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Manual de Sobrevivência da Mãe Trabalhadora

Manual de Sobrevivência da Mãe Trabalhadora

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Manual de Sobrevivência da Mãe Trabalhadora

“Você pode fazer tudo, mas não tudo ao mesmo tempo”, diz o ditado alegre e pragmático. E, no entanto, mães que trabalham fora de casa, podem afirmar que nessa lista de “tudo”, a maioria das coisas não gosta de esperar na fila.

Acontece que pequenos humanos precisam comer diariamente (no começo, 10 vezes ao dia), e as demandas profissionais precisam ser, bem, entregues. Se tiver sorte, você gosta do seu emprego o suficiente para sentir a atração de querer estar tanto nas cadeiras do trabalho quanto no sofá de casa. 

Caso contrário, você pode fazer as contas e considerar se juntar a quase um terço dos trabalhadores com responsabilidades de cuidadores que pediram demissão para ficar em casa. 

Se quiser continuar no jogo sem abrir mão de nenhuma das coisas importantes, será preciso se organizar e levar o desafio a sério.

Manual da mulher trabalhadora

O local de trabalho ainda não é igual para homens e mulheres. Veja como evitar minas terrestres, lutar contra o viés e não se esgotar no processo (ou se levantar do chão, se o fizer).

Livre-se da culpa

Em seu livro “Esqueça tudo”, de Amy Westervelt, a escritora resume o dilema da mãe trabalhadora:

“Esperamos que as mulheres trabalhem como se não tivessem filhos e criem os filhos como se não trabalhassem”. Essa é uma receita para a culpa da mãe - um termo que eu gostaria de proibir por implicar que as mães estão cometendo algum erro ao contribuir para a economia e a raça humana ao mesmo tempo. Para mim, o contexto ajuda.

Uma matéria recente publicada no Site da Mãe Experiente compilou várias informações a respeito do trabalho na vida de mulheres que têm filhos sob sua responsabilidade e entre os principais pontos abordados, destacam-se algumas informações:

  • Sentir-se sobrecarregado é normal: Seis meses de folga remunerada - no mínimo - é o melhor para o bebê e para a mãe, sugerem inúmeras pesquisas. No entanto, a maioria dos locais de trabalho não oferece tantas licenças. Como resultado, a maioria das mães que trabalha fora de casa volta ao trabalho antes de estar emocional ou fisicamente pronta. 

Se isso descreve você e você está se sentindo sobrecarregada, lembre-se: isso é natural e não é sua culpa. 

  • A maternidade é uma força no trabalho: Uma pesquisa recentemente divulgada pela agência de marketing digital Estação Indoor salientou que as mulheres são ótimas para o desempenho financeiro de uma empresa – e se são mães, é seguro dizer que provavelmente também são capazes de serem mais produtivas no trabalho. Milhares delas relatam ser mais eficientes, melhores em alternar entre as tarefas e em dizer não depois de terem filhos. É justo, também, inverter essa última ideia: as mães dão “sins” mais comprometidos. Transmita isso. 
  • Trabalhar faz de você uma boa mãe: Uma pesquisa realizada por Kathleen McGinn, economista de Harvard, em 2015 descobriu que as filhas de mães que trabalham fora de casa cresceram com maior desempenho e que seus filhos eram mais propensos a compartilhar as tarefas domésticas. 

No ano passado, McGinn baseou-se nesses resultados , determinando que essas crianças acabam tão felizes quanto seriam se suas mães estivessem em casa com elas.

Evite a 'Culpa da Maternidade'

É um termo cunhado por cientistas sociais para descrever as desvantagens que as mulheres com filhos enfrentam no trabalho em relação às colegas sem filhos, incluindo receber salários iniciais mais baixos e ser percebida (erroneamente) como menos competente . (Em contraste, por meio do que é chamado de “bônus da paternidade”, acredita-se que as carreiras dos homens são beneficiadas quando eles têm filhos). Não há uma cura para tudo, mas aqui estão alguns pontos de partida:

Negocie para obter flexibilidade: Matéria publicada no site Diário Seguro revelou dados que apontam que a flexibilidade no local de trabalho torna os funcionários mais felizes e satisfeitos - mais produtivos também - e ninguém precisa mais de flexibilidade do que as mães. 

