Cidades

Infraestrutura

Investimentos da CCR na BR-163 devem ter início em janeiro

Governo do Estado, concessionária e ANTT reuniram-se para alinhar novo contrato de concessão, que agora segue para aprovação do Tribunal de Contas da União

Continue lendo...

Reunião realizada ontem, em Campo Grande, entre o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), e representantes da CCR MSVia e da direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), estabeleceu critérios para a repactuação do contrato de concessão entre a União e a empresa que seguirá responsável pela BR-163. A expectativa é de que os novos investimentos já comecem a ser feitos em janeiro de 2024.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), Hélio Peluffo, que também participou do encontro, serão investidos quase R$ 12 bilhões ao longo de 35 anos de contrato. 

A CCR MSVia teria mais 20 anos de contrato, porém, com esse novo acordo, o prazo será estendido por mais 15 anos, totalizando 35 anos. 

“Diluí esse investimento em 35 anos, e agora [o acordo] segue para o Tribunal de Contas da União validar, depois para o Ministério dos Transportes e acreditamos que será publicado até o fim do ano [o contrato] e os investimentos começam em janeiro”, declarou Peluffo.

O Tribunal de Contas da União (TCU) deverá fazer a validação da proposta enviada pelo Ministério dos Transportes em 30 dias. Caso seja positiva, até o fim do ano será feita a renovação de contrato, para que os investimentos sejam retomados na rodovia.

Peluffo explicou que o governo do Estado está mediando uma solução para a rodovia, para que os investimentos e as melhorias retornem e a população seja beneficiada. 

“Será feita uma duplicação da rodovia de forma gradativa, foram apontadas as reivindicações dos municípios e a CCR entendeu que era necessário. O ministro também validou os pedidos do governo”, declarou.
Segundo a Seilog, entre os pontos estabelecidos está o congelamento da atual tarifa de pedágio, que foi reajustada no mês passado.

Há também a obrigatoriedade de duplicação de mais 68 km de rodovia e a implantação de 63 km de faixa adicional, 8 km de marginais e 9 km de contornos.

“O ministério tinha nos pré-apresentado o projeto [na terça-feira], o governador validou, mas hoje [quarta-feira] a CCR veio ouvir as demandas também. Há uma reivindicação muito grande da comunidade, são 18 cidades ao longo da BR-163 e o governador está muito preocupado com intervenção nos municípios, e hoje foi muito bem detalhado isso. O governador conseguiu mediar e vamos depender do Tribunal de Contas da União validar isso”, explicou o secretário.

O diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, participou da reunião e disse que a alternativa que segue em curso tem como objetivo retomar os investimentos na rodovia o mais breve possível. 

“Tratamos aqui essa alternativa no contrato da concessão. Estamos tentando achar caminhos para que os investimentos sejam retomados na rodovia. Nós da ANTT temos essa missão de harmonizar to dos os interesses em um projeto que possa entregar mais ao cidadão sul-mato-grossense”, afirmou Vitale.

O diretor-geral da ANTT acredita que nos próximos dias o projeto se consolidará. “Estamos trabalhando nesta alternativa, para que os investimentos voltem mais rapidamente. Estamos bem otimistas”.

Além do governador e de Peluffo, participaram da reunião os secretários Jaime Verruck (Semadesc) e Eliane Detoni (EPE), bem como os deputados estaduais Junior Mochi e Pedro Pedrossian Neto.

A CCR MSVia assumiu a concessão da BR-163 em 2014 e realizou a duplicação de 150 km da rodovia, quantidade mínima exigida para que ela pudesse iniciar a cobrança de pedágio.

A rodovia não recebe investimentos desde 2017, quando a empresa solicitou o reequilíbrio do contrato. A CCR chegou a dizer, em 2019, que não tinha interesse em permanecer com a rodovia e cobrou a devolução de ativos da União, no valor de R$ 1,4 bilhão. No entanto, este ano ela mudou o tom e decidiu permanecer com a licitação.

Assine o Correio do Estado

"AU-MIGO" DE NATAL

Especial fim de ano, cães bombeiros visitam Humap

Banda do Corpo de Bombeiros junto ao Projeto Cães Bombeiros levaram canções e carinho para pacientes internados em hospital

06/12/2025 10h00

Ação de fim de ano leva canções e

Ação de fim de ano leva canções e "Projeto Cão Herói - Cão Amigo" para animar corredores do Hospital Universitário Divulgação

Continue Lendo...

