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DINHEIRO PÚBLICO

Governo de MS destina valor milionário a shows religiosos bolsonaristas

O movimento "Clamor pelo Brasil" terá seu 12º show de música gospel do ano neste sábado. Cachê chega a R$ 180 mil

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Normalmente associado ao bolsonarismo, o movimento "Clamor pelo Brasil" terá seu 12º show de música gospel do ano neste sábado em Mato Grosso do Sul. Tanto este quanto os anteriores foram patrocinados pelo Governo do Estado, que somente nos oito primeiros meses do ano destinou quase R$ 1,2 milhão ao movimento.

Neste sábado (16), o evento ocorre em Coxim, com o Pastor Lucas. A Fundação de Cultura repassou R$ 90 mil para o evento, intermediado pela Criative Music, empresa capixaba que se apresenta como a maior agenciadora gospel do Brasil.

Esta mesma empresa foi a responsável pela maior parte dos contratos firmados  no ano em outras 11 cidades que receberam o “Clamor pelo Brasil”. Todas as contratações foram feitas sem licitação. 

Para o dia 23 de agosto, sábado da próxima semana, está prevista a 13ª edição, com um show em Nova Andradina. A atriz escolhida é Shirley Carvalhães, que receberá parte dos R$ 110 mil que a Fundação de Cultura destinou para o evento. 

Em 2022, a cantora foi candidata a deputada federal pelo União Brasil no Rio de Janeiro, mas  ficou longe de conseguir uma vaga na Câmara, pois obteve apenas 4.396 votos. Em sua publicidade fez questão de destacar que apoiava Bolsonaro. 

No dia 9 de agosto, o palco do “Clamor pelo Brasil” foi instalado na Avenida Pantaneta, em Aquidauana, onde aconteceu uma Marcha para Jesus em comemoração aos 133 anos de emancipação do município. A verba pública da Fundação de Cultura foi de R$ 90 mil. 

A estrela da vez foi Theo Rubia e, apesar do frio, o show atraiu centenas de fiéis, segundo sites de notícias da cidade. Além de pastores locais, no palco esteve o pastor Wilton Acosta, um dos principais defensores do bolsonarismo nas igrejas evangélicas de Mato Grosso do Sul. 

Antes disso, no dia 28 de junho, em Bela Vista, a Fundação de Cultura liberou R$ 180 mil para bancar o show da banda mineira Preto no Braco, que foi a atração principal da Marcha para Jesus na cidade que faz fronteira com o Paraguai. 

Em Garanhuns, no Pernambuco, a mesma banda recebeu um cachê de R$ 60 mil para uma apresentação no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns), conforme publicado no Diário Oficial daquela cidade. 

Para efeito de comparação, a cantora Elba Ramalho foi contratada pelo Governo do Estado por R$ 145 mil para se apresentar no Festival de Inverno de Bonito, no próximo dia 20. Samuel Rosa, que era do Skank e se apresenta na sexta-feira (22) terá cachê de R$ 280 mil. 

ROTEIRO AMPLO

Além das cidades já citadas acima, neste ano os eventos ocorreram também nas cidades de Amambai (R$ 80 mil), Caarapó (R$ 90 mil), Rio Brilhante (R$ 80 mil), Nioaque (R$ 60 mil), Água Clara (R$ 80 mil), Terenos (R$ 15 mil), Corumbá (R$ 150 mil), Bandeirantes (R$ 120 mil) e Corguinho (R$ 15 mil). 

Ao longo de 2024 os valores foram parecidos aos de agora. Somente no primeiro semestre a Criative Music, do empresário Ivanildo Medeiros Nunes, faturou R$ 610 mil com o “Clamor pelo Brasil”, normalmente promovido durante as edições da Marca para Jesus. 

No ano anterior, 2023, a mesma empresa assinou contratos que superaram os R$ 2 milhões com o Governo de Mato Grosso do Sul, conforme apuração feita no diário oficial. 

moralidade

Conselho entende que 750 iphones do MPMS são gratuitos e engaveta denúncia

Decisão pelo arquivamento da denúncia foi tomada nesta terça-feira (9), dez dias depois da homologação da licitação de R$ 11,22 milhões

10/12/2025 11h45

Denúncia contra licitação para alguel de iphones foi feita em agosto, mas resposta só chegou depois que o certame está concluído

Denúncia contra licitação para alguel de iphones foi feita em agosto, mas resposta só chegou depois que o certame está concluído

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Em decisão tomada nesta terça-feiar (9), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) arquivou a denúncia do advogado douradense que viu suposta ilegalidade imoralidade no processo de contratação de serviço de telefonia móvel e o comodato de 750 iphones de última geração pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul. 

Conforme o conselheiro Antônio Edílio Magalhães Teixeira, "no caso do MP/MS, ora em análise, trata-se da contratação de serviço de telefonia móvel com empréstimo gratuito de 750 aparelhos destinados tanto à área-fim quanto à área meio" de serviços institucionais do Ministério Público. 

O advogado Ricardo Feltrin havia levado o caso ao CNMP em agosto deste ano. Ele alegou que "a escolha por aparelhos de luxo, sem justificativa objetiva, contraria os princípios constitucionais da legalidade, moralidade, eficiência e economicidade. É um ato que fere a confiança da população e a própria missão do Ministério Público, que deve primar pelo zelo com o dinheiro do povo”, escreveu o advogado. 

De acordo com ele, não existe “demonstração clara da necessidade técnica de tais aparelhos por afrontar, em tese, princípios previstos no art. 37 da Constituição Federal”. Este artigo diz que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 

A resposta do Conselho, porém, veio somente dez dias depois da conclusão do certame e da homologação do contrato, que terá custo de R$ 11,22 milhões por um período de cinco anos. 

