Cidades

LAVA JATO SOB AMEAÇA

Moro cobrou manifestação de procurador em pedido para soltar Bumlai

Juiz também pressionou o MPF para prender o pecuarista de MS antes do recesso, revela vazamento

DA REDAÇÃO

05/07/2019 - 10h57
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Novos diálogos entre o ex-juiz, Sérgio Moro, e os membros da força-tarefa do Ministério Público Federal, responsável pela operação Lava Jato, revelaram interferência do atual Ministro da Justiça na prisão do pecuarista sul-mato-grossense, José Carlos Bumlai. O conteúdo inédito, com base em conversas ocorridas no ambiente de um sistema de comunicação privada (o Telegram), foi revelado pela revista VEJA em parceria com o site The Intercept Brasil, nesta sexta-feira, e mostra que Moro cometeu irregularidades enquanto atuava como juiz, o que pode anular todos os seus atos no processo da maior operação de combate à corrupção dos últimos anos, no País. 

Em mensagens trocadas no dia 17 de dezembro de 2015, Moro informa Deltan Dalla­gnol, chefe da força-tarefa em Curitiba, que precisa de manifestação do MPF no pedido de revogação da prisão preventiva de Bumlai. “Ate amanhã meio dia”, escreve. Dalla­gnol garante que a ação será feita e acrescenta: “Seguem algumas decisões boas para mencionar quando precisar prender alguém…”.

Diálogos anteriores revelam que o juiz já orientava as ações relacionadas ao pecuarista. No dia 15 de outubro de 2015, o procurador Paulo Galvão adverte Roberson Pozzobon, também procurador em Curitiba, de que uma operação teria de ocorrer até meados de novembro devido a um pedido de Russo (Moro) para que a denúncia fosse apresentada antes do fim do ano. 

Galvão diz: Estava lembrando aqui que uma operação tem que sair no máximo até por volta de 13/11, em razão do recesso e do pedido de russo para que a denúncia não saia na última semana. Após isso vai ficar muito apertado para denunciar”. Pozzobon responde: “Concordo PG, uma grande operação por volta desta data seria o ideal. Ainda é próximo da proclamação da república. rsrs”.

Bumlai foi preso na Operação Passe Livre, no dia 24 de novembro e denunciado no dia 14 de dezembro de 2015, última semana antes do recesso da Justiça Federal do Paraná. No dia seguinte, Moro recebeu a denúncia, a tempo de impedir que os crimes prescrevessem no fim de 2015. Portanto, o pedido de Moro comentado na conversa entre PG e Pozzobon acabou cumprido à risca.

Conforme, a Veja o pecuarista atuou como laranja do PT, intermediando um empréstimo de 12 milhões de reais do Banco Schahin ao partido em 2004. 

CUNHA 

Os novos diálogos também revelam Moro opinando contrário a uma delação do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. No dia 5 de julho de 2017, o juiz diz: “Rumores de delação do Cunha...Espero que não procedam”. Dallagnol responde: Só rumores. Não procedem. Cá entre nós, a primeira reunião com o advogado para receber anexos (nem sabemos o que virá) acontecerá na próxima terça. estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te colocando a par”. Moro volta a se manifestar: “Agradeço se me manter informado.Sou contra, como sabe”. De acordo com a revista Veja, o juiz não pode opinar em negociação com delatores, função exclusiva do Ministério Público.

Também foram revelados nos diálogos que Moro alertou os procuradores sobre falta de informações em denúncia de um réu; que ele orientou até mesmo a Polícia Federal sobre provas apreendidas em ações de busca e apreensão; que cobrou manifestação do MPF a respeito de uma habeas-corpus impetrado pela Odebrecht, além de sugerir data de operações à PF.

 

 

Liberação

Governo brasileiro determina retirada de algemas de deportados dos EUA

Polícia Federal confirmou que os 88 brasileiros que estavam a bordo da aeronave norte-americana com outros deportados

25/01/2025 21h00

Foto: Casa Branca / Divulgação

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O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a retirada de algemas de brasileiros que foram deportados dos Estados Unidos e que estavam a bordo de uma aeronave norte-americana que pousou em Manaus na noite desta sexta-feira (24).

