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RODOVIA

Investimento na BR-163 deve ficar para 2025

São previstos R$ 12 bilhões, mas atualmente, a concessionária só faz obras pontuais como novo viaduto e alguns retornos

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Sem uma data certa para aprovar as regras do acordo de solução consensual para a concessão da BR-163, o Tribunal de Contas da União (TCU) vai frustrar os planos dos governos estadual e  federal em garantir ainda para este ano a retomada dos investimentos a serem feitos pela MSVia na rodovia, previstos em R$ 12 bilhões.

Atualmente, a concessionária só faz obras pontuais, como o novo viaduto em Dourados, a manutenção do asfalto e alguns retornos. 

A própria Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) teve de alterar o seu cronograma para assinatura do  contrato de repactuação da concessão da BR-163, planejado no ano passado, quando o processo da solução consensual começou a ser analisado pela Corte. 

O órgão subordinado ao Ministério dos Transportes previu em julho que a assinatura só ocorrerá a partir de outubro.

Já o ministério estimava em abril, depois de sucessivas redefinições de novas datas, o que deve ocorrer novamente.

É que o processo em tramitação no TCU, desde setembro de 2023, nem tem data para ocorrer, como afirmou o ente administrativo responsável por fiscalizar as contas públicas. “Não há data prevista para que o processo seja apreciado em plenário.”, declarou a assessoria de comunicação.

Na semana passada, dia 26, é que foi enviado o processo ao relator para sua manifestação, que ficou sob responsabilidade do ministro Aroldo Cedraz, o mesmo que cuidado processo da repactuação do contrato da ferrovia Malha Oeste, este sem movimentação desde fevereiro.

A proposta chegou às mãos do ministro com o parecer do  Subprocurador-Geral Lucas Furtado, que ficou 12 dias analisando a proposta que já definiu os critérios do novo contrato após contestações e avais pontuais da MSVia, Ministério dos Transportes e da ANTT. Eles analisaram a Minuta de Termo de Autocomposição (termo técnico  do  documento que estabelece regras e condições do acordo que será assinado, dando fim à controvérsia), que já está elaborado desde 10 de junho.   

Sem esta definição, o início do investimento de R$ 12 bilhões, sendo R$ 2,3 bilhões em 2024, 2025 e 2056, com o novo contrato deixaram de ocorrer em agosto, na última  previsão dos poderes públicos estadual e federal. A primeira era janeiro, depois ficou para abril e por último em agosto. 

Em março, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, afirmou ao Correio do Estado que a partir do mês passado já deveria ter uma definição. “Após a manifestação do TCU é que se pode ter a assinatura do contrato.

Então, nesse momento, isso deve estar na iminência de sair. A gente já deve, nos próximos dois a três meses, ter essa solução, e caso o TCU dê seu parecer 100% favorável, as obras podem iniciar no meio de julho ou agosto”, declarou Verruck à época. 

Também o Governo federal não teve as suas expectativas atendidas. Em setembro do ano passado, o ministro dos Transportes, Renan Filho, e o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, apresentaram uma prévia do plano de investimentos para a BR-163, com previsão de iniciarem  no começo deste ano.

Além de aval do TCU, o Ministério dos Transportes ainda terá de levar à B3 (Bolsa de Valores) a concessão da BR-163 para leilão simplificado. Este procedimento é para dar condições de saber se alguma outra empresa oferece condições mais favoráveis ao apresentado na repactuação.

Nessa etapa, o Governo federal vai precisar vencer trâmite interno na B3 para viabilizar o certame, aí, então, o processo estará concluído.

DEMORA

O termo de relicitação foi assinado em 2021 e manteria a MSVia gerenciando a rodovia por até dois anos. Só que depois foram assinados mais dois termos que mantém a concessionária à frente da gestão da BR-163 até 2025.

No ano passado, o Governo federal tomou a decisão de refazer o contrato com a maioria das atuais concessionárias do país (incluindo a MSVia) por meio da repactuação com o argumento de que esta seria a melhor forma de manter os serviços aos usuários. 

