode gerar uma estabilidade, mas uma redução importante de casos não virá em 14 dias”, assegurou o pesquisador.  

FISCALIZAÇÃO

De acordo com o tenente-coronel da Polícia Militar, Cleder Pereira da Silva, nas próximas duas semanas, os militares vão continuar com os esforços de fiscalização e apoio ao cumprimento das medidas sanitárias. 

“Todos os comandantes estão diretamente em contato com as prefeituras, para atuarmos da melhor forma possível em cada região”, reiterou.  

Por ora, Silva afirmou que não há nenhuma ação específica de fiscalização planejada para a Capital. No entanto, caso haja necessidade, o tenente-coronel afirmou que a PM dará o apoio necessário.

TRANSPORTE

Segundo o decreto estadual que valerá a partir de domingo, está autorizado nos próximos 14 dias o transporte coletivo de passageiros. 

O documento permite ainda viagens intermunicipais. O uso de aplicativos de transporte e táxi também está autorizado durante o período. 

Na Capital, o Consórcio Guaicurus informou que as mudanças de horário nas linhas de ônibus devem entrar em vigor na segunda-feira.  

De acordo com a última ordem de serviço disponibilizada pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), à qual o Correio do Estado teve acesso, nas linhas troncais (de integração até o centro), a última viagem nos terminais de ônibus será entre 20h e 20h10min. 

Nas linhas alimentadoras (do bairro até o terminal de integração), a última volta será entre 21h05min e 21h15min.  

Nas linhas convencionais, os últimos ônibus passam pelo centro da Capital entre 20h40min e 20h45min.

Nos shoppings Campo Grande e Norte Sul Plaza, os últimos itinerários devem passar das 20h às 20h40min. 

Após 21h haverá rota dinâmica, com viagens partindo da Praça Ari Coelho às 21h40min, 22h40min e 23h40min.  

“LEI SECA”

Com a brecha no decreto estadual, o comércio de bebida alcoólica poderá ser feito por delivery durante 14 dias de restrições em Mato Grosso do Sul.  

A assessoria do governo do Estado confirmou essa permissão para entrega nas cidades na bandeira cinza, mas salientou não ser permitida a compra nos supermercados, conveniências e estabelecimentos comerciais similares.

Nas demais bandeiras está autorizado.

O consumo de bebidas alcoólicas também está proibido em bares e restaurantes. 

Gôndolas com bebidas alcoólicas em supermercados devem ser lacradas, haja vista que estes estabelecimentos estão autorizados a comercializar apenas alimentos e itens de higiene. 

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Saúde

Anvisa tem maioria para manter proibição de cigarros eletrônicos

Medida está em vigor desde 2009

19/04/2024 20h00

Sarahjohnson/ Pixabay

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A maioria dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com esse placar, continua proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento, bem como de publicidade ou divulgação desses produtos por qualquer meio, em vigor desde 2009. 

Dos cinco diretores, três votaram a favor da proibição. Faltam os votos de dois diretores.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, são chamados de vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023) revelam que 4 milhões de pessoas já usaram cigarro eletrônico no Brasil, apesar de a venda não ser autorizada.

O diretor-presidente da Anvisa e relator da matéria, Antonio Barra Torres, votou favorável à manutenção da proibição desses dispositivos.

“O que estamos tratando, tanto é do impacto à saúde como sempre fazemos, e em relação às questões de produção, de comercialização, armazenamento, transporte, referem-se, então, à questão da produção de um produto que, por enquanto, pela votação, que vamos registrando aqui vai mantendo a proibição”.

Antonio Barra Torres leu por cerca de duas horas pareceres de 32 associações científicas brasileiras, os posicionamentos dos Ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Fazenda e saudou a participação popular na consulta pública realizada entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mesmo que os argumentos apresentados não tenham alterado as evidências já ratificadas pelos diretoras em 2022.
Em seu relatório, Barra Torres se baseou em documentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Europeia, em decisões do governo da Bélgica de proibir a comercialização de todos os produtos de tabaco aquecido com aditivos que alteram o cheiro e sabor do produto. Ele citou que, nesta semana, o Reino Unido aprovou um projeto de lei que veda aos nascidos após 1º de janeiro de 2009, portanto, menores de 15 anos de idade, comprarem cigarros.

Ele mencionou ainda que a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (U.S Food and Drug Administration) aponta que, mesmo com a fiscalização, há comércio ilícito desses produtos.

O diretor ainda apresentou proposições de ações para fortalecimento do combate ao uso e circulação dos dispositivos eletrônicos de fumo no Brasil. 
 

Cidades

Justiça recusou 6 pedidos de tratamento para réu que morreu na prisão, diz advogado

José Roberto de Souza, acusado de matar o empresário Antônio Caetano de Carvalho durante audiência no Procon, morreu de complicações causadas por uma pneumonia

19/04/2024 18h30

Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Defesa do ex-policial militar reformado, José Roberto de Souza, que morreu nesta manhã em decorrência de complicações causadas pela Influenza tipo A, alega que a Justiça recusou seis pedidos de atendimento médico ao réu nos últimos oito meses.

O ex-pm está preso desde o dia 16 de fevereiro de 2023, três dias após o crime que resultou na morte do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, no Procon/MS.

