Cidades

falsificação

MPE acusa médico de fraudar prontuários de pacientes e receber do SUS

Informação falsa de procedimentos acontecia há mais de 20 anos

LEANDRO ABREU

30/11/2017 - 15h18
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O médico Mauro Natel de Oliveira, lotado na Santa Casa de Campo Grande, está sendo acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE), em uma ação civil pública, por assinar procedimentos e incluir relatórios no prontuário de pacientes, sem de fato realizá-los.

A prática era feita para garantir recebimento dos procedimentos custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O órgão estadual afirma que o ato se enquadra em caso de improbidade administrativa e pede indenização de R$ 500 mil ao médico pelos danos morais causados à população de Campo Grande.

A ação afirma que o médico preenchia o documento chamado Registro Geral de Operação (RGO) indevidamente, sem executar ou mesmo estar presente nos atos cirúrgicos. Isso ficou comprovado por testemunhas e pela confissão do próprio médico durante sindicância aberta por duas vezes na Santa Casa.

Com o o preenchimento de RGOs sem estar presente nos atos cirúrgicos, o profissional recebeu regularmente pelos serviços não prestados. Não foi detalhado quais eram os valores que ele recebia pelos procedimentos que informava ter feito.

Ainda conforme a ação do MPE, ficou comprovado também que o médico faz há mais de 20 anos o preenchimento dos documentos e alega ainda que "se não fizer, não ganha dinheiro". Relata-se ainda que, com o ato, Mauro Natel possuía um dos maiores faturamentos da Santa Casa.

O hospital instaurou duas sindicâncias, uma em 2014 e outra em 2016, que apuraram fatos pontuais, mas que refletiam a conduta do médico, confirmando as irregularidades.

Em várias situações, testemunhas de outros setores do hospital confirmaram que presenciaram o médico inserindo RGOs no prontuários de pacientes já em óbito, alegando ter participado ou até mesmo feito procedimentos cirúrgicos na vítima, que nem mesmo foi à mesa de cirurgia.

Alegando dano ao erário municipal, o que afeta o interesse coletivo, o MPE pede que o médico - que deveria honrar a missão de salvar vidas - seja condenado e pague uma indenização de R$ 500 mil por danos morais.

Pelo que foi apurado pelo MPE, Mauro Natel buscava identificar os óbitos registrados no hospital e aproveitava os pacientes falecidos para incluir o Registro Geral de Operação. Ele tinha até fichas do RGO previamente preenchidas, apenas incluía o nome do falecido e anexava o documento ao prontuário.

SANTA CASA

Em nota, o hospital informou que o médico foi afastado. "A Santa Casa recebeu as denúncias e abriu um procedimento investigatório em 2016. Na conclusão, afastou o médico das atividades na instituição, pois ele era prestador de serviços. Em seguida, o hospital enviou os resultados ao CRM (Conselho Regional de Medicina) e ao Ministério Público para que tomassem as providências que julgassem pertinentes."

Não foi possível contactar o médico para obter o posicionamento dele sobre as acusações feitas pelo Ministério Público e as conclusões obtidas a partir de procedimento investigatório da Santa Casa.

Golpe

Venda de bolsas de luxo vira caso de polícia em MS

Loja que trabalha com a revenda de artigos usados não pagou por uma compra de cinco bolsas, que totalizava R$ 57 mil, e também é alvo de denúncias por não entregar os produtos aos clientes

16/09/2024 12h40

Loja promete peças autenticadas e curadoria especializada, mas não cumpre nem com o pagamento e entrega dos artigos

Loja promete peças autenticadas e curadoria especializada, mas não cumpre nem com o pagamento e entrega dos artigos Reprodução: WhatsApp

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A venda de artigos de luxo "second hand", uma forma mais refinada de se referir a itens usados, vem se tornando uma prática comum em todo o mundo. Seguindo a tendência da moda sustentável, muitas pessoas se interessam na compra desses produtos, que algumas vezes chegam a ser exclusivos por já estarem fora do mercado comum.

Uma das lojas que oferece esse tipo de serviço em Campo Grande está sofrendo uma série de denúncias por aplicar golpes em vendedoras e compradoras de bolsas. Com mais de 28 mil seguidores no Instagram, a empresa diz fazer serviço de intermediação de vendas, promete peças autenticadas e uma curadoria especializada, mas na prática não cumpre nem com o pagamento e entrega dos artigos.

Em Boletim de Ocorrência, registrado no dia 1º de abril deste ano, uma das vítimas - uma mulher que reside em Dourados, município distante 230,8 quilômetros de Campo Grande -  relata que em janeiro deste ano vendeu três bolsas de luxo, duas da marca Gucci e uma Chanel, para a proprietária da loja, que será identificada neste material como S.C..

Segundo a vítima, a mulher tinha interesse em comprar as bolsas, e ficou de fazer o pagamento de uma delas no dia 23 daquele mesmo mês, mas até a data do registro policial não havia pagado por nenhuma delas.

Acreditando na boa fé de S.C., a vítima vendeu outras duas bolsas, das marcas Gucci e Chanel, que também não foram pagas. Somados, os produtos tinham valor de R$ 57.600,00.

