Cidades

CAMPO GRANDE

Morte de corretora passa de latrocínio para feminicídio

Nova versão de acusado pela morte mudou interpretação do óbito de Amália Cristina Mariano Garcia

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Durante coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (27) na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), em Campo Grande, as delegadas responsáveis pelo caso da morte de Amália Cristina Mariano Garcia apontam que uma nova versão do acusado pela morte, Fabiano Garcia Sanches, mudou a interpretação do crime de latrocínio para feminicídio. 

Informações repassadas pela delegada Analu Lacerda Ferraz mostram, desde a semana passada, as ações efetuadas pelas equipes da Deam, com apoio do Setor de Investigações Gerais (SIG) e até de equipes do Batalhão de Choque, buscaram localizar e classificar a materialização dos envolvidos nesse crime. 

Analu aponta que, durante cerca de uma hora, Fabiano contou a forma que conheceu Amália, além de detalhar como aconteceu o crime, informações nas quais a polícia deve se basear para realizar a perícia na casa por meio de luminol, para comprovar o que o acusado trouxe para os autos. 

"Porque em que pese ele tenha confessado, a confissão por si só ela não traz comprovação para o inquérito. Ele alega que não tinha intenção de tirar a vida da Amália, mas, ao mesmo tempo, ele tem todo o resto de uma tarde tentando negociar o carro e voltando a trabalhar de uma forma tranquila, normal, inclusive convivendo com o próprio filho", comenta Analu.

A delegada esclarece, com base no depoimento de Fabiano, que ambos se conheceram ainda em 2023, quando o acusado tratava com a corretora sobre o aluguel de um imóvel, entretanto, um maior envolvimento começou a surgir e Amália inclusive passou a emprestar dinheiro para quem no futuro se mostraria seu algoz. 

Dia do crime

Segundo a delegada, após pegar essa primeira quantia de aproximadamente R$ 700, o contato da última semana do dia da morte da Amália, por parte do acusado com a vítima, se deu com Fabiano solicitando outros 900 reais emprestado.

Analu esclarece que essa "intimidade" entre as partes surgiu após as primeiras visitas a uma série de apartamentos, com ambos marcando encontros onde trocaram alguns beijos, porém não mantiveram nenhuma relação sexual, com os empréstimos acontecendo na sequência. 

Amália foi encontrada em um matagal, em 21 de maio, às margens da MS-455, no bairro Jardim Los Angeles, morta após ir até a casa de Fabiano entregar o dinheiro, momento em que descobriu que o acusado era casado e começaram então uma discussão, aponta a investigação. 

"Ele disse que durante a discussão ele teria empurrado ela e que ela bateu a cabeça num vaso de concreto, o que tinha ocasionando a lesão, muito sangramento e na hora ele desesperou... colocou Amália no porta-malas do veículo e saiu com ela para poder levar o corpo para deixar em algum lugar", expõe a delegada.

Prisões e penas

Ainda que quatro pessoas tenham sido temporariamente presas num primeiro momento, duas foram posteriormente liberadas, sendo que dois indivíduos continuam detidos: 

  1. Fabiano, acusado confesso pela morte
  2. Indivíduo que negociava o veículo de Amália.  

"Até então, a gente achou que pudesse ter a participação de um terceiro ou de um mandante, que ele seria apenas o executor, mas no seu depoimento ele deixou bem claro que ele teve contato pretérito com Amália, tentando comprar um imóvel aqui em Campo Grande para a mãe dele, que estava se mudando aqui para a cidade, e o primeiro contato deles foi nesse sentido, de corretagem mesmo", complementa a delegada.

Inicialmente, um ex-companheiro de Amália também foi detido no município de Ponta Porã, distante cerca de 312,5 km de Campo Grande, indivíduo esse interrogado de forma remota pela delegada, sendo possível confirmar que essa pessoa não saiu daquele município. 

"Inclusive estava no supermercado na hora que o crime estava acontecendo aqui, o pessoal da delegacia de Ponta Porã me fez um relatório de investigação com toda a geolocalização do aparelho, movimentação da pessoa naquele horário. E, na data de hoje, tivemos o cumprimento de mandado de prisão de um terceiro, do quarto suspeito, que seria a pessoa que, teoricamente, estaria negociando o veículo da Amália", complementa ela. 

Analu pontua que esse investigado informou que "apenas recebeu as fotos e estava oferecendo o veículo, que ele não teve contato" com o carro.

Ainda, conforme a delegada, a mancha de sangue no local que a vítima foi encontrada não tinha a quantidade específica para um crime de tamanha violência, já que para a morte ter acontecido no meio-fio o criminoso teria que ter batido a cabeça dela com muita força, deixando resquícios de pelo e cabelo, o que não havia. 

"Ele falou que entraram em luta, mas no local onde o crime aconteceu, na casa dele. Então pegou e colocou dentro do porta-malas e foi lá só para descartar o corpo... me falou que pegou sandálias, as coisas delas, jogou tudo lá e deixou o corpo lá na grama", complementa Analu. 

