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Perigo no Campo

Intoxicações por agrotóxicos dobram em Mato Grosso do Sul

Recorde: total de casos registrados em 2023 pela Secretaria de Saúde foi o maior dos últimos 10 anos

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Em dois anos, mais que dobrou o volume de intoxicações de humanos no campo por agrotóxicos em Mato Grosso do Sul. Conforme relatório da Secretaria de Estado de Saúde (SES) ao qual o Correio do Estado teve acesso, os casos de intoxicações no uso agrícola de agrotóxicos saltaram de 73 em 2021 para 152 em 2023.

O mesmo relatório indica que, considerando as intoxicações verificadas em Mato Grosso do Sul nos últimos 10 anos, 2023 teve o maior volume de intoxicações gerais, com 370 casos.

Os municípios de Paraíso das Águas, Costa Rica, Paranaíba, Aral Moreira e Fátima do Sul, nessa ordem, são os que proporcionalmente têm mais intoxicações.

Conforme o relatório da SES, das 370 notificações realizadas no ano passado em todo o Estado de Mato Grosso do Sul, 152 foram de agrotóxicos de uso agrícola, 74 de agrotóxicos de uso doméstico, 17 de agrotóxicos de uso em saúde pública. Ainda houve 45 notificações por produtos veterinários e 82 por raticidas.

Ao longo dos últimos 10 anos, foram, ao todo, 2.745 notificações de intoxicações por agrotóxicos em Mato Grosso do Sul.

“Neste período, destacaram-se os agentes tóxicos: agrotóxico de uso agrícola, com 908 notificações, e raticidas, com 799 notificações. Estes representam um total de 62% das notificações de intoxicação por agrotóxicos nos últimos dez anos no estado”, informa o relatório da SES.

O ano de 2016 teve o menor volume de intoxicações dos últimos 10 anos, com 54 casos registrados no campo por agrotóxicos de uso agrícola, e 190 no total, considerando uso doméstico, saúde pública, veterinário e raticidas.

Municípios

O setor de Vigilância Sanitária e Epidemiológica da SES ainda verificou os municípios de Mato Grosso do Sul com maior incidência de agrotóxicos.

Uma das menores cidades do Estado, Paraíso das Águas, aparece com a maior incidência de intoxicações de Mato Grosso do Sul, com uma taxa de 471,8 casos por 100 mil habitantes. Na cidade, moram 5.510 pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Costa Rica aparece em segundo lugar, com uma taxa de incidência de 326,4 intoxicações por agrotóxicos para cada 100 mil habitantes, seguida por Paranaíba, com uma taxa de 322,2 habitantes. Em Aral Moreira, a taxa é de 288,4 por 100 mil habitantes, e em Fátima do Sul, de 257,1.

Denúncia em Dourados

Há pouco mais de 1 ano, o Correio do Estado denunciou a contaminação de indígenas da atnia guarani-kaiowa por agrotóxicos. A denúncia era de que os 13 mil moradores das aldeiras Jaguapiru e Bororo estavam exposto à contaminação por agrotóxico, além de expostos à segregagação.  

O vetor do problema era a Fazenda Caiuaná, de 384 hectares, que pertence à Missão Evangélica Caiuá e está arrendada a terceiros para o plantio de soja e milho.

Na época, ironicamente, erra era a ONG  que tinha convênios ativos com a União no valor de R$ 2 bilhões para prestar assistência de saúde a 291,6 mil indígenas em todo o Brasil, 73 mil deles em Mato Grosso do Sul.

Os relatos eram de mortes de animais de indígenas que vivem em casas imediatamente vizinhas à aldeia. Também há queixa dos guarani-kaiowá de que os defensivos agrícolas teriam causado cegueira na moradora da aldeia Jaguapiru Elza Gonçalves Benites, de 72 anos.

Vizinha à aldeia Jaguapiru, a Fazenda Caiuaná está localizada em frente à aldeia Bororo, na rodovia MS-156, que liga as cidades de Dourados e Itaporã. Com um contrato de arrendamento ativo desde 2018, gerou uma renda de R$ 1,34 milhão no ano passado, resultado da colheita de 7.864 sacas de soja repassadas pelos arrendatários. 

Anos de Flexibilização

No ano passado, o volume de liberações de agrotóxicos caiu depois de sete anos seguidos de alta. Os dados são da Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA) do Ministério da Agricultura.

No primeiro ano de mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram aprovados 555 produtos, queda de 15% em relação a 2022, ano em que o país liberou 652 novos produtos chamados pela indústria de defensivos agrícolas, recorde para a série histórica iniciada há quase 25 anos.

Apesar da redução, a quantidade de aprovações em 2023, primeiro ano de mandato de Lula, foi a terceira maior da série. Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022, foram 2.182 agrotóxicos liberados.

Seguindo a tendência dos últimos anos, a maioria dos pesticidas aprovados são genéricos (520), ou seja, “cópias” de princípios ativos inéditos — que podem ser feitas quando caem as patentes — ou produtos finais baseados em ingredientes já existentes no mercado. Os outros 35 produtos são inéditos.