Na última quinta-feira (04), pacientes do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/Ebserh) receberam pela manhã a visita de cães bombeiros. Fantasiados e em clima de fim de ano, os animaizinhos levaram alegria para quem está internado no local.

Ação de fim de ano leva canções e "Projeto Cão Herói - Cão Amigo" para animar corredores do Hospital UniversitárioProjeto Cão Herói - Cão Amigo levam alegria ao Hospital Universitário - Foto: Divulgação

Parte do Projeto Cão Herói - Cão Amigo, do Corpo de Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS), a visita especial se somou a participação da banda da corporação que levou canções natalinas para os corredores do hospital e outras músicas que alegraram, ou tocaram de alguma forma os pacientes.

Vestidos com roupas de natal, 13 cãezinhos foram à missão juntos a 19 bombeiros, a equipe chegou ao Hospital pela manhã e percorreram diferentes setores.

Ação de fim de ano leva canções e "Projeto Cão Herói - Cão Amigo" para animar corredores do Hospital UniversitárioEquipe que realizou ação no Humap - Foto: Divulgação

Na pediatria, Bruno Henrique Martines (de 5 anos), Antônio Vergílio (de 10 anos), Maria Júlia (de 4 anos), e outras crianças puderam ter o momento de carinho. Alguns ainda puderam matar a saudade de seus ‘pets’ que estão em casa, esperando pelo retorno dos pequenos internados.

Bruno Henrique Martines

O garotinho de 5 anos, internado por água no pulmão, desceu da cama assim que viu os cães entrarem no quarto. Com sorriso por ver o filho alegre, a mãe Beatriz Martines Torraca se emocionou com o momento. “Ele adora cachorro. Em casa, abraça e fica grudado com eles. Estava sentindo muita falta.”

Antônio Vergílio

Com 10 anos e 5 cachorros em casa, o filho de Luciana Tertuliano da Silva Oliveira está internado em tratamento contra a pneumonia. A mãe revela como a presença dos animaizinhos ultrapassa a alegria. “É uma bênção. Eles vêm abençoar as crianças para que saiam logo. Somos energia, e eles passam isso para as crianças.”

Maria Júlia

Internada há 15 dias e acompanhada da mãe, a menina de 4 anos aproveitou o momento para receber e dar carinho a um dos cachorros. A mãe Elizabeth Batista Silva chorou ao ver a alegria da filha. “É muito especial receber esse carinho. Faz a gente respirar um pouco de esperança”, disse ela, após a filha passar por cirurgia recente.

Em outra ala hospitalar, na maternidade, Stephany Janaina, de 29 anos, está internada após diagnóstico de diabetes gestacional. Mãe de José Henrique que ainda está na barriga, conta com emoção o sentimento de ver os animaizinhos e a banda pelo corredor. “É muito legal porque a gente fica aqui ansioso. É a primeira vez que vejo isso em hospital.”

Coordenador do Projeto Cão Herói - Cão Amigo, Thiago Kalunga explica que a ação é mais do que uma visita. “Os cães já levam muita alegria e, com a banda, levam muita emoção até para quem participa. Às vezes, o paciente levaria mais tempo para receber alta, mas, com a visita dos cães, esse tempo pode ser até menor. O projeto já tem mais de 10 anos.”

Com mais de 10 anos de projeto, a superintendente do Humap-UFMS destaca a alegria de receber a iniciativa novamente. “É um momento muito aguardado no nosso hospital. A visita dos cães e da banda reforça o cuidado integral que oferecemos, incluindo suas emoções. Ver nossos pacientes e colaboradores emocionados mostra o quanto essa ação faz diferença.”

A banda do Corpo de Bombeiros encerrou a ação com músicas infantis e de esperança.

Assine o Correio do Estado

LEVANTAMENTO

MS registra quase 60 mulheres vítimas de violência doméstica por dia

Números são do Monitor da Violência contra a Mulher, portal disponibilizado pelo Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul

06/12/2025 09h30

Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande

Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

Próximo da virada do ano, Mato Grosso do Sul tem um dado alarmante do qual não se pode orgulhar: mais de 20 mil casos relatados de violência doméstica em 2025, uma média diária de quase 60 mulheres vítimas do crime. Os dados são do Poder Judiciário do Estado, disponibilizados no Monitor da Violência contra a Mulher.

Segundo o portal, este ano já é o terceiro pior no quesito desde quando os números começaram a ser contabilizados, em 2015, com 20.087 vítimas, ficando atrás apenas dos dois anos passados, em 2023 e 2024, quando foram relatadas 21.061 e 21.117, respectivamente. Somente Campo Grande é responsável por 35% dos relatos, com 7.135 catalogados até então.

