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Investigada por corrupção, empreiteira de Patrola está na iminência de ser despejada

Ligada à maçonaria, Funlec já tem mandado para retomar sede das empresas de Patrola, que aluga máquinas para o poder público

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O empreiteiro André Luiz dos Santos, o André Patrola, corre contra o tempo para não ser despejado do terreno de 36,4 mil m² localizado na Avenida Ministro João Arinos, em Campo Grande, onde funciona suas empresas A.L. dos Santos e Cia e a ALS Transportes, detentoras de contratos milionários com a Prefeitura de Campo Grande e com o governo do Estado.

Um processo de despejo por falta de pagamento do aluguel do terreno, que pertence à Fundação Lowtons de Educação e Cultura (Funlec), entidade ligada à maçonaria, está transitado em julgado, quando não há mais recursos, e um mandado de despejo foi emitido no dia 1º.

Desde então, Patrola busca meios jurídicos para permanecer com a posse da área, que ocupa há aproximadamente 10 anos, desde que sua empreiteira era uma empresa modesta. Mais recentemente, ele ingressou com uma ação de manutenção de posse contra a Funlec, a qual a acusa de turbação de sua posse.

Patrola afirma, em sua defesa, que o que o mantém no terreno, onde guarda dezenas de caminhões e máquinas que prestam contratos para o poder público – muitos deles alvos de investigação por suspeita de crimes como lavagem de dinheiro e corrupção –, é um contrato de compra e venda do terreno, em que o empreiteiro teria adiantado uma quantia de R$ 500 mil para sua aquisição.

No Judiciário, Patrola já coleciona a segunda derrota em menos de 15 dias. O pedido para antecipar a tutela na ação em que pleiteia continuar na posse do terreno foi negado pelo juiz Flávio Saad Peron, da 16ª Vara Cível de Campo Grande.

O magistrado não viu motivos para atender à solicitação do empreiteiro, que até chegou a falar em retenção das benfeitorias feitas no imóvel. Peron ainda ressaltou que, quando há benfeitorias, as mesmas devem ser tratadas na ação de despejo, e não em um novo processo.

O Judiciário ainda não conseguiu entregar o mandado de despejo referente à outra ação para Patrola, e por isso ele continua no imóvel onde está localizada a sede de suas empreiteiras.

Enquanto isso, o advogado de Patrola, Fábio de Melo Ferraz, tenta um último recurso processual para manter seu cliente com a posse: um embargo de declaração. Tal recurso é ajuizado quando há algo que não está claro ou devidamente justificado na decisão terminativa do magistrado. Grosso modo, seria uma forma de pedir para o juíz explicar melhor, isto é, recordar os pedidos feitos, para, quem sabe, ele muda de ideia.

O advogado de Patrola relata ao juiz que pediu a retenção das benfeitorias na outra ação, aquela já julgada, e ainda afirma que o cliente dele já pagou R$ 500 mil à Funlec. Além disso, alega que não cabe reitegração de posse a quem tem obrigação de restituir valores.

Despejo na contramão

Por um lado, enquanto Patrola é alvo de um despejo iminente, por outro ele deseja que outras pessoas sejam despejadas de seus imóveis.

Ele quer que as duas irmãs do ex-prefeito Marquinhos Trad e do senador Nelsinho Trad sejam despejadas dos apartamentos de luxo localizados no Jardim dos Estados que estão em seu nome. 

No caso de Leandro Mazina, cunhado dos dois políticos, não houve acolhimento do pedido de tutela antecipada. Já no processo contra Maria Thereza Trad houve mandado de despejo.

Investigações

As empreiteiras de Patrola ganharam força justamente na gestão de Marquinhos Trad. Atualmente, André Patrola, apenas com a A.L. dos Santos Ltda., tem 2,5 milhões em contratos com a prefeitura. No ano passado, o governo de Mato Grosso do Sul pagou R$ 32,4 milhões para a mesma empreiteira. Ela tem acordos para a manutenção de vias estaduais no Pantanal.

Mas o esquema do qual Patrola faz parte e que foi investigado na Operação Cascalhos de Areia, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), pode ser muito mais amplo, porque não envolve apenas empresas em seu nome, mas em nomes de laranjas. Os alvos são contratos do esquema em que Patrola é suspeito de integrar com o município de Campo Grande.

As empresas investigadas, além das duas de Patrola, são a Engenex Construções e Serviços, a MS Brasil Comércio e Serviços e a JR Comércio e Serviços.

A JR Comércio e Serviços pertence a Adir Paulo Fernandes, que também foi alvo da operação. Os donos da Engenex, Edcarlos Jesus da Silva e Paulo Henrique da Silva Maciel, também foram submetidos a mandados de busca e apreensão. Edcarlos ainda é dono da MS Brasil Comércio e Serviços.

No período das investigações, o MPMS chegou a identificar R$ 405,1 milhões em contratos sob suspeita envolvendo todas as empresas citadas. Desses, R$ 224,7 milhões em serviços eram prestados pela empresa JR em nome de um motorista que disse sobreviver com a venda de queijos e que tem uma renda de dois salários mínimos e meio por mês (aproximadamente R$ 3 mil).

As empresas ainda continuam com contratos vigentes na prefeitura da Capital. A MS Brasil, por exemplo, assinou em 13 de dezembro de 2023 um novo contrato para a locação de máquinas e veículos para o Executivo de Campo Grande. A previsão é de que ela fature até R$ 13.389.556,80 por ano.

