Cidades

Conflito em MS

Ministra Guajajara aciona Força Nacional para trabalhar no caso do jornalista canadense agredido

Guajajara compareceu à Assembleia Aty Guasu e ao saber do ocorrido solicitou imediatamente reforço de segurança para os conflitos envolvendo produtores e indígenas nos municípios de Caarapó e Iguatemi

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A Força Nacional está atuando em Mato Grosso do Sul, a pedido da Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, após a denúncia da agressão sofrida pelo jornalista canadense e sua esposa, durante uma tocaia no município de Iguatemi.

"Nós pedimos a Força Nacional logo que fomos notificados sobre a situação e a Força Nacional já esteve na região no mesmo dia. O Ministério dos Povos Indígenas continua acompanhando por meio do departamento de mediação e conciliação de conflitos para que a gente possa garantir agora essa segurança para os jornalistas que estavam ali retornar para o seu Estado", comentou Guajajara.

Caravana Participa, Parente!

A Ministra, Sonia Guajajara esteve no Estado, nesta sexta-feira (24), para participar da Grande Assembleia Aty Guasu, em Caarapó. Com o tema "Caravana Participa, Parente!" o evento iniciou no dia 21 de novembro e encerra amanhã. 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entenda

O jornalista canadense Renaud Philippe, 39 anos, e sua esposa, a antropóloga brasileira Ana Carolina Mira Porto, 38, estavam cobrindo a assembleia do povo Aty Guassu no município de Caarapó,  assim como conflitos por terras entre indígenas e produtores rurais.

Acompanhados de um morador da comunidade, identificado como Joel, e do engenheiro florestal, Renato Farac Galata, de 41 anos, o casal seguiu até Iguatemi, na quarta-feira (22) ao ter conhecimento de outro embate por posse de terras e decidiram registrar a situação. 

Tocaia

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, o trio estava no local para verificar uma denúncia de sequestro de uma família Guarani Kaiowá. A trabalho, o objetivo era a produção de um vídeo documentário. 

"Por volta das 15:30, próximo ao território da retomada, encontramos uma série de veículos, a maioria caminhonetes, bloqueando a passagem e resolvemos dar a volta e retornar. Neste momento os veículos com mais de 30 pessoas não indígenas os seguiram e abordaram. Mesmo explicando que estavam lá somente cobrindo midiaticamente o acontecimento, os agressores os deitaram no chão e iniciaram uma série de agressões. Cortaram meu cabelo com uma faca e outros me deram chutes nas costas e costelas", relatou o jornalista canadense, Renaud Philippe de 39 anos.

Sua esposa, a antropóloga e também cineasta, Ana Carolina Porto, de 38 anos, conta que antes de caírem em uma emboscada passaram por um posto da Delegacia de Operações na Fronteira (DOF), mas que não foram alertados sobre uma possível área de conflito.

"Haviam pessoas armadas com revólver e uma alertou para que a gente saísse do local porque iria ficar perigoso. Tentamos retornaram ao veículo e no trajeto fomos interceptados, agredidos física e verbalmente. Enquanto eramos agredidos, outras pessoas levaram nossos objetos pessoais, como: documentos, duas câmeras fotográficas Fujiifilm, três lentes para as câmeras e seis baterias, aparelho de som com microfone acoplado, dois celulares, Iphones, óculos de grau e minha bolsa", relembra a repórter.


Em depoimento, o engenheiro florestal, Renato Farac, de 41 anos, disse que conheceu o casal durante essa a viagem de trabalho em Iguatemi. Após deixarem um indígena em sua aldeia e terem ido fazer um lanche, foram pegos de surpresa ao retornarem para a região rural.

"Renaud foi agredido com maior contundência, fomos xingados por inúmeras pessoas que surgiram no local. Estávamos num carro alugado e levaram minha mochila com carteira, documentação e dinheiro. Em certo momento, conseguimos escapar e vir para a cidade denunciar", conta o engenheiro florestal, amigo do casal.


Segundo um vídeo divulgado nas redes sociais, os jornalista e a cineasta e a antropóloga brasileira confirmam que foram abordados por homens utilizando capuz e acabaram agredidos. Além disso, policiais militares viram a agressão, mas não fizeram nada. 