A vítima tentou cobrar o pagamento várias vezes, e chegou a receber comprovante de uma Transferência Eletrônica Disponível (TED) falsa, no valor de R$ 6.500,00.

No boletim policial consta ainda que a vítima ficou desconfiada da demora em receber o pagamento, e foi pesquisar sobre S.C., momento em que descobriu que havia uma série de processos contra ela, muitos deles ação civil por falta de pagamento e pix falso.

Em conversa exclusiva com o Correio do Estado, uma segunda vítima, que não quis se identificar, contou que comprou uma bolsa no valor de R$ 6 mil em junho deste ano, e que até agora não recebeu o produto ou a devolução do pagamento.

Segundo ela, as compras na loja são feitas através das redes sociais, tanto no Instagram quanto no WhatsApp. No aplicativo de mensagens, existe um grupo que serve como "catálogo" dos artigos de luxo disponíveis.

O pagamento dos produtos pode ser feito à vista ou em parcelas, mas ele só é enviado após o pagamento.

Segundo a vítima, que pretende registrar boletim de ocorrência, S.C. alega que a bolsa vem para Mato Grosso do Sul de outro estado, por isso demora a ser entregue, e "sempre dá uma desculpa".

No "Reclame Aqui" também há denúncia semelhante contra a loja. Essa, feita no dia 15 de fevereiro, por uma cliente que reside em Jaraguá, no estado de Goiás.

Ela relata que comprou duas bolsas no início do ano passado, que nunca foram entregues. Diz ainda que tentou contatar S.C. diversas vezes, mas que a empresária "nunca cumpre" as promessas de pagamento e entrega dos produtos.

Além disso, contou que havia feito uma reclamação anterior no portal Reclame Aqui, e que após a dnúncia, S.C. disse que devolveria o dinheiro e pediu que ela retirasse a reclamação.

"Mesmo fazendo uma confissão de dívida assinado por ela, vencendo em 21/12/2023, ela não cumpriu o pagamento. Sendo assim, tive que fazer uma nova reclamação e entrar na justiça", escreveu a vítima.

Diversos processos

Conforme consta no JusBrasil, S.C. responde diversos processos semelhantes aos casos citados acima. Em um deles, deve R$ 96,1 mil pela compra e não pagamento de bolsas de grife e uma pulseira.

A acusada de estelionato foi procurada pela reportagem, e respondeu apenas que o advogado entraria em contato - o que não aconteceu até o momento de publicação deste material. O espaço segue aberto para posicionamentos.

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OPERAÇÃO PANTANAL

Chuvas trazem alívio temporário para as queimadas no Pantanal

Pancadas de chuva do fim de semana trouxeram um respiro para o bioma, que sofria com a pior estiagem de sua história

16/09/2024 12h05

Incêndio em coxim se alastrou rapidamente devido ao tempo seco no norte do Estado

Incêndio em coxim se alastrou rapidamente devido ao tempo seco no norte do Estado Foto: reprodução

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Em meio à seca histórica, uma frente fria com grandes pancadas de chuva trouxe um alívio temporário para as queimadas no Pantanal sul-grossense neste último domingo (15). 

De acordo com o informativo do Governo do Estado sobre a ‘Operação Pantanal’, diversas regiões de Mato Grosso do Sul, incluindo a parte pantaneira, registraram uma diminuição significativa dos focos de fogo devido à intensa precipitação do fim de semana. 

As chuvas elevaram a umidade relativa do ar do bioma em 10%, aliviando os efeitos da pior estiagem dos últimos 70 anos.

Em Corumbá , cidade que há dois dias foi 'engolida' por fumaça tóxica de queimadas no Pantanal, as chuvas atingiram um acumulado de 10mm. Apesar de fraca, as precipitações foram constantes e auxiliaram no combate aos incêndios que cercam a capital pantaneira. No entanto, a situação é mais complexa no norte do estado, onde o clima seco e as altas temperaturas ainda predominam.

Em Coxim, um incêndio em vegetação tomou grande proporção devido às rajadas de vento e tempo seco, condições que fizeram com que o fogo se alastrasse rapidamente. 


Confira:

 

 


Novos incêndios 

Apesar do alívio proporcionado pelas chuvas recentes, a previsão meteorológica indica um aumento gradual das temperaturas nos próximos dias, o que pode reavivar o risco de novas queimadas.

Segundo o Governo do Estado, um efetivo  efetivo de 162 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul, divididos em diferentes cidades ainda trabalham no combate às queimadas 

Além destes, a operação ainda conta com o apoio de 27 bombeiros do Rio Grande do Sul e Sergipe, 76 militares da Força Nacional de Segurança Pública e representantes da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, Força Aérea, polícias Federal e Militar de Mato Grosso do Sul, agentes do IBAMA, ICMBio e brigadistas do PrevFogo.

Durante a semana, a meteorologia ainda prevê um aumento gradativo nas temperaturas. Segundo a previsão, os próximos dias devem ser marcados por mais calor em Mato Grosso do Sul.

Depois de um amanhecer mais fresco, os termômetros vão subindo durante a manhã e à tarde, principalmente entre esta segunda-feira e terça-feira (16 e 17).

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