Cidades

Negligência, tortura e precariedade

MPE apura ações da Prefeitura após morte e "caos" em comunidade terapêutica

O órgão quer entender quais foram as medidas tomadas depois da morte de um paciente por negligência médica e relatos de tortura virem à tona, e para onde foram remanejados os 95 homens resgatados na unidade

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O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou Inquérito Civil para apurar as ações adotadas pela Prefeitura de Campo Grande com relação à Comunidade Terapêutica Filhos de Maria, que foi alvo de denúncias graves de tortura e demais irregularidades, e seus acolhidos, que precisariam ser retirados do local.

Em julho deste ano, a Defensoria Pública do Estado solicitou que o MPE apurasse a regularidade do funcionamento da comunidade terapêutica, apontando que "a entidade tem realizado de modo desautorizado internações involuntárias e compulsórias".

O pedido veio logo após uma denúncia feita pela irmã de Gabriel Nogueira de Souza, que morreu enquanto estava sob os cuidados da entidade, no dia 20 de maio deste ano. (entenda mais sobre o caso abaixo)

No dia 25 de outubro, ou seja, mais de 5 meses após a morte de Gabriel, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul resgatou 95 homens que estavam na Comunidade Terapêutica Filhos de Maria, após constatar que eles eram submetidos a condições que foram descritas como "degradantes".

A visita ao local constatou que os homens eram vítimas de tortura, mantidos em cárcere privado e recebiam alimentação precária. Um dos pacientes estava com o braço cheio de marcas de queimadura de cigarro, e a maioria deles estava "dopada", sob efeito de superdosagem de medicamento, e sem receber atendimento médico adequado.

Foi confirmado também que o local funcionava de maneira irregular. A polícia esteve no local para dar início às investigações.

Agora, o Ministério Público Estadual, que em 1º de agosto havia publicado uma Notícia de Fato, com prazo de 90 dias, para que o Poder Público tomasse providências, quer saber quais foram as ações realizadas pela Prefeitura neste prazo, quais as medidas adotadas para o remanejamento dos pacientes que foram resgatados e qual a situação das licenças até então concedidas à entidade.

Caso Gabriel

No relato feito à Defensoria Pública, a irmã de Gabriel conta que ele tinha diagnóstico de esquizofrenia, e que em decorrência do uso de drogas, começou a apresentar piora no quadro de saúde mental. Por isso, buscou na internet locais que oferecessem tratamento de saúde a pessoas com quadros como o de Gabriel.

Através de um anúncio, encontrou a Comunidade Terapêutica "Os Filhos de Maria" que ofertava, além do tratamento medico e multidisciplinar, a possibilidade de internação sem o consentimento do paciente.

Ela foi instruída a internar o irmão em caráter de urgência, e orientada a assinar o contrato e pagar taxas de matrícula e remoção do paciente. Gabriel foi, então, levado de forma involuntária e forçada no dia 12 de abril, por uma equipe da comunidade terapêutica.

A irmã reforça que Gabriel "não foi submetido a nenhuma avaliação médica prévia que indicasse a necessidade de sua internação forcada, nem sequer houve qualquer comprovação de sua condição clinica ou de diagnóstico médico, e nem mesmo indicação médica para internação hospitalar".

Segundo ela, durante os dias de internação, Gabriel não podia manter contato com a família, com exceção para os dias e horários específicos estipulados pela "clínica". O contato era sempre monitorado, e feito apenas por telefone. Ela lembra também que, após um mês de internação, tentou o contato mas foi informada de que Gabriel estaria gripado e com dores no peito.

Pouco mais de uma semana depois dessa tentativa de contato, ela foi informada por uma enfermeira que Gabriel teria "entrado em surto psicótico" durante a noite, e por isso a dose do medicamento havia sido aumentada para que ele se acalmasse.

Após isso, teriam verificado que o paciente estaria sonolento, com saturação e batimentos cardíacos oscilando, e o teriam levado para a Unidade de Pronto Atendimento Nova Bahia. Na UPA, Gabriel morreu.

Segundo laudo, a morte foi causada por "septicemia secundária a foco pulmonar e cardíaca, empiema pleural e pericardite purulenta.

A septicemia - conhecida por sepse - é uma doença grave, que ocorre quando substâncias químicas liberadas na corrente sanguínea para combater uma infeção desencadeiam inflamação em todo o corpo.

O empiema pleural é o acúmulo de pus na cavidade pleural, localizada entre os pulmões e a parede torácica.

Já a pericardite purulenta é uma doença rara e fatal, causada por infecção no espaço pericárdico, a cavidade que se encontra entre as duas camadas da membrana que envolve o coração.

Ou seja, os sintomas de Gabriel foram negligenciados por pelo menos uma semana, e considerados um "surto psicótico" pelos profissionais da comunidade terapêutica.

