Cidades

GRANA

Governo e prefeituras no Estado
terão R$ 413 milhões do Pré-Sal

Acordo de governadores aumentou repasse para MS

CLODOALDO SILVA, DE BRASÍLIA

10/10/2019 - 09h00
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O governo de Mato Grosso do Sul e os seus 79 municípios poderão receber R$ 413,47 milhões dos recursos que serão arrecadados com o leilão da cessão onerosa da camada do pré-sal. O governo federal pretende arrecadar R$ 106 bilhões com o evento. O valor é maior em relação ao texto aprovado, no mês passado, pelo Senado Federal porque houve alteração da fórmula de cálculo, o que faz o Poder Executivo estadual receber 36,23% a mais – o valor de R$ 185,6 milhões sobe para R$ 252,9 milhões.  As prefeituras vão ter direito a R$ 160,5 milhões.

Essa alteração no texto foi discutida anteontem durante o VII Fórum Nacional dos Governadores, realizado em Brasília, que teve a participação do governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja. A proposta foi aprovada ontem à noite na Câmara, e agora segue para o Senado. 

A proposta é garantir que dos 15% arrecadados no leilão da cessão onerosa que devem ser canalizados aos estados, 10% levem em conta critérios do Fundo de Participação dos Estados e Distrito Federal (FPE) e os 5% restantes considerem critérios da Lei Kandir.

Essa seria a forma de compensar os estados que têm perdas com a Lei Kandir – que desonera as exportações de produtos agropecuários. Tanto que inicialmente a ideia era que os 15% para os estados fossem inteiramente baseados nos critérios de repartição do FPE, que favorece os entes federativos pobres, localizados, na maioria, nas regiões Norte e Nordeste. A inclusão dos critérios da Lei Kandir no cálculo tem o apoio de estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte.

Com essa alteração nos cálculos, dos R$ 10,9 bilhões que devem ser distribuídos entre os entes, Mato Grosso do Sul terá direito a R$ 252,925 milhões, são R$ 67,265 milhões a mais que os R$ 185,660 milhões se fossem levados em consideração somente os critérios do FPE. Os R$ 252,925 são compostos por R$ 127,575 milhões pelas regras do FPE e outros R$ 125,360 milhões seguindo a fórmula da Lei Kandir.

Para a deputada federal Rose Modesto (PSDB/MS), a aprovação da PEC da cessão onerosa “vai ajudar o fechamento das contas públicas dos estados e municípios, que estão enfrentando queda de arrecadação por causa da crise econômica, e possibilitar novos investimentos”, salientando que é importante a garantia de que os prefeitos vão poder usar os recursos para investimentos.

Segundo a minuta do texto, esses recursos devem ser usados para garantir os fundos previdenciários estaduais e municipais e para pagar possíveis dívidas com o Regime Geral de Previdência Social. Se não tiverem esses débitos ou se sobrar recurso depois desse pagamento, os estados e municípios deveriam empregar a verba do pré-sal no pagamento de precatórios de natureza alimentícia, para só depois usar os recursos em novos investimentos.

No caso dos municípios, os critérios de rateio serão os mesmos utilizados no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a regra aprovada pelo Senado Federal. Também serão 15% do valor arrecadado, o que corresponde a R$ 10,9 bilhões. Desse montante, R$ 160,550 milhões serão distribuídos entre as 79 cidades de Mato Grosso do Sul. Para garantir este valor, desde o mês passado o presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), Pedro Caravina, tem participado da mobilização nacional organizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), juntamente de outros prefeitos do Estado.

Na sexta-feira da semana passada, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, convocou lideranças municipalistas após informações de que o porcentual poderia mudar, reduzindo em 33% o montante destinado às prefeituras. Ontem, prefeitos estavam mobilizados para garantir que o recurso pudesse ser usado para investimentos.

“Quando a matéria chegou ao Senado, começamos a conversar com o Davi Alcolumbre, presidente da Casa. É importante destacar que maioria dos deputados e senadores está com a gente e comunga da proposta de que devemos ficar com 15%”, disse o presidente da CNM.

LEILÃO

A expectativa da União é de arrecadar R$ 106,6 bilhões com o leilão do excedente de petróleo de uma área cedida pela União à Petrobras, em 2010, por meio de um contrato chamado de cessão onerosa (Lei 12.276/2010), no qual a estatal obteve o direito de explorar até cinco bilhões de barris de petróleo por contratação direta, sem licitação. Em troca, a empresa antecipou o pagamento de R$ 74,8 bilhões ao governo.

