Cidades

PANTANAL

Governo estuda endurecer legislação sobre ceva de onça

Chance de ocorrer um ataque como o registrado em Aquidauana na semana passada, que causou a morte do caseiro Jorge Avalo, é de cerca de 1 em 216 milhões

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Em 28 de abril de 2015, ou seja, há exatamente 10 anos, surgia uma resolução em Mato Grosso do Sul para tentar combater a oferta de alimentação ilegal para animais selvagens, principalmente para onças-pintadas, onças-pardas, lobos-guarás, catetos, queixadas e ariranhas.

Mesmo com essa legislação, que já estava amparada por uma lei federal de 1998 (Lei nº 9.605), e outra lei estadual, que surgiu depois, em 2021 (Lei nº 5.673), ainda não houve medidas na prática que evitassem a tragédia envolvendo o caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, que morreu e foi devorado por onças-pintadas.

Por conta desse cenário, a reportagem apurou que pesquisadores e governo do Estado avaliam como endurecer a legislação e transformar artigos do Direito em medidas práticas nas inóspitas áreas pantaneiras. 

Um coletivo formado por pesquisadores, que atuam para desenvolver formas de coexistência entre seres humanos e onças, o Coletivo Humano-Onças, analisa formas de se criar protocolos que possam garantir mais segurança para os seres humanos, ao mesmo tempo que haja proteção da biodiversidade e o combate a eventos ilegais, como a oferta de alimentos, conhecida como ceva.

Dentro desses estudos estão envolvidos o Instituto do Homem Pantaneiro (IHP), o Sesc Pantanal, a Associação Aliança 5P, o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) – Pontes Pantaneiras, o WWF Brasil, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a Fazenda Ypiranga, o Panthera Brasil, o SOS Pantanal, a Pousada Piuval, o Ampara Animal, o Pró-Carnívoros e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pantanal.

Em outra ponta, o governo do Estado aguarda direcionamentos científicos e também estuda maneiras de se consolidar ações que eliminem a prática de ceva, que pode ter sido um dos motivos que alterou o comportamento de onças-pintadas na região do Touro Morto. 

A alteração de comportamento chegou ao ponto de fazer com que o felino entendesse o ser humano como uma presa, não ameaça. Essas análises, porém, ainda estão sendo desenvolvidas e sem um prazo oficial para serem apresentadas.

O que foi possível averiguar é que ainda devem ocorrer eventos técnicos que vão promover as discussões, principalmente a partir das análises obtidas com os estudos a serem feitos com a onça-pintada capturada no local do ataque.

A morte do caseiro, que vivia há cerca de 15 anos na região isolada de Touro Morto, em Aquidauana, vem sendo atribuída a um possível ataque de onça-pintada registrado na manhã do dia 21. 

Além do possível ataque para predação, o que já está confirmado é que o maior felino das Américas alimentou-se do trabalhador rural.

Por conta do caso raríssimo registrado em Aquidauana, tanto o órgão público quanto os pesquisadores têm mais perguntas sobre a situação do que respostas para garantir a total compreensão do que ocorreu no dia 21.

Cientificamente, há uma catalogação sobre as espécies predadas pelas onças-pintadas. São 85 espécies já identificadas e nenhuma delas envolve o ser humano. Ao contrário, o felino tende a evitar o contato direto com as pessoas, e o avistamento desses animais é algo raro. 

Com a ceva, a aproximação passa a ser algo mais comum, gerando um estresse nos animais selvagens que podem levar ao caso ocorrido com o caseiro Jorge.

Estatísticas mostram que a taxa de ataques por ano de onças-pintadas a humanos alcança 0,94, algo como 1 chance em mais de 216 milhões. Apesar dessas porcentagens tão baixas, a tragédia do Touro Morto indicou a necessidade de reforçar medidas na relação de coexistência entre o ser humano e a onça-pintada.

REGRAS ATUALMENTE

A Resolução Semade nº 8, de 28 de abril de 2015, surgiu depois que pesquisadores buscaram entender o caso de ceva na região da Serra do Amolar. Por conta dos estudos, a medida jurídica foi criada como forma de dar regramento ao ecoturismo. 

A legislação liberou a observação de mamíferos de médio e grande porte em vida livre no Estado se essas regras fossem seguidas: uso de máquina fotográfica, filmadora, binóculo, luneta que não utiliza flash; proibição da alimentação de animais com o intuito de atrair ou aumentar a chance de visualização em uma determinada localidade; proibição da utilização de meios sonoros para atrair os seis animais da lista da resolução; proibição da perseguição desses animais; distanciamento mínimo de 10 metros quando o animal está na margem de um rio; e distância de 30 metros se o mamífero for encontrado dentro do rio ou em terra firme.

SAIBA

A legislação existente sobre esse tema é a Resolução Semade nº 8, de 28 de abril de 2015, que completa 10 anos hoje. A medida surgiu depois que pesquisadores buscaram entender caso de ceva na região da Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

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visita técnica

Adriane Lopes visita São Paulo em busca de soluções para a saúde de Campo Grande

Prefeita se reuniu com secretário de Saúde da capital paulista para trocar experiências e levantar modelos que possam ser adaptados na capital de MS

22/05/2025 17h31

Prefeita fez visita técnica à Secretaria de Saúde de São Paulo

Prefeita fez visita técnica à Secretaria de Saúde de São Paulo Foto: Divulgação

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A prefeita Adriane Lopes (PP) se reuniu, nesta quinta-feira (22), com o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco, com objetivo de buscar modelos que possam ser adaptados para fortalecer a saúde públlica de Campo Grande.

