Cidades

TRAGÉDIA

Justiça solta PM acusado de assassinato em sala de cinema

Ganhou o direito de responder processo em liberdade

RAFAEL RIBEIRO

14/08/2019 - 08h26
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Acusado de matar um bioquímico de 43 anos dentro de uma saça de cinema em Dourados, no dia 8 de julho, o policial militar Dijavan Batista dos Santos, 37, ganhou a liberdade da Justiça de Mato Grosso do Sul na última terça-feira (14). 

Ele, que estava preso desde o fato no Presídio Militar da PM, no Jardim Noroeste, região leste da Capital, ganhou o habeas corpus, ou seja, o direito de responder ao crime em liberdade. Vai ocupar uma função administrativa na Polícia Militar Ambiental em Dourados.

Júlio César Cerveira Filho foi morto com um tiro no peito, cuja munição atravessou sua garganta, após briga por lugar dentro da sala de cinema do Shopping Avenida Center

Em seu depoimento, o PM, que estava acompanhado dos filhos, de 14 e 10 anos,  disse que Filho foi provocativo durante a sessão, abrindo pernas e braços para ocupar mais espaço. O estopim para a luta corporal entre ambos foi um tapa dado pela vítima em uma das crianças.

O PM alega que foi agredido com chutes e socos, momento no qual sacou a pistola calibre ponto 40 de trabalho e se identificou como policial, fazendo com que o bioquímico pulasse em sua direção tentando pegar a arma, que teria disparado acidentalmente. Ambos estavam no chão.

 Durante os depoimentos na Polícia Civil, foram ouvidas 20 testemunhas. Com base nos depoimentos, perícia e imagens de câmeras de segurança, foi concluído que o disparo aconteceu depois que a briga já tinha terminado.

INVESTIGAÇÃO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul quer esclarecer as circunstâncias da prisão do policial militar Santos. A motivação é denúncia anônima de falso testemunho feita à Ouvidoria da Procuradoria-Geral de Justiça. A suspeita é que houve adulteração no boletim de ocorrência registrado para favorecer o PM.

Segundo o portal 'Dourados News', a promotora Tathiana Correa Pereira da Silva Façanha, da 24ª Promotora de Justiça de Campo Grande, determinou envio de ofício ao corregedor-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul requisitando a instauração de Inquérito Policial Militar.

Um dos objetivos é pedir explicações ao tenente-coronel Carlos Silva, comandante do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), sobre detalhes da prisão do policial lotado na PMA (Polícia Militar Ambiental).

Ao oficial, será questionado se “esteve presente durante a prisão em flagrante” de Dijavan Batista dos Santos, "se houve alguma orientação” por parte dele “aos militares responsáveis pela prisão, sobre como proceder”, e “quando foi o primeiro contato” do tenente-coronel “com o flagrado Dijavan”, além de “em que circunstâncias”.

No despacho obtido pelo 'Dourados News', o MPE também sugere perguntas a serem feitas aos policiais que fizeram a prisão de Dijavan. A intenção é saber “como, onde e quando se deu a prisão em flagrante”, “quanto tempo depois da prisão em flagrante, o flagrado foi apresentado à Delegacia de Polícia Civil”, se “houve alguma orientação sobre a prisão em flagrante por parte do tenete-coronel Carlos da Silva”, e se “o oficial compareceu ao shopping quando da prisão”.

Denunciado à Justiça por homicídio e preso no Presídio Militar de Campo Grande, o cabo Dijavan Batista dos Santos deverá responder “como, onde e quando se deu a prisão em flagrante”, e “quanto tempo depois da prisão em flagrante, foi apresentado à Delegacia de Polícia Civil”.

Além disso, a ele será questionado “quais foram os militares responsáveis pela efetivação da prisão”, se “o TC Carlos da Silva participou do flagrante”, se “houve alguma orientação por parte do TC Carlos da Silva sobre como proceder”, e se “o oficial compareceu ao shopping quando da prisão”.