Bruna Bozano, empresária e mãe de dois adolescentes (ambas as coisas em tempo integral), fala sobre como o mercado tem se relacionado com essa questão:

“Empresas inteligentes se concentram em contratar (e manter) pessoas bem dispostas no ambiente de trabalho. Quem está cansado ou desestimulado produz menos e impacta a equipe negativamente.

Funcionários faltosos ou improdutivos, geralmente, têm suas demandas ignoradas ou recusadas, mas quem se destaca pela qualidade do trabalho que oferece tem grandes chances de conseguir trabalhar em home office ou sob horários menos rígidos”.

A especialista em expansão digital ainda sugere: “Proponha um período de teste e, se conseguir, mostre que pode fazer as coisas de uma forma ainda melhor se puder ter a flexibilidade que deseja”.

Encontrar saldo

Esse objetivo tortuoso é melhor avaliado por quem analisa de longe.

Haverá dias que serão consumidos por uma ida ao pronto-socorro com uma criança doente, ou semanas consumidas por um novo chefe ou um grande prazo. Mas se você fizer uma pausa e olhar para trás apenas algumas vezes por ano, é provável que esteja mais equilibrada do que pensa - e, se não estiver, pode se sentir bem em fazer correções mais deliberadas. Quanto às tarefas diárias intermináveis, tente o seguinte:

  • Construir igualdade em casa: Se você tiver a sorte de ter um parceiro em todo esse empreendimento, perceba: essa pessoa é seu recurso número 1 e você o dela. Infelizmente, nas relações heterossexuais, as mulheres ainda tendem a assumir a maioria das tarefas domésticas (mesmo quando são o ganha-pão), e as mães tendem a manter as listas de afazeres e assumir o chamado “trabalho emocional” (o trabalho invisível que envolve coisas como garantir que o professor de seu filho se sinta valorizado). 

Converse com seu parceiro sobre esse desequilíbrio. Preencha uma cartolina com as duas tarefas e revezem-se para reivindicar as coisas e riscá-las e compartilhe os despertares noturnos. 

  • Seja deliberada com o “sim”: Há apenas tantas horas no dia, então você terá que avaliar o que realmente vale a pena dizer sim - desde o networking após o expediente até o voluntariado na escola. Tente quantificar seus ganhos e perdas potenciais: quanto vale uma hora do meu tempo? Como me sentirei sobre essa escolha daqui a um ano? O que eu ganho dizendo sim?
  • Fale sobre seus filhos no trabalho: Torne os desafios e as alegrias da maternidade visíveis em seu local de trabalho. Se você tiver que sair de uma reunião para extrair leite materno, diga às pessoas que é isso que você está fazendo. Melhor ainda, gabar-se de todo o trabalho que você fez lá e desestigmatizar esse “intervalo”. Atenda a chamada da diretora da escola e da criança, caso ela entre em contato. Se você parece cansada, isso não é uma coisa ruim. Apenas pareça exausta e como se estivesse lidando com isso. Isso é impressionante!
  • Fale sobre o seu trabalho em casa: Tudo bem se sentir em conflito ou sobrecarregada. Isso é humano. Mas as mães que agem como se o trabalho fosse o opressor não estão fazendo nenhum favor aos filhos. Não esconda seu trabalho de seus filhos - ou peça desculpas por isso. Compartilhe suas lutas e triunfos. Deixe-os entrar em seu mundo de trabalho para entender por que você está, digamos, escrevendo um texto gigante em um sábado enquanto eles assistem à TV. Modele a coragem e a paixão que você gostaria que eles trouxessem para suas carreiras um dia.

Trabalhar é tão normal quanto ter filhos, e embora possa parecer quase impossível fazer bem as duas coisas, é algo gratificante e que torna a vida de qualquer mulher algo ainda cheio de valor e de motivos para se orgulhar.

