Cidades

ALERTA

MS já teve 9 casos de bebidas falsificadas neste ano

Procon-MS, Delegacia do Consumidor e Ministério Público prometem intensificar fiscalizações no Estado por causa de mortes

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Só neste ano, Mato Grosso do Sul já teve nove locais autuados pela Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS) por venda de bebidas alcoólicas falsificadas ou contrabandeadas.

Até o momento, em nenhum dos casos houve flagrante de uso de metanol nas falsificações, porém, as autoridades públicas estão preocupadas com os casos crescentes em São Paulo e em mais dois estados brasileiros.

Conforme nota do Procon-MS, o órgão estadual tem realizado fiscalizações contínuas para evitar que produtos sem origem, qualidade e segurança estejam disponíveis aos consumidores.

“Em pelo menos nove fiscalizações realizadas no Estado neste ano, decorrentes de outras denúncias, foram encontradas bebidas alcoólicas com indícios de contrabando, descaminho ou falsificação. Todos os itens foram apreendidos e encaminhados para descarte”, afirmou o Procon-MS.

Um desses casos aconteceu na boate Unica Club, localizada na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, que no dia 19 de setembro foi interditada por supostamente vender bebidas contrabandeadas.

O local foi fechado pelo Procon-MS e pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra Relações de Consumo (Decon-MS), e deve reabrir na noite de hoje. Na programação, o evento contará com rodadas de vodka e whisky.

Sobre os outros locais flagradas na mesma situação, o Procon-MS não quis dar nomes porque, segundo a assessoria, as empresas têm 20 dias para apresentação de defesa.

“O Procon Mato Grosso do Sul, instituição vinculada à Sead [Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos], esclarece que tem realizado fiscalizações contínuas para evitar que produtos sem origem, qualidade e segurança estejam disponíveis aos consumidores”, limitou-se a dizer.

Matéria do Correio do Estado, publicada nesta semana, mostra que nos últimos três anos já foram identificadas várias “fábricas” de bebidas alcoólicas adulteradas, sempre destiladas.

Em um dos casos, que aconteceu em maio deste ano, um homem foi preso suspeito de distribuir clandestinamente bebidas falsificadas, que eram adulteradas na sua casa.

O caso foi investigado pela Decon-MS, que identificou que o falsificador, de 31 anos, tinha um lucro de cerca de R$ 20 mil por semana com o esquema. Ele foi preso em flagrante no bairro Jardim Eliane e, segundo a polícia, ele distribuía o produto, fabricado na própria casa, para bares e conveniências da região.

No local foram apreendidas várias garrafas de whisky importadas e nacionais.

Em outro caso, em agosto do ano passado, três pessoas foram presas suspeitas de vender bebidas alcoólicas falsificadas, no Bairro Jardim Centro Oeste, em Campo Grande.

De acordo com a polícia, na época, foi descoberto que o grupo utilizava garrafas originais, mas com conteúdo adulterado, com selos e lacres falsificados.

A suspeita da falsificação foi confirmada após uma análise solicitada pela Polícia Civil, que entrou em contato com uma exportadora de bebidas e pediu para que fizessem a análise. O local vendia bebidas destiladas falsificadas.

Além desses casos, há investigação sobre polos de fabricação e bebidas clandestinas em Dourados e no Paraguai, na fronteira com Ponta Porã.

METANOL

Desde setembro, casos de intoxicação por metanol, provenientes de ingestão de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes, têm preocupado as autoridades. Os casos, que começaram em São Paulo, já se espalharam por mais estados e há investigações no Distrito Federal e em Pernambuco.

O Ministério da Saúde afirmou, ontem, que há uma morte por intoxicação por metanol confirmada em laboratório, além de outras sete sob investigação.

A pasta disse que recebeu 59 notificações de possíveis contaminações pelo produto, após consumo de bebida alcoólica em São Paulo, Pernambuco e no Distrito Federal. Há 11 casos confirmados e 48 em análise, números que incluem pacientes que morreram.

O caso de Brasília (DF) seria do rapper Hungria, que foi hospitalizado por se sentir mal após consumir bebidas alcoólicas, a suspeita é de que ela estivesse adulterada com metanol.

Hungria deu entrada no Hospital DF Star, ontem, com o quadro de cefaleia, náuseas, vômitos, visão turva e acidose metabólica. O cantor agora fará hemodiálise e será submetido a tratamento com etanol.

Segundo sua equipe, ele está sendo acompanhado pelos médicos e já está fora de risco iminente. 

INVESTIGAÇÃO

Por conta dos casos, na terça-feira, o titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Lewandowski, anunciou a abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF), para apurar a procedência do metanol e investigar uma possível rede de distribuição ilícita entre estados. 

Paralelamente, a Secretaria Nacional do Consumidor instaurou inquérito administrativo para acompanhar as ocorrências e avaliar medidas adicionais relativas à proteção dos consumidores.

Já o Ministério da Saúde determinou que todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) realizem a notificação imediata de casos suspeitos de intoxicação exógena por metanol.

Em Mato Grosso do Sul, a atuação contra esses casos aponta para um aumento nas fiscalizações e, até mesmo a possibilidade de operações. Ao Correio do Estado, o titular da Decon-MS, Wilton Vilas Boas, confirmou essa maior repressão às bebidas irregulares.

“Sempre estamos fazendo fiscalizações, mas iremos intensificar, de forma pontual, essas ações”, declarou.

MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) também anunciou que vai entrar neste meio. Em nota, o órgão informou que instaurou procedimento administrativo na 43ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, “com foco na proteção do consumidor contra o risco de ingestão de bebidas adulteradas com metanol”.

A substância, lembra o MPMS, é altamente tóxica, pode causar cegueira irreversível e morte, mesmo em pequenas quantidades.

“Como parte da investigação, o MPMS encaminhou ofícios à Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária no Estado, à Decon, ao Procon-MS, ao Procon de Campo Grande, à Secretaria de Estado de Saúde (SES), à Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau), à Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e à Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados (Amas)”, explica a entidade, que completa dizendo que os documentos são para solicitar mais informações sobre as fiscalizações e para buscar “soluções preventivas”.

“Até o momento, não há fornecedor específico identificado como responsável pela comercialização irregular de metanol, o que reforça a necessidade de apuração técnica e integrada entre os órgãos competentes”, finaliza o MPMS. (Com Folha de São Paulo)

*SAIBA

Até agora, 59 casos foram notificados no Brasil por suspeita de intoxicação com metanol, em São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco. Desses, 11 estão confirmados, incluindo uma morte, e há outros 48 sob investigação.

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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