Com a descoberta posterior de um volume maior do combustível fóssil na região, o valor foi ajustado para cerca de R$ 70 bilhões, por conta da desvalorização do preço do barril de petróleo. A PEC é necessária, porque a transferência do que é arrecadado pelo pré-sal é contabilizada no cálculo das despesas primárias do Orçamento federal. Quando a parcela esbarra no teto de gastos da União, não há o repasse na área petrolífera da cessão onerosa do pré-sal.

Do valor a ser arrecadado com o certame, que vai ofertar blocos de exploração de petróleo na costa fluminense, serão devolvidos R$ 33,6 bilhões à Petrobras, pela renegociação de um contrato sobre exploração de campos de petróleo. Dos R$ 73 bilhões que ficarão com a União, R$ 21 bilhões serão divididos entre estados e municípios.

A participação dos entes federativos em leilões do excedente da cessão onerosa do petróleo do pré-sal foi aprovada na Câmara em junho, com o parágrafo inserido à PEC 34/2019, do Orçamento Impositivo, pelo deputado Carlos Henrique Gaguim (DEM-TO). Em acordo com o governo federal, os parlamentares conseguiram acrescentar os 30% do repasse da União a estados e municípios.

AUMENTO

Acordo entre governadores garantiu aumento de 36,2% nos recursos que Mato Grosso do Sul deve receber na divisão dos valores arrecadados com a cessão onerosa do petróleo explorado na camada pré-sal do Oceano Atlântico. 

Educação

Enade: inscritos devem responder questionários até 23h59 de hoje

Exame teórico será aplicado neste domingo

23/11/2024 20h00

Estudante com prova do Enade

Estudante com prova do Enade Foto: UFT/Divulgação

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Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2024 das Licenciaturas neste domingo (24) devem responder ao Questionário do Estudante até as 23h59 (horário de Brasília) deste sábado (23).

A prova teórica será aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para 283.550 inscritos.

O questionário do Estudante coleta informações que permitam caracterizar o perfil dos estudantes e o contexto de sua formação acadêmica, consideradas pelo Inep como relevantes para a compreensão dos resultados teóricos e práticos dos estudantes no Enade e para subsidiar os processos de avaliação dos cursos de graduação.

O preenchimento completo do Questionário do Estudante é um dos itens que caracteriza a efetiva participação do estudante no exame.

Anualmente, a inscrição no Enade é obrigatória para todos os estudantes de cursos de licenciatura habilitados à avaliação teórica ou à avaliação prática, vinculados às áreas avaliadas, conforme o edital.

A partir desta edição, o exame passa a ter dois tipos de avaliação: a teórica, tradicionalmente realizada, e a nova prova prática dos estudantes de graduações direcionadas à docência.

Cada uma das avaliações terá um cronograma específico.

Áreas de conhecimento avaliadas

O exame das licenciaturas será aplicado em cursos de 17 áreas de conhecimento diferentes. A edição de 2024 avaliará licenciaturas das áreas de artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.

O exame terá foco na avaliação dos cursos que formam professores para a educação básica. O Inep informa que o objetivo é aprimorar as avaliações e a formação de docentes no Brasil.

Aplicação da prova
Para saber o local de aplicação da prova, bem como obter informação sobre atendimento especializado e tratamento pelo nome social, quando for o caso, o participante deve acessar o Cartão de Confirmação de Inscrição, disponível no Sistema Enade, com CPF . O acesso ao documento só é liberado após o preenchimento do Questionário do Estudante.

Neste domingo, os portões de acesso aos locais de provas serão abertos às 12h (horário de Brasília) e fechados às 13h. O início da aplicação será às 13h30, com encerramento às 18h para os participantes regulares. Os estudantes que solicitaram tempo adicional e tiveram o pedido aprovado pelo Inep terão mais uma hora para finalizar a prova.

Orientações para o Enade 2024

Neste domingo, o participante deverá comparecer ao local das provas com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, Cartão de Confirmação de Inscrição e documento de identidade original com foto válido.

Antes da participação na prova, é importante que o inscrito guarde, no envelope porta-objetos, o telefone celular e quaisquer outros aparelhos eletrônicos desligados, além de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, gorro ou similares), e material de papelaria (caneta de material não transparente, lápis, réguas e borracha, entre outros).

