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Imasul se cala e vereadora apela a Brasília para salvar lago do Mimoso

Plantas aquáticas invadiram o lago depois da ativação de megafábrica de celulose. Por isso, vereadora da Ribas do Rio Pardo acionou a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente

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Quase cinco meses depois de acionar o  Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) em busca de explicações para a repentina proliferação de plantas aquáticas no lago da hidrelétrica Assis Chateaubriandt, mais conhecida como Usina do Mimoso, a vereadora Jaqueline Arimura (PT), de Ribas do Rio Pardo, enviou nesta semana um pedido de socorro à ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, para tentar salvar o rio. 

Conforme a vereadora, em 16 de maio ela e outros dois vereadores foram até a barragem e constaram a grande quantidade de plantas aquáticas, algo nunca antes visto nos mais de 54 anos de existência da represa. Porém, segudo ele, de lá para cá a situação tomou proporções inimagináveis. 

Quatro dias depois, todos os vereadores aprovaram um requerimento enviado ao Imasul solicitando análise da água e soluções para que a proliferação das plantas fosse estancada. Até agora, porém, os vereaodres, segundo ela, não obtiveram resposta e por conta deste silêncio das autoridades locais ela resolveu apelar a Brasília. 

Atualmente, de acordo com vídeos e reclamações que ela diz estar recebendo, o problema está muito mais grave e o lago de 1,5 mil hectares está praticamente todo tomado pela vegetação.

Estas plantas, conforme explicou durante um pronunciamento na Câmara, somente crescem porque a água está poluída com nutrientes que servem de alimento para a vegetação. As plantas, explica, retiram a poluição da água, mas por outro lado impedem a oxigenação da água e acabam impedindo a procriação dos peixes. 

Em nenhum momento ala cita o fato de esta infestação ter começado quase um ano depois da ativação da fábrica de celulose da Suzano, que diariamente despeja no Rio Pardo em torno de 180 milhões de litros de dejetos provenientes do processo de industrialização das 2,55 milhões de toneladas de celulose que produz por ano. O volume de dejetos praticamente equivale a todo o esgoto coletado e tratado em Campo Grande.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Jaime Verruck, em entrevista na última segunda-feira (6), atribuiu a proliferação das plantas à falta de chuvas. Ele garante que os dejetos despejados pela fábrica de celulose estão dentro dos padrões exigidos pela legislação. 

A Suzano também garantiu, em nota enviada ao Correio do Estado, que faz um tratamento até mais rigoroso que aquele exigido pelas normas vigentes. Porém, nem o secretário nem a Suzano negam que a fábrica tenha relação com a proliferação das plantas, já que se limitam a informar que os dejetos estão dentro do padrão. 

Não informam se este "padrão" efetivamente significa a filtragem dos dejetos a tal ponto que esta depuração possa evitar que material orgânico ou químico chegue ao lago, que começa cerca de cinco quilômetros abaixo do local onde ocorre o despejo do esgoto produzido pela megafábrica. 

Embora a vereadora não cite a Suzano e o próprio secretário estadual de meio ambiente isente a empresa, representantes  da indústria tem participado de reuniões tanto com técnicos do Imasul quanto com autoridades municipais em busca de uma solução para o problema. Ou seja, se houvesse a certeza de que a indúnstria não tem relação com o problema, não haveria razões para que acompanhasse a busca de soluções.

LIMPEZA

O Imasul já determinou que a empresa controladora da usina, a Elera Renováveis, aumente a vazão de suas comportas para despachar parte da vegetação. Além disso, segundo o secretário Jaime Verruck, foi intimada a retirar do lago o excesso de plantas. 

Isso, porém, será o mesmo que enxugar gelo, entende a vereador que está depositando suas esperanças na ministra Marina Silva. "O problema não são as algas e as plantas. O problema é a água poluida", argumenta a parlamentar petista. 

 Jaquelinine Arimura estEve na represa em maio, no início do problema

A barragem da hidrelétrica fica a cerca de 40 quilômetros abaixo do local onde a fábrica de celulose capta a água e despeja os rejeitos. Porém, em torno de cinco quilômetros depois deste ponto a correnteza já diminui por conta do represamento do Rio Pardo. 

A usina tem capacidade para gerar até 29,5 MW de energia. Nesta época do ano, porém, por conta da escassez de chuvas, a geração cai e quantidade de água nova que chega ao lago diminui, o que aumenta a quantidade de poluentes que são represados no lago e que servem de alimento para as plantas aquáticas. 

