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Grupo paulista desbanca sheiks e compra usinas em MS por R$ 1,5 bilhão

Duas usinas de Rio Brilhante, que vinham sendo negociadas com o fundo de investimentos Mubadala, foram vendidas para a paulista Cocal

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Uma empresa genuinamente brasileira, a Cocal Agroindústria, pertencente à família paulista Garms, com longo histórico no setor de usinas de cana, deixou para trás os sheiks do petróleo do fundo de investimentos Mubadala e comprou duas das três usinas da Raízen em Mato do Grosso do Sul.

A Cocal, que tem duas usinas no estado de São Paulo, vai desembolsar R$ 1,543 bilhão pelas usinas Passa Tempo e Rio Brilhante, ambas no município sul-mato-grossense de Rio Brilhante. As duas unidades, com capacidade anual para processamentos seis milhões de toneladas de cana, estavam na mira da Atvos, que já tem três outras usinas em Mato Grosso do Sul. 

Desde 2021 as duas usinas vendidas agora pertenciam à Raízen, do Grupo Cosan, controlado pelo bilionário Rubens Ometto. Desde o começo do ano ele tentava se desfazer das unidades e em junho chegou a ser anunciado que elas estavam prestes a ser vendidas para os sheiks árabes da Atvos.

Até 2021 as duas usinas pertenciam grupo francês Louis Dreyfus Company (LDC). Ou seja, em um período de quatro anos elas passam a ter o terceiro controlador. 

Mas, apesar da venda das duas unidades, a Raízen continua com 25 usinas de cana no país, sendo uma em Mato Grosso do Sul, no município de Caarapó, onde a empresa do grupo Cosan está investindo desde 2023 R$ 1,3 bilhão para produção do chamado etanol de segunda geração. 

A venda das duas usinas de Rio Brilhante foi confirmada em comunicado ao mercado divulgado nesta sexta-feira (29). Conforme documento, R$ 1,32 bilhão são referentes aos ativos – o equivalente a R$ 220 por tonelada –, enquanto os R$ 218 milhões restantes correspondem aos investimentos em manutenção de entressafra, que serão assumidos pela Cocal.

Também em comunicado oficial ao mercado, a Cocal confirmou as aquisições. Segundo a companhia, com as duas usinas, a capacidade produtiva do grupo sobe de 10,3 milhões de toneladas para 16,3 milhões de toneladas por safra.

“O quadro de colaboradores diretos será expandido, saltando de 5,3 mil para 7,7 mil profissionais”, complementa a Cocal, que até então controlava duas unidades, em Paraguaçu Paulista e Narandiba, no oeste do estado de São Paulo. 

“Com a expansão proporcionada por esta aquisição no estado do Mato Grosso do Sul, manteremos o nosso compromisso com colaboradores, parceiros, arrendatários e fornecedores, buscando resultados ainda mais expressivos para todos”, completa o comunicado da família.

FREIO

Além de acabar com o risco de fechamento de alguma das usinas da Raízen em Mato Grosso do Sul, a venda das duas unidades à tradicional família Garms, que há décadas integra a Unica, freia o aumento do poder dos sheiks árabes no setor. 

Em Mato Grosso do Sul, os sheiks do petróleo, por meio da Atvos, já controlam as usinas Santa Luzia, em Nova alvorada do Sul; a Eldorado, no município de Rio Brilhante; e da usina de Costa Rica, no município com o mesmo nome. Além disso, têm outras cinco unidades nos estados de Goiás, Mato Grosso e São Paulo. 

Caso o negócio com os árabes fosse concretizado, eles passariam a controlar seis das 19 usinas de etanol e açúcar de Mato Grosso do Sul, onde 916 mil hectares foram cupados com cana-de-açúcar na safra que está em andamento. 

A previsão é de que em Mato Grosso do Sul sejam produzidas 50,5 milhões de toneladas de cana nesta safra, que começou em abril. Todas as plantas geram eletricidade, somando 2 milhões de MWh de abril a dezembro. Doze delas injetam o excedente para a rede nacional de energia elétrica. 

DINHEIRO DO PETRÓLEO

Os árabes entraram no setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul há pouco mais de dois anos. No começo de 2023 o fundo de investimentos Mubadala Capital anunciou investimentos da ordem de R$ 3 bilhões ao longo de três anos nas três usinas do grupo Atvos em Mato Grosso do Sul. 

Por conta destes aportes, em setembro daquele ano as usinas, que pertenciam ao grupo Odebrecht, conseguiram superar o estágio de recuperação judicial em que se encontravam desde 2019.  

Ao final do investimento de R$ 3 bilhões no Estado, eles prometiam aumentar a capacidade de produção de cana em mais de três milhões de toneladas nas três unidades no Estado, onde estão empregadas em torno de quatro mil pessoas. 

Em Grosso do Sul, a cana-de-açúcar está presente em 48 municípios. Mas, quase um terço (32%) da área plantada está justamente nos três municípios onde os árabes estão presentes e onde pretendiam comprar mais duas usinas (Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul e Costa Rica).

CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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