Cidades

DENÚNCIA

MPF investiga corrupção e nepotismo na saúde indígena de Mato Grosso do Sul

Entre os atos indevidos estão desvio de materiais, perseguições, assédio sexual e até a utilização de diárias e veículos oficiais

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A saúde indígena sul-mato-grossense é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF), que apura atos de corrupção e nepotismo ligados ao ex-coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul (Dsei-MS) e ao presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena de MS (Condisi-MS).

Segundo informações do inquérito instaurado, as irregularidades consistem em desvio de materiais, nepotismo, perseguições, assédio moral, uso de diárias de maneira indevida, utilização de veículos oficiais para fins particulares e pactuação de contratos de locação de veículos que causaram prejuízo ao erário federal.

A investigação vem sendo realizada pelo MPF desde outubro de 2024, porém, conforme o procedimento preparatório do órgão, apesar da apresentação de informações e documentos realizada pela atual coordenação do Dsei-MS, “os fatos tratados ainda não foram adequadamente esclarecidos, de modo que ainda se aguarda respostas”.

Por conta da falta de informações complementares, o MPF instaurou um inquérito civil para apurar a improbidade administrativa no Dsei-MS, tendo como suspeitos Arildo Alves Alcântara, ex-coordenador do Dsei-MS, e Elso Gonçalves Batista, presidente do Condisi-MS. Um ofício sobre a apuração dos fatos deve ser expedido e envido para o Dsei-MS se pronunciar ao MPF sobre as investigações.

Mencionado no inquérito civil, Batista foi acusado em 2024 de assédio sexual e perseguição por uma enfermeira que trabalha na Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) em Nioaque.

Segundo o boletim de ocorrência registrado, Batista teria assediado a enfermeira e pedido a demissão dela após a mulher se negar a sair com o autor. O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Campo Grande.

Em nota, na época, o Dsei-MS informou que “acompanha o caso” e que “prestou toda a assistência à vítima”. Ainda, “a denúncia foi encaminhada para o Condisi-MS. Após a investigação, todas as medidas legais cabíveis serão adotadas pelo Dsei-MS”.

O Distrito Sanitário Especial Indígena de MS ainda complementou reiterando o seu “veemente repúdio a qualquer forma de assédio, reafirmando o seu compromisso, a sua integridade e o respeito por todos”.

Procurado pelo Correio do Estado para esclarecimentos e/ou posicionamentos sobre o andamento das investigações do MPF, o Dsei-MS através da Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde esclareceu que está colaborando com as investigações. "Reafirmamos que a Secretaria não compactua com práticas ilícitas de qualquer natureza e permanece à disposição das autoridades para prestar todas as informações necessárias ao esclarecimento do caso", informou em nota.

TROCAS NO COMANDO

Ex-coordenador do Dsei-MS, Arildo Alves Alcântara, o qual também foi mencionado pelo MPF nesse mesmo processo de investigação, foi exonerado da função em outubro de 2023, ficando no cargo por apenas seis meses.

A troca de comando, na qual o governo federal, por meio do Ministério da Saúde, nomeou Lindomar Ferreira para a função, foi recebida com atos de indignações por caciques de diversas comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul.

Alegando a falta de consulta das lideranças sobre a mudança de coordenação, a Assembleia Geral do Povo Kaiowá e Guarani (Aty Guasu) emitiu na época uma manifestação de repúdio e culpou a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, pela exoneração de Arildo Terena.

“Nosso repúdio é pela maneira como foi conduzida a exoneração e a substituição do atual coordenador. A consulta prévia é uma obrigação do Estado brasileiro de perguntar, adequadamente, respeitosamente, aos povos indígenas a sua posição sobre decisões administrativas e legislativas capazes de afetar suas vidas e seus direitos”, declarou o Aty Guasu sobre a exoneração.

Conforme informado em reportagem do Correio do Estado, um dos motivos dessa mudança teria sido decorrente de uma alteração em um contrato de locação de veículos para o transporte de pacientes indígenas – em que a frota total de veículos caiu quase pela metade, porém, o custo da locação dobrou.

Em 2023, a frota de veículos empregada nas tarefas ligadas à saúde dos indígenas caiu de 97 para 64 – ou seja 51%. 

As 97 viaturas eram locadas a um preço mensal de R$ 4 mil cada, contudo, pelo novo contrato, os 64 veículos passaram a custar em torno de R$ 15 mil mensais cada um.

SAIBA

Atual coordenador foi empossado em 2023

O atual coordenador do Dsei-MS, Lindomar Terena, que foi empossado em 2023, já atuava no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como diretor do Departamento de Promoção Política Indigenista na Secretaria Nacional de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas.

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Proteção à mulher

Agressor de jornalista volta para a prisão em Campo Grande

Envolvendo sobrinha de deputado estadual, caso de Nathalia Barros Corrêa é o segundo de violência contra mulher envolvendo profissional de imprensa na Capital

18/03/2025 10h57

Phillipe é faixa preta de karatê e teria agredido Nathalia em 03 de março

Phillipe é faixa preta de karatê e teria agredido Nathalia em 03 de março Reprodução/MontagemC.E

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Com a violência contra mulher sendo amplamente debatida, novas agressões que ganham destaque geram uma cobrança maior para contra os agressores, como no caso de Phillipe Calazans, que se apresentou à Delegacia Especializada ontem (17) após quebrar o nariz da jornalista Nathalia Barros Corrêa. 