Além de ser utilizado para a geração de energia, o lago também serve para irrigação de lavouras e era bastante utilizado para competições aquáticas e para pescarias. Por conta da proliferação das plantas, porém, praticamente tudo está suspenso, 

O QUE DIZ A ELERA

Após a publicação da reportagem, nesta segunda-feira (13) a Elera enviou nota informando que:

"A Usina Hidrelétrica Assis Chateaubriand (Pantanal Energética LTDA), localizada no município de Ribas do Rio Pardo (MS), realiza monitoramentos periódicos conforme os protocolos operacionais e condicionantes previstos no Plano Básico Ambiental (PBA) e em sua Licença de Operação.

No início deste ano, identificou-se no reservatório da Usina, na região do barramento, uma concentração elevada de macrófitas (plantas aquáticas) flutuantes. Desde então, a empresa tem adotado uma série de medidas para preservar o funcionamento adequado da usina hidrelétrica e mitigar os impactos na operação, que cumpre integralmente as diretrizes ambientais estabelecidas. Os monitoramentos seguem os termos aprovados pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), com relatórios enviados regularmente ao órgão, que atua com a empresa no processo.

A presença das macrófitas, principalmente as fixas, é natural em sistemas aquáticos e pode trazer benefícios ao ecossistema, como abrigo e alimentação para fauna aquática. O que se observa atualmente na UHE Assis Chateaubriand é o acúmulo significativo de espécies flutuantes, embora ainda dentro dos limites técnicos de controle inferiores a 25%.

Visando mitigar a concentração dessas plantas e garantir a sustentabilidade do ecossistema local e o funcionamento pleno da usina, a empresa solicitou previamente autorização ao IMASUL para realizar o vertimento controlado do reservatório. O processo seguiu os trâmites legais no órgão, que autorizou formalmente a ação por ofício em 2 de outubro. A empresa conduzirá a medida de forma controlada, garantindo o equilíbrio ambiental."

(Reportagem edita às 08:07 do dia 13 de outubro, para acréscimo da nota retorno da Elera)

Rede Limpa

Nova etapa de operação retira 24 mil metros de fios irregulares no Centro

Foco foi no trecho considerado o mais crítico em relação à fiação irregular e força-tarefa também deve ser expandida para bairros

07/12/2025 17h00

Cerca de 24 quilômetros de fios irregulares foram retirados do Centro de Campo Grande

Cerca de 24 quilômetros de fios irregulares foram retirados do Centro de Campo Grande Foto: Divulgação / PMCG

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Em nova do Projeto Rede Limpa, cerca de 24 mil metros de cabos irregulares foram retirados de postes na região central de Campo Grande, neste domingo (7). Na primeira etapa da operação, realizada no dia 27 de novembro, foram retirados 15 mil metros de fios irregulares

Conforme a prefeitura, o foco foi no trecho considerado o mais crítico em relação à fiação irregular, sendo o quadrilátero central, formado pelas avenidas Mato Grosso e Afonso Pena e pelas ruas Calógeras e 13 de Maio.

A área foi escolhida após mapeamento técnico da concessionária de energia elétrica, a Energisa, que apontou que o local apresentou maior quantidade de instalações irregulares.

O ponto de partida da ação foi o cruzamento das ruas Treze de Maio e Barão do Rio Branco, às 7h. Os serviços se estenderam ao longo de todo o dia, com intervenções em 79 postes, sendo 28 na rua Treze de Maio, 35 na Calógeras e 16 na Afonso Pena.

A força-tarefa ainda terá outras etapas e deverá ser expandido para outros bairros de Campo Grande, embora ainda não haja cronograma definido.

Conforme a prefeitura, as ações ocorrerão de forma planejada, priorizando as áreas com maior concentração de irregularidades e risco à população.

Para o presidente do Conselho Regional do Centro, João Matos, a iniciativa atende a uma demanda histórica de comerciantes e moradores.

“O excesso de fios sempre foi uma preocupação no centro, tanto pela segurança quanto pelo impacto visual. Essa ação é muito bem-vinda e traz resultados concretos para quem vive e trabalha aqui”, afirmou.

A prefeita Adriane Lopes afirmou que o objetivo da retirada da fiação irregular não é apenas uma questão estética.

"O Rede Limpa é, sobretudo, uma ação de segurança e organização urbana. Estamos cuidando da cidade, prevenindo riscos e garantindo mais tranquilidade para quem circula pelo centro”, afirmou.

Adriana Ortiz, representante da Agência Estadual de Regulação (Agems), disse que a ação também tem caráter regulatório e de fiscalização.

“Essa operação é resultado de um trabalho técnico e integrado, que busca garantir que as normas sejam cumpridas e que os serviços prestados à população ocorram com segurança e qualidade”, declarou.

