brasília
"Já que a ministra está pronta para fazer o debate ético, gostaríamos de começar pelo dossiê dos aloprados", reagiu o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), em resposta à pré-candidata presidencial petista, Dilma Rousseff. Em entrevista publicada hoje, no Estadão, Dilma disse que "o debate centrado na ética é muito bom" para os governistas.
Guerra aproveitou a declaração para cobrar dela e do PT explicações do caso do falso dossiê sobre corrupção, que seria usado por petistas contra candidatos tucanos na eleição de 2006, em São Paulo. O episódio ficou conhecido como "escândalo dos aloprados", depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou assim os envolvidos.
O PSDB quer explicações também sobre o Caso Bancoop, em que a cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo é acusada de dar calote em vários associados quando era dirigida pelo atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. "Temos que conhecer melhor a biografia do Vaccari, que, na condição de tesoureiro do PT, assina o cheque para pagar o aluguel da casa da candidata", cobra o presidente do PSDB.
O partido entende, segundo Guerra, que a chamada "mãe do PAC" (Dilma) deve explicações também sobre as "graves irregularidades" apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em várias obras do Programa de Aceleração do Crescimento, como o caso da refinaria Abreu e Lima.
Como a ministra indagou o que teria feito seu adversário José Serra (PSDB) quando comandou o Ministério do Planejamento, Guerra afirmou que foi o pré-candidato tucano a presidente quem desenvolveu o conceito e a prática do programa "Brasil em Ação".
Guerra lembra que este programa incluía projetos para o Brasil inteiro – muitos deles no Nordeste, como o porto de Pecém – e tinha um papel estruturante, gerência própria e financiamento seguro.
"Esse conceito, completamente correto e estratégico, foi abandonado pelo populismo eleitoral do PAC da ministra", afirma o senador.