Sobrinha do deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), a violência contra Nathalia - ocorrida ainda no dia 03 de março - chegou até a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e gerou revolta de parlamentares, que pediram até mesmo afastamento de delegada que teria colocado o irmão da vítima como agressor ao invés de indiciar o agressor, como exposto em parlamento. 

Com o mandado de prisão preventiva expedido pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), o homem optou por entregar-se na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) ainda ontem (17). O caso segue em sigilo. 

Entenda

Sem o mesmo triste fim, a agressão contra Nathalia traz semelhanças com o segundo feminicídio do ano que foi registrado em Mato Grosso do Sul, vitimando a jornalista Vanessa Ricarte, esfaqueada pelo então companheiro Caio César Nascimento Pereira. 

Com ambas sendo profissionais da imprensa local, Nathalia no caso foi agredida em 03 de março e gravou um vídeo onde aparece com o rosto sangrando e a filha no colo para denunciar o agressor que, semelhante a Caio, também atuava como músico. 

Faixa preta de karatê e então vocalista da Banda Seven, já no dia 07 de março a página do grupo no Instagram usou o perfil para vir à público anunciar o desligamento definitivo de Phillipe Eugênio Calazans de Sales, de 38 anos. 


Juntos há pelo menos quatro anos, o casal voltava da casa de amigos após um dia de feriado de Carnaval, com as agressões contra Nathalia acontecendo enquanto ela ainda estava com a filha no colo, conforme noticiado publicamente. 

Em Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Coronel Antonino, foi constatado que a vítima tinha uma lesão no nariz e a necessidade de pontos no supercílio. 

Phillipe chegou a ser preso em flagrante, recorrendo à Justiça e conseguindo liberdade provisória há cerca de uma semana, sob condição do uso de tornozeleira eletrônica e de não se poder se aproximar de Nathalia.

Feminicídios

Até o primeiro dia de março, seis mulheres já tinham sido vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul, com o último caso registrado sendo o de Giseli Cristina Oliskowiski, morta aos 40 anos, encontrada carbonizada em um poço no bairro Aero Rancho, em Campo Grande.

Antes dela, o primeiro caso de 2025 foi a morte de Karina Corin, de 29 anos, nos primeiros dias de fevereiro,  baleada na cabeça pelo ex-companheiro, Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos. 

Já o segundo feminicídio de 2025 em Mato Grosso do Sul foi justmente a morte de Vanessa Ricarte, esfaqueada aos 42 anos, por Caio Nascimento, criminoso com passagens por roubo, tentativa de suicídio, ameaça, além de outros casos de violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.

Após denúncia do Ministério Público de  Mato Grosso do Sul em quatro crimes, em caso de condenação e penas máximas aplicadas, o assassino de Vanessa pode pegar mais de 86 anos de cadeia, como abordado pelo Correio do Estado.

Os outros feminicídios de 2025 vitimaram: 

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CAMPO GRANDE

Ciclista morre atropelado por carro ao atravessar BR-163

Condutor de uma SUV trafegava pela BR-163, quando a vítima, que estava em uma bicicleta, cruzou a via e ambos colidiram

18/03/2025 10h45

BR-163 - Imagem de ilustração

BR-163 - Imagem de ilustração GERSON OLIVEIRA

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Ciclista, Jesus Franklin Roque, de xx anos, morreu atropelado por um carro enquanto atravessava a BR-163, próximo ao Posto Arara Azul, altura do Jardim Colúmbia, saída para Cuiabá, em Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, o condutor de uma SUV Toyota RAV4 trafegava pela BR-163, quando Jesus, que estava em uma bicicleta, cruzou a via e ambos colidiram. O carro atingiu em cheio a bicicleta.

Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS) e ambulância da CCRMSVia foram acionados, mas, ele morreu no local antes mesmo da chegada do socorro.

Polícia Rodoviária Federal (PRF) preservou o local para o trabalho da perícia. Polícia Civil, Polícia Científica e funerária também estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

O motorista realizou o teste do bafômetro, que resultou em 0,00 mg/l (negativo). Seu veículo estava em dia, sem nenhuma restrição. Os pertences da vítima ficaram guardados com as equipes da CCRMSVia.

O caso foi registrado como “Homicídio Culposo na Direção De Veiculo Automotor” na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC-CEPOL).

Em 19 de outubro de 2024, houve outra situação trágica semelhante à esta: homem, de 26 anos, em uma bicicleta, tentou atravessar a rodovia MS-497, em Paranaíba, mas morreu atropelado. 

Ele teve traumatismo craniano severo e morreu instantaneamente. Estava acompanhado da mãe, que não foi ferida. O motorista do veículo envolvido afirmou que tentou desviar, mas não conseguiu evitar a colisão.

Em 1º de outubro de 2024, Elias Rafael Camargo, de 62 anos, morreu atropelado por uma moto enquanto pedalava na MS-419, a 12 quilômetros trevo de Nioaque e Anastácio, trecho situado a 137,4 quilômetros de Campo Grande.

Ele chegou a ser socorrido pelo CBMMS, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

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