Já o gerente da Energisa, Moacir Costa, explicou que todas as operadoras foram previamente comunicadas com antecedência sobre a realização da ação deste domingo.

“As empresas credenciadas junto à Energisa foram notificadas antes da primeira etapa e novamente comunicadas nesta semana. O objetivo é corrigir irregularidades e organizar a ocupação dos postes de forma adequada e segura”, pontuou.

Primeira etapa

Na primeira etapa do projeto, foram vistoriados 43 postes, com a retirada de cerca de 15 mil metros de fios irregulares, um resultado considerado positivo.

A ação dessa fase teve início no quadrilátero formado pelas avenidas Mato Grosso, 13 de Maio, Afonso Pena e Calógeras. Também foram incluídas ruas internas como 14 de Julho, Antônio Maria Coelho, Maracaju, Marechal Rondon, Dom Aquino e Barão do Rio Branco.

Foram atendidos 21 postes na Rua 13 de Maio e 22 na Avenida Calógeras. Em média, foram removidos cabos de 12 pontos por poste. As equipes iniciaram os trabalhos às 22h, horário escolhido para minimizar impactos no trânsito e na circulação de pedestres.

Após a limpeza dos postes, haverá rondas preventivas pelas forças de segurança para evitar novas ligações clandestinas.

A operação contou com a participação da Agência Estadual de Regulação (Agems) e da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Especial de Articulação Regional (Sear), Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semades), Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e Guarda Civil Metropolitana (GCM).

boletim

Mortes por aids caem 4% no período de um ano em MS

Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta que há 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids no Estado

07/12/2025 14h30

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes Foto: Breno Esaki / Agência Saúde-DF

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O número de mortes por aids teve queda de 4,1% em Mato Grosso do Sul no comparativo entre 2023 e 2024. Boletim epidemiológico 2025, com ano-base 2024, foi divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde e aponta que em 2023 foram 172 óbitos pela doença no Estado, passando para 165 em 2024.

Ainda conforme a Pasta, o resultado acompanha a tendência nacional. O País reduziu 13% os óbitos por aids no período, passando de mais de 10 mil para 9,1 mil, o menor número em três décadas.

Considerando o número de casos, foram registrados 788 em Mato Grosso do Sul no ano passado. O Estado contabiliza ainda 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que o resultado reflete os avanços em prevenção e diagnóstico, com terapias de ponta que atualmente são capazes de tornar o vírus indetectável e intransmissível e que estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Alcançamos o menor número de mortes por aids em 32 anos. Esse resultado só foi possível porque o SUS oferece gratuitamente as tecnologias mais modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Os avanços também permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública”, afirmou Padilha.

Os casos de aids no Brasil também apresentaram redução no período, com queda de 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil no último ano, conforme o boletim epidemiológico.

No componente materno-infantil, o País registrou queda de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). O início tardio da profilaxia neonatal caiu 54%.

Em todo o Brasil, há 68,4 mil pessoas que vivem com o vírus HIV ou aids, mantendo a tendência de estabilidade observada nos últimos anos.

O País manteve a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência da infecção em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos.

O país também atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Isso significa que o país interrompeu a infecção de bebês durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Os resultados estão em linha com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Prevenção, diagnóstico e tratamento

O Brasil adota a estratégia de Prevenção Combinada, que reúne diferentes métodos para reduzir o risco de infecção pelo HIV.

Antes centrada principalmente na distribuição de preservativos, a política incorporou ferramentas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que reduzem o risco de infecção antes e depois da exposição ao vírus.

Desde 2023, o número de usuários da PrEP cresceu mais de 150%, resultado que fortaleceu a testagem, aumentou a detecção de casos e contribuiu para a redução de novas infecções. Atualmente, 140 mil pessoas utilizam a PrEP diariamente.

Para dialogar com o público jovem, que vem reduzindo o uso de preservativos, o Ministério da Saúde lançou camisinhas texturizadas e sensitivas, com a aquisição de 190 milhões de unidades de cada modelo.

No diagnóstico, houve expansão na oferta de exames com a aquisição de 6,5 milhões de duo testes para HIV e sífilis, 65% a mais do que no ano anterior, além da distribuição de 780 mil autotestes, que facilitam a detecção precoce e o início oportuno do tratamento.

O SUS mantém oferta gratuita de terapia antirretroviral e acompanhamento a todas as pessoas diagnosticadas com HIV.

Mais de 225 mil utilizam o comprimido único de lamivudina mais dolutegravir, combinação de alta eficácia, melhor tolerabilidade e menor risco de efeitos adversos a longo prazo.

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