TESTEMUNHAS

Para a esposa do autor do crime, haverá perguntas se “acompanhou a prisão em flagrante” e caso a resposta seja positiva, “como, onde e quando se deu a mesma”. O MPE também quer saber se ela “sabe indicar os militares responsáveis pela efetivação da prisão” e se “Dijavan recebeu a orientação de algum militar sobre como proceder no dia dos fatos”.

Por fim, ela será questionada se “conhece o tenente-coronel”, se “sabe se ele participou do flagrante”, e se ele compareceu ao shopping antes que o Sr. Dijavan fosse efetivamente preso”.

De testemunhas - inclusive os filhos do PM - e funcionários do shopping que atenderam a vítima, a Promotoria de Justiça quer saber se Dijavan tentou fugir do local do crime, detalhes de como, onde e/ou quando se deu a prisão em flagrante, e se o cabo foi visto “conversando com algum policial militar, antes da efetivação de sua prisão”, com detalhamento das características caso a reposta seja positiva.

Aos bombeiros e socorristas que atuaram no dia do crime, as questões visam esclarecer se Dijavan ainda estava no recinto quando chegaram, se o mesmo tentou fugir, e se foi possível ver como, onde e/ou quando se deu a prisão em flagrante.

ESCLARECIMENTO

No mesmo dia do homicídio, o comando do 3ºBPM divulgou nota à imprensa com esclarecimentos sobre a prisão do cabo Dijavan. Assinada pelo tenente-coronel Carlos Silva, pontuou que “o PM é da Ambiental, que “ele ligou para o 193 e 190 após o fato informando que seria o autor”, e que “ele aguardou a equipe no local e se apresentou para a mesma”.

Além disso, detalhou que ele foi detido e seria encaminhado para flagrante “como seria qualquer cidadão comum”.

Contudo, foi afirmado que a versão apresentada pelo PM não seria repassada “para não parecer que estamos defendendo ou acusando, pois os sinais divergem muito destas apresentadas nos watts”, e que seriam instaurados dois inquéritos, “um na responsabilidade da Polícia Civil e outro Inquérito Policial Militar sob responsabilidade da PM”.

TRANQUILO

Procurado pelo 'Dourados News' na manhã desta terça-feira (6), Carlos Silva disse estar tranquilo para prestar esses esclarecimentos caso recebe o ofício com as perguntas.

“É normal todo o procedimento tomado, só ficamos na dúvida, no momento da prisão, se seguiríamos a legislação de encaminharmos a prisão como crime miliar, por nós mesmos [PM], ou pela Polícia Civil. Entramos em contato com o corregedor em Campo Grande, e foi batido o martelo que poderia encaminhar para a Polícia Civil”, afirmou.

O comandante do 3º BPM disse que Dijavan sequer é seu subordinado, por estar lotado na PMA. "Por dever de ofício, comandante do policiamento da área, fui no local do crime. Isso parece estranho para quem não conhece nosso trabalho, mas estou em todas, estava de serviço, fardado, vinha de uma reunião em Maracaju, e a primeira denúncia que recebemos é de que haveria tiroteio no shopping, por isso deslocamos todas as equipes”, detalhou.

 

 

 

 

 

Cidades

Mais de 44,5 mil estudantes de MS foram beneficiados pelo programa Pé-de-Meia em 2024

Programa oferece incentivo financeiro aos estudantes do Ensino Médio com o objetivo de tentar reduzir a evasão escolar

30/12/2024 11h00

Paulo Ribas/Arquivo Correio do Estado

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Em seu primeiro ano, o programa Pé-de-Meia, do Governo Federal, beneficiou 44.589 estudantes de Mato Grosso do Sul. Em todo o Brasil, foram mais de 3,9 milhões de estudantes beneficiados.  

O programa foi lançado com o objetivo de reduzir a evasão escolar e incentivar os estudantes a concluírem o Ensino Médio, e contempla aqueles que fazem parte do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). 

É feito o pagamento de R$ 200 mensais àqueles que comprovarem matrícula e frequência nas aulas. Ao fim de cada ano letivo concluído com aprovação, o aluno recebe R$ 1 mil, que fica guardado em uma poupança e pode ser sacado após a conclusão do Ensino Médio.

Ao realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o estudante também recebe um adicional de R$ 200. Sendo assim, os depósitos podem chegar a R$ 9,2 mil por aluno. 

