Cidades

CAMPO GRANDE

"Laranja" de traficante ganhou R$ 1,5 mil para virar dono de Porsche

Jovem de 22 anos, morador de casa simples no Guanandi, registrou em seu nome Porsche avaliado em R$ 500 mil

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A apreensão de um Porsche Boxter vermelho com o chefe de uma das maiores quadrilhas de traficantes de cocaína de Campo Grande, há pouco mais de um mês, por policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), jogou luz sobre um grupo de jovens traficantes – o mais velho entre os chefões tem 28 anos de idade – e um ciclo de ostentação financiado pelos recursos angariados com a venda do entorpecente. 

Apesar de usarem laranjas para ocultar alguns dos bens, a necessidade de disfarçar o poder financeiro originário do tráfico ficava em segundo plano quando confrontada com o desejo pela ostentação.

O Porsche, avaliado em R$ 500 mil, de Matheus Henrique Lemos Diniz, de 22 anos, um dos chefões da quadrilha, certamente atraiu os policiais do Garras para a casa dele, no Edifício Liége, moradia de alto padrão no centro da Capital. 

De nada adiantou Matheus registrar o veículo em nome de um Luiz Henrique Santos de Oliveira, morador de uma humilde casa no Bairro Guanandi, já que, no ano passado, o traficante usou o Porsche em um evento de arrancadas no Autódromo Internacional de Campo Grande, sendo um de seus auges de ostentação de posse do veículo. 

As manobras de Matheus com o Porsche e o sucesso entre os presentes despertaram a desconfiança dos policiais, que se aprofundaram no caso e chegaram à quadrilha. 

Perante os policiais do Garras, Luiz Henrique admitiu que foi laranja de Matheus para registrar o carro. Ele disse aos policiais que receberia R$ 3 mil para emprestar seu nome como proprietário do carro. 

Talvez sem nunca ter sequer dirigido o Porsche, Luiz Henrique também assinou um contrato de compra de uma casa e colocou o carro esportivo de luxo no negócio. 

Quando os policiais do Garras desencadearam a Operação Facilem Vitam (vida fácil, em latim), no dia 3 de fevereiro deste ano, Luiz Henrique havia recebido somente R$ 1,5 mil, dos R$ 3 mil prometidos por Lucas, para que emprestasse seu nome como dono do carro. 

Assim como Luiz Henrique, Matheus também é oriundo da periferia. O chefão da quadrilha, de apenas 22 anos e que morava com a namorada e o filho recém-nascido em um dos prédios de luxo de Campo Grande, tem origem na região do Jardim Los Angeles. 

Outro chefão da quadrilha, Lucas Pereira da Costa, de 28 anos, o primeiro a ser pego, em dezembro do ano passado, também saiu da mesma “quebrada” que Lucas. Quando foi preso, morava no Edifício Gaudí, no Jardim dos Estados, em Campo Grande.

Os outros alvos da quadrilha continuavam na periferia: Luiz Henrique morava no Guanandi, e alguns “soldados” e laranjas do grupo em bairros como Iracy Coelho e Jardim Los Angeles. 

Lucas, o dono de fato do Porsche que estava em nome de Matheus, também tinha outros automóveis: uma Toyota Hilux avaliada em R$ 250 mil, um VW Nivus avaliado em R$ 100 mil e uma moto BMW avaliada em R$ 70 mil, além de um conjunto de jet ski com reboque avaliado em mais de R$ 70 mil. 

Lucas Diniz também tinha outro endereço, que era na periferia. Lá, no dia 3 de fevereiro, os policiais do Garras encontraram uma refinaria de cocaína e mais três tabletes da substância em sua versão pura (1,6 kg), bem como um liquidificador com resíduos de cocaína e uma balança de precisão. 

Raphael de Souza e Vivian dos Santos Paiva, casal que residia na periferia, assim como Matheus e Lucas, também foram presos. Eles são suspeitos de lavar dinheiro e transacionar drogas com a dupla. 

Também tinham armas e um segundo endereço, aparentemente uma biqueira (local de revenda de drogas). O caso continua em investigação.