Quanto às penas, cabe apontar que latrocínio e feminicídio possuem períodos de reclusão distinto conforme a atual legislação penal. 

Ambos os crimes tramitam nas Casas de Leis, Câmara dos Deputados e Senado Federal, com medidas que buscam ampliar as punições. 

Na Câmara, o latrocínio atualmente tem reclusão prevista de 20 a 30 anos, com a ideia de ampliar o período mínimo de prisão para 24 anos

Já o projeto de Lei n° 1568, de 2019 - de autoria da então deputada Federal Rose Modesto (pelo PSDB/MS à época) -, atualmente está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, com o intuito de ampliar a pena mínima por feminicídio de 12 anos atuais para 20, com máximo de três décadas de reclusão. 

Ou seja, pela atual legislação, o ato de migrar a tipificação da morte de Amália de latrocínio para feminicídio, pode render oito anos a menos de prisão, caso o acusado receba pena mínima pelo crime. 

 

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CONCURSO

Assembleia Legislativa lança concurso com salário de 8 mil

Prova tem vagas para ensino médio técnico e ensino superior; inscrições começam em janeiro de 2026

19/12/2025 10h42

Salário inicial é de R$ 4 mil e R$ 8 mil para vagas do ensino médio e ensino superior

Salário inicial é de R$ 4 mil e R$ 8 mil para vagas do ensino médio e ensino superior Divulgação/Alems

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Por meio do Diário Oficial da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS), o órgão divulgou o 2º concurso público de provas para provimento de cargos efetivos. Com salário base de quase R$ 2 mil para ensino médio e R$ 3 mil para ensino superior completo, inscrições começam a partir de janeiro.

Com 35 vagas para quem possui o ensino médio completo, há vagas para técnico legislativo nos cargos/áreas/especialidades: administrativa, audiovisual, fotografia, informática, motorista, operação de áudio, polícia legislativa, refrigeração e climatização, e tradução de libras.

Para todos os cargos é necessário ter certificado de conclusão em nível médio profissionalizante ou médio completo reconhecido pelo MEC + curso técnico na área.

Nos cargos com requisito de ensino superior completo, há 45 vagas para analista legislativo para cargo de: administrador, arquiteto, arquivista, assistente social, biblioteconomista, cerimonialista, contador, enfermeiro, engenheiro civil, engenheiro eletrônico e de telecomunicações, engenheiro mecânico, jornalista,  museólogo, nutricionista, pedagogo psicólogo, publicitário e revisor/redator.

Além desses, ainda há vagas para quem possui especialidade ou está na área: administrativa, controle interno, design gráfico, jurídico (com formação em direito), Rádio e TV, e Tecnologia e Informação.

Tanto para as vagas de técnico, quanto para as de analistas legislativos, são necessárias à comprovação da escolaridade no ato da posse do cargo com reconhecimento do MEC.

Ainda no edital, foi divulgado que o salário base para candidatos do ensino médio é de R$ 1.964,88, com remuneração inicial de 4.912,20. Para quem tentará a vaga do ensino superior, a base salarial é R$ 3.212,26, com remuneração inicial de 8.030,65. 

Para realizar a prova é necessário pagar taxa, com valor de inscrição de RS 180 para vagas de analista (ensino superior completo), e R$ 140 para as vagas de técnico (ensino médio completo). A data limite para pagar a taxa é um dia após o encerramento das inscrições, em 03 de fevereiro. 

Quem pode se inscrever

Além dos requisitos referente a escolaridade, é necessário que aquela ou aquele que deseja se candidatar atenda as seguintes características:

a) ter nacionalidade brasileira ou estar dentro do que estabelece o decreto nº 70.391/72 e nº 70.436/72 e da Constituição Federal, artigo 12, parágrafo 1º;
b) ter idade mínima de 18 (dezoito) anos;
c) estar em dia com as obrigações eleitorais;
d) estar em dia com os deveres do Serviço Militar, para os candidatos do sexo masculino;
e) não registrar antecedentes criminais, achando-se no pleno exercício de seus direitos civis e políticos;
f) Aptidão Física e Mental para o exercício do cargo.

A princípio, as inscrições são de forma remota e serão abertas a partir das 10h do dia 12 de janeiro de 2026 até as 23h59 do dia 02 de fevereiro de 2026, no horário oficial de Brasília. Segundo o edital, ela poderá ser prorrogada por necessidade de ordem técnica e/ou operacional, a critério da ALMS ou da Fundação responsável.

Fundação Carlos Chagas e concursos

Com sede em São Paulo, a Fundação Carlos Chagas firmou contrato com a Assembleia Legislativa divulgado no Diário Oficial da ALMS na última sexta-feira (12). Anteriormente, a fundação foi responsável pelo último concurso da Assembleia de 2016.

