Cidades

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MPE manda prefeito romper contrato de advogado por conta de alto salário

Justificativa para contratação seria a suposta falta de pessoal com experiência para lidar com demandas jurídicas complexas

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A 5ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social da Comarca de Corumbá expediu uma recomendação ao prefeito de Ladário, Munir Sadeq Ramunieh, e ao secretário municipal de Governo, Wagner Rosemberg Farias, para que revoguem o contrato firmado entre o município e o escritório Igor de Melo Souza Sociedade Individual de Advocacia. 

O documento foi publicado no Diário Oficial do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (DOMP) na edição de segunda-feira (19) informa que a contratação se deu por meio do Processo de Inexigibilidade de Licitação nº 11/2025 e gerou um contrato no valor total de R$ 259.920,00, com parcelas mensais de R$ 21.660,00.

A Promotoria questiona a legalidade da contratação direta, sem licitação, e aponta que os serviços prestados pelo escritório contratado seriam de natureza genérica e rotineira, que já fazem parte das atribuições da própria Advocacia-Geral do Município (AGM).

De acordo com a recomendação, o município possui estrutura jurídica própria, sendo a AGM o órgão responsável pela representação judicial e extrajudicial da prefeitura, além de prestar consultoria e assessoramento jurídico ao Executivo municipal.

O MP também destaca que a justificativa apresentada para a contratação - a suposta falta de pessoal com experiência para lidar com demandas jurídicas complexas - não se mostrou suficiente. 

No documento, a administração afirmou que a contratação era necessária em razão de litígios que exigiram orientação altamente especializada, mas, para o MP, a descrição é genérica e não apresenta uma situação concreta que comprove a inviabilidade de concorrência pública.

A Promotoria aponta ainda a discrepância entre o valor pago ao escritório contratado e os salários dos procuradores efetivos do município. Enquanto o contrato com o advogado externo prevê pagamentos mensais de R$ 21.660,00, o salário-base de um procurador municipal é de R$ 6.010,73. 

O MP argumenta que essa diferença reforça a necessidade de investir na estruturação e valorização da carreira jurídica interna, em vez de terceirizar serviços que já fazem parte das atribuições dos servidores concursados.

Na recomendação, o Ministério Público cita dispositivos da Constituição Federal, da Lei nº 14.133/21 e da Lei Orgânica do próprio MP, ressaltando que a contratação sem licitação só é permitida em casos excepcionais, quando for comprovada a inviabilidade de competição, fato que, segundo a análise da Promotoria, não ocorreu neste caso.

O órgão ministerial considera que a situação evidencia a necessidade de reestruturação da Advocacia-Geral do Município, e não a contratação de serviços jurídicos terceirizados. Além disso, destaca que a contratação direta de escritórios de advocacia não pode servir como substituição à realização de concurso público para suprir necessidades permanentes da administração.

Diante disso, o MPMS recomendou a revogação do Contrato Administrativo nº 39/2025 e que o município se abstenha de realizar novas contratações semelhantes, sem a devida comprovação de excepcionalidade.

O prazo para que o prefeito e o secretário de Governo adotem providências é de 10 dias úteis, e o cumprimento ou não da recomendação deve ser comunicado à 5ª Promotoria, com envio de documentos comprobatórios. 

O Ministério Público também advertiu que, em caso de descumprimento, poderão ser adotadas medidas judiciais para correção da irregularidade e responsabilização dos agentes públicos envolvidos.

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OPERAÇÃO

Justiça toma duas fazendas de contrabandistas de cigarros em MS

Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em quatro municípios sul-mato-grossenses e em outros dois do Paraná, com bloqueio de bens de R$ 30 milhões

12/06/2025 09h45

Veículos, embarcações e armas de fogo também foram apreendidos na ação

Veículos, embarcações e armas de fogo também foram apreendidos na ação Foto: Divulgação/PF

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Terras Frágeis, na manhã desta quinta-feira (12), da qual apreendeu fazendas e bens de organização criminosa suspeita de atuar em quatro municípios de Mato Grosso do Sul em tráfico de drogas e contrabando de cigarros.

Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Itaquiraí, Iguatemi, Coronel Sapucaia, Palotina, Douradina (PR) e Icaraíma (PR), seguindo autorização da Justiça Federal da 3ª Região.

Ao todo, houve bloqueio de bens da organização criminosa que ultrapassa a casa dos R$ 30 milhões, além de duas fazendas localizadas em Iguatemi e Coronel Sapucaia, distantes a cerca de 400 km de Campo Grande.

Suspeita-se que ambas as terras rurais foram adquiridas com dinheiro oriundo do contrabando de cigarros e outras atividades criminosas. Também foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos, veículos, embarcações, armas de fogo, gado e outros bens.

