Cidades

VISTA GROSSA

MPE apura omissão na fiscalização
do transporte coletivo

Consórcio de ônibus não paga multas de irregularidades

Continue lendo...

Problemas mecânicos, atrasos, diminuição da frota em determinadas linhas sem aviso prévio, peças e bancos quebrados. São inúmeras as infrações cometidas pelo Consórcio Guaicurus todos os dias em Campo Grande. Apesar disso, nos últimos dois anos, a prefeitura não recebeu nem um real das multas aplicadas sobre a concessionária de transporte coletivo por conta das infrações. É o que aponta uma investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que apura ainda irregularidades nos autos de infração e notificações emitidos contra a empresa e omissão na fiscalização por parte da Agência Municipal de Trânsito (Agetran) e Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg).

São duas investigações que correm em sigilo na 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social. “Começou com a denúncia de um fiscal, que disse que fazia as fiscalizações, mas não adiantava de nada, o consórcio nunca era multado. É um absurdo o que se tem, nada justifica o poder concedente não estar fazendo a fiscalização efetiva da concessionária. Metade dessa gestão já foi e os cofres estão zerados, não dá para uma situação dessas ficar por conta. Nós cumprimos esses procedimentos [constantes no despacho], e o principal foi o encaminhamento aos vereadores, para que eles tomem providências. A outra parte é que eu determinei instauração de outro inquérito civil para apurar essas irregularidades nos anos anteriores. Até para, quem sabe, mostrar que o problema não é desta gestão, e sim da empresa que vem burlando os pagamentos”, disse o promotor Humberto Lapa Ferri.

MILHARES DE MULTAS

De acordo com despacho assinado pelo promotor, um dos inquéritos civis apurou que, no ano passado e neste ano, “milhares de autos de infração foram lavrados em desfavor do Consórcio Guicurus, no entanto, nenhum valor foi recolhido aos cofres públicos em razão de tais multas”. 

O promotor apontou ainda que, considerando a possibilidade de terem ocorrido danos ao erário e atos de improbidade administrativa sobre a mesma questão, em anos anteriores, foi instaurado segundo inquérito civil tendo como objetivo “apurar eventuais irregularidades nos autos de infrações e notificações emitidos contra o Consórcio Guaicurus, nos anos de 2013, 2014, 2015 e 2016, inclusive omissão parte da Agetran e Agereg”.

No despacho, Lapa Ferri notifica o diretor da Agetran, Luiz Carlos Alencar Filho, além do gerente de fiscalização do órgão, Henrique de Matos Moraes, e outros fiscais, para prestarem depoimento nos dias 3 e 11 de dezembro. Ele ainda determinou que uma cópia integral do inquérito fosse encaminhada à Câmara Municipal para que os vereadores tomassem ciência dos fatos e adotassem as providências cabíveis, visto que fiscalizar os atos do executivo é função dos parlamentares.

Procurada, a Câmara Municipal informou que ainda não recebeu o documento. O Correio do Estado também questionou a prefeitura sobre o não pagamento das multas e com relação à suposta omissão por parte da Agetran e da Agereg, mas não obteve resposta. O Consórcio Guaicurus também não se pronunciou.

Em junho, o Correio do Estado mostrou que a prefeitura já vinha perdendo dinheiro de multas aplicadas ao consórcio por infrações na prestação do serviço de transporte coletivo.

Na época, o Executivo informou que pelo menos 2.200 recursos interpostos pela concessionária contra autuações estavam travados em um órgão que já não tinha mais legitimidade para julgá-los, o Conselho de Regulação da Agereg. A reportagem mostrou que uma lei de 2015 tirou o poder de decisão do órgão – que ficou apenas com caráter consultivo. Os 2.200 recursos estavam parados nesta comissão. Assim, a cobrança das multas era feita “a conta-gotas”.

 

 

 

"CASA DO TESOURO"

MP tenta impedir que prefeitura doe R$ 400 mil à igreja no interior de MS

Valores estabelecidos eram para compra de ar-condicionado e automóvel

22/11/2024 10h15

Como típico de cidades interioranas, distância entre Paróquia e Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros

Como típico de cidades interioranas, distância entre Paróquia e Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros Reprodução/Redes Sociais/@edaocorrea

Continue Lendo...

Recomendações feitas pelo Promotor de Justiça Substituto, Guilermo Timm Tocha, buscam impedir que uma igreja no interior de Mato Grosso do Sul, distante cerca de 360 km da Capital, receba o repasse municipal de R$ 400 mil que segundo o Ministério Público tinha sido estabelecido em lei. 

Há mais de 130 anos, pelo menos na teoria, o Brasil se firmava como Estado laico, com dever da neutralidade e não doação de recursos financeiros , promovendo uma liberdade para quaisquer crenças e cultos. 

Porém, o promotor evidencia que, no dia 24 de outubro de 2024, a  publicação da Lei Municipal n. 1.771 autorizava o Executivo de Bela Vista efetuar o "repasse financeiro a Mitra Diocesana de Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório".

Diante disso, foi instaurado inquérito civil para apurar a regularidade/legalidade da referida lei, que permitiria repasse financeiro de  R$ 400 mil. 

Entre as várias considerações feitas pelo promotor, ele aponta a falta de cadastro de outras entidades religiosas, ou mesmo publicidade que informasse à população de que tal valor poderia ser doado para equipamentos/bens móveis, o que fere a impessoalidade e moralidade, conforme texto da Constituição Federal. 

