Cidades

CONFLITO AGRÁRIO

Ministério confirma que indígenas foram alvos de tiros em MS

Os ataques aconteceram n sábado e no domingo, nos municípios de Douradina e Caarapó, durante a invasão de áreas

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O Ministério dos Povos Indígenas afirmou nesta segunda-feira (14) à Folha que indígenas guarani-kaiowá foram alvos de tiros neste sábado (13) e no domingo (14) nos municípios de Douradina e Caarapó, em Mato Grosso do Sul.

Isso teria acontecido durante retomada de territórios tradicionalmente ocupados pelos indígenas, de acordo com a pasta.

Ainda segundo o ministério, um grupo de dez pessoas foi atacado por cerca de 50 homens armados no sábado em Douradina. E no domingo, os indígenas foram alvos de tiros em Caarapó.

A pasta acrescenta que, de acordo com informações ainda preliminares, ao menos duas pessoas foram baleadas na região. Entre elas, um cacique de 52 anos.

A reportagem fez contato com a Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

A TI (Terra Indígena) Panambi-Lagoa Rica, em Douradina, foi delimitada pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em 2011. Mas, segundo o ministério, três ações judiciais impedem o avanço da demarcação.

A TI Amambaipegua I, em Caarapó, foi delimitada em 2016 e, atualmente, a Funai "analisa as contestações relativas à demarcação deste território".

OUTROS CASOS

Desde o início deste mês, houve outros episódios de conflitos de terra envolvendo indígenas, no Paraná e no Rio Grande do Sul.

No oeste do Paraná, 22 famílias que já habitavam a TI Guasu Guavirá, no município de Terra Roxa, iniciaram a retomada dos territórios Arakoé e Arapoty e, desde o início do mês, estão sendo alvos de ataques, de acordo com o ministério. Sem outros detalhes, a pasta diz que um indígena foi baleado durante os conflitos.

A região é tradicionalmente ocupada por indígenas avá guarani. E a TI Guasu Guavirá foi delimitada pela Funai em 2018.
O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) também relatou que grupos têm impedido a chegada de doações e entrega de alimentos aos indígenas na região.

A PF do Paraná não respondeu à reportagem até a publicação deste texto.

Segundo o ministério, nesta terça-feira (16) começa um trabalho de mediação dos conflitos no Paraná e em Mato Grosso do Sul, em conjunto com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Em nota, a pasta acrescenta que "a instabilidade gerada pela lei do marco temporal (lei 14.701/2023), além de outras tentativas de se avançar com a pauta, como a PEC 48, tem como consequência não só a incerteza jurídica sobre as definições territoriais que afetam os povos indígenas, mas abre ocasião para atos de violência que têm os indígenas como as principais vítimas".

Já o Cimi afirma em nota que há outros ataques recentes contra comunidades indígenas e que "existe uma naturalização da violência que é avalizada pela inércia dos órgãos federais".

"Sentindo-se legitimados pela vigência de uma lei inconstitucional, os ruralistas têm atacado aos olhos de todos, à luz do dia ou na calada da noite, em qualquer tempo, sempre com certeza de impunidade", continua a entidade.

TIROS EM BARRACOS NO RS

No Rio Grande do Sul, no município de Pontão, indígenas sofreram dois ataques desde 9 de julho, quando as famílias decidiram retornar para uma área próxima ao seu território originário, segundo o Cimi.

Pessoas armadas passaram pela rodovia e atiraram em direção aos barracos que os indígenas levantaram à margem da estrada. No último fim de semana, ainda segundo a pasta, homens atearam fogo em um veículo da comunidade indígena.

Procurada, a PF do RS confirmou ter o registro relativo aos disparos, dia 10 de julho. A queima do veículo não foi registrada. O ministério diz que monitora a situação.

