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Ministério da Saúde ainda não informou Mato Grosso do Sul sobre campanha contra gripe

Especialista ressalta que medidas de prevenção à gripe são as mesmas adotadas no combate à Covid-19

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A dois meses do início da campanha nacional de vacinação contra a Influenza, Mato Grosso do Sul ainda não tem um cronograma de imunização. 

Conforme informou a Secretaria de Estado de Saúde (SES), até o momento o Ministério da Saúde não contatou o Estado para repassar informação referente ao período, já que a vacina é de responsabilidade do Plano Nacional de Imunização (PNI) e aplicada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Com a falta de sinalização, o município também informou não ter previsão de estoque de doses para Campo Grande.

A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com o Ministério da Saúde na primeira semana do ano, questionando a respeito do andamento da campanha contra a Influenza, como aquisição e distribuição de doses, datas e grupos prioritários, porém não houve resposta até o fechamento desta matéria.

Últimas notícias

Em Mato Grosso do Sul, no ano passado, a campanha teve duração de três meses. Do dia 23 de março até 30 de junho, foram imunizados 90,78% do público-alvo do Estado, uma média maior que a esperada. Só em Campo Grande, mais de 67 mil pessoas receberam as doses.

De acordo com o médico infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Júlio Croda, ainda que seja importante manter o fluxo de imunização contra o vírus da H1N1, o momento exige uma observação maior com a Covid-19.

Desta forma, a alternativa mais inteligente é priorizar o combate à pandemia, mas destacou que o uso de máscara facial, distanciamento e higienização também são métodos de prevenção válidos para o controle da Influenza. 

“À medida que a população descuidar das medidas de biossegurança, pode ser que haja um aumento no número de casos de H1N1 também”, completou o especialista ao comentar sobre a hipótese de haver um atraso na campanha contra a gripe.

Ainda que a falta de repasse do Ministério não configure atraso, uma das preocupações está no “corre-corre” das autoridades para tratar primeiro a pandemia, e o fato de o Instituto Butantan, fornecedor dos imunizantes para o governo federal, ser o mesmo responsável pela produção de uma das vacinas contra a Covid-19 aprovadas para uso emergencial.

A reportagem entrou em contato com a equipe do Instituto Butantan, para informações sobre o quantitativo de doses e período de fornecimento para o Ministério da Saúde, porém, novamente, não houve retorno até o fechamento da edição.

REDE PRIVADA

Em contrapartida à incerteza do Estado e do município, as clínicas de particulares de Campo Grande já têm estoque de vacina garantido para iniciar a campanha de imunização contra Influenza, e as regras para o atendimento se mantêm.

Como a pandemia ainda é uma realidade, os protocolos de biossegurança preconizados pelas autoridades em Saúde seguem valendo: uso de máscara facial durante o tempo de permanência nas unidades, uso de álcool gel e, cooperando com o distanciamento social, redução do atendimento diário.

Alguns pontos de vacinação adotaram ainda outras medidas para garantir que as aglomerações não aconteçam. A Clínica Vaccini, por exemplo, assim como no ano passado, vai trabalhar com agendamento, contatando seus clientes quando as doses já estiverem disponíveis. 

A previsão é de que os lotes cheguem na primeira quinzena de abril. Segundo a porta-voz Dulcinéia Muzili, o estoque planejado comporta 50 mil doses, basicamente a mesma quantidade encomendada nos últimos anos, e o tempo de duração da campanha pode variar. 

“Quando não se tem notícias de Gripe na mídia, as pessoas tendem a não se vacinar”, frisou a porta-voz.

Já para o diretor da Clínica Imunitá, Alberto Félix, 2021 deve apresentar um cenário mais positivo em relação à procura de imunizantes, e a motivação é justamente as discussões levantadas pela pandemia do novo coronavírus.

“Será, em média, de 20% a 30% a mais de doses, porque a vacina virou um tema, e as pessoas estão mais conscientes da importância”, citou o médico. No ano passado, o porcentual de doses fornecidas supriu demandas de março a maio, considero o pico de procura.

Ainda segundo ele, a clínica deve abrir a campanha de vacinação já no próximo mês, e os clientes terão múltiplos esquemas de escolha. Além do agendamento convencional, as pessoas poderão ser atendidas por livre demanda e também no drive-thru que será instalado pela Imunitá.

Outra clínica que também enxerga o novo ano com boas expectativas quando o assunto é vacinação é a Vaccine Care. 

A unidade pretende começar o período de imunização já na segunda quinzena de março e com um quantitativo maior de pessoas. Como opção, os clientes poderão ser atendidos pelo sistema home care, drive-thru e agendamento padrão, obedecendo as normas sanitárias.

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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