Cidades

MEIO AMBIENTE

Marina intensifica alerta com seca e nova onda de calor no Pantanal

Ministra estave ontem na Capital para prestigiar debate do Plano Clima Participativo, que incentiva cidadãos a enviarem propostas para criação de políticas sobre o clima

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De janeiro até a última terça-feira o fogo havia consumido 1,559 milhão de hectares no Pantanal, tanto em Mato Grosso do Sul como em Mato Grosso, segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ).

O número, no entanto, pode crescer nos próximos dias, em virtude da chegada de uma nova onda de calor, que deve elevar as temperaturas na região e reduzir ainda mais a umidade relativa do ar. 

O alerta foi feito pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em visita feita ontem à Campo Grande.
A vinda de Marina Silva e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, teve como objetivo a construção do Plano Clima Participativo, com foco no Pantanal. 

Durante o evento, Marina ressaltou que, apesar da diminuição de focos devido as chuvas e ao frio, a situação de incêndios pode piorar nos próximos dias.

“Nós sabemos que vamos ter pela frente mais onda de calor, mais baixa umidade, ventos velozes, portanto não desmobilizamos as equipes mesmo com as chuvas que tivemos em algumas regiões”, afirmou a ministra. 

“Nós estamos vivendo uma situação crítica na RPPN [Reservas Particulares do Patrimônio Natural] do Sesc Pantanal e estamos com todo um trabalho que está sendo feito ali naquela frente, mas nós sabemos que isso tem a ver com a combinação de mudança do clima, tem a ver com incêndios que são feitos por desmatamento e ao mesmo tempo por falta de compreendermos que na base de tudo isso está a emissão de CO2 que aumenta a temperatura, carvão, petróleo, gás e desmatamento”, completou Marina.

Marina ressaltou que há mais de 900 pessoas do governo federal trabalhando na prevençao e combate às chamas, além de servidores do governo estadual e prefeitura.

Segundo ela, toda essa estrutura será mantida ao longo deste ano, visto que os meses de agosto e setembro costumam ser os mais severos em relação aos incêndios florestais.

PLANO CLIMA

A agenda dos ministros era o Plano Clima, que tem o objetivo de engajar as pessoas a enviar propostas, tirar dúvidas sobre o processo e informar sobre as etapas da elaboração da estratégia que vai guiar a política climática do país até 2035.

Marina Silva, que já veio várias vezes ao Estado nos últimos meses para tratar de assuntos que envolvem os incêndio no Pantanal, reforçou a importância da parceria com o governo do Estado para a formulação e implementação de políticas voltadas ao clima. 

Ela destacou ainda que é importante debater o Plano Clima para dar uma resposta a altura da gravidade do problema enfrentado no Mato Grosso do Sul e no Amazonas.

“Agora nós vivemos essa seca intensa que vem acompanhada de incêndios, que são igualmente desafiadores”, disse a ministra.

Ainda segundo a ministra, o Plano Clima irá elaborar também questões relativas a parte de adaptação para lidar com os eventos climáticos.

“Os esforços que nós estamos fazendo aqui já é um esforço de adaptação, porque como o período seco antecipou os incêndios em dois meses e meio, se não tivéssemos a lei do Pantanal, se não tivéssemos trabalhado preventivamente as equipes desde o ano passado, nós não teríamos como mobilizar os recursos que mobilizamos”, disse.

“É uma agenda de adaptação com cerca de 16 planos, e uma agenda de mitigação com cerca de oito planos para todos os setores, para energia, para transporte, para indústria, agricultura e desmatamento, assim por diante”, acrescentou.

Um dos objetivos, conforme Marina, é chegar na COP29, no Azerbaijão, com contribuições nacionalmente determinadas para não deixar ultrapassar 1,5 de temperatura da Terra.

O ciclo de plenárias do Plano Clima Participativo foi realizado ontem no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande, sendo o quarto de oito encontros presenciais. 

As reuniões têm o intuito de engajar a sociedade civil no envio de propostas, tirar dúvidas sobre o processo e informar sobre as etapas da elaboração da estratégia que vai guiar a política climática do país até 2035.

A elaboração do Plano Clima é conduzida pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), integrado por representantes de 22 ministérios, pela Rede Clima e pelo Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, e tem dois pilares principais: a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação de cidades e ambientes naturais às mudanças do clima. 

O lançamento do ciclo de plenárias foi em Brasília, no dia 30 de julho. Em 1° de agosto, o tema foi o Sistema Costeiro-Marinho, em Recife e, no dia 2, a plenária abordou a Caatinga, em Teresina (PI).

