Durou pouco mais de 24 horas o fechamento por parte da Justiça do Parque de Exposições Laucídio Coelho, no Jóquei Clube, região sul de Campo Grande. Na tarde desta sexta-feira (1), a Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) viu liberado de novo o espaço onde são realizados eventos como as ExpoGrande e ExpoMS.
O Parque de Exposições foi fechado pelo juiz José Henrique Kaster Franco da 2ª Vara de Direito Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande após pedido do promotor de Justiça Luiz Antônio Freitas de Almeida, da 34ª Promotoria, decorrente de uma ação civil pública.
Entretanto, na decisão desta sexta, o juiz David de Oliveira Gomes Filho alerta que outras ações existentes sobre o tema. Em duas delas, foi determinado que a Acrissul cumpriu o pedido pelo Ministério Público.
"A questão posta é preocupante, pois existe uma divergência entre juízes de mesmo grau jurisdicional sobre a mesma questão que teria sido levada pelo Ministério Público a juízos distintos", disse o magistrado, em sua decisão, reforçando que o processo é extenso, com mais de 1.700 folhas.
Segundo seu despacho, Filho resolveu tornar sem valor a decisão, rompendo lacres e recolhendo mandados de interdição "até que se decida a respeito do pedido de incompetência da 2ª Vara de Direitos Coletivos para conhecer desta ação."
A existência de sentenças anteriores sobre o mesmo pedido já havia sido destacada pelo presidente da Acrissul, Jonatan Barbosa, ao Correio do Estado. "Não temos pendência com nada nem com ninguém e vamos fazer a melhor exposição de todos os tempos", disse.
O CASO
Moradores da região começaram a reclamar do barulho no local durante a realização dos eventos. As queixas resultaram na abertura de uma ação e assinatura de um acordo judicial, no ano passado, com objetivo de manter a realização dos eventos, mas, sem prejudicar os moradores.
Na ocasião, a Acrissul teria se comprometido a não realizar as mesmas atividades antes de conseguir uma licença ambiental e realizar obras e serviços de adequação no local.
Ocorre que a 34ª Promotoria foi acionada recentemente e informada que o Parque de Exposições continua sem licença ambiental para funcionar regularmente. Além disso, os responsáveis não teriam apresentado nenhum estudo ou medida de controle ambiental no que diz respeito ao tratamento acústico. As notificações em relação ao problema foram feitas em novembro de 2018.
A interdição ocorre pouco antes da realização da Expogrande, agendada marcada para os dias 4 e 14 de abril.