Município Taxa de incidência (100 mil hab)

  • Paraíso das Águas 471,8
  • Costa Rica 326,4
  • Paranaíba 322,2
  • Aral Moreira 288,4
  • Fátima do Sul 257,1
  • Ivinhema 251,6
  • Alcinópolis 242,4
  • Nova Andradina 234,7
  • Figueirão 226
  • Nioaque 211,8
  • Amambai 211
  • São Gabriel do Oeste 199,4
  • Cassilândia 190,5
  • Sonora 186
  • Laguna Carapã 176,4
  • Chapadão do Sul 174,2
  • Vicentina 173,6
  • Caarapó 173,1
  • Três Lagoas 152,8
  • Antônio João 150,4

 

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JUSTIÇA FEDERAL

Homem é condenado por transportar 11 toneladas de agrotóxicos proibidos no Brasil

Produtos eram de origem paraguaia e foram apreendidos em Maracaju em 2022; Três anos depois, ele foi condenado pela Justiça Federal

06/04/2025 18h00

Carga ilegal era oriunda do Paraguai e foi apreendida em Maracaju, em 2022

Carga ilegal era oriunda do Paraguai e foi apreendida em Maracaju, em 2022 Foto: Arquivo / DOF

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A 2ª Vara Federal de Dourados condenou um homem a dois anos e oito meses de prisão, além do pagamento de multa, por transportar 11 toneladas de agrotóxicos que tem comercialização proibida no Brasil e por realizar atividade clandestina de telecomunicação.

A apreensão ocorreu no dia 18 de janeiro de 2022, quando policiais do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), durante patrulhamento nas imediações de Maracaju, abordaram um caminhão que estava estacionado em frente a uma empresa de Silo.

O motorista demonstrou nervosismo e respostas desconexas, levantando a suspeita dos policiais, que fizeram uma vistoria no caminhão e constataram que ele estava carregado com 11.030 quilos de agrotóxicos de origem paraguaia, sem documentação comprobatória de regular importação. 

Dentre as marcas estavam Tecnoquat, Only 75 W e Difter Max, que são substâncias nocivas ao meio ambiente e à saúde humana, e cuja importação é proibida por não ter o exigido registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Diante do flagrante, o motorista admitiu que foi contratado para transportar a carga de agrotóxicos, tendo recebido o caminhão já carregado e Ponta Porã em um posto de gasolina e iria levar até um outro posto de gasolina, na saída de Maracajú.

O suspeito disse ainda que receberia R$ 1,5 mil pelo transporte e que  havia um veículo fazendo o trabalho de batedor, sendo feita a comunicação entre eles via rádio.

No veículo, também foi encontrado um rádio transceptor para comunicação com o batedor de estrada. 

Condenação

No julgamento, o réu confessou serem verdadeiros os fatos narrados na denúncia.

O boletim de ocorrência, termo de apresentação e apreensão, laudo forense e depoimento de testemunha comprovaram a autoria e materialidade dos crimes. 

A defesa, em alegações finais, requereu a atipicidade da conduta, e afirmou que o réu confessou o delito.

Assim, pediu a aplicação da pena mínima legal, com a conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos e o direito de recorrer em liberdade.

O juiz federal Vitor Henrique Fernandez, porém, afirmou que a conduta descrita na denúncia é a de que o acusado concorreu para a importação e transportou agrotóxicos e afastou a tese defensiva de ausência de tipicidade da conduta.

“Tem-se que o conjunto probatório é harmônico e comprova que o acusado com vontade e consciência concorreu para a importação e transportou agrotóxicos sem a observância das determinações legais. Também se utilizou de rádio transceptor para realizar telecomunicações sem autorização”, disse o juiz.

Por se tratar de condenação de primeiro grau, ainda cabe recurso.

Concurso

Inscrições para professor substituto do IFMS com salário de até R$ 9 mil terminam dia 13

Os candidatos precisam ter formação mínima para a vaga pretendida e atender aos demais requisitos do edital do concurso.

06/04/2025 17h44

Provas serão realizadas dia 26 de abril

Provas serão realizadas dia 26 de abril Divulgação/IFMS

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O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul está com as inscrições abertas para o processo seletivo de professor substituto em diversas áreas de ensino para trabalhar no campus de Campo Grande. O salário pode chegar a R$9 mil reais dependendo do título do candidato selecionado e a carga horária é de 40 horas semanais. 

Os candidatos precisam ter formação mínima para a vaga pretendida e atender aos demais requisitos do edital do concurso. A taxa de inscrição é de R$50 e deve ser paga em agências do Banco do Brasil até o dia 14 de abril. 

O edital ainda informa que os interessados não podem estar ocupando nenhum cargo de dedicação exclusiva, além de não ter atuado como professor substituto nos últimos dois anos ou participar de sociedade privada como administrador ou sócio gerente. 

Serão aplicadas provas didáticas e de títulos, previstas para acontecer no dia 26 de abril, às 8h. As duas etapas são eliminatórias e classificatórias. O esperado é que o resultado preliminar da seleção seja divulgado no dia 28 de abril. 

O contrato poderá ser estendido até o limite de 2 (dois) anos, de acordo com a necessidade do órgão e as convocações acontecem a partir da publicação no Diário Oficial da União (DOU). 

Vagas

Estão abertas as seguintes vagas:

  • Administração – Exige ser Bacharel em Administração ou Administração Pública (1)
  • Elétrica/Eletrotécnica – Exige graduação em Engenharia Elétrica; Engenharia Eletrônica; Engenharia Eletrotécnica; Engenharia de Controle e Automação; Engenharia de Telecomunicações ou Engenharia Mecatrônica (1)
  • Engenharia Mecânica – Exige graduação em Engenharia Mecânica; Engenharia de Energia; Engenharia de Controle e Automação; Engenharia Mecatrônica; ou Tecnólogo em Mecânica (1)
  • Física– Exige licenciatura em Física ou em Ciências, com habilitação em Física ou em Ciências – Existe graduação na área de Exatas, com habilitação em Física (1)
  • História – Exige licenciatura em História (1)
  • Matemática – Exige licenciatura em Matemática (1)
     

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