Também não é permitido ficar com celulares e quaisquer outros aparelhos eletrônicos descritos no edital ou fone de ouvido.

O envelope porta-objetos deve ser mantido, durante todo o período de prova, debaixo da carteira, lacrado e identificado.

Enade

Realizado anualmente pelo Inep, o Enade é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O exame avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para formação geral e profissional, bem como o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.

Decisão

Caixa demite ex-vice-presidente por assédio sexual e moral

Decisão foi publicada no Diário Oficial da União

23/11/2024 18h00

Agência bancária da Caixa Econômica Federal

Agência bancária da Caixa Econômica Federal Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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Por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), a Caixa Econômica Federal demitiu, por justa causa, o ex-vice-presidente Antônio Carlos Ferreira de Sousa. Funcionário de carreira do banco, ele estava afastado do cargo desde julho de 2022, quando sugiram denúncias de assédio sexual e moral durante a presidência de Pedro Guimarães, que comandou o banco entre 2019 e 2022.

A CGU publicou na sexta-feira (22) a portaria do desligamento no Diário Oficial da União. Durante a gestão de Guimarães, Sousa foi vice-presidente de Estratégia de Pessoas e de Logística e Operações.

Além da demissão, o ex-vice-presidente está impedido de ocupar cargos comissionados ou funções de confiança no Poder Executivo Federal por 8 anos. Desde a divulgação das denúncias, Sousa estava afastado do cargo, mas continuava a trabalhar na Caixa.

Na época da divulgação das acusações de assédio moral e sexual por Pedro Guimarães, que pediu demissão em junho de 2022, a Caixa criou um canal interno de denúncias. Com base nos relatos recebidos no Contato Seguro da Caixa, o banco investigou os casos e constatou várias ocorrências de assédio por parte de Sousa.

Em nota, a Caixa afirma que não tolera nenhum tipo de assédio por parte de dirigentes ou empregados. O banco também informou ter começado a investigar os casos por meio da corregedoria interna e que o processo seguiu as regras de administração pública.

“Com a finalização das investigações feitas dentro dos ritos da governança, o banco enviou o relatório conclusivo à Controladoria-Geral da União (CGU) em outubro de 2023. O ex-dirigente já estava afastado do cargo desde julho de 2022. Com a ciência da decisão da CGU, a Caixa iniciará as providências devidas para o cumprimento”, informou a assessoria de imprensa do banco.

Histórico
Em junho de 2022, surgiram denúncias em série de casos de assédio sexual e moral durante a gestão de Pedro Guimarães na Caixa. Imediatamente após a divulgação dos relatos, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho passaram a investigar os casos. Além do então presidente, vice-presidentes e diretores foram acusados.

Guimarães pediu demissão no dia seguinte à publicação das denúncias, e outros vice-presidentes do banco renunciaram em seguida.

Desdobramentos

Em março de 2023, Guimarães virou réu por denúncias de assédio sexual e moral feitas por funcionárias da Caixa. A ação tramita sob sigilo, e a defesa do executivo nega as acusações.

Em uma outra ação, movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Caixa foi condenada a pagar R$ 3,5 milhões de indenização por um evento no interior de São Paulo em que Guimarães obrigou funcionários a fazer flexões em estilo militar.

Acordos

Em abril do ano passado, a Caixa fechou um acordo com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal para pagar uma indenização de R$ 10 milhões para encerrar a denúncia das funcionárias. Em janeiro deste ano, o banco assinou um termo de ajuste de conduta (TAC), que concedeu vantagens em processos internos de seleção a funcionários que sofreram perseguição na gestão de Guimarães.

O banco foi condenado em outros processos em São Paulo, no Amazonas e no Distrito Federal. Somadas as condenações e os TAC, o banco até agora desembolsou cerca de R$ 14 milhões em indenizações, que poderiam ser mais altas se não houvesse acordo. Sem eles, a instituição financeira teria de pagar multa de até R$ 300 milhões. No ano passado, a Caixa informou que cobraria de Pedro Guimarães, na Justiça, o dinheiro das indenizações.

Em março deste ano, a Comissão de Ética da Presidência da República aplicou uma “censura ética” a Guimarães. Aplicada a autoridades que deixaram o cargo, a penalidade prevê apenas advertência. A ação contra Guimarães na Justiça Federal ainda está na fase de audiências.

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