Mato Grosso do Sul tem 15 barragens que apresentam altos riscos de segurança, segundo aponta o Relatório de Segurança de Barragens (RSB) edição 2024-2025, divulgado nesta quarta-feira (2) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Conforme os dados, Mato Grosso do Sul tem 2.690 barragens cadastradas, sendo 223 cadastradas neste ano.
As barragens de risco alto estão localizadas em:
- Bandeirantes
- Ribas do Rio Pardo
- Água Clara
- Bela Vista
- Sidrolândia (3)