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MATO GROSSO DO SUL

Mesmo com 'TAC', Famílias não recebem e apontam 'quebra de contrato' do Nasa Park

Afetados pelo rompimento da barragem aguardam o pagamento da indenização pelos estragos causados há cerca de oito meses

19/04/2025 17h00

No domingo de páscoa (20) completam-se oito meses desde o rompimento

No domingo de páscoa (20) completam-se oito meses desde o rompimento Arquivo/Correio do Estado/P.R

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Cerca de quatro meses após firmar termo de ajustamento de conduta (TAC), famílias afetadas pelo rompimento da barragem do lago administrado pela A&A Empreendimentos se queixam de que o primeiro pagamento por parte dos responsáveis pelo Nasa Park não aconteceu conforme o previsto. 

Em meados de dezembro de 2024 o Correio do Estado abordou o acordo de indenização, que somou cerca de R$ 1,3 milhão para apenas sete famílias das 11 afetadas, que chegou a ser parcelado em 12 vezes. 

Conforme descrito no TAC, firmado após audiências com o Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, os investigados concordaram com a indenização integral de sete das 11 famílias, oferecendo contraproposta para as demais. 

Esses depósitos, como bem esclarece o documento, deveriam acontecer respeitando os seguintes parâmetros: 

  1. Primeira parcela: 30% do valor em até 4 meses;
  2. Segunda parcela: 30% do valor em até 8 meses;
  3. Terceira parcela: 40% do valor em até 12 meses.

Cm o primeiro prazo vencendo na última semana, famílias alegam porém que os trinta porcento referentes ao primeiro pagamento não havia sido feito até então e, conforme os advogados, o promotor ficou encarregado de notificar os responsáveis pelo Nasa Park de que o pagamento não foi feito, para que tomem responsabilidade de executar em até 10 dias, o que deve vencer no início da semana. 

Pós-rompimento

Essa tragédia que afetou 10 propriedades e a vida de cerca de 11 famílias aconteceu há quase 8 meses, com Dona Luzia Prado Lopes sendo uma das afetadas, proprietária junto com sua família da fazenda Estaca. 

Eles alegam que não receberam os devidos valores acordados com Alexandre Alves de Abreu e Anselmo Paulino dos Santos, representantes da A & A Empreendimentos.

Sendo que para ela foi oferecido R$ 150 mil a título de reparação de danos, o filho Thiago foi quem conseguiu uma quantia um pouco mais elevada devido ao fato de que sua casa foi completamente destruída, oferecido para ele R$ 250 mil na mesma forma de pagamento de quitação em 12 meses. 

Para a filha de dona Luzia, Gabriele do Prado, a indenização até então não paga se trata de uma antecipação de tutela, proferida pela justiça em janeiro, dentro de processo contra o condomínio de luxo localizado em Jaraguari, no valor de apenas R$ 6 mil. 

Gabriele tem 4 filhos de 3, 7, 8 e 14 anos, dois dos menores usam fraldas e um deles é autista a família passa por dificuldades no pagamento de gastos sem renda fixa. "O gasto com combustível, alimentação, fraldas, remédios, aluguel, água, leite é absurdo. Estamos tentando refazer a horta na chácara mas os animais nativos da região estão acabando com tudo", descreveu.

Ela lembra que não havia qualquer plano de segurança, nem mesmo a sirene para alerta de rompimento foi tocada caso houvesse uma. 

Diante do não pagamento mais recente, ela aponta para a quebra de acordo indicando que o TAC teria sido apenas um "cala-boca" para que as famílias não denunciassem as situações vividas junto à imprensa, por exemplo. 

"O povo estava dando entrevista, minha mãe. Não tem cabimento eles fazerem acordo, para ficar quieta tantos meses para receber, daí chegar na hora e não ter pagamento. Vai fazer oito meses no dia da Páscoa, a gente não teve Natal, Ano Novo... é o famoso viver um dia de cada vez". 

Além dos pagamentos, a empresa também foi notificada a regularizar o licenciamento ambiental dos loteamentos Nasa Park I e II, bem como pausar todas as atividades até a obtenção de nova Licença de Operação. 