Só que com este novo encaminhamento foram deixados de lado estudos  avançados do Ministério dos Transportes. A BR-163 foi dividida em dois lotes: Rota Pantanal (379 quilômetros , entre Campo Grande e divisa com o Mato Grosso) e a Rota Tuiuiu  (714 quilômetros, entre Campo Grande e divisa com o Paraná e trecho da BR-267, entre Bataguassu e divisa com São Paulo).

Saiba

Os estudos dessas  novas concessões preveem investimentos de R$ 19 bilhões nas rodovias, no prazo de 30 anos.

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RODOVIAS

Investimentos em rodovias de MS alcançam os R$ 249 mi em 2024

Os números levam em conta apenas a MS-306 e a MS-112, ambas administradas pela concessionária MS Way, divididos em R$ 107 milhões e R$ 142 milhões, respectivamente

23/12/2024 11h00

Trecho da MS-306 em Chapadão do Sul

Trecho da MS-306 em Chapadão do Sul Foto: Saul Schramm

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O governo estadual divulgou, nesta segunda-feira (23), o balanço anual de investimentos para melhorias na segurança e fiscalização das rodovias estaduais, mais especificamente na MS-306 e no sistema rodoviário MS-112/BR-158/BR-436, ambas administradas pela concessionária Way Brasil.

Segundo os dados fornecidos pelo executivo estadual, os investimentos ultrapassam a casa dos R$ 249 milhões, sendo R$ 107 milhões para a MS-306 e o restante (R$ 142 milhões) para a MS-112, que é integrada às BR-158 e BR-436. 

A MS-306, que se estende por 218 quilômetros, ligando Costa Rica a Cassilândia e passando por Chapadão do Sul, recebeu este ano 108,52 km de acostamento, 4,3 km de faixas adicionais, três obras de arte especiais com alargamento em pontos críticos e 12,3 km do contorno de Chapadão do Sul, obra inaugurada em outubro. Além das manutenções estruturais, também foram feitas fiscalizações no local.

Já os R$ 142 milhões para MS-112 (integrada às BR-158 e BR-436), que vai do entroncamento com a BR-158 (Três Lagoas) até o entroncamento com a BR-158 (Cassilândia), foram aplicados em microrrevestimento e recomposição de pista.

Pedágio novo e antigo

No dia 11 de fevereiro deste ano, cinco praças de pedágio, instaladas nas rodovias MS-112 e BR-158, iniciaram a cobrança. A tarifa básica, aplicada a veículos de passeio, é de R$ 12,90, com preços diferenciados para outras categorias.

O pagamento nas cabines manuais pode ser feito por meio de dinheiro, cartão de crédito e débito, Visa Vale Pedágio e DBTrans.

Há também pista de cobrança automática, com 5% de desconto no valor da tarifa. Para utilizar esta modalidade, o usuário deve se consultar as empresas que oferecem meio de pagamento eletrônico, como Conectcar, Greenpass, Sem Parar, Move Mais e Veloe.

Na MS-306, o pedágio já é cobrado desde abril de 2021, um ano depois do começo da sua privatização. Em cada uma das praças o motorista de carro de passeio é obrigado a desembolsar R$ 12,20, ou R$ 36,60 pela rodovia inteira. 

Isso equivale a R$ 0,1678 por quilômetro. Para efeito de comparação, na BR-163, onde existem em torno de 160 quilômetros duplicados, o valor do pedágio é de R$ 0,0851. Ou seja, o custo do pedágio na rodovia estadual é 100% maior. 

Dados - acidentes em MS

Segundo números do Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), fornecido pelo Governo Federal, de janeiro até agosto deste ano foram registrados 15.231 acidentes em rodovias no Mato Grosso do Sul, com 135 óbitos e uma taxa de mortalidade de 0,79%, além de terem deixado 28.852 feridos ou ilesos das pessoas envolvidas nos sinistros.

Mesmo sem os dados atualizados de setembro a dezembro, a série histórica (de 2018 a 2023) mostra que neste último trimestre do ano há, em média, 6.641 acidentes, cerca de 1.660 acidentes em cada um dos meses citados. Além disso, apresenta uma taxa de mortalidade alta, de 0,85%.

