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Jovens viúvas contam como lidaram com perda e responsabilidades

Jovens viúvas contam como lidaram com perda e responsabilidades

IG

09/11/2011 - 20h00
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Ficar viúva aos 20, 30 ou até 40 anos envolve desafios bem particulares. Além de lidar com a dor da perda, a jovem viúva terá mais dificuldade para encontrar outras mulheres na mesma situação com quem possa compartilhar experiências e sentimentos. Se existirem filhos, eles serão pequenos ainda e ela terá que assumir essa responsabilidade adicional sozinha. Embora, a rigor, seja mais fácil para uma mulher jovem arranjar um novo parceiro, na prática, a sobrecarga com os filhos e a experiência da perda podem fazer com que ela tenha dificuldades para retomar sua vida amorosa e, eventualmente, até se isolar.

É exatamente o caso da personagem Letícia, vivenciada por Tânia Khalil, na novela Fina Estampa. “Essa é uma dor muito profunda e pode ser traumática na juventude, porque é menos previsível”, avalia a psicóloga Cláudia Ferreira, do Rio de Janeiro. Maíra Cristina Mazzo de Oliveira, 30 anos, assistente social, de Junqueirópolis (SP), que ficou viúva há dois anos é um exemplo: “Vivo uma solidão muito grande e faço uso de medicamentos. Quase não saio de casa, pois ainda não consegui superar a dor. Está difícil, é como seu eu vivesse em outro planeta e não fizesse parte desse mundo”, conta.

Maíra perdeu o marido em um acidente de carro. “Ele era muito romântico, divertido e comunicativo. Sua alegria era contagiante”, relembra. Desse relacionamento, nasceu Heitor, hoje com oito anos. Ela conta que a morte do pai desencadeou no menino problemas de saúde, como depressão e obesidade. “Ele passou por uma fase mais agressiva e chorona. Sozinha, tive de ter muita paciência para ajudar o meu filho”, afirma. 

Para aguentar a saudade e ainda conseguir dar apoio ao filho pequeno, Maíra buscou ajuda psiquiátrica. “Precisava ser forte”, lembra. Já se passaram dois anos desde a morte do marido, mas ela continua sozinha. Confessa que até pensou em se envolver, mas não superou o medo de sofrer. “Ainda não tive ninguém. Fico pensando em tudo o que aconteceu e tenho receio de vivenciar isso tudo novamente”.

A família ajuda muito. Até na hora de dar suporte para que a jovem viúva possa se dedicar mais ao trabalho, por exemplo. Maíra fez dívidas e precisou aumentar a carga de trabalho. Dar continuidade à vida interrompida com a perda do parceiro era a grande meta. “Nos adaptamos a tudo”, diz, “com o tempo a saudade ameniza, mas nunca acaba”. O que a faz sentir-se péssima? Despertar dó nas pessoas. “Sou jovem e as pessoas sempre se sensibilizam com o que aconteceu comigo. Carrego a angústia em silêncio e meu objetivo maior é não deixar que os obstáculos me derrubem”, afirma. 

É fundamental vivenciar este luto

Para Iracema Teixeira, Doutora em Psicologia e Psicoterapeuta, não existe receita para superar essa perda, mas é fundamental vivenciá-la e se dar um tempo. “É necessário reconhecer a dor e aceitar viver a vida num ritmo mais lento. É um momento de transição. Um projeto de vida que foi interrompido de forma abrupta, traumática, inesperada”, avalia. 

Lidar com essa sensação de “antes do tempo” é um grande desafio quando a viuvez chega de forma precoce, ou seja, na juventude, mas é o que vai evitar um trauma maior. “Isso pode dificultar e até mesmo prolongar o processo do luto”, afirma Iracema. 

Rejane Leão tinha 23 anos quando conheceu Sergio. Foi seu primeiro namorado. Apaixonaram-se. Foram morar juntos. Três anos depois, mal ela havia se formado em Pedagogia, nasceu Luna. Os dois combinaram que Rejane ficaria em casa, até a filha ter idade para ir para a escolinha. Quando Luana tinha um ano e oito meses, Rejane engravidou de Noah. Seis meses depois, Sergio teve um enfarte, fulminante. “No começo, fiquei perdida. Quem pensou por mim foram meus pais. Eu apenas seguia a torcida.”

