Mesmo com decreto de emergência, recursos extras da União ainda não fazem parte orçamento da Prefeitura de Campo Grande para o combate à epidemia de dengue. O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que ainda precisa analisar a situação do município para saber se é o caso de destinar verba federal. Ele participou nesta sexta-feira, do XIII Congresso Brasileiro de Direito de Seguro e Previdência, realizado pela Associação Internacional de Direito do Seguro (AIDA), em Campo Grande.
Nesta semana, uma equipe do ministério visitou o município para analisar a situação. O secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, afirmou que pretende solicitar R$ 28 milhões à União. O valor é quase o equivalente aos R$ 24 milhões utilizados em todo o ano passado em ações de vigilância epidemiológica no município. “Vamos ver como eles estão se preparando para atender as pessoas e daí vamos ver se há necessidade de dinheiro ou se há necessidade de auxílio para administrar”, explicou.
Campo Grande é o município com o maior número de casos de dengue notificados no estado em 2019. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), são 6.358 notificações. O que corresponde 763,9 para cada 100 mil habitantes, portanto, situação considerada de alta incidência. Apesar de haver mais 28 municípios com essa classificação em Mato Grosso do Sul, apenas a Capital decretou situação de emergência.
Mandetta relembrou como foi enfrentar a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti nos anos em que foi secretário municipal de Saúde da Capital. Segundo ele, em 2007, o município enfrentou uma grande epidemia sem necessidade de decretar situação de emergência. Na ocasião, foram registrados apenas dois óbitos. “Havia planejamento. A dengue é uma doença que você procura prevenir. Os insumos são muito em conta, que é soro fisiológico e alguns exames também. O que é preciso é cuidado”.
Em 2019, das cinco mortes registradas no estado pela doença, duas foram na Capital. A maior preocupação é pelo fato do vírus de maior circulação neste ano ser o tipo II, conhecido como causador da dengue hemorrágica. Por não ter circulado em epidemias anteriores, a população, especialmente crianças e idosos, está mais vulnerável a ter a doença.