Cidades

AGROTÓXICOS

Mais de 1 bilhão de litros foram usados na última safra do País

Mais de 1 bilhão de litros foram usados na última safra do País

DA REDAÇÃO

25/03/2011 - 15h06
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De acordo com informações do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindage), mais de um bilhão de litros de veneno foram usados na agricultura na última safra, um recorde de uso de agrotóxicos.

 Se confirmado o volume de vendas estimado em 2010 pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), esse recorde pode ser superado. A entidade estima um crescimento de até 8%, em relação ao período anterior.

Mas para onde vai este veneno? Grande parte dele vai parar nos alimentos à venda nos supermercados, nas feiras. Ou seja, vai parar na mesa da população e, depois, no estômago.

Um estudo realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) detectou no pimentão mais comum, vendido nos supermercados, substâncias tóxicas no patamar de 64% além da quantidade permitida. Na cenoura e na alface, foram encontrados 30% e 19% de agrotóxicos acima do recomendável pelo órgão do governo. Vale lembrar que a quantidade limite de agrotóxicos e produtos proibidos são diferentes para cada cultura, mas é certo afirmar que estamos comento produtos envenenados.

Além da contaminação dos alimentos, os agrotóxicos estão se dispersando no meio ambiente, seja na terra, água e até mesmo o ar. Muitos desses agrotóxicos comercializados no Brasil, inclusive, formam banidos da União Europeia (UE).

Uma operação da Anvisa, que durou aproximadamente dez meses e visitou sete fábricas de agrotóxicos instaladas no Brasil, concluiu que seis delas desrespeitavam as regras sanitárias e tiveram as linhas de produções fechadas temporariamente. Entre as irregularidades encontradas, estão o uso de matéria-prima vencida e adulteração da fórmula.

Para a gerente de normatização da Anvisa, Letícia Silva, as irregularidades encontradas se tornam mais preocupantes, pois esses agentes químicos são comercializados e estão se espalhando pelo meio ambiente.

“É bastante assustador. Principalmente quando pensamos que a água que bebemos está contaminada. Há estudos que mostram que há resíduos de agrotóxico na água da chuva e no ar. Um estudo feito pela Universidade Federal do Mato Grosso constatou que há resíduos de agrotóxicos no ar respirado em escolas da zona rural e até mesmo urbana, de municípios que plantam soja. Está em xeque nossa possibilidade de decidir. Começa aparecer indícios que toda uma cadeia alimentar está contaminada, desde a água, o solo, até o ar.

Letícia Silva se refere ao estudo da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Foram medidos os efeitos do uso de agrotóxicos em moradores de dois municípios produtores de grãos: Campo Verde e Lucas do Rio Verde.

Foi constatado que os agrotóxicos estão até mesmo no sangue e na urina das pessoas. O levantamento monitorou a água dos poços artesianos e identificou a existência de resíduos de agrotóxicos em 32% das amostras analisadas.

Em 40% dos testes com a água da chuva, também foi identificada a presença de venenos agrícolas. Nos testes com o ar, 11% das amostras continham substâncias tóxicas, como o endossulfam, proibido pelo potencial cancerígeno. 

 

Com informações da Revista Eletrônica Sina

Avanço na Pesquisa

Primeiro tatu-canastra é capturado no cerrado de Mato Grosso do Sul

A fêmea adulta com idade aproximada de 7 anos, foi localizada no Parque Natural Municipal do Pombo em Três Lagoas

10/01/2025 16h15

Divulgação ICAS

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Uma fêmea adulta de tatu-canastra (Priodontes maximus), espécie ameaçada de extinção, foi capturada na madrugada desta quarta-feira (08) no Parque Natural Municipal do Pombo (PNMP), em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.

A captura, considerada um marco histórico para a conservação do Cerrado, deu início ao monitoramento da região, que é realizado pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agronegócio (SEMEA).

Costumeiramente, o ICAS nomeia os tatus-canastra que acompanha em outro bioma, no Pantanal sul-mato-grossense, mas a espécime adulta, que pesa 34 quilos e mede 1,45 metro, ainda não foi batizada.

Monitoramento

A fêmea em questão vinha sendo registrada por armadilhas fotográficas desde 2022, conforme explicou o coordenador do Projeto Tatu-canastra, Gabriel Massocato:

"Ela é saudável, com escamas muito bonitas, e vive dentro do PNMP, em uma área bem preservada do Cerrado. O monitoramento com transmissores de GPS permitirá entender melhor a movimentação desse animal, o uso da paisagem tanto dentro quanto fora do parque, e identificar os corredores ecológicos que ligam o parque a fragmentos de mata nativa ao redor", explicou Massocato.

Outras regiões

A iniciativa monitora, desde 2010, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, 44 indivíduos que estão sendo acompanhados e agora expandiu sua atuação para entender a evolução da espécie no Cerrado.

Na região pantaneira, como acompanhou o Correio do Estado, o primeiro nascimento de um filhote foi registrado após 13 anos de pesquisa.

O avanço dos estudos realizados pelo ICAS tem sido de extrema importância. Outro marco foi registrado em outubro de 2024, com a captura do maior tatu-canastra já documentado, um animal que pode pesar entre 28 e 60 quilos, dependendo do bioma, e medir até 1,50 metro.

Divulgação ICAS

Captura no Cerrado

A fêmea tatu-canastra passa a ser monitorada com o uso de GPS. Segundo Massocato, os pesquisadores terão informações detalhadas sobre sua movimentação.

