Na manhã desta quinta-feira (16), ao menos 25 veículos, entre motocicletas e carros, estavam estacionados de forma irregular na rua 14 de Julho, no trecho entre a rua Sete de Setembro e a Marechal Rondon.
Bastou uma breve caminhada realizada pela equipe de reportagem do Correio do Estado para ver que o problema é bastante comum.
A maioria dos carros estacionados de forma irregular estava nas vagas de “embarque e desembarque”, cerca de 10 veículos nesses locais.
Em sequência, vimos mais cinco veículos em vagas destinadas a idosos e às pessoas com deficiência. Além de cerca de quatro carros nas vagas de “carga e descarga pesada”.
Já as motocicletas foram vistas nos locais proibidos de estacionar, como canteiros, as quais contabilizamos em cerca de seis motos. Tudo isso em uma manhã e em um espaço de cinco quadras.
Mesmo diante da possibilidade de receber multa, parte da população comete essas infrações e o questionamento que fica é: por que isso acontece?
Dois pontos podem ser considerados nesse problema, o primeiro, destacado pelos próprios comerciantes da região, é a falta de vagas disponíveis para a população em geral, problema que leva ao segundo ponto, o mal uso das vagas de grupos como idosos, deficientes, carga e descarga.
Segundo a trabalhadora do comércio, Fernanda Montenegro, de 31 anos, tanto clientes, quanto comerciantes e outros profissionais como entregadores reclamam do estacionamento.
“Desde a revitalização ficou ruim assim. Quase não tem vagas que não sejam restritas, então todo mundo tem que estacionar nas ruas laterais ou em outras mais distantes”, disse.
Ela explica, ainda, que, em função da maior parte das vagas da 14 de Julho serem para grupos específicos, muitas vezes, as pessoas acabam parando de forma irregular para fazer algo rápido e, quando alguém do grupo específico realmente precisa, a vaga está ocupada por quem não deveria.
Com relação ao papel da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), a população local conta que às vezes dão multas e às vezes nada acontece.
Nossa equipe entrou em contato com a Agetran via e-mail e WhatsApp, mas não conseguiu resposta para nossos questionamentos até o fechamentos deste texto.
De qualquer forma, a solução para as vagas de estacionamento no centro da cidade é algo complexo de ser resolvido, pois se percebe um círculo vicioso de problemas que se interligam.
Vagas
Conforme informações disponíveis no site da Agetran, atualmente, Campo Grande tem 165 vagas consideras especiais. Desse total, 57 são para pessoas com deficiência e 108 para idosos.
Nesse número não são contabilizadas as vagas dentro de shoppings, supermercados e demais estabelecimentos comerciais.
Para utilizar tais vagas, os grupos prioritários devem comparecer à Agetran e solicitar a autorização, recebendo, por fim, uma placa que deve ficar à vista da fiscalização quando o carro estiver estacionado.
Multa
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), estacionar em vaga de idoso ou pessoa com deficiência é considerada uma infração gravíssima, com pena de multa no valor de R$ 293,47 e remoção do veículo.