Como tipicamente observado em cidades interioranas espalhadas pelo País, inclusive, o inusitado é que a distância entre a Paróquia e o prédio tido como Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros. 

Finalidade do repasse

Segundo evidenciado pelo promotor, o referido valor de R$ 400 mil a ser repassado pelo município para a paróquia teria inclusive uma finalidade específica. 

"Para aquisição de equipamentos de ar-condicionado e um veículo automotor, pela Mitra Diocesana de
Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, contrariando flagrantemente a obrigatoriedade de a Administração Pública Municipal manter-se neutra no tocante à religião", complementa. 

Diante disso, entraram na mira do Ministério Público tanto o prefeito Reinaldo Miranda Benites, como o representante legal da paróquia Santo Afonso Maria de Ligório em Bela Vista, uma série de recomendações distintas. 

Ao chefe do executivo são apontadas as seguintes recomendações: 

  1. ) Se abstenha de efetuar o repasse financeiro à Mitra Diocesana de Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, consistente no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), objeto da Lei Municipal n. 1.771/2024;
     
  2. ) Se já iniciou o respectivo Procedimento Administrativo de doação objeto desta Recomendação, que este seja ANULADO, dando a devida divulgação do ato anulatório no diário oficial da municipalidade;
     
  3. ) Caso já tenha sido efetuado o repasse financeiro, embora tal informação não conste no Portal da Transparência, que o Município abra o competente Procedimento Administrativo para reaver o valor; e
     
  4. ) Seja dada divulgação adequada e imediata à presente Recomendação

Do lado da paróquia, o representante deve se abster de qualquer ato que viabilize o repasse e, caso já tenha sido efetivado o recebimento do recurso financeiro, que a igreja "o diligencie junto ao Município de Bela Vista/MS, a fim de tomar as providências necessárias para devolução do referido valor devidamente atualizado. "

 

Assine o Correio do Estado

CAMPO GRANDE

Prefeitura concede promoção vertical a mais de 420 professores

Como previsto no acordo selado em setembro, a mudança hierárquica começou a chegar aos profissionais da educação da Rede Municipal de Ensino (Reme)

22/11/2024 09h45

Mais de 420 professores são contemplados com a promoção vertical

Mais de 420 professores são contemplados com a promoção vertical Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

A promoção vertical começou a chegar aos professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) nesta sexta-feira (22), como previsto no acordo, selado em maio deste ano, entre a Prefeitura de Campo Grande e o Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP).

Segundo publicação no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) de hoje, mais de 425 educadores tiveram a movimentação de um nível para outro superior, como graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado. O direito foi suspenso pelos decretos de número 12.528/2015 e 12.595/2015.

A progressão vertical é dividida em cinco etapas, definida pelas nomenclaturas Ph-1, Ph-2, Ph-3, Ph-4 e Ph-5. Obviamente, quanto mais próximo do último nível, maior a sua hierarquia ou responsabilidade profissional dentro da área. De acordo com a tabela salarial dos professores da Reme mais recente (setembro), esses são os salários dos professores de cada nível hierárquico, do qual também depende do seu tempo de serviço:

Promoção horizontal

Na tabela mostrada acima, há a nomenclatura de A a H, mas o que seria isso? Essas definições estão relacionadas com o tempo de serviço do profissional em determinada atuação e inclusa na promoção horizontal, concedida pela Prefeitura de Campo Grande em setembro deste ano.

Na época do acordo em maio, ficou tratado que mais de 3 mil professores efetivados seriam beneficiados em setembro, segundo a Secretaria Municipal de Educação (Semed). Porém, na primeira lista divulgada pela Secretaria Municipal de Gestão (Seges), cerca de 1,5 mil profissionais da educação foram contemplados com a mudança de classe.

No mesmo dia, horas depois, a Prefeitura corrigiu o “erro” e concedeu aumento salarial e mudança de classe aos 3,5 mil profissionais da educação pública da Capital, após deixar cerca de dois mil professores de fora da 1ª lista.

Outros direitos garantidos

Ainda, ficou acordado os seguintes direitos trabalhistas na celebração de maio deste ano:

  • Adicional por tempo de serviço (quinquênio) – é um Adicional por Tempo de Serviço (ATS) no valor de 5% do salário do colaborador que é incorporado ao seu pagamento mensal após um período de cinco anos. O direito foi suspenso pelos decretos de número 12.528/2015 e 12.595/2015. De acordo com a Semed, 3.126 professores efetivados serão beneficiados em dezembro. O benefício voltará a ser pago em dezembro de 2024;
  • Revitalização das escolas municipais e melhorias no material pedagógico – ares-condicionados serão instalados nas salas de aula a partir de 1º de junho de 2024 e a expectativa é que todas as escolas estejam com ar-condicionado até o fim do ano;
  • Eleições para diretores de Escola Municipal de Educação Infantil (EMEIs).

A ACP também reivindicou pelo chamamento de mais 500 candidatos do Concurso Público para Professor da Rede Municipal de Ensino (Reme), mas, a chefe do executivo municipal disse que, por ora, só consegue chamar os 323 já previstos no edital.

salário foi reajustado em 10,39% no ano passado, sendo 4% em fevereiro de 2023 e 6,39% em junho de 2023. Mas, o quinquênio, título e mudança de letra haviam sido deixados para trás mais uma vez. No fim de 2022, a categoria entrou em greve reivindicando por reajuste salarial. 

*Colaborou Naiara Camargo

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).