"Com o GPS, teremos dados sobre deslocamentos noturnos, áreas de uso preferenciais e padrões comportamentais. Isso nos ajudará a dialogar com as comunidades locais sobre a importância de conservar áreas essenciais para a sobrevivência da espécie", destacou Massocato.

Flávio Fardin, da SEMEA, enfatizou que a parceria com o ICAS foi fundamental e que o avanço é motivo de orgulho.

"Estamos muito felizes com a captura do primeiro tatu-canastra aqui no parque. Pudemos acompanhar a coleta de amostras biológicas e diversas medidas do animal, informações fundamentais para compreender o comportamento dessa espécie no bioma Cerrado. São dados inéditos que enriquecem o conhecimento científico e fortalecem a conservação", afirmou.

Atuação

Foram mais de dois anos de trabalho do Projeto Tatu-canastra no Parque Natural Municipal do Pombo, que tem um papel fundamental na conservação da biodiversidade.

Nesse período, foi usado um grid com 80 câmeras que registrou diversas espécies raras, como o cachorro-vinagre, e outras ameaçadas de extinção, como o lobo-guará e a onça-parda.

Importância do Tatu-canastra

O presidente e fundador do ICAS, Arnaud Desbiez, descreve o tatu-canastra como "um verdadeiro detetive ecológico".

"Esse trabalho é essencial para entender como a matriz agrícola impacta a movimentação da espécie e priorizar áreas ao redor do parque para manter a conectividade com outros fragmentos de mata nativa", explicou.

Por meio dos dados de movimentação, os pesquisadores podem traçar potenciais corredores que conectam o parque a fragmentos de habitat nativo. Além disso, as tocas do tatu-canastra são usadas por outros animais, e ele desempenha um papel fundamental na natureza, onde tudo está conectado.

Por suas tocas, que criam abrigos para outros animais, o animal recebeu o título de "engenheiro da natureza". Alimentando-se de formigas e cupins, ele cumpre um papel essencial no controle de pragas. Fornecimento de abrigo, diminuição de pragas deu a espécie o título de "embaixador da biodiversidade".

Estudo

Com a captura da fêmea, foram coletados materiais biológicos para análises de saúde e comparação com os dados do Pantanal.

"Coletamos amostras biológicas para comparar padrões de saúde e ecológicos com os dados do Pantanal. Além disso, o projeto realiza monitoramento por armadilhas fotográficas em Minas Gerais, estudando a última população viável da espécie. Isso nos ajudará a criar um panorama mais abrangente da espécie em diferentes biomas em que o projeto atua", concluiu Desbiez.

Com a captura, um novo ciclo de pesquisa para a conservação do Cerrado se inicia, reforçando a importância do Parque Natural Municipal do Pombo como refúgio para a biodiversidade.

Curiosidades

  • A toca do tatu-canastra pode atingir até seis metros de comprimento;
  • Mais de 100 espécies de vertebrados e 300 espécies de invertebrados usam as tocas, já que o animal troca de "casa" periodicamente;
  • O tatu-canastra é o maior tatu do mundo.

Por isso, o "engenheiro da natureza" cria micro-habitats que promovem a biodiversidade. Esse impacto positivo reforça sua importância ecológica, especialmente em biomas ameaçados como o Cerrado e a Mata Atlântica.

Características

  • Adultos podem pesar entre 28 e 60 quilos, dependendo do bioma;
  • Podem atingir até 1,50 metro de comprimento, incluindo a cauda;
  • A garra dianteira pode chegar a 13 centímetros.

Maturidade sexual tardia

Além de questões como o desmatamento, o tatu-canastra atinge a maturidade sexual tardiamente, entre 7 e 9 anos. As fêmeas geram apenas um filhote por vez e podem passar de 3 a 4 anos sem se reproduzir.

Esses fatores contribuem para a vulnerabilidade da espécie, tornando sua conservação ainda mais urgente. Preservá-lo é essencial para garantir a vida de outros animais que dependem de sua existência.

Veja a devolução da tatu-canastra a natureza:

Divulgação ICAS

 

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Cidades

Cachorro em estado "cadavérico" é resgatado em MS

Animal foi encontrado em residência e estava com ausência de pelos em algumas regiões do corpo, dificuldades para andar e infestação de carrapatos

10/01/2025 16h00

Cachorro em estado

Cachorro em estado "cadavérico" é resgatado em MS Polícia Civil

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Um cachorro foi resgatado em condições alarmantes dentro de uma casa em Santa Rita do Pardo - município localizado a 243 km de Campo Grande. Na situação, o animal estava em estado “cadavérico”, com ausência de pelos em algumas regiões do corpo, dificuldades para andar e infestação de carrapatos

O caso foi descoberto após uma denúncia anônima, que relatava a falta de água e alimento há vários dias para o animal. Equipes da Polícia Civil da região identificaram que a residência estava com o fornecimento de água cortado, além de que não havia vasilhas ou qualquer condições para o animal. 

No momento da ação o portão estava aberto e nenhum responsável foi encontrado. De acordo com os vizinhos a casa era deixada por longos períodos sem ninguém.

Após o resgate, a Associação Protetora Animal SOS 4 Patas foi acionada e assumiu a guarda provisória do cachorro, fornecendo os cuidados básicos necessários. Posteriormente o responsável foi identificado como L.P.S, que responderá pelo crime de maus-tratos qualificado, previsto na Lei de Crimes Ambientais. 

Serviço – A Delegacia de Santa Rita do Pardo reforça o compromisso com a proteção animal e incentiva a população a denunciar casos de maus-tratos através dos canais oficiais. A ação contou com o apoio da comunidade e da ONG local, destacando a importância da colaboração mútua para garantir o bem-estar dos animais.

 

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