“Na manhã deste sábado (25), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, informou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre uma tentativa de autoridades dos Estados Unidos de manter cidadãos brasileiros algemados durante o voo de deportação para o Brasil”, informou o Ministério da Justiça.

Em nota, acrescentou que o ministério tomou conhecimento da situação dos brasileiros pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues. O voo, que tinha como destino o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, precisou fazer um pouso de emergência em Manaus devido a problemas técnicos.

Algemas retiradas
“Por orientação de Lewandowski, a Polícia Federal recepcionou os brasileiros e determinou a autoridades e representantes do governo norte-americano a imediata retirada das algemas”, reforçou o comunicado. “O ministro destacou ao presidente o flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”, acrescenta a nota.

Enfatiza que, ao tomar conhecimento da situação, Lula determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final, “de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança.”

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública enfatiza que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis”, concluiu a pasta no comunicado.

Também em nota, a Polícia Federal confirmou que os 88 brasileiros que estavam a bordo da aeronave norte-americana com outros deportados dos Estados Unidos chegaram a Manaus algemados.

“Os brasileiros que chegaram algemados foram recebidos e imediatamente liberados das algemas pela Polícia Federal, na garantia da soberania brasileira em território nacional e dos protocolos de segurança em nosso país. A Polícia Federal proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas.”

“Os passageiros foram acolhidos e acomodados na área restrita do aeroporto. No local, receberam bebida, comida, colchões e foram disponibilizados banheiros com chuveiros”, detalha a nota.

Por determinação da Presidência da República, uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) transportará os brasileiros para o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, na tarde deste sábado.

Os brasileiros serão acompanhados e protegidos pelos militares da FAB e policiais federais brasileiros.

FAB
A FAB informou que uma aeronave KC-30 foi destacada, após solicitação do governo federal, para prestar apoio aéreo a passageiros deportados oriundos dos Estados Unidos que aguardam o término do traslado em Manaus.

A aeronave, segundo a FAB, decolou da Base Aérea de Brasília às 13h, com pouso previsto para 14h30 no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus. “O tempo de solo em Manaus dependerá de trâmites diversos a serem realizados pelos órgãos competentes”.

De acordo com o comunicado, a FAB vai disponibilizar profissionais de saúde para realizar o acompanhamento dos passageiros deportados – durante o trajeto até o destino final, o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte.

Entenda
As operações de deportação em massa de imigrantes ilegais tiveram início poucos dias após o início do mandato do presidente norte-americano Donald Trump. Na noite da última quinta-feira (23), 538 pessoas foram detidas e centenas foram deportadas em operação anunciada pela Casa Branca.

“A administração Trump deteve 538 imigrantes ilegais criminosos”, anunciou a porta-voz Karoline Leavitt, acrescentando que centenas foram deportados em aviões do Exército norte-americano. “A maior operação de deportação em massa da história está em curso”, disse.

Ao longo da campanha presidencial, Trump prometeu conter a imigração ilegal no país, cenário classificado por ele como “emergência nacional”. Logo em seu primeiro dia na Presidência dos EUA, o republicano assinou ordens executivas destinadas a impedir a entrada de imigranteS nos Estados Unidos.

*Com informações da RTP.

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Cidades

AGU prorroga consulta pública sobre moderação em plataformas digitais

Contribuições podem ser enviadas até a próxima segunda-feira (27)

25/01/2025 20h00

Foto: Marcelo Casal Jr / Agência Brasil

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A Advocacia-Geral da União (AGU) prorrogou até as 18h da próxima segunda-feira (27) o prazo para envio de contribuições na consulta pública sobre moderação de conteúdo de plataformas digitais no Brasil.

Em nota, a entidade informou que a ampliação do prazo, previsto para acabar nesta sexta-feira (24), atende a um pedido de organizações da sociedade civil e de especialistas no tema. As contribuições devem ser enviados pela plataforma Participa + Brasil.

“A consulta pública se destina a receber subsídios da sociedade civil, comunidade acadêmica, plataformas digitais e agências de checagem, além de instituições públicas e privadas”, destacou a AGU.

Até sexta-feira, o órgão já havia recebido 46 contribuições. Além da consulta pública, a AGU realizou audiência pública sobre o tema na última quarta-feira (22), com a participação de 34 especialistas e representantes da sociedade civil.

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