Cidades

Após deixar presídio, Brazão ja cumpre prisão domiciliar em casa

De acordo com informações inicias, Brazão já está em sua residência na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro

13/04/2025 12h00

Após deixar presídio de Campo Grande, Brazão cumpre prisão domiciliar em sua casa no RJ

Após deixar presídio de Campo Grande, Brazão cumpre prisão domiciliar em sua casa no RJ Divulgação STF

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O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por ser apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, já está em sua residência na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro, cumprindo prisão domiciliar. As informações são do portal CNN.

Após 385 dias detido na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), Brazão deixou a unidade na tarde de sábado (12), após o ministro Alexandre de Moraes autorizar a substituição da prisão preventiva pelo regime domiciliar. A decisão foi motivada por um laudo médico que apontou agravamento em seu quadro de saúde, incluindo doenças cardíacas, diabetes, hipertensão, insuficiência renal e episódios de angina. 

A defesa do parlamentar havia solicitado a prisão domiciliar alegando que o sistema prisional não oferecia condições adequadas para o tratamento de suas comorbidades, especialmente a necessidade de uma cirurgia cardíaca.

Agora em casa, Brazão está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e deve cumprir uma série de restrições impostas pelo STF, como a proibição de acessar redes sociais, conceder entrevistas à imprensa, receber visitas que não sejam de familiares ou advogados, e manter contato com outros investigados no caso Marielle.

Paralelamente, a defesa do deputado enfrenta duas frentes jurídicas: busca barrar o processo de cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados e tenta sua absolvição no processo criminal que tramita no STF, também sob relatoria do ministro Moraes.

Durante o período em que esteve preso em Campo Grande, a família do parlamentar ficou hospedada em um hotel na cidade e retornou com ele ao Rio de Janeiro neste domingo (13).

Prisão em Campo Grande 

Chiquinho Brazão chegou a Campo Grande em 27 de março de 2024, após ser transferido do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande. A transferência ocorreu três dias após sua prisão, em 24 de março de 2024, sob a acusação de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018 no Rio de Janeiro.

A decisão de transferi-lo para Campo Grande visava separá-lo de seu irmão, Domingos Brazão, também acusado no caso e enviado para o presídio federal de Porto Velho. Essa estratégia tinha como objetivo evitar comunicação entre os investigados e facilitar as investigações. 

Durante sua permanência em Campo Grande, Chiquinho Brazão enfrentou problemas de saúde, incluindo hipertensão, diabetes e doenças cardíacas. Em fevereiro deste ano, ele foi submetido a um cateterismo no Hospital do Coração, na capital sul-mato-grossense, com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Caso Marielle Franco

O deputado chegou no final da manhã de 27 de março de 2024 a Campo Grande, onde ficou preso no presídio federal da Capital, em uma cela de 7 m².

Ele é acusado de ter sido um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

O parlamentar foi preso no dia 24 de março de 2024, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre o crime.

Além dele, seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, também foram presos.

Acusações

Após as delações de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz (que dirigiu o veículo que levou o atirador), a Polícia Federal concluiu que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão contrataram o ex-policial militar Ronnie Lessa para executar a vereadora Marielle Franco, em 2018. O motorista dela, Anderson Gomes, também foi morto.

Para a PF, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que tem ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio.

Segundo a PF, Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, “planejou meticulosamente” o crime.

Conforme o relatório, as tratativas ocorreram de forma clandestina e em breves encontros, em locais desertos.

A primeira reunião ocorreu em 2017, quando, segundo a PF, os irmãos Brazão contrataram Edmilson Macalé, um miliciano que atua na Zona Oeste do Rio. Foi ele quem convidou Ronnie Lessa para participar do crime.(Com agências)

**Com Laura Brasil**

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Cidades

Carreta carregada com toras de eucalipto tomba na MS-134

Acidente aconteceu no fim da tarde deste sábado (12); motorista foi encaminhado ao hospital com traumatismo craniao

13/04/2025 11h30

Carreta carregada com toras de eucalipto tomba na MS-134

Carreta carregada com toras de eucalipto tomba na MS-134 Divulgação

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Um rodotrem que transportava toras de eucalipto tombou na noite deste sábado (12), na rodovia MS-134, no trecho que liga Nova Andradina a Batayporã. O acidente aconteceu próximo à entrada do Jardim Tropical, em Nova Andradina.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar, que atendeu a ocorrência, o acidente ocorreu por volta das 18h. No momento do chamado, os socorristas enfrentaram dificuldades para chegar até o local devido a um grande engarrafamento na rotatória que dá acesso a Batayporã.

No local, os bombeiros encontraram o rodotrem tombado, interditando totalmente a pista. As toras de eucalipto se espalharam pela via, agravando ainda mais a situação.

A única vítima do acidente foi o motorista do veículo, um homem de 60 anos. Ele sofreu um traumatismo cranioencefálico (TCE) leve e apresentava dores nos membros inferiores. Após os primeiros atendimentos, foi encaminhado ao Pronto-Socorro do Hospital Cassems para avaliação médica.

A Polícia Militar Rodoviária (PMR) esteve no local, sinalizou a via e organizou o tráfego, liberando o trânsito pela contramão da pista oposta. No momento do acidente, chovia intensamente, o que pode ter contribuído para o ocorrido.

A remoção do veículo e a limpeza da pista devem ocorrer apenas neste domingo (13), devido à dificuldade de acesso, à baixa visibilidade noturna e à necessidade de retirada das toras espalhadas.

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