Cidades

Os desafios dos 2.396 km

Quase pronta, Rota Bioceânica terá de superar desafios e provar viabilidade

A burocracia alfandegária será um dos maiores desafios aos caminhoneiros brasileiros

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Com as obras da ponte sobre o Rio Paraguai e pavimentação no País vizinho em andamento, burocracia alfandegária, longos trechos sem postos de apoio, e travessia dos Andes, ainda são desafios logísticos a caminhoneiros brasileiros. 

A extensão de 2.396 km que deve ligar os dois maiores oceanos do planeta, Atlântico e Pacífico, nunca foi percorrido e será um grande desafio para os caminhoneiros. Essa é a visão de muitas transportadoras que deverão se adaptar para que os motoristas consigam percorrer a megaestrada até os portos chilenos.  

Para entender melhor a complexidade dessa nova rota que vai alavancar a economia de Mato Grosso do Sul, saindo de Campo Grande até Iquique (CHI), o Correio do Estado conversou com Gilmar Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Cargas (Sindcargas), que citou a complexidade dessa nova rota da economia.

"Estive na Argentina na última semana, e passei por ela. O que observei e conversei com eles [paraguaios e argentinos] é que as cidades que fazem parte dessa rota precisam melhorar a sua infraestrutura. Precisam construir hospitais, seguranças, policiamento e duplicação nas rodovias e até espaço para áreas de descanso para os caminhoneiros, em que muitos desses lugares não existem. ", relatou.  

Apesar da falta de segurança nas rodovias citadas pelo presidente do Sindcargas, Gilmar disse que o maior problema mesmo será passar pelas aduanas (alfândegas). "Hoje um caminhoneiro para seguir a Pedro Juan Caballero, vai demorar no mínimo 7 dias. Já conversamos com os governantes e queremos seguir o exemplo na fronteira de SP/MS onde os motoristas demoram de 20 a 30 minutos. A rodovia é para que a mercadoria chegue aos portos chilenos em 5 dias, para isso, necessitamos de mais agilidade nas aduanas", explicou

Gilmar explanou o seu maior receio. "O meu meu maior receio é a Cordilheira dos Andes, por isso que essa rota é muito complexa e precisamos de mais estudos", enfatizou 

Conversamos também com o caminhoneiro Hélio dos Anjos, de 53 anos. Ele sempre desce para o Chile levando cargas e deve usar a Rota Bioceânica para ter acesso aos portos chilenos. Ele foi enfático em dizer sobre as maiores dificuldades: "As aduanas irritam demais, às vezes temos que acelerar nas rodovias de MS, porque a gente sempre trava em Pedro Juan Caballero. Enfrentamos a mesma coisa em Ciudad Del Leste, onde ficamos de 5 a 7 dias parados à espera de autorização do país. Caso eles consigam agilizar, a gente faz essa rota até menos dias do que estão especulando", enfatizou.  

Questionamos com Hélio sobre a questão das rodovias nesses países, e ele citou que a duplicação interfere demais no tempo de viagem. "As rodovias paraguaias e as chilenas precisam de estrutura, são pistas únicas e complicadas. Já passei por um pedaço da cordilheira e foi um sufoco por causa do ar rarefeito. O motor vai para o espaço!. Se duplicarem e colocarem pontos de descansos, o tempo de viagem até lá será bem menor", enfatizou. 

Veja o percurso da Bioceânica 

Aproximadamente 107 pessoas em 36 caminhonetes devem percorrer a partir desta sexta-feira (24), os 2,3 mil quilômetros da Rota Bioceânica até o litoral norte chileno.  A terceira expedição da Rota de Integração Latina Americana (RILA) passará por 10 cidades e será um teste-driver para os governantes e empresários possam entender melhor os desafios do percurso que será a principal rota econômica do país. De acordo com a programação, os veículos devem chegar em Iquique (CHI), no dia 5 de dezembro.  

"Entre ida e volta serão quase 5 mil quilômetros e sabemos que será um verdadeiro test-drive para os veículos, principalmente na Cordilheira dos Andes. Queremos mostrar aos empresários que essa rodovia já está apta para o uso e assim começar a fomentar a economia dos países participantes ", detalhou, Cláudio Cavol, que é diretor do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog).  

Conforme a programação, um caminhão frigorífico da JBS com 13 toneladas de carne bovina deve ir junto com a frota. Segundo Cavol, o transporte deste veículo pela Cordilheira dos Andes será um grande desafio que valerá estudos mais específicos.

"Serão 5 mil quilômetros em 5 dias de viagem direta. Os dados que temos em mãos é que um caminhão deve gastar entre 15 a 18 mil reais de diesel. Para termos uma certeza, faremos um frete experimental para vermos o que vamos enfrentar, já que ainda temos alguns pontos que será um grande desafio para os veículos mais pesados", detalhou. 

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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