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Interior do Paraná

PRF do Paraná apreende quase 20 toneladas de maconha que saíram de MS

Os entorpecentes que vieram de Ponta Porã (MS) tinham destino à cidade de Curitiba (PR). O motorista, de 34 anos, segue preso e deve responder pelos crimes de tráfico de drogas.

08/11/2024 16h00

Os entorpecentes foram encaminhados à Delegacia da Polícia Civil de Astorga (PR)

Os entorpecentes foram encaminhados à Delegacia da Polícia Civil de Astorga (PR) Imagens/ PRF-PR

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Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreenderam, nesta quinta-feira (7), quase 20 toneladas de maconha que saíram da fronteira de Mato Grosso do Sul, próximo ao município de Iguaraçu, na região norte do Paraná. De acordo com a corporação, esta foi a maior apreensão de drogas no estado neste ano.

O flagrante aconteceu na BR-218, quando os policiais deram sinal de parada para uma carreta. Durante a fiscalização, o condutor, de 34 anos, afirmou que a carreta estava vazia, mas os agentes sentiram um forte odor de maconha e tentaram verificar o compartimento de carga, onde encontraram 19,5 toneladas de maconha, divididas em diversos fardos.

Ao ser novamente questionado, o caminhoneiro confessou o transporte, alegando que pegou os entorpecentes em Ponta Porã (MS) e os levou até Curitiba (PR).

Diante dos fatos, o motorista foi detido e encaminhado, juntamente com uma carga de maconha, à Delegacia da Polícia Civil de Astorga (PR). Os entorpecentes foram incinerados com o apoio do 30º Batalhão do Exército de Apucarana e da Polícia Civil de Astorga (PR).

O caminhoneiro continua preso à disposição da Justiça brasileira e deve responder pelos crimes de tráfico de drogas.


Em 3 dias, DOF apreende 20 toneladas de maconha em MS 


Nesta semana, o Departamento de Operações de Fronteira realizou uma série de apreensões significativas em Mato Grosso do Sul. 

Na última terça-feira (5), os policiais encontraram 8 toneladas de maconha escondidas em meio uma carreta carregada com fertilizantes.

Conforme o divulgado pelo DOF, a apreensão ocorreu durante uma ação de patrulhamento na zona rural do município, quando a equipe encontrou uma caminhonete parada ao lado de uma área de mata no Assentamento Lua Branca. Ainda segundo a equipe policial, ao realizarem a aproximação, duas pessoas fugiram a pé.

30 toneladas de fertilizantes carregados em big bags, um tipo de embalagem projetada para o transporte de grãos finos e produtos químicos perigosos. 

De acordo com os militares, a droga apreendida e a carreta foram avaliados em mais de R$ 16 milhões. Ambos, foram encaminhados para a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) de Dourados. 

Segunda apreensão em 3 dias 

Em outra ação, no último sábado (2), o DOF também foi responsável pela apreensão de outra carreta, carregada com 12,3 toneladas de maconha. A carga foi interceptada na  MS-386, no Trevo Tagy, fronteira Brasil/Paraguai, em Aral Moreira, município localizado a 376 quilômetros de Campo Grande.
Na ocasião, um homem de 44 anos foi preso em flagrante.
O destino final do entorpecente era a cidade de Marau (RS). O veículo é um Scania semi-reboque bitrem conduzido por um homem de 44 anos. De acordo com o DOF, o prejuízo ao crime é de R$ 30.775.000,00.

Conforme apurado pela reportagem, a droga e o veículo foram encaminhados a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron-MS), localizada em Dourados.

Em 2024, somente no primeiro semestre,  o Balanço Operacional do DOF registrou a apreensão de 67 toneladas de entorpecentes. Em 2023, a corporação foi responsável pela apreensão de 117.125,812 Kg de drogas durante o ano todo. 

Cidades

Mais de 700 kg de maconha são apreendidos em Ponta Porã

Valor comercial da droga apreendida equivale a R$ 1,4 milhão

08/11/2024 15h30

703 kg de maconha

703 kg de maconha Divulgação

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A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron) apreendeu 703 kg de maconha no município de Ponta Porã na última quarta-feira (6). A ação faz parte da Operação Protetor, que visa combater o tráfico de drogas na região de fronteira.

A operação foi desencadeada após a polícia receber informações sobre a movimentação suspeita de veículos no Assentamento Itamaraty.

Os policiais se deslocaram até a localidade e localizaram uma chácara com um galpão ao fundo, sem portões. No momento da chegada da equipe, não havia ninguém no local.

Durante a vistoria, os policiais encontraram um veículo Toyota Corolla preto, ano/modelo 2010/2011, carregado com diversos tabletes de maconha.

O veículo e o entorpecente foram removidos para a sede da Defron em Dourados. A droga foi pesada e totalizou 703 kg, com um valor estimado de R$ 1.406.000,00 nos grandes centros.

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