Saiba

Depois da plenária do Plano Clima Participativo sobre o Pantanal, realizado em Campo Grande ontem, os próximos serão: sobre a Mata Atlântica, em São Paulo (SP); o Pampa, em Porto Alegre (RS); a Amazônia, ainda com local a definir; e o Cerrado, em Imperatriz (MA).

Das plenárias sairão propostas que poderão ser incluídas na primeira versão do documento, que será apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP 29, no Azerbaijão, em novembro deste ano.

Economia

Dólar cai e Bolsa sobe com expectativas de corte maior nos juros dos EUA

A Bolsa brasileira, diante do novo fôlego, fechou em alta de 0,63%, aos 134.881 pontos

13/09/2024 19h00

O dólar fechou em queda de 0,44% nesta sexta-feira (2), aos R$ 5,709.

O dólar fechou em queda de 0,44% nesta sexta-feira (2), aos R$ 5,709. Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil

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O dólar fechou em queda firme de 0,90% nesta sexta-feira (13), a R$ 5,566, com o mercado voltando a debater sobre o tamanho do corte que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) deverá fazer na taxa de juros.

As autoridades da política monetária se reunirão na semana que vem, e os investidores especulam se a redução será de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.

As apostas de um corte maior derrubaram o dólar globalmente e fomentaram a busca por ativos de maior risco. A Bolsa brasileira, diante do novo fôlego, fechou em alta de 0,63%, aos 134.881 pontos.

Os ajustes nas previsões sobre a política monetária dos Estados Unidos acontecem poucos dias antes da reunião do Fed que deverá dar início ao aguardado ciclo de afrouxamento nos juros, marcada para 17 e 18 de setembro. A taxa está na faixa de 5,25% a 5,5% desde julho do ano passado -o patamar mais restritivo em duas décadas.

Ao longo da semana, dados de inflação ao consumidor acima do esperado para agosto e números benignos no mercado de trabalho haviam consolidado previsões em torno de uma redução de 0,25 ponto percentual.

Apostas de um corte de 0,50 ponto, porém, voltaram a ganhar espaço entre os operadores. O ex-presidente do Fed de Nova York, Bill Dudley, afirmou que há um forte argumento a favor da redução maior, enquanto veículos de imprensa chamaram a decisão de "apertada".

Na quinta-feira, o corte de 0,25 ponto reunia 87% dos agentes financeiros, segundo a ferramenta FedWatch, com os 13% restantes centrados na redução de 0,50. Agora, as proporções são de 51% e 49%, respectivamente, indicando um mercado dividido.

O Fed trabalha com um mandato duplo, isto é, observa de perto os dados de inflação e trabalho para decidir sobre os juros. O objetivo é atingir o chamado "pouso suave", quando índices inflacionários convergem para a meta sem maiores danos à empregabilidade do país.

Um corte de 0,50 ponto permitiria ao Fed retornar os custos de empréstimos a níveis normais mais rapidamente, removendo restrições à economia e protegendo o mercado de trabalho de mais fraqueza.

Por outro lado, poderia gerar interpretações de que o banco central está preocupado com a perspectiva econômica, levando os mercados financeiros a precificar uma redução mais dramática nas taxas a partir da semana.

"Pode-se argumentar por 0,50 ponto, mas as comunicações em torno disso são complicadas e não há uma razão convincente para assumir esse desafio", disse Loretta Mester, que se aposentou como presidente do Fed de Cleveland em junho.
A retomada da incerteza em relação ao tamanho do corte derrubou os rendimentos dos Treasuries, os títulos ligados ao Tesouro dos EUA, o que tornou o dólar menos atrativo para investimentos globalmente.

Para o real, outro fator de relevância ainda entrou na conta: a discussão em torno da taxa básica de juros do Brasil, a Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

Desde a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em julho, dirigentes do BC (Banco Central) têm reiterado que um novo ciclo de aperto está à mesa para levar a inflação de volta ao centro da meta, caso os dados macroeconômicos indiquem necessidade.

O comitê trabalha com a meta de inflação em 3%, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional, órgão ligado ao Ministério da Fazenda) e com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a alta de preços.

Na terça-feira, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial do país, teve queda de 0,02% em agosto. No acumulado do ano, passou a registrar uma inflação menor, de 4,24% -uma desaceleração dos 4,5% de julho, o teto da meta do BC.

A deflação não reverteu apostas de que a Selic irá subir 0,25 ponto já na próxima reunião do BC, também marcada para os dias 17 e 18 de agosto. A percepção do mercado foi reforçada com dados do setor de serviços, divulgados pelo IBGE na quarta, e vendas no varejo, na quinta.