Neste concurso, a organização das provas, bem como todo o concurso, está novamente sob responsabilidade da Fundação. Com isso, as inscrições devem ser realizadas pelo site https://www.concursosfcc.com.br/, até o dia 02 de fevereiro de 2026.

O concurso contará com prova de caráter habilitatório e classificatório, todas serão divididas em conhecimentos gerais e específicos, com exceção da vaga de técnico legislativo em Tradução de Libras, que será apenas a prova prática.

As demais vagas terão 4 horas de prova, e em sua maioria, contará com 40 questões para cada área de conhecimento, com peso 1 para gerais e 2 para específicos. As únicas vagas com exceção e especificidade, além da Tradução em Libras são:

  • Técnico Legislativo, para a Área Administrativa;
  • Analista Legislativo, para especialidade em Jurídico;
  • Técnico Legislativo, para cargo de Polícia Legislativa;

As duas primeiras estão dentro do padrão de 4 horas de prova, mas terão 20 questões direcionadas a área de conhecimento geral, com peso 1, e 60 questões para a área de conhecimentos específicos, com peso 4.

Para a vaga de Polícia Legislativa, será necessário que as candidatas e candidatos façam o Teste de Aptidão Física (TAF), antes da realização da prova, também com caráter habilitatório

As informações sobre o TAF com as descrições de cada atividade a ser executada a depender do sexo masculino ou feminino, bem como outras características de participação está disponível e é possível conferir a partir da página 38 do edital.

Quanto a carga horária que deverá ser cumprida é previsto 40 horas semanais, conforme o documento. Confira aqui o edital completo.

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apagar das luzes

MP devassa contratos milionários da iluminação pública em Campo Grande

Conforme o Ministério Público, que cumpre 14 mandados, foram constatados superfaturamentos que superam os R$ 62 milhões em Campo Grande

19/12/2025 09h10

Um dos alvos da operação do Gecoc é a  Empresa Construtora B&C Ltda, na Vila Bandeirantes

Um dos alvos da operação do Gecoc é a Empresa Construtora B&C Ltda, na Vila Bandeirantes Marcelo Victor

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul desencadeou uma operação na manhã desta sexta-feira (19) para desmantelar um suposto esquema de desvio de recursos públicos nos milionários contratos para manutenção e ampliação dos serviços de iluminação pública em Campo Grande. 

Conforme a assessoria do Ministério Público, a  “Operação Apagar das Luzes”, tem como objetivo o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, em Campo Grande e Balneário Piçarras/SC. A operação conta com o apoio operacional dos Grupos Especiais de Repressão ao Crime Organizado (Gaecos) dos Estados de Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Ainda de acordo com a assessoria, "as investigações indicam a ocorrência de reiteradas fraudes nos processos licitatórios, bem como nos contratos firmados para a execução do serviço de manutenção do sistema de iluminação pública de Campo Grande, já tendo sido identificado superfaturamento superior a R$ 62 milhões".
 
Levantamentos também trouxeram à tona o envolvimento das empresas contratadas com servidores públicos da Capital. A investigação atinge contratos em vigência, firmados em 2024 e objeto de aditivos.

Um dos alvos da operação é a Empresa Construtora B&C Ltda, com sede na Avenida Joaquim Dornelas, na região da Vila Bandeirantes, em Campo Grande. A empresa tem pelo menos seis contratos com a prefeitura que juntos somam quase R$ 32 milhões. 

Três destes contratos são para manutenção do sistema de iluminação das regiões  do Segredo (R$ 2,11 milhões), Lagoa (R$ 2,8 milhões ano)  e Imbirussu (R$ 2,7 milhões ano). Os outros três são para instalação de novas luminárias de led em avenidas como Lúdio Coelho (R$ 8,87 milhões) e José Barbosa Rodrigues (R$ 6,75 milhões). A empresa também foi contratada para instalar novas luminária no Parque Soter (8,48 milhões). 

Todos os contratos foram assinados em meados de 2024 e em março do ano passado, nove meses depois da assinatura, receberam reajuste da ordem de 25%. Os aumentos foram concedidos em pleno período de restrição de gastos que havia sido declarada pela prefeita Adriane Lopes (PP)

Os reajustes revelaram que, apesar da crise financeira, no setor de iluminação há fartura. Dados da Secretaria de Finanças (Sefin) mostram que, em 2024, a tarifa de iluminação pública aumentou em 28,2% na comparação com o ano anterior. 

Em 2023, os moradores de Campo Grande pagaram R$ 153,46 milhões à prefeitura de Campo Grande por meio da conta de energia elétrica, ante R$ 196,86 milhões pagos no ano passado. Em 2025 o crescimento foi um pouco menor, pois o consumo de energia caiu em torno de 8%, o que foi consequência da redução do calor. 

Na manhã desta sexta-feira, integrantes do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), do Ministério Público, cumpriram mandados na sede da empresa B&C, na Secretaria de Obras Públicas e na sede da prefeitura de Campo Grande.

(Matéria alterada às 10 horas para acréscimo de informações)

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