Na fala Ana Carolina destaca que os jagunços tremiam de raiva e nem ao informar que eram da imprensa as agressões cessaram. "Eles estão com ódio é muito perigoso para quem está lá".

 

 


 

Defensoria acompanha caso 


A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul está acompanhando o caso do jornalista, da antropóloga e do engenheiro florestal, que seguem acolhidos em um lugar seguro, que não foi informado por questões de segurança.

Segundo os relatos realizados na tarde de ontem (23), no Núcleo de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas (Nupiir) da Defensoria Pública, as vítimas desembarcaram no estado no último sábado (18) para realizar um trabalho de jornalismo e documentário sobre as comunidades indígenas e, ao visitarem os locais das filmagens na segunda-feira (21), foram surpreendidas por aproximadamente 30 caminhonetes.

Na sede da Defensoria, o jornalista canadense contou que além dos chutes, socos, empurrões e puxões de cabelo sofridos pelos três, os agressores cortaram o cabelo dele, ameaçaram cortar o cabelo da antropóloga e roubaram todos os equipamentos de trabalho e documentos da equipe.

"Abriram nossas bagagens, levaram máquinas fotográficas, equipamentos cinematográficos, dois Iphones e demais instrumentos que utilizamos, nossos documentos pessoais e passaportes", avalia o jornalista Renaud Philippe.

Após roubarem todos os pertences, os jagunços ameaçaram os profissionais de morte caso não fossem embora e partiram.

"Quando as vítimas voltavam ao do local da agressão se encontraram com a nossa equipe do núcleo, que também realizava um trabalho próximo dali, e foram socorridas. O boletim de ocorrência foi registrado em Amambai, na delegacia de Polícia Civil, e posteriormente até o Instituto Médico Legal onde passaram pelo exame de corpo de delito", diz o coordenador do Nupiir, defensor público Lucas Colares Pimentel.

PF instaura Procedimento Investigatório Criminal


Em nota, a Polícia Federal reitera que não pode dar informações sobre o andamento das investigações, para não comprometer o andamento do caso.

"A PF acompanhou o caso, realizou diligências nas localidades próximas à aldeia e instaurou a Notícia de Crime em Verificação (NCV). Segue na PF as investigações.".

Deputada requer apuração imediata do caso


Em resposta à alarmante agressão a um jornalista canadense e sua equipe e à denúncia de sequestro de uma família Guarani-Kaiowá durante a assembleia Aty Guasu, a deputada estadual Gleice Jane (PT) protocolou um requerimento de informações a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). 

"O requerimento, que busca informações detalhadas sobre ações implementadas, medidas de segurança, estratégias de prevenção, investigações em andamento e esforços para responsabilizar os autores, é um apelo por direitos humanos, justiça social e compromisso democrático na proteção dos povos indígenas sul-mato-grossenses", detalhou a deputada.

Ministra dos Povos Originários diz que "caso não é isolado"


Em visita a Mato Grosso do Sul, nesta sexta-feira (24), a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, disse a imprensa que o caso do fotojornalista canadense, Renaud Philippe, não é um caso isolado em áreas de fazendeiros e territórios indígenas.

"Esse não é um caso isolado, Dom Phillips é um exemplo, foi brutalmente assassinado", disse a ministra.

 

** Colaborou Suelen Morales

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INDECISÃO

Governo adia, de novo, vigência de regra sobre trabalho do comércio em feriados

No meio do ano, o início das regras foi adiado de agosto para 1º de janeiro de 2025 e prazo agora vai para meados do próximo ano

21/12/2024 21h00

Medida de novembro de 2023 determina que apenas as feiras livres podem abrir nos feriados sem cumprir a exigência de previsão em CCT.

Medida de novembro de 2023 determina que apenas as feiras livres podem abrir nos feriados sem cumprir a exigência de previsão em CCT. Reprodução/Internet

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O governo federal adiou mais uma vez o início da vigência da regra que torna necessária a previsão em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para que trabalhadores de uma série de atividades do comércio possam trabalhar nos feriados.

No meio do ano, o início das regras foi adiado de agosto para 1º de janeiro de 2025. Agora, esse prazo foi para 1º de julho do próximo ano.

A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira, 20.