(INFORMAÇÕES DA FOLHAPRESS)

Dourados

Polícia Federal investiga comerciantes suspeitos de estelionato contra indígenas

Foram apreendidos 48 cartões e aparelhos celulares em posse dos comerciantes, que realizavam saques para quitar dívidas nos estabelecimentos onde indígenas eram obrigados a fazer suas compras.

13/09/2024 14h45

Agentes da Polícia Federal estiveram em comércios de Dourados em operação contra estelionato.

Agentes da Polícia Federal estiveram em comércios de Dourados em operação contra estelionato. Divulgação/ Polícia Federal

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Comerciantes do município de Dourados, a 221 quilômetros de Campo Grande, estão sendo investigados pela Polícia Federal por suspeita de estelionato contra indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru. De acordo com as investigações, foram apreendidos 48 cartões e aparelhos celulares. Nenhum suspeito foi detido até o momento, mas as operações continuam

Segundo informações da polícia, as investigações revelaram que estabelecimentos em Dourados estariam retendo cartões bancários de indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru, forçando-os a comprar exclusivamente nesses locais.

Diante das denúncias, a Delegacia de Polícia Civil e a Justiça Federal determinaram a busca e apreensão de cerca de mil cartões dos indígenas, além de equipamentos eletrônicos como computadores, tablets e celulares, que estariam armazenando as senhas dos cartões, assim como documentos relacionados.

Segundo relatos dos próprios indígenas, os cartões foram feitos com a loja, juntamente com as respectivas senhas. Eram os proprietários do estabelecimento que realizavam os saques e somente devolviam os cartões aos indígenas após a quitação total da dívida. Os principais crimes investigados são estelionato e associação criminosa.

Agentes da Polícia Federal estiveram em comércios de Dourados em operação contra estelionato. Cartões e aparelhos celulares foram apreendidos. Divulgação/ Polícia Federal 

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Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para o final de semana em Campo Grande e demais regiões de MS

Algumas regiões terão chuva preta entre sábado e domingo

13/09/2024 14h30

Após ongo tempo seco, chuva chega ao estado neste final de semana

Após ongo tempo seco, chuva chega ao estado neste final de semana Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A previsão para o final de semana, entre esta sexta-feira (13) e domingo (15), indica mudanças no tempo devido ao avanço de uma frente fria, que favorece aumento de nebulosidade, probabilidade de chuva e queda das temperaturas para algumas regiões do estado, com destaque para sul do estado.

Aliado às altas temperaturas, esperam-se baixos valores de umidade relativa do ar, entre 8% e 20%. Por isso, recomenda-se que a população beba bastante líquido, evite exposição ao sol nos horários mais quentes e secos do dia e umidifique os ambientes. Além disso, as condições meteorológicas previstas, de tempo quente e seco, tornam o ambiente atmosférico favorável para a ocorrência de incêndios florestais. Desta forma, recomenda-se que a população não ateie fogo em nenhuma situação, pois é crime ambiental.

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperaturas mínimas entre 20°C e 23°C e máximas entre 31°C e 38°C. Chove no domingo.
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas mínimas entre 21ºC e 27°C e máximas entre 30°C e 40°C. Pode chover no domingo.
  • Em Porto Murtinho são esperadas mínimas entre 18°C e 23°C e máximas entre 21ºC e 38°C. Chove no sábado.
  • O Norte do estado deve registrar temperaturas mínimas entre 23°C e 26°C e máximas entre 35°C e 39°C.
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas mínimas entre 20°C e 24°C e máximas entre 34°C e 39°C.
  • Anaurilândia terá mínimas entre 19°C e 23°C e máximas entre 29°C e 39°C. Deve chover no domingo.
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínimas entre 16°C e 20°C e máximas entre 23°C e 39°C. 
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas mínimas entre 16°C e 22°C e máximas entre 18°C e 34°C. Há previsão de chuva no sábado e domingo.
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínimas entre 16°C e 21°C e máximas entre 21°C e 37°C. Pode chover no sábado e domingo.

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