De acordo com o Executivo Municipal, entre os temas debatidos no encontro estão o financiamento do setor, modelos de gestão, ampliação de leitos e vagas, fortalecimento da atenção primária, aquisição de equipamentos, uso de tecnologia e inovação na saúde pública.

“Nossa reunião teve o objetivo de conhecer de perto programas e ações bem-sucedidas na área da Saúde. Estamos em busca de soluções que possam ser implementadas em Campo Grande, sempre pensando na melhoria do atendimento à nossa população", disse a prefeita.

"Vimos projetos como o uso de tecnologia, prontuário eletrônico, modernização das unidades com foco na humanização e também um programa específico para a saúde mental dos servidores. Cada ação reforça nosso compromisso em buscar soluções que melhorem a vida das pessoas”, acrescentou Adriane Lopes.

O motivo da visita técnica ter sido feita em São Paulo é o fato da cidade ser uma referência nacional em saúde.

São Paulo conta com a maior rede de saúde da América Latina, sendo exemplo em tecnologia aplicada à gestão pública de saúde.

A prefeitrua reforça que os principais destaques, que serão discutidos para adaptação na saúde pública local, são o prontuário eletrônico integrado, agendamento online de consultas e exames, além de telemedicina e plataformas de telediagnóstico, que ampliam e agilizam o acesso da população aos serviços.

Além da prefeita, participaram do encontro a secretária de Planejamento Estratégico, Catiana Sabadin; o secretário de Licitações, André Brandão, e o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação, Cláudio Marques.

A secretária de Saúde, Rosana Leite, não participou da comitiva.

Outro compromisso

A agenda da prefeita em São Paulo também compreendeu uma reunião com executivos do Banco Safra.

Na instituição, foram discutidas possíveis soluções financeiras e linhas de crédito para investimentos no desenvolvimento de Campo Grande.

A prefeitura não detalhou quais são os investimentos e valores pleiteados.

CÂMARA

Vereadores derrubam veto da Prefeitura sobre repasse de R$8,7 mi a entidades sociais

Os vereadores garantiram, em votação, a destinação dos repasses às instituições

22/05/2025 16h15

Vereadores criticaram o veto a Projeto de Lei

Vereadores criticaram o veto a Projeto de Lei Divulgação/CMCG

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Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande derrubaram o veto da do Poder Executivo ao Projeto de Lei nº 11.736/25, garantindo a destinação de R$8,7 milhões a entidades assistenciais e de saúde. O Projeto de Lei institui o Plano de Aplicação de Recursos do Fundo de Investimentos Sociais e o veto foi derrubado por unanimidade durante a sessão ordinária desta quinta-feira (22). 

Os vereadores mostraram indignação com o indeferimento do Projeto e ressaltaram a importância do trabalho das pessoas do Terceiro Setor, além de defenderem o aumento nos valores que precisam ser repassados às instituições. 

Os recursos auxiliam os trabalhos desenvolvidos por instituições que atendem crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, famílias que estão em situação de vulnerabilidade, hospitais, unidades de saúde e de tratamentos. 

O presidente da Câmara, o vereador Epaminondas Neto, o Papy, ressaltou que “a Câmara tem um compromisso com o Terceiro Setor, que presta um serviço para a população que o município não consegue atender. Então, não tem como esse prejuízo ficar para as instituições e a Câmara defende esse interesse”. 

Para ele, a derrubada do veto não é uma forma de ‘bater de frente’ com o Executivo, mas uma forma de defender a posição da casa de leis, para que haja uma solução para esse pagamento. 

O projeto de lei aprovado na Câmara garante que cada vereador possa destinar R$300 mil para instituições, sendo R$150 mil para entidades da área de assistência social e outros R$150 mil para a área da saúde, recursos estes que estão previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Com a derrubada do veto, a proposta com as emendas será expedida pelo presidente Papy e se torna lei. 

Instituições

Representantes de várias instituições sociais estiveram presentes para acompanhar a votação. Para a presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Amparo à Criança e ao Adolescente, Meire Pasquini, as emendas têm um valor fundamental para a entidade, pois elas garantem que o trabalho continue. 

“A expectativa quanto ao trabalho dos vereadores foi atendida, especialmente no que diz respeito à importância das emendas destinadas à nossa instituição. Estou muito feliz, pois foi essencial a derrubada do veto para que a gente possa dar continuidade ao nosso trabalho. Nós que estamos na ponta, lidando diretamente com a população, muitas vezes não conseguimos contar com o apoio do Poder Público Municipal. Por isso, essas emendas têm um valor fundamental — são elas que nos permitem manter nossas atividades funcionando”, ressaltou. A entidade atende 70 crianças.

Veto

De acordo com a prefeitura, a justificativa foi de que “o veto é medida que se impõe e tem como diretriz o ajuste fiscal, com objetivo de promover o equilíbrio entre receita e despesa, priorizando obras e serviços em andamento em detrimento de novos investimentos”. 
 

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