O grupo Sonda, multinacional chilena ligada ao setor de tecnologia, está entre os interessados no leilão que ocorre hoje na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), referente à parceria público-privada (PPP) do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.
A empresa já venceu outra licitação no Estado, em 2022, para a implantação da Infovia Digital, sob o custo de R$ 2,29 milhões mensais.
A oferta pela PPP do Hospital Regional foi enviada por meio do Consórcio Sonda Saúde MS, que é formado por cinco empresas que fazem parte do grupo Sonda: Sonda Procwork Informática Ltda., Telsinc Comércio de Equipamentos de Informática Ltda., Sonda Cidades Inteligentes e Mobilidade Ltda., Sonda do Brasil Ltda. e Ativas Data Center Ltda.
Em 2022, o grupo Sonda já havia se aventurado em uma licitação em Mato Grosso do Sul. Eles foram os vencedores, também em um consórcio, de leilão que previa serviços de transporte de voz, dados e imagem mediante construção, operação e manutenção de infraestrutura de rede de fibra óptica de alta capacidade, interligando os 79 municípios de MS e todos os equipamentos das unidades públicas estaduais.
O contrato, assinado naquele ano e já em andamento, prevê que o consórcio invista R$ 887 milhões no Estado, sendo R$ 306 milhões para a implantação da infovia e R$ 581 milhões para manutenção e operação de uma PPP, recebendo R$ 2,29 milhões por mês do governo.
O grupo Sonda está presente em 13 países, como Estados Unidos, Canadá e outros países da América do Sul. No site do grupo não há informações sobre a atuação em hospitais e as notícias são voltadas ao setor de tecnologia. Porém, o grupo destina um espaço em seu site para falar sobre a ambição de atuar em projetos voltados ao setor de saúde.
OUTROS CONCORRENTES
O leilão da PPP do Hospital Regional trouxe grandes players do mercado para a concorrência, como mostrou o Correio do Estado em matéria publicada ontem.
Dos cinco interessados, três são consórcios e dois são empresas. Uma das empresas é a Construcap CCPS Engenharia e Comércio, responsável, entre outras obras, pela reforma do Estádio Mineirão para a Copa de 2014, a construção de dois trechos do metrô de São Paulo e a construção do Templo de Salomão, o maior templo religioso do Brasil. A empresa já opera três hospitais estaduais no estado de São Paulo.
A outra empresa é a OPY Healthcare Gestão de Ativos e Investimentos, que já administra, pelo menos, quatro hospitais em grandes cidades brasileiras.
Entre os consórcios, além do formado pelo grupo Sonda, outro que se destaca é o Consórcio Saúde MS, que tem entre seus membros a Sian Engenharia Ltda., empresa que foi responsável pela construção da Arena Castelão, em Fortaleza, para a Copa do Mundo de 2014, o Hospital Ortopédico do Estado da Bahia (Hoba) e o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, que tem uma das maiores emergências da América Latina.
Em seu site, a empresa afirma que um dos seus objetivos é expandir investimentos no setor da saúde por meio de “parcerias público-privadas (PPPs) voltadas à infraestrutura hospitalar”.
EMPRESA INVESTIGADA
Reportagem do Correio do Estado mostrou que outra concorrente no leilão da PPP do Regional é a empresa Health Brasil Inteligência em Saúde, que já foi alvo de uma série de investigações do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por supostos esquemas de superfaturamento e fraudes em licitações para prestação de serviços ao hospital, em Campo Grande.
A empresa faz parte do Consórcio Zhem MS, que ainda é composto pelas empresas: Engenharia de Materiais, de Maceió; Zetta Infraestrutura e Participações, de São Paulo; e M4 Investimentos e Participações, um conglomerado de empresas com sede em Barueri (SP).
Apesar de a Health ter histórico de investigações no Estado, a Zetta Infraestrutura e Participações, por outro lado, venceu este ano o leilão da PPP para revitalização do Parque Dom Pedro II, no centro de São Paulo, que custará R$ 5,6 milhões por mês para a prefeitura paulistana.
A Engenharia de Materiais já demonstrou capacidade em construções hospitalares, pois foi a responsável pelas obras de duas unidades de saúde em Alagoas.
PROJETO
A concessão do Hospital Regional será para setores como limpeza, lavanderia, cozinha, jardinagem, portaria, segurança e administração. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e demais profissionais da área de saúde continuarão sob responsabilidade do Estado.
O local permanecerá como hospital público, com atendimento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e gestão assistencial estadual.
Ao longo dos 30 anos de concessão, estão previstos investimentos da ordem de R$ 5,6 bilhões. Boa parcela deste recurso será destinada à ampliação da capacidade de atendimento do Regional, com a construção de um prédio no local onde o hospital funciona atualmente.
R$ 5,6 BILHÕES
O contrato de parceria público-privada do Hospital Regional prevê que o vencedor invista R$ 5,6 bilhões ao longo de 30 anos.




