Foi assinado, na manhã de ontem, o repasse de R$ 59,6 milhões do governo do Estado para a Prefeitura de Campo Grande, com o fim de retomar obras paradas e finalizá-las. No pacote estão intervenções firmadas entre 2018 e 2020, como as obras de contenção de enchentes do Rio Anhanduí e a finalização dos corredores de ônibus.
Em maio deste ano, a prefeita Adriane Lopes (Patriota) já havia se reunido com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e, juntos, sinalizaram uma parceria para uma série de reajustes na Capital. Em função do novo acordo, serão “destravados” cerca de R$ 100 milhões dos cofres do Executivo municipal, que, com o auxílio do governo do Estado, poderão ser usados para a retomada de obras.
Entre as intervenções previstas no novo pacote está a obra no Rio Anhanduí, iniciada em 2018, com custo previsto de R$ 48,4 milhões. O projeto abrange o trecho entre as ruas Santa Adélia e Aquário, com intervenção no canal do rio, reconstrução de talude e das margens destruídas pela erosão e recapeamento da Avenida Ernesto Geisel.
Entretanto, o único trecho concluído foi entre as ruas Santa Adélia e Abolição, e o custo do projeto já está em mais de R$ 54,4 milhões. O segundo lote da obra, que abrange o percurso entre as ruas Abolição e Bom Sucesso, está 58% concluído, e o lote três, entre as ruas Bom Sucesso e Aquário, está com 51% dos trabalhos já executados.
Com o novo acordo, será feita uma nova licitação para a finalização das obras no Rio Anhanduí, com R$ 9,1 milhões vindos do governo do Estado e R$ 18,4 milhões de saldo de convênio. Além disso, foram incluídos no projeto a construção de bocas de lobo nas pistas marginais e uma ciclovia na Avenida Ernesto Geisel.
Em nota, a prefeitura informou que foram feitos aditivos nos convênios para garantir a continuidade dos repasses de contrapartida.
Também fazem parte do acordo as relicitações para retomada das obras dos corredores de ônibus da Avenida Gury Marques/Costa e Silva e da Avenida Calógeras. Esta última foi paralisada há aproximadamente dois meses.
Segundo a empreiteira responsável pela intervenção, foi pedida a rescisão do contrato em razão dos atrasos de pagamentos e da defasagem nos preços dos materiais.
Entretanto, de acordo com o contrato firmado entre a empresa e a prefeitura em setembro de 2021, a obra tinha o prazo de um ano para ser executada.
Em nota, a assessoria do Executivo municipal disse que a empresa ainda não formalizou a rescisão, mas, se o fizer, será convocada a segunda colocada na concorrência e, se esta empresa não tiver interesse no projeto, haverá uma nova licitação.
Em julho deste ano, o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, confirmou ao Correio do Estado que até o fim deste ano as obras do corredor de ônibus da Avenida Marechal Deodoro seriam retomadas e finalizadas, porém, a intervenção não foi concluída e a obra está na lista de projetos do novo convênio.
OUTROS PROJETOS
Além dos corredores de transporte coletivo, obras de drenagem, pavimentação e recapeamento em bairros como Nova Lima, Vila Nasser, Santa Luzia, Tijuca, São Jorge da Lagoa e Seminário estão inclusas no pacote de verbas que serão viabilizadas com os recursos estaduais.
“São obras estruturantes de término do Reviva Centro, pavimentação nos bairros, recapeamento de vias públicas, construção e finalização da piscina olímpica”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja.
Também foram sinalizados futuros convênios que serão assinados entre a prefeita de Adriane Lopes e o futuro governador de MS, Eduardo Riedel (PSDB), no valor de R$ 86 milhões. O novo repasse deve ser assinado em janeiro.(Colaborou Cauê Reis)
Saiba: As obras dos novos corredores de ônibus de Campo Grande fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana, assinado pelo ex-prefeito Nelson Trad Filho (PSD). Para a execução das obras, foram assegurados investimentos de R$ 180 milhões, liberados na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).