No "Censo 2022: Nupcialidade e Família" divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (5), a maioria das famílias de Mato Grosso do Sul têm o homem como responsável pelo domicílio, porém o número de mulheres cresceu nos últimos 12 anos.
Em Mato Grosso do Sul, foram registradas 774.186 famílias principais. Entre elas, 53,4% tinham homens como responsáveis pelo domicílio (413.363), enquanto 46,61% eram chefiadas por mulheres (360.824). Em comparação com 2010, houve um aumento de 11 p.p na liderança das chefes de família dentro dos lares.
Mulheres
- 2010 - 35,38%
- 2022 - 46,61%
Homens
- 2010 - 64,62%
- 2022 - 53,39%
Especialistas apontam que essa tendência reflete mudanças culturais e sociais no papel da mulher na sociedade brasileira, impulsionadas pelo maior acesso ao mercado de trabalho, à educação superior e pela redução das taxas de fecundidade.
Nível de escolaridade aumenta entre os responsáveis
O nível de escolaridade dos responsáveis pelas famílias únicas e conviventes principais, no período entre 2010 e 2022, teve uma melhora geral, especialmente em relação aos níveis de ensino médio e superior.
2010
- Sem instrução e fundamental incompleto - 50%
- Fundamental completo e médio incompleto - 15,7%
- Médio completo e superior incompleto - 23,4%
- Superior completo - 10,9%
2022
- Sem instrução e fundamental incompleto - 35,1%
- Fundamental completo e médio incompleto - 16,2%
- Médio completo e superior incompleto - 29,7%
- Superior completo - 19,1%
Mães solteiras
As mulheres com filhos, mas sem cônjuge, as chamadas mães solteiras, correspondem à terceira maior proporção entre os arranjos familiares em Mato Grosso do Sul, totalizando 97.461 famílias (12,6%).
Entre essas mulheres, a maior parcela é composta por aquelas sem instrução ou com apenas o ensino fundamental incompleto, somando 34.644 (35,5%).
Apesar disso, destaca-se que o percentual de mães solteiras que possuem nível superior (17,6%) é maior que o observado entre os homens na mesma condição (13,4%), o que indica avanços na escolarização feminina mesmo em contextos de maior vulnerabilidade familiar.
Famílias únicas
Após uma década de queda, a proporção de famílias únicas — aquelas compostas por apenas um núcleo familiar — voltou a crescer em Mato Grosso do Sul. De acordo com os dados, o percentual passou de 87,5% em 2000 para 86,1% em 2010, registrando uma leve redução. No entanto, em 2022, o índice subiu para 90,3%, superando os níveis anteriores.
Por outro lado, as chamadas famílias conviventes, formadas por mais de um núcleo familiar no mesmo domicílio, apresentaram trajetória oposta. Elas aumentaram de 12,5% em 2000 para 13,9% em 2010, mas caíram em 2022, registrando uma redução de 4,2 pontos percentuais.