Sem que os pagamentos tenham sido feitos, o assunto que ronda pela região é de que a barragem do Nasa Park já estaria sendo refeita, com o intuito de que esteja cheia em breve. 

Enquanto isso, os moradores locais reclamam do descaso e abandono, sendo vítimas de picadas de cobra, ressaltando que as autoridades não estão preocupadas e não realizam sequer limpezas das áreas atingidas. 

O espaço segue aberto para posicionamento por parte de representantes do Nasa Park. 

 

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CAPITAL PÓS CHUVA

Prefeitura reforça alerta de chuvas após rastro de estragos por Campo Grande

Capital esperava até 50 milímetros de chuva e registrou regiões onde caiu quase o dobro d'água previsto, situação que deixou moradores sem sair de casa

19/04/2025 15h32

Município divulgou que fica estendido até amanhã (19) o alerta para risco de chuvas intensas

Município divulgou que fica estendido até amanhã (19) o alerta para risco de chuvas intensas Reprodução/Defesa Civil

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Após fortes chuvas abrirem o final de semana deixando um verdadeiro rastro de destruição por Campo Grande, a Prefeitura da Capital reforçou e estendeu o alerta da Defesa Civil até a manhã de domingo, ou seja, a previsão é de que o feriado de Páscoa de domingo (20) ainda seja "regado" de precipitações. 

O município divulgou que fica estendido até amanhã (19) o alerta para risco de chuvas intensas, reforçando os números de contato oficiais se constatada queda de galhos de árvore ou cortes de energia: 

  • 156 - solicitação de serviços
  • 193 - caso de risco elétrico 
  • 199 - Defesa Civil 

Essas chuvas trazem prejuízos para diversas áreas da Capital, desde os bairros mais periféricos aos mais nobres de Campo Grande, como os moradores da Chácara dos Poderes que viram a água subir e transformar as ruas em lagos. 

Édson Lazarotto mora há tempos na região, ele revela que não vê uma manutenção há meses "e devido às chuvas de ontem e hoje está intransitável", diz. 

Pelos registros enviados à equipe, é possível notar a subida da água da chuva, chegando até o portão das casas e impedindo a retirada do local que não seja por meio de um veículo alto. 

Demais estragos

Cabe destacar que a chuva de sexta para sábado veio muito além do previsto, anteriormente, pela Prefeitura de Campo Grande e respectiva Defesa Civil, que estipulava precipitações de até 50 milímetros por dia. 

Porém, dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que, onde choveu menos em Campo Grande o volume registrado foi de quase 60 mm. 

Na Avenida Engenheiro Amélio Carvalho de Bais com a rua Yokohama, próximo ao Jardim Panamá, o volume foi ainda maior, 98 mm de volume de chuva, que causaram derrubada de uma árvore caiu e fechou os dois sentidos da avenida, situação que se repetiu também próximo ao Cemitério Santo Antônio. 

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram que, no bairro Lageado, por exemplo, um caminhão de coleta de lixo chegou a ficar "atolado" em uma das crateras que ficaram ainda maiores com o volume de chuva. 

Já na Vila Popular, o cenário observado foi a formação de verdadeiros lagos, na rua Rádio Maia e José Barbosa Rodrigues, bem próximo da região da avenida Duque de Caxias. 

Na Avenida Gunter Hans, próximo à obra do corredor de ônibus, o barro invadiu a pista molhada e na Rua dos Rezendes, no Jardim Monte Alegre,  parte do asfalto foi arrancada e pedras entraram no caminho. 

Os estragos chegaram até mesmo ao Lago do Amor, região de muita polêmica após a última chuva forte na cidade, onde a água transbordou novamente e prejudicou os reparos que estavam sendo feitos no local, o que deve atrasar a conclusão dos trabalhos.

Conforme o meteorologista Natalio Abrahão, essas chuvas devem diminuir de intensidade e se afastar para o norte do estado, entretanto não está descartado chuvisco e nevoeiro no centro-sul de Mato Grosso do Sul, entre a noite e manhã deste domingo (20).
 

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