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Hospitais da Capital não têm alvará definitivo

Enquanto Universitário e Regional se regularizam, Santa Casa renovou só o certificado temporário

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Entre os três maiores hospitais públicos de Campo Grande, Hospital Regional Rosa Pedrossian, Santa Casa e Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, nenhum possui o certificado definitivo contra incêndio e pânico emitido pelo Corpo de Bombeiros. Atualmente apenas a Santa Casa está um passo à frente e conseguiu o documento de forma provisória, até que seu projeto seja aprovado pela corporação e ela execute as obras necessárias para que consiga o certificado com validade de um ano.

No ano passado, após seis anos sem o alvará, o hospital conseguiu o certificado com validade de seis meses. O documento venceu no dia 8 deste mês e, no dia 17, o hospital recebeu a visita dos bombeiros para uma vistoria. Será emitido um novo documento, desta vez com certificação de três meses.

Segundo a subcomandante do 6º Grupamento do Corpo de Bombeiros, major Marlise Helena de Barros, os militares  responsáveis pela vistoria na Santa Casa fizeram uma ressalva ao  hospital, mas o documento está sendo elaborado e deverá estar pronto até o fim de janeiro. “Hoje podemos dizer que a Santa Casa está certificada, é só uma questão burocrática. Mas a vistoria foi feita e o novo certificado está sendo confeccionado. Será de três meses desta vez”, explicou.

Conforme a oficial, enquanto o hospital não tiver um projeto de combate a incêndio e pânico aprovado, o certificado definitivo não será concedido. Esse documento foi entregue pelo hospital à corporação, entretanto, alguns ajustes têm sido necessários, por isso a demora para que ele tenha aval.

“O certificado anual só pode ser concedido quando existe projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros e executado. Enquanto ele está em andamento e a vistoria é feita, são exigidos os preventivos mínimos, e o certificado é emitido com prazo reduzido”, explicou. Esse entrave burocrático também trava a possibilidade de execução das obras previstas nesse projeto.

Alguns problemas no hospital seriam a falta de rampas entre os andares – o que poderia impossibilitar, em caso de incêndio, a retirada dos pacientes que precisam continuar em macas já que o uso dos elevadores nesses casos não é recomendado; e as portas corta-fogo – usadas para impedir que incêndios avancem ou que a fumaça se alastre para outros cômodos – que ficam constantemente abertas. 

Nesta semana, a Santa Casa realizou a primeira formação de sua brigada de incêndio de 2020. O grupo foi preparado para ações de prevenção e combates iniciais a incêndios.

Hospital Universitário

A burocracia também é um dos motivos de o HU não ter o documento. Segundo o comandante do 1º Grupamento dos Bombeiros, tenente-coronel Waldemir Moreira Júnior, responsável pela vistoria no local, o hospital é o que está mais adiantado para conseguir o documento, entretanto, conforme a assessoria de imprensa, enquanto a unidade hospitalar não adquirir as placas de sinalização esse certificado não deve ser emitido.

Em dezembro do ano passado, o hospital informou que os técnicos estavam “mapeando para ver onde será feito o uso das placas e, depois desse estudo, é que será lançada a licitação. A expectativa dosetor é de que, no primeiro trimestre do próximo ano, esse processo esteja concluído”. A situação continua igual.

Diferentemente da Santa Casa, o HU não possui o documento desde sua inauguração, em 13 de maio de 1971. A falta do certificado foi motivo de recomendação do Ministério Público Federal (MPF), que acompanha a situação, em conjunto com o Corpo de Bombeiros.

Regional

No caso do Hospital Regional, a situação está mais atrasada. O prédio possuía um projeto aprovado, entretanto, em vistoria feita no ano passado, o Corpo de Bombeiros encontrou incongruências entre o que estava no projeto e o que havia realmente na unidade.

Segundo os bombeiros, isso ocorreu por mudanças feitas na unidade, entre reformas e ampliações. Por isso, foi emitida uma recomendação para que o hospital entregue um cronograma de ação para a atualização do projeto, além de algumas adequações que deveriam ser feitas. “A gente vai notificando e tentando fazer com que o responsável apresente para a gente um cronograma de execução, mas ele tem que estar sempre melhorando a edificação, não pode ficar parado só falando o que vai fazer, então, nas inspeções, a gente vai avaliando”, declarou Moreira.

Entre os tópicos exigidos pela corporação, está a apresentação de documento comprovando a manutenção periódica dos elevadores, que recentemente foi notícia pela falha de todos os três equipamentos que transportavam as macas.
Porém, conforme o diretor administrativo do hospital, Marcelo Cesar de Arruda Ferreira, o Regional sempre teve esse documento, já que tem contrato com a empresa Atlas Schindler, que periodicamente faz a manutenção dos equipamentos. “Ocorreu que em um fim de semana todos os elevadores para macas estragaram, mas a resposta da empresa foi dentro do previsto no contrato e atualmente eles estão em funcionamento”, explicou o diretor. Ainda segundo Arruda, apenas um dos três equipamentos continua parado, porque as peças danificadas nele não constam no contrato e deverão ser adquiridas por meio de licitação, o que demanda tempo.

Sobre as exigências dos bombeiros, o diretor administrativo garantiu que até o dia 30 deste mês, prazo dado pela corporação, o hospital enviará o cronograma exigido. “Algumas coisas, que não demandavam grande esforço, como licitação, já foram feitas e outras estão em andamento. Porém, como somos um órgão do Estado, outras coisas necessitam de licitação e por isso são mais demoradas, mas estamos trabalhando para resolver os 14 ou 16 pontos pedidos pelos bombeiros”, declarou.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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