Essa alta do último trimestre em comparação com o restante do ano está diretamente relacionado com o aumento no tráfego neste período, muito em consideração com os feriados, como Natal e Ano Novo, que aumentam a taxa de viagens e, consequentemente, a de acidentes também.

Saiba

Em março do ano passado, o Governo do Mato Grosso do Sul e o Grupo Way Brasil assinaram o contrato de concessão da MS-112 e trechos das rodovias federais BR-158 e BR-436. A concessionária administra 412,8 quilômetros de estradas no Estado, que passam pelas cidades de Cassilândia, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Inocência, Selvíria e Três Lagoas, região nordeste do Estado.

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MAIS UM CASO

Mulher é morta com 10 facadas em aldeia de MS, 32º feminicídio de 2024

Suspeito de 23 anos foi preso em flagrante pela morte da esposa, de 22, longe cerca de 428 quilômetros da Capital de Mato Grosso do Sul

23/12/2024 10h32

Discussão inicial teria acontecido entre os dois já no caminho da aldeia, com o acusado pegando uma faca assim que chegaram na residência

Discussão inicial teria acontecido entre os dois já no caminho da aldeia, com o acusado pegando uma faca assim que chegaram na residência Reprodução/PCMS

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Com 2024 prestes a chegar ao fim, os números de feminicídio deste ano seguem em contagem com mais um mulher morta, aos 22 anos em uma aldeia indígena no interior de Mato Grosso do Sul, sendo a 32ª vítima desse crime desde janeiro. 

Informações repassadas pela Polícia Civil mostram que o crime, registrado na manhã de ontem (22), aconteceu na aldeia indígena Porto Lindo, que fica no município de Japorã, que fica aproximadamente 428 km de Campo Grande. 

Em nota, a PC evidencia que essa jovem, Cintia Martins, de 22 anos, foi morta pelo então companheiro, que é um ano mais velho que a vítima, após o casal sair de uma festa na noite anterior. 

O caso

Uma discussão inicial teria acontecido entre os dois já no caminho da aldeia, com o acusado pegando uma faca assim que chegaram na residência, enquanto a mulher teria ido se deitar na cama. 

Segundo narra a Polícia Civil, com a arma em mãos, foram vários golpes desferidos contra a mulher, que foi atingida na região da face, pescoço e tórax. 

Houve tentativa de socorro, com a mulher sendo levada até um hospital no município de Iguatemi, onde não conseguiu resistir aos ferimentos. 

Diante do crime, agentes policiais das delegacias tanto de Iguatemi quanto de Japorã foram acionados para localizar o suspeito, que foi preso em flagrante e confessou ter matado a mulher, indicando inclusive onde estava a arma usada.

Escalada de violência

Há menos de sete dias houve operação da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul, quando as autoridades ligadas à segurança pública notaram a elevação dos índices e agiram na intenção de "frear" esse avanço dos feminicídios no Estado. 

Na ocasião, mais de 50 homens estavam sob a mira das autoridades de segurança, procurados por crimes como: 

  • Feminicídios, 
  • Tentativa de feminicídios, 
  • Ameaça, 
  • Violência doméstica, etc. 

Além disso, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, dos quais 12 deles foram concentrados na Cidade Morena, sendo um único preso em Campo Grande por: violência doméstica e familiar, lesão corporal, ameaça e injúria. 

Desde a instituição da "Lei do Feminicídio" (n.º 13.104/2015), os números desse crime em Mato Grosso do Sul apresentam perfil oscilante, com o primeiro ano dessa legislação à época encerrando com 18 mulheres mortas. 

30º feminicídio registrado em 2024 foi a morte da mulher de 56 anos, identificada como Sueli Maria, assassinada ainda no último dia 17 de novembro, quando Mato Grosso do Sul alcançou o mesmo índice  que havia registrado no ano passado. 

Quando ainda restava pouco mais de um mês para o fim de 2024, em 28 de novembro, Mato Grosso do Sul já ultrapassava o total de feminicídios registrados no Estado em 2023, sendo Vanderli Gonçalves dos Santos a 31ª mulher morta em MS neste ano. 

 

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