A vencedora da licitação foi a empresa de telefonia TIM, que ofereceu um desconto de 29,4% sobre o valor máximo estipulado no edital, que era de 15.911.820,00. A licitação estipulava gasto de até R$ 265,19 mil ao mês. Porém, o custo do primeiro ano será bem menor, de R$ 187.049,00. 

Uma das exigências do Ministério Público é que sejam aparelhos da marca iphone  de última geração (16 ou uma versão ainda mais atualizada). Além disso, o edital diz que os aparelhos devem trocados a cada dois anos por equipamentos mais modernos. Os "velhos" serão devolvidos à vencedora da licitação, que poderá revendê-los.

E foi exatamente por conta desta cláusula que o conselheiro Antônio Edílio Magalhães Teixeira entendeu que os aparelhos estavam sendo oferecidos gratuitamente. Ele utilizou este argumento porque o advogado havia citado o caso em que o Conselho Nacional de Justiça havia barrado a compra de 50 iphones para o Tribunal de Justiça do Maranhão por considerar "desproporcional" a aquisição dos aparelhos de última geração. 

Indagado pelo Correio do Estado se pretendia recorrer da decisão do CNMP, o advogado afirmou que era o "fim da linha administrativa. E, assim como muitos outros, não estou disposto a entrar com ação popular na Justiça diante de como sabemos que as coisas funcionam. Não ia dar em nada, infelizmente", resignou-se. 

Os salários dos cerca de 1,2 mil servidores do MP variam entre R$ 15 mil e até R$ 200 mil. Porém, não existe previsão de que a cedência dos aparelhos e da linha telefônica com acesso ilimitado à internet seja descontada dos vencimentos. Em setembro a apple lançou a última versão do iphone, o 17, e seu custo médio está entre oito e nove mil reais nas lojas brasileiras. 

O QUE DIZ O MPMS

Conforme o MP, a instituição conta atualmente com 943 servidores e 256 promotores ou procuradores. E,  conforme a assessoria do MP, o "quantitativo de aparelhos foi definido para garantir a cobertura mínima necessária aos serviços institucionais, observando critérios de segurança da informação, natureza das atribuições, disponibilidade de plantão, atuação em campo, qualidade dos registros nas investigações e outras exigências técnico-operacionais". 

De acordo com o MP, o contrato prevê o comodato de aparelhos celulares sob demanda, de forma que pagará apenas pelo que efetivamente utilizar.

A escolha por iphones de última geração ocorreu porque são dispositivos modernos e possibilitam agilidade na comunicação, acesso remoto a informações processuais e administrativas, documentação de evidências com fotos e vídeos de alta qualidade, e segurança da informação. Além disso, diz o MP, "apoiarão operações de combate a crimes organizados e à corrupção, garantindo eficácia na produção de elementos probatórios". 

A medida, explica a assessoria, "visa aprimorar a comunicação institucional, permitindo maior celeridade nas intimações e notificações judiciais e extrajudiciais, e apoiar projetos estratégicos, como o “Alô Maria da Penha”, que fortalece a proteção de mulheres vítimas de violência doméstica e articula a rede de órgãos de segurança e justiça para respostas ágeis e efetivas".

TRÁFICO DE DROGAS

Operação "Casa Bomba II" prende chefes de organização criminosa

Ação localizou imóvel utilizado de depósito para guardar drogas, e criminosos tinham os entorpecentes apreendidos como "reserva de valor"

10/12/2025 10h37

Operação Casa Bomba II preende dois líderes de organização criminosa em Maracaju

Operação Casa Bomba II preende dois líderes de organização criminosa em Maracaju Divulgação

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Durante a manhã desta quarta-feira (10), a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deflagrou a operação Casa Bomba II, em Maracaju, cidade a 159 quilômetros de Campo Grande. Ação envolveu um helicóptero, além do batalhão de choque e do Canil.

Parte do desdobramento de uma operação de busca e apreensão realizada em julho deste ano no município do interior do estado sul-mato-grossense, a operação estava em busca de uma grande quantidade de drogas. 

Na ação de hoje foram localizados cofres embutidos dentro da parede de uma casa, o que nomeou a operação como “Casa Bomba II”.

Operação Casa Bomba II preende dois líderes de organização criminosa em Maracaju

Com apoio da Delegacia de Rio Brilhante, do 15º Batalhão da Polícia Militar, do Grupamento Aéreo (CGPA), do Batalhão de Choque e do Canil do 11º BPM, a apreensão aconteceu na localização e contou com um helicóptero da CGPA, para realizar a segurança da cidade e possível fuga dos envolvidos, por se tratar de uma organização criminosa.

Avaliada em R$ 120 mil, as drogas apreendidas foram apenas uma parte da operação. Após as investigações, a Polícia Civil identificou a atuação da organização criminosa responsável pela comercialização das drogas na região e pelos esconderijos dos entorpecentes. 

Segundo as informações, as drogas apreendidas eram utilizadas como reserva de valor pelos criminosos e o imóvel em que estavam escondidas havia sido adquirido com dinheiro de origem do tráfico de drogas comandado pela organização.

Conforme as provas reunidas na investigação, foi solicitado ao Poder Judiciário a prisão preventiva dos integrantes da facção criminosa e pelo sequestro do imóvel adquirido com dinheiro ilícito. As ordens, então, foram cumpridas nesta manhã.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

"Casa Bomba"

A operação leva o nome de "Casa Bomba" devido a utilização de um imóvel para armazenar drogas, que são comercializadas posteriormente em pontos de vendas de tráfico de drogas.

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