A portaria é do Ministério do Trabalho e Emprego, editada em novembro de 2023. Ela determina que apenas as feiras livres podem abrir nos feriados sem cumprir a exigência de previsão em CCT.

A medida do ministro Luiz Marinho teve como objetivo derrubar uma portaria de 2021 que permitia o trabalho aos feriados sem necessidade de aprovação dos sindicatos.

À época, a regra foi resultado de articulação das entidades sindicais, que reclamavam estar sendo desrespeitada a legislação que garantia o direito dos trabalhadores do comércio de negociar as condições de trabalho em feriados. Já as entidades representativas do comércio consideraram a norma um retrocesso.

 

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SAÚDE

Brasil aumentou 8% coleta de células-tronco de medula óssea

Entre janeiro e novembro deste ano, 431 células foram disponibilizadas

21/12/2024 19h00

Estado tem 186 mil doadores de medula óssea cadastrados no REDOME

Estado tem 186 mil doadores de medula óssea cadastrados no REDOME DIVULGAÇÃO

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Sistema Único de Saúde (SUS) têm registrado aumento do número de coleta de células de medula óssea nos últimos anos.

Até novembro de 2024, o total de células-tronco de medula óssea destinadas à doação chegou a 431, número 8% maior do que o registrado em todo o ano anterior (398). Em 2022 foram disponibilizadas 382 células-tronco.

Aumentou também o número de novos doadores, passando de 119 mil em 2022 para 129 mil, entre janeiro e novembro de 2024, segundo o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

“Paralelamente, o número de receptores cadastrados cresceu significativamente, saltando de 1.637 em 2022 para 2.201 em 2023 e chegando a 2.060 até novembro de 2024”, informa o Ministério da Saúde.

Segundo a pasta, o avanço se deve a um esforço conjunto do Ministério da Saúde, de hemocentros e hemonúcleos estaduais, ao promoverem campanhas de conscientização e cadastramento de doadores e receptores.

Além disso, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) tem contribuído com a qualificação dos cadastros, fidelização de doadores e suporte por meio de diversos canais de atendimento.

Cabe ao Inca coordenar as ações técnicas do Redome – entidade que tem o terceiro maior registro de doadores voluntários de medula óssea do mundo (o maior entre aqueles com financiamento exclusivamente público), com mais de 5,9 milhões de doadores cadastrados.

Aplicativo Redome

“Uma ferramenta importante no processo de cadastro é o aplicativo Redome. Por meio dele, doadores podem acessar informações sobre a doação, localizar hemocentros, realizar o pré-cadastro e acompanhar todas as etapas até a inclusão definitiva no sistema. O app também gera uma carteirinha de doador”, informou o Ministério da Saúde.

As autoridades ressaltam que o transplante de medula óssea é procedimento essencial para o tratamento de doenças graves do sangue e do sistema imunológico, como leucemias, linfomas, aplasia de medula, síndromes de imunodeficiência e mielomas múltiplos.

“Ele substitui a medula óssea doente ou deficitária por uma saudável, sendo fundamental no tratamento de cerca de 80 doenças”, diz o ministério ao alertar que a maior parte dos pacientes, no entanto, não encontra doador compatível na família.

“A probabilidade depende de diversos aspectos genéticos e de etnia, mas essa chance aumenta significativamente quando doador e paciente pertencem à mesma população”, detalha a pasta ao informar que, no Brasil, estima-se que 70% a 75% dos pacientes que têm um doador compatível identificam esse doador por meio do Redome.

Como buscar doadores

A primeira etapa da busca por contabilidade de doadores é feita entre familiares do paciente. Não havendo compatibilidade, inicia-se uma busca por meio de registros de doadores no Brasil e no exterior.

“A equipe do Redome utiliza tecnologias avançadas para cruzar informações genéticas e identificar possíveis doadores, que são contactados para confirmação de disponibilidade e realização de exames complementares”, diz o ministério..

Como ser um doador

O candidatos a doadores de medula óssea precisam ter entre 18 e 35 anos, mas o cadastro permanece ativo até os 60 anos. É necessário que o doador esteja em boas condições de saúde e sem doenças impeditivas.

O doador precisa apresentar documento oficial com foto e comparecer ao hemocentro mais próximo para a coleta de uma amostra de 10 ml de sangue para exame de compatibilidade genética (HLA).

 

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