Dentre os mais de 20 mil casos de 2025, 14.657 aconteceram em residências, enquanto os outros 5.430 está divididos em vias urbanas (2.862), propriedade rural (960), estabelecimento comercial (591), internet (508), estabelecimento de saúde (178), órgão público (83), local público (62), estabelecimento de ensino (50) e escolas (47).

Ademais, entrando na relação do autor com a vítima, na maioria das vezes a violência doméstica é praticada pelo cônjuge, ou seja, quando já há um vínculo matrimonial entre as duas pessoas. Vale destacar que os números citados acima são aqueles relatados em alguma via policial ou de acolhimento, o que é uma das maiores dificuldades dos órgãos de fiscalização.

Em nota enviada ao Correio do Estado, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) afirmou que, mesmo que os números também são um reflexo de que a campanha de denunciar este tipo de crime está no ‘caminho certo’, muitas mulheres ainda apresentam receio ou medo em relatar que estão sofrendo violência doméstica, tal qual pessoas que observam a prática acontecendo e se omitem.

“O desafio, no entanto, é mais complexo, pois muitas mulheres sofrem sozinhas, não possuem rede de apoio, não sabem como sair do ciclo da violência, sentem medo ou vergonha do julgamento social. Ainda persiste a ideia de que a violência doméstica é ‘problema do casal’, o que leva a inúmeras situações em que familiares, vizinhos e amigos têm conhecimento da violência, mas não buscam ajudá-la. A ausência de busca por proteção do Estado acaba deixando essas mulheres ainda mais vulneráveis”, destaca o órgão.

No final do comunicado, o MPMS reforça que “quanto mais campanhas são divulgadas e quanto mais a informação chega às mulheres, maior é a percepção de que existe uma lei capaz de protegê-las”.

Feminicídios

Um dos principais reflexos dos casos de violência doméstica é o alto número de feminicídios registrados este ano no Estado. Até o momento, foram 38 casos em 2025, mais do que os registrados nos dois anos anteriores, em 2023 e 2024, quando catalogaram 30 e 35 vítimas, respectivamente.

Medidas protetivas

"Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social", diz o art.2 da Lei nº 11.340 (Lei Maria da Penha).

Usadas para proteger mulheres em situação de violência familiar ou doméstica, as medidas protetivas são um dos principais instrumentos para, pelos menos, tentar proteger mulheres de qualquer tipo de violência seja qual for o âmbito.

Conforme o Monitor da Violência contra a Mulher, foram solicitadas 14.532 medidas protetivas até o fim de novembro, das quais 12.885 foram concedidas, o que corresponde a 88,67% dos pedidos. Sobre o recorte mensal, a média de solicitações está na casa dos 1,3 mil.

Em comparação com outros anos, 2023 teve o maior número em solicitações totais, com 15.401, enquanto no ano passado houve recorde de medidas protetivas concedidas, com 14.809, porém, a média mensal desses anos foi de 1,2 mil.

Recentemente, a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul (DPGE-MS) divulgou que as medidas protetivas solicitadas a partir do órgão saltaram de 1.536 em 2024 para 3.806 este ano, considerando aquelas que foram outorgadas pelo Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem).

“Identificamos que 58% das mulheres atendidas pelo núcleo são pretas, 53,7% são solteiras, e metade está entre 30 e 45 anos, faixa etária associada ao maior risco de violência doméstica e feminicídio, seguindo o cenário nacional. Esse perfil retrata a realidade de um atendimento voltado a mulheres que acumulam desigualdades raciais, sociais, econômicas e de acesso à rede de proteção”, analisa a coordenadora e defensora pública Kricilaine Oksman.

Ligue 180

A Central de Atendimento à Mulher Ligue 180 é um serviço de utilidade pública para o enfrentamento à violência contra as mulheres.

A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. O Ligue 180 presta os seguintes atendimentos:

  • orientação sobre leis, direitos das mulheres e serviços da rede de atendimento (Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.;
  • informações sobre a localidade dos serviços especializados da rede de atendimento;
  • registro e encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes;
  • registro de reclamações e elogios sobre os atendimentos prestados pelos serviços da rede de atendimento.
  • É possível fazer a ligação de qualquer lugar do Brasil ou acionar o canal via chat no Whatsapp (61) 9610-0180. Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do 190.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).