Pelo porte ilegal de arma, dois indivíduos foram presos em flagrante e também devem responder pelos crimes citados acima.

Cigarros, contrabando & MS

Em Mato Grosso do Sul, a comercialização de cigarros contrabandeados do Paraguai é muito mais comum que no restante do Brasil, por conta da fronteira com o país vizinho.

Esse cenário faz com que, de 10 maços vendidos no Estado, 7 sejam de marcas ilegais, o que resulta em uma perda bilionária aos cofres do governo do Estado, que não recolhe o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) desses produtos.

Estimativa feita pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), com base nos dados do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), mostra que, nos últimos seis anos, R$ 2,7 bilhões deixaram de ser arrecadados em Mato Grosso do Sul em razão da venda ilegal de cigarros contrabandeados.

Só no ano passado, ainda de acordo com o FNCP, foram R$ 150 milhões perdidos em imposto que poderia ter sido cobrado.

Esse valor é alto porque o ICMS cobrado em Mato Grosso do Sul sobre o cigarro legal é de 30%. Essa política de impostos altos incidentes sobre esse tipo de produto é uma prática comum no País inteiro, como uma forma de desestimular que a população faça uso de um produto que comprovadamente faz mal à saúde.

Pelos dados do Ipec, no ano passado, 72% dos cigarros comercializados em todo o Estado tinham origem ilegal, porcentual que representa mais que o dobro do valor nacional, que foi de 32% em 2024.

Apesar de o valor ser alto, ele representa uma pequena queda em relação a 2023, quando esse mercado representava 74% das vendas de cigarro no Estado. E esse porcentual já chegou a ser de 85%, em 2019.

Matéria publicada em fevereiro deste ano pelo Correio do Estado mostrou que, de acordo com números da Polícia Federal, no ano passado, a corporação apreendeu R$ 87.771.190 em cigarros contrabandeados em Mato Grosso do Sul.

*Colaborou Daiany Albuquerque

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"Não vem mais"

Show da banda Natiruts no dia dos namorados é cancelado em Campo Grande

Apresentação marcada para acontecer no Shopping Bosque dos Ipês às vésperas de feriado, foi cancelada cerca de 12 horas antes do início

12/06/2025 09h36

Turnê de despedida da banda Natiruts teria show em Campo Grande e foi cancelada

Turnê de despedida da banda Natiruts teria show em Campo Grande e foi cancelada "por motivos técnicos" Divulgação

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Show que faz parte da turnê de despedida "leve com você" da Banda Natiruts, a apresentação marcada para esta quinta-feira (12) de Dia dos Namorados e véspera de feriado no Bosque Expo em Campo Grande está oficialmente cancelada. 

Por meio de nota, o Shopping Bosque dos Ipês e as páginas do Bosque Expo e página para divulgar o show da Natiruts em Campo Grande informaram que o evento está oficialmente cancelado. 

Além disso, foi esclarecido para aqueles apaixonados que compraram ingresso para o show que será possível solicitar o reembolso, que será feito da mesma forma que a compra do ingresso, tanto online como para quem adquiriu direto no ponto de venda. 

Para quem fez a compra online, é necessário acessar o site meubilhete.com.br e pedir o estorno de forma automática, enquanto quem comprou diretamente precisa estar com ingresso em mãos no mesmo ponto de venda e há o prazo de até 72 horas para recuperar o valor. 

Sem maiores justificativas, foi apenas apontado pelas partes responsáveis que o cancelamento está se dando "por motivos técnicos", cancelado cerca de 12 horas antes do início. 

Turnê de despedida

Referências do reggae brasileiro, a banda Natiruts anunciou oficialmente sua despedida dos palcos e Campo Grande estaria entre as cidades escolhidas para a turnê final já nesta quinta-feira. 

Com quase três décadas de carreira, a banda brasiliense já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, entre outros pontos apresentando seus últimos shows. 

Em Campo Grande, os portões estavam previstos para abrirem à partir de 20h, com o show se estendendo de 22h até às quatro horas da manhã do feriado de Santo Antônio na Cidade Morena. 

Formada em 1996, a banda ganhou notoriedade nacional com a proposta de fazer um reggae genuinamente brasileiro, misturando influências jamaicanas com sonoridades locais e letras que falam de espiritualidade, amor, natureza e consciência social. 

O álbum de estreia, Nativus (1997), trouxe o primeiro sucesso da banda, "Liberdade pra Dentro da Cabeça". Ao longo dos anos, o grupo consolidou uma carreira sólida, com turnês pelo Brasil e pelo mundo.

Importante lembrar que Campo Grande já recebeu o Natiruts em diversas oportunidades ao longo da carreira do grupo, com apresentações em festivais, casas de shows e eventos culturais. 

 

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