Já nesta sexta, os dados do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do BC), considerado uma espécie de "prévia" do PIB, mostrou que a economia brasileira recuou 0,4% em julho em comparação ao mês anterior. O resultado marcou perdas em relação a junho, quando houve avanço de 1,4%, mas ainda foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de queda de 0,9%.

O dado indica "um nível de atividade ainda forte, o que reforça o cenário de alta em 0,25 ponto na Selic", diz Patrícia Krause, economista-chefe para a América Latina da Coface.

Quanto maiores os juros no Brasil e menores nos Estados Unidos, melhor para o real, que se torna mais atraente para investimentos de "carry trade" -isto é, quando investidores tomam empréstimos a taxas baixas e aplicam recursos em moedas de países de taxas altas, para rentabilizar sobre o diferencial de juros.

Na cena corporativa, a Vale subiu 0,67%, mesmo com a desvalorização do minério de ferro na China. Já a Petrobras reverteu os ganhos de mais cedo, com os papéis preferenciais e os ordinários em queda de 0,46% e 0,29%, respectivamente, apesar do avanço do petróleo no exterior.

As ações da petroleira foram afetadas por falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chamou de "bando de imbecis" aqueles que defendem a privatização da estatal e afirmou que a operação Lava Jato não visava prender corruptos, mas sim desmoralizar a companhia para vendê-la.

Outro destaque do pregão foi a disparada de 22,52% dos papéis da Azul, em meio a notícias de que a companhia aérea estaria perto de chegar a um acordo de reestruturação de dívidas com arrendadores de aviões. A empresa, segundo a agência Reuters, estaria oferecendo ações para pagar cerca de US$ 600 milhões em dívidas.

 

*Informações Folhapress 
 

CONFLITO

PM diz que disparou contra indígenas após ataque com flecha envenenada

Confronto terminou com três indígenas feridos a balas de borracha em Antônio João, onde indígenas ocuparam fazenda e atearam fogo em pontes

13/09/2024 18h32

Conflito resultou em três indígenas feridos; PM diz que agiu em legítima defesa

Conflito resultou em três indígenas feridos; PM diz que agiu em legítima defesa Reprodução: Aty Guasu/Instagram

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A Polícia Militar (PM) afirma que atirou contra indígenas após serem atacados com flechas envenenadas, em Antônio João. O conflito na região ocorreu nessa quinta-feira (12), após proprietários rurais denunciarem que fazendas foram invadidas e pontes incendiadas por indígenas.

Conforme noticiou o Correio do Estado, quando os policiais chegaram, houve confronto e três pessoas, uma mulher e dois homens, ficaram feridas, e uma delas permanece internada no hospital. Os tiros disparados foram com bala de borracha.

Em nota, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o fogo foi provocado por alguns indígenas, após deflagrado um conflito na região.

"A Polícia Militar foi chamada pela população, e quando os agentes chegaram ao local, foram recebidos com violência e atacados com flechas envenenadas", diz a nota.

Ainda conforme a Sejusp, os disparos feitos pelos policiais foram em "legítima defesa" e, após o confronto, houve reforço no policiamento, com envio de equipes do Batalhão de Choque, que permanecem no local a fim de evitar novos conflitos, por determinação judicial.

Sobre o incêndio, a secretaria afirma que as chamas destruíram uma área de vegetação nativa e uma ponte da região, que seria o único acesso a diversas propriedades rurais. O fogo foi controlado pelo Corpo de Bombeiros.

Por fim, a Sejusp esclarece que não existe qualquer ordem de reintegração de posse sendo cumprida, nem preparativos.

Conflito

A Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani, Aty Guasu, denunciou conflitos na aldeia Marangatu, localizada no município de Antônio João.

Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informou que a comunidade foi atacada pela Polícia Militar e que, após os eventos, a Força Nacional foi para a região. "Os indígenas resistem cercados na sede da fazenda", diz texto do Cimi.

Segundo o Cimi, a propriedade é a que ainda faltava ser retomada pela comunidade, sendo que a última tentativa ocorreu em 2016. Na ocasião, houve confronto com fazendeiros da localidade.

O conflito resultou na morte, a tiros, de Simião Vilhalva. Na TI Nhanderu Marangatu também foram assassinados Dorvalino Rocha, em 24 de dezembro de 2005, e Marçal Tupã, em novembro de 1983.

Após a tentativa de retomada, a Justiça Federal de Ponta Porã, através de decisão publicada ainda na quinta-feira (12), autorizou a atuação da polícia estadual para proteger a propriedade privada.

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