 

Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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baixa adesão

Fundo Pantanal indeniza desde banqueiro a gigante do Agro

Mas, o Programa que disponibilizou R$ 40 milhões está repassando aos proprietários pantaneiros menos de 10% do previsto para 2025

13/12/2025 12h30

O tuiuiú é considerada a ave-símbolo do Pantanal, mas também pode ser encontrada bem longe deste bioma

O tuiuiú é considerada a ave-símbolo do Pantanal, mas também pode ser encontrada bem longe deste bioma Bruno Rezende/Secom

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Na lista dos 45 proprietários de terras do Pantanal que receberão recursos do Fundo Clima Pantanal, um programa que indeniza fazendeiros que preservam áreas mais amplas do que aquilo que determina a legislação, aparecem desde fazendeiros tradicionais a banqueiros e gigantes do agronegócio.

Mas, conforme publicação do diário oficial do Governo do Estado desta sexta-feira (12) a adesão ficou abaixo do esperado e menos de 10% das verbas disponíveis serão distribuídas no primeiro ano do programa, criado principalmente para combater o desmatamento.

Entre os contemplados, com R$ 100 mil, está Tereza Bracher, esposa do ex-presidente do Itaú Unibanco, Cândido Bracher. A família vair receber a indenização por estar preservando em uma de suas fazendas pantaneiras quase seis mil hectares acima do estipulado pela legislação. 

Com patrimônio estimado na casa dos R$ 15 bilhões, Cândido Bracher foi CEO do Itaú Unibanco entre abril de 2017 e janeiro de 2021. Atualmente,  hoje é integrante do Conselho de Administração da instituição financeira, que fechou 2024 com lucro de R$ 40 bilhões. 

E a banqueira ainda buscou indenização em uma segunda fazenda no Pantanal,  mas foi desclassificada por ter sido enquadrada no item 8.6 das normas que regulamentam a distribuição dos R$ 40 milhões do Fundo.

Este item diz que não pode ser contemplado que  estiver com irregularidades no Cadastro Ambiental Rural (CAR) ou por estar com passivos ambientais não declarados ou que não estejam cumprindo termos de compromisso de recuperação de áreas degradadas.

Em maio deste ano o Ministério Público abriu investigação para apurar suposta omissão do banqueiro em um megaincêndio que destruiu mais de 52 mil hectares em julho de 2024 no Pantanal da Nhecolândia. O fogo teria começado na Fazenda Tupanceretã, de 25 mil hectares, pertecence à família. 

Tereza Bracher também aparece como contemplada indireta em uma outra propriedade. Ela é uma das integrantes da Associação Onçafari, entidade que vai receber pouco mais de R$ 45 mil de indenização pela preservação de 824 hectares de vegetação nativa.

Esta associação, que adquiriu milhares de hectares no Pantanal para criar uma espécie de corredor ecológico que possibilite procriação de onças-pintadas, conseguiu cerca de R$ 180 milhões com filantropos para a criação de reservas privadas no Pantanal. Teresa Bracher é uma destas doadoras. 

Mas, os banqueiros não são os únicos bilionários que aparecem na lista. Outra contemplada é a SLC Agronegócios, uma fazenda dedicada à criação de bovinos no município de Corumbá.  Os bilionários donos desta fazenda receberão R$ 100 mil do Fundo Pantanal por preservarem pouco mais de 3,7 mil hectares. 

A fazenda pertence ao grupo que se apresenta como um dos maiores produtores de commodities agrícolas do país. Possui cerca de 733 mil hectares de área plantada em sete estados. Além de Corumbá, o grupo também produz em fazendas em Cassilância, Chapadão do Sul e Sonora. 

A SLC produz algodão, milho e soja e se dedica à criação de gado, além de ser uma das grandes produtoras de sementes destas cultura.Ela foi uma das primeiras empresas do agronegócio a ter ações negociadas em Bolsa de Valores de São Paulo, a BR.

A famosa Fazenda Bodoquena, de cerca de 77 mil hectares e conhecida por concentrar até 40 mil bonivos, também aparece na relação daqueles que receberão indenização. Neste caso, serão apenas R$ 39 mil, uma vez que atestou estar fazendo preservação extra de 705 hectares de vegetação. 