A defesa foi informada da morte por volta das 11 horas da manhã desta sexta-feira (19). O último pedido para tratamento médico havia sido feito pouco antes da morte de José, às 8h.

"Este caso deixa tanto a mim quanto a minha equipe, em uma situação extremamente triste, até com uma sensação de impotência. Porque eu e o doutor Jackson, que foi quem manuseou grande parte dos pedidos desde que aconteceu aquele fatídico problema no Procon, temos informado ao juiz da segunda vara do tribunal do júri as complicações físicas da doença que o nosso cliente possuía", declarou o advogado de defesa, José Roberto da Rosa.

Segundo o advogado, além de problemas psiquiátricos, o réu possuía doença renal crônica e diabetes, além de complicações cardíacas. O primeiro pedido para atendimento médico de José foi feito em setembro do ano passado, mas recusado, já que o Ministério Público teria alegado que a defesa não teria conseguido provar que o cliente estava doente.

"Chegou em um ponto que nós interpusemos um habeas corpus junto ao tribunal, não obtivemos a prestação jurisdicional, e antes da saída para o final do ano [2023], nós ingressamos com outro habeas corpus, mais precisamente no dia 22 de dezembro, onde havíamos dito que o nosso cliente estava doente e precisava de tratamento", acrescentou Rosa.

A única medida tomada pela Justiça, segundo o advogado, foi retirar o réu do presídio militar, onde ele não estava recebendo os tratamentos adequados - por falta de escolta e por falta de médicos -, para transferí-lo a outra unidade penal "comum", onde ele poderia receber atendimento médico especializado.

"Ao invés de determinar que ele fosse tratado, o Tribunal de Justiça tirou a condição dele de policial militar e o direito de estar no presídio militar, e o mandou para um presídio comum. Aí ele ficou no Centro de Triagem, com o atendimento dos médicos", explicou o advogado. 

Na última semana, os advogados foram visitar José, que pediu por socorro. Ele teria pedido "doutor, eu preciso de atendimento médico".

"E todos os pedidos rechaçados pelo juiz da segunda vara do tribunal do júri. O habeas corpus, que nós entramos em dezembro do ano passado, até hoje não foi posto em mesa para julgamento. Então, é uma decepção enquanto advogado", afirmou Rosa.

Segundo o advogado, a morte de José pode ser colocada na conta do Poder Judiciário.

"A  conta sobre a morte desse homem é exclusivamente debitada ao Poder Judiciário. Talvez agora, com a certidão de óbito, a gente consiga provar que o nosso cliente estava doente, porque foram oito meses de peticionamento em que promotor disse que nós não conseguimos provar que o nosso cliente estava doente, onde todos os pedidos que foram encaminhados, o juiz de direito, que oficia perante a segunda vaga do Tribunal do Júri, disse que não ia liberar ele para tratamento. Então agora eu vou juntar a certidão de óbito para mostrar que nós tínhamos razão", disse o advogado.

O advogado quer que a família da vítima entre com um processo para culpabilizar o Estado.

"Infelizmente, agora não adianta mais autorizar o tratamento. Ele morreu hoje em decorrência do quadro agravado pelo problema renal crônico. Ele foi contaminado com influenza dentro do presídio, porque o sistema imunológico dele estava muito comprometido, o tratamento que ele precisava receber, ele não recebeu, e infelizmente hoje ele não aguentou", finalizou.

O Crime

No dia 13 de fevereiro deste ano, o empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, foi morto a tiros pelo policial militar reformado, José Roberto de Souza, durante audiência de conciliação realizada no Procon.

A vítima era proprietária da empresa Aliança Só Hilux, especializada em peças de Hilux e SW4, que havia realizado a troca do motor de uma SW4 para José Roberto.

Durante a primeira audiência de conciliação, realizada na sexta-feira anterior, dia 10 de fevereiro, José Roberto pediu que Caetano entregasse as notas fiscais referentes aos serviços prestados pela empresa para a troca do motor de seu veículo blindado, trabalho avaliado em quase R$ 30 mil.

Aproveitando as tratativas, Caetano cobrou do cliente R$ 630 reais devidos, referentes a uma troca de óleo realizada no ano anterior. Na segunda audiência, então, Caetano levaria as notas fiscais e José Roberto o dinheiro que devia.

No entanto, após uma desavença logo no início da audiência de conciliação, José Roberto efetuou três disparos contra Caetano, dois na cabeça e um na nuca. A vítima morreu no local.

Três dias após o crime, José Roberto de Souza se apresentou à polícia.

primeira audiência que investiga o caso foi realizada no dia 3 de julho do ano passado, e ouviu testemunhas de acusação e defesa. Oito pessoas prestaram depoimento, sendo duas delas funcionárias do Procon, uma advogada que presenciou o crime, um funcionário da vítima, o investigador da 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, responsável pelo caso, o filho da vítima e dois conhecidos de longa data do acusado.

Valéria Christina, a conciliadora que trabalhava com o caso, não compareceu para prestar depoimento. Segundo informado durante a audiência, a servidora foi transferida para outro órgão após o ocorrido, e segue afastada desde então por questões de saúde.

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