Além da perda emocional, a falta de experiência profissional de Rejane trouxe outras perdas: “perdi meu marido, minha casa, minhas coisas. Vendi tudo, devolvi a casa, que era alugada, e voltei para a casa dos meus pais”. 

Distribuí fotos do Sergio pela casa, para meus filhos não perderem a referência, mas eles eram tão novinhos, em pouco tempo, pararam de perguntar. Criança acostuma mais rápido com a perda.”, ela conta. Aos poucos, no entanto, a vida foi se ajeitando em torno da nova situação. Rejane conseguiu um emprego. Quer fazer pós em Educação Infantil. “Pegar o ritmo de novo, estudar e ser mãe ao mesmo tempo foi difícil. E ainda tendo que fazer o papel de pai, então! Mas agora estou me achando.”


Para Cláudia Ferreira o mais importante é não negar a perda, vivenciar o choro e a dor. “Mas a pessoa deve tentar dar continuidade às atividades habituais e buscar outras motivações, praticar esportes, matricular-se em algum curso, voluntariar-se em um projeto social e buscar formas de ter uma vida social rica e interessante”, sugere. 

Tudo tem um tempo para acabar, até o período de luto. Iracema Teixeira avisa: “Quando o luto se prolonga por muito tempo e o estado depressivo dura mais que um ano, é importante buscar ajuda profissional porque é normal a mulher se dedicar aos filhos e à carreira durante a fase do luto, mas isso não deve impedi-la de refazer a sua vida”. 

“Depois de três anos de viuvez, adotei uma gatinha, a Meg, e estou namorando de novo”, conta Rejane, “encontrei uma pessoa maravilhosa, um pouco mais velho, estamos juntos há 4 meses!” E conclui: “tenho fé nas coisas e sou romântica até o último fio de cabelo, quero envelhecer com alguém ao meu lado”.

CAMPO GRANDE

Após corrida em Bonito, secretária terá mais 29 dias de atestado médico

Com licença médica desde 25 de novembro, Márcia Hokama chegará a 44 dias longe da função, alegando questões de saúde

10/12/2025 16h46

Márcia Helena Hokama durante os 10 km na corrida de Bonito

Márcia Helena Hokama durante os 10 km na corrida de Bonito Foto: Juliano Rigo

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Após a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, aparecer na corrida de Bonito 21K no último sábado (6), mesmo com atestado médico, foi divulgado hoje (10), em edição extra do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), que a mesma seguirá afastada até dia 8 de janeiro de 2026. Com isso, Márcia seguirá com mais 29 dias de licença.  

Ao todo, Márcia chegará a 44 dias longe da função, pois está de atestado médico desde o dia 25 de novembro, alegando questões de saúde. 

Para substituir Hokama durante o período, a prefeita Adriane Lopes (PP) designou o secretário adjunto Isaac José de Araújo, para desempenhar a função de secretário municipal da Fazenda, no período de 10 de dezembro a 8 de janeiro de 2026.

Isaac já vinha ocupando o cargo interinamente e seguiria até esta terça-feira (9), quando acabava a licença de Márcia Hokama.

O Correio do Estado entrou em contato, por meio de e-mail, com a Prefeitura de Campo Grande e a Secretaria Municipal de Fazenda, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.

Prova

A secretária municipal Márcia Helena Okama participou da 11ª edição da corrida Bonito 21K, disputada no último final de semana, na cidade homônima, no interior do Estado.

Flagrada pelos fotógrafos da prova, Márcia Okama finalizou a prova de 10km em 1h11min e concluiu o trajeto na 23ª colocação geral entre as competidoras com 50 e 59 anos de idade.

A competição, que atrai principalmente atletas com alto poder aquisitivo, além de profissionais, recebeu R$250 mil em recursos públicos advindos do Governo do Estado que, declaradamente, atravessa momento de crise financeira. 

Conforme publicado na edição desta terça-feira (09) do Diário Oficial Eletrônico de Mato Grosso do Sul, dois dias após a realização da corrida no município "mais turístico" do MS, do extrato de contrato entre a LS Turismo e Eventos e a Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul,  o empenho da nota emitida em 03 de dezembro para apoio da Fundtur soma exatos 250 mil reais.