A fazenda pertence ao Grupo Votorantim, que há mais de sete décadas também atua na produção de cimento em Corumbá, no coração do Pantanal. O grupo é controlado pelos familiareas de Antônio Ermírio de Moraes, um dos rostos mais conhecidos do bilionário clã. Ele morreu em 2014. A família é considerada a terceira mais rica do país, com patrimônio estimado em 15,4 bilhões de dólares, ficando atrás somente das famílias Marinho e Safra.

Mas, nesta lista dos contemplados também aparecem fazendeiros "comuns",  para os quais a indenização de até R$ 100 mil fará alguma diferença. Esté é o caso de Timotheo Reis Proença, que já presidiu o sindicato rural de Aquidauana. Ele cadastrou 1,28 mil hectares como preservação extra e por conta disso receberá R$ 71 mil. 

BAIXA ADESÃO

Ao todo, segundo o Governo do Estado, estão sendo  indenizados 126 mil hectares, o que está garantindo repasse da ordem de R$ 3,25 milhões aos proprietários. 

O valor é praticamente o mesmo ao que está sendo repassado a três ONGs que dizem atuar no combate a incêndios e no tratamento de animais silvestres atingidos pelas queimadas no Pantanal. 

Dos R$ 40 milhões, R$ 1,438 milhão foi destinado ao Instituto Homem Pantaneiro (IHP), R$ 996 mil para o instituto SOS Pantanal e R$ 497,5 mil para o IPCTB - Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil. 

Somados, os repasses às ONGs chegam R$ 2,931 milhões, o que equivale a 7,3% dos R$ 40 milhões anunciados pelo Governo do Estado ao Fundo Pantanal para o primeiro ano de vigência do programa. 

O valor repassado aos proprietários rurais ficou longe daquilo que estava previsto por conta da baixa adesão. Na primeira chamada foram recebidas apenas 71 inscrições de imóveis rurais localizados no Bioma Pantanal. E, após análise dos documentos,  45 propriedades conseguiram cumprir as exigências. 

Mesmo assim, o secretário Jaime Verruck, da Semadesc, comemora os resultados. “O PSA Pantanal demonstra que é possível alinhar desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Estamos criando um modelo em que o produtor rural passa a ser reconhecido como parceiro estratégico na proteção do bioma, recebendo por um serviço ambiental que beneficia toda a sociedade”, afirmou. Segundo ele, o programa também fortalece a imagem de Mato Grosso do Sul como referência nacional em sustentabilidade e políticas climáticas inovadoras.

Agora, os proprietários classificados serão convocados pela Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), agente executor do PSA Conservação, para assinatura do Termo de Adesão. A partir desse instrumento, os provedores de serviços ambientais passam a integrar formalmente o programa e a receber os valores correspondentes às áreas preservadas. 

De acordo com o secretário-adjunto da Semadesc, Artur Falcette, a robustez técnica do edital foi um dos diferenciais do programa. “Todo o processo foi construído com base em critérios objetivos, análises técnicas aprofundadas e uso de ferramentas geoespaciais. Isso garante credibilidade ao PSA e cria um ambiente favorável para sua continuidade e ampliação”, destacou. Ele ressalta que a experiência da primeira chamada servirá como base para o aperfeiçoamento das próximas etapas.

Segunda chamada 

Com a conclusão da primeira etapa, a Semadesc confirmou o cronograma da segunda chamada do PSA Conservação, prevista para 2026. A publicação do edital e a abertura das inscrições ocorrerão em 23 de fevereiro, com encerramento em 6 de abril.

As inscrições deferidas serão divulgadas em 16 de abril, com prazo para recursos até 20 de abril. A avaliação das propriedades ocorrerá até 1º de junho, com publicação do resultado final até 15 de junho. A assinatura dos Termos de Adesão está prevista a partir de 16 de junho de 2026.

Nesta segunda chamada, poderão participar proprietários que não conseguiram se inscrever na primeira etapa. As regras permanecem as mesmas, incluindo a possibilidade de cancelamento de autorizações de supressão de vegetação nativa vigentes na data de abertura do edital, quando houver, sendo que o pagamento será referente ao exercício de 2026. 

“O PSA é uma política de Estado, construída para ter continuidade e escala. A segunda chamada amplia o alcance do programa e reforça nosso compromisso com a conservação do Pantanal”, concluiu Jaime Verruck.

 

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