    

 

Segundo o Ministério da Educação (MEC), o  Pé-de-Meia é atualmente a maior política de combate à desigualdade social do país, depois do Bolsa Família. O programa conta com investimento anual de R$ 12,5 bilhões.

 

O estado de São Paulo concentra a maior quantidade de beneficiados, 538.604, seguido pela Bahia, com 410.639 e Minas Gerais, com 351.666.

Já Mato Grosso do Sul aparece em 21º.

Confira o número de estudantes beneficiados em cada Unidade da Federação:

 
UF Estudantes beneficiados
AC 26.054 
AL 96.768
AM 133.751
AP 24.061
BA 410.639 
CE 285.502 
DF 41.745 
ES 59.109
GO 108.572
MA 229.248 
MG 351.666 
MS 44.589 
MT 65.382
PA 277.082 
PB 111.295 
PE 257.290 
PI 106.105 
PR 135.905
RJ 273.878 
RN 88.186 
RO 34.580 
RR 14.698 
RS 118.034 
SC 59.784 
SE 62.371 
SP 538.604 
TO 43.651 

Fonte: Ministério da Educação

Com informações de Agência Brasil

Mato Grosso do Sul

Em 2024, mortes por Covid-19 tiveram queda de 40% em MS

De 1º de janeiro a 19 de dezembro, 131 pessoas foram vítimas da doença em Mato Grosso do Sul

30/12/2024 10h15

Idoso toma dose de vacina contra Covid-19 em Campo Grande

Idoso toma dose de vacina contra Covid-19 em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira

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O fim da pandemia da Covid-19 foi declarado no dia 5 de maio de 2023, por meio de um comunicado da Organização Mundial de Saúde, após 3 anos e 3 meses de emergência global. O vírus, no entanto, não parou de contaminar e fazer vítimas em todo o mundo.

Em 2024, segundo o boletim epidemiológico mais recente, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) no dia 19 de dezembro, 131 pessoas morreram vítimas da doença em Mato Grosso do Sul, número que representa uma queda de 40% se comparado com o ano anterior, e 11.858 casos foram confirmados.

Em retrospecto, o ano começou com surto de Covid-19 no estado. Em janeiro, o Hospital Regional chegou a suspender cirurgias eletivas porque vários funcionários estavam afastados pela doença, o que estaria prejudicando as atividades.

No mês de fevereiro, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS-CG) emitiu um alerta epidemiológico de surto por Covid-19 em Campo Grande, devido ao aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), que tem como uma de suas causas as complicações causadas pelo coronavírus.

Depois, nos meses seguinte, o número de casos foi oscilando, e algumas semanas não registraram nenhuma morte.

Outro pico foi registrado em setembro, quando os óbitos aumentaram aproximadamente 25%, e 572 casos foram registrados em apenas uma semana. Além dos casos, as mortes também tiveram um pico, indo de 13 para 30 vítimas entre o fim de julho e o começo de outubro.

Comparativo

O número de vítimas da doença teve queda de 40% neste ano se comparado com o ano passado, quando 219 pessoas morreram. Em comparação com 2022, a redução é mais expressiva ainda, de 89%.

Quanto ao número de casos, a queda foi de 59,4% em 2024, frente aos 29.277 casos de 2023.

Relembre os números registrados nos anos anteriores:

Idoso toma dose de vacina contra Covid-19 em Campo Grande 

Vacina

Atualmente, conforme os dados do vacinômetro da SES, 5.980.579 doses da vacina foram aplicadas desde o início da vacinação, em janeiro de 2023. Ainda segundo os dados divulgados pela pasta, 79.46% da população do Estado está com esquema vacinal completo.

Idoso toma dose de vacina contra Covid-19 em Campo Grande

Em dezembro

O último boletim divulgado pela SES compreende apenas até o dia 19 de dezembro. Neste início de mês, o estado registrou uma morte e 66 novos casos da doença.

A morte em questão foi de uma mulher de 66 anos, que morava em Ponta Porã. Segundo o boletim, ela era portadora de doença cardiovascular crônica, um dos fatores de risco para o enfrentamento à Covid-19.

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