IBGE

Mato Grosso do Sul tem a 3ª maior taxa de divórcio do País

Em contrapartida, a taxa de casamentos caiu em 2024, seguindo a tendência de queda desde 2017

10/12/2025 16h15

Mesmo em queda, taxa de divórcio se mantém alta no Estado

Mesmo em queda, taxa de divórcio se mantém alta no Estado Divulgação

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Mato Grosso do Sul manteve sua posição como o terceiro Estado com maior número de divórcios no ano de 2024, de acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta quarta-feira (10). 

Em todo o Estado, foram registrados 7.624 divórcios concedidos em 1ª instância ou por escrituras, o que mostra uma queda de 2,3% em relação ao total contabilizado em 2023, que foi de 7.805. 

Com a redução, a taxa geral de divórcios, isto é, o número de divórcios para cada 1.000 pessoas de 20 anos ou mais caiu de 3,8% em 2023 para 3,7% em 2024. 

Mesmo com a pequena queda, o número ainda é maior que o registrado na época pré-pandemia, colocando o Estado na posição bronze do ranking entre as Unidades da Federação com os maiores índices. 

Mato Grosso do Sul já ocupava esse mesmo lugar no pódio em 2023, mantendo a posição em 2024. As maiores taxas registradas foram em Rondônia (4,9%) e no Distrito Federal (3,8%). 

Em Campo Grande, o número cresceu desde 2020, chegando a 3.669 em 2024. Em Dourados, foram 706 no mesmo período e em Três Lagoas, 227.

No Estado, o tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio era de 18,5 anos em 2004, caindo para 13 anos em 2014. Em 2024, o tempo médio de duração dos casamentos era menor ainda, chegando a 11,8 anos, o 4º menor tempo entre as Unidades da Federação. 

A pesquisa observou que o tipo de arranjo familiar predominante nos divórcios era o de casais somente com filhos menores de idade, que atingiu 42,9%. As famílias somente com filhos maiores de idade eram 14,6% e 6,3% tinham filhos menores e maiores de idade. 

Com isso, notou-se um aumento significativo no divórcio onde consta na sentença a guarda compartilhada dos filhos, onde tanto mãe quanto pai são responsáveis pela criação da criança. 

Em MS, a mulher ainda detém 48,9% da guarda de filhos menores de idade. A guarda compartilhada atingiu 43% dos casos. A guarda com o pai reflete 3,3% dos casos e outras formas, como a guarda de parentes ou cuidadores, representam 0,7%

A nível nacional, pela primeira vez, a guarda compartilhada superou a taxa de guarda unilateral onde a responsável pelos filhos é a mulher, atingindo 44,6% dos casos, contra 42,6%, respectivamente. 

Os casos onde o homem detém a guarda do menor é de 2,8% no País. 

Mesmo em queda, taxa de divórcio se mantém alta no EstadoFonte: IBGE

Casamentos

Em 2024, foram registrados 15.094 casamentos em Mato Grosso do Sul, uma queda de 0,4% em relação ao ano anterior, quando foram 15.150. No acumulado de dez anos, desde 2014, a redução acumulada chega a 1,6%. 

Do total de casamentos, 14.9149 foram entre cônjuges de sexos diferentes e 175, entre pessoas do mesmo sexo. 

Entre casamentos com cônjuges masculinos, foram 61 registros e entre cônjuges do sexo feminino, 114. 

O número de registros de casamento entre pessoas homoafetivas foi o maior registrado no Estado, superando o recorde do ano de 2018, quando foram 166 registros. 

No Estado, o mês mais escolhido pelos noivos para casar em 2024 foi em dezembro, com 1.582 casamento. Em seguida, aparecem novembro, com 1.409 casamentos, e agosto, com 1.343. 

A taxa de nupcialidade, que é a porcentagem para cada 1.000 habitantes com 15 anos ou mais de idade, no Estado, foi de 6,7 pessoas, colocando MS na 7ª posição entre os estados brasileiros. As maiores taxas foram observadas em Rondônia (8,9 casamentos por 1.000 habitantes), Distrito Federal (8,4 casamentos por 1.000 habitantes) e o Tocantins (7 casamentos por 1.000 habitantes). 

No Brasil, a taxa de nupcialidade ficou em 5,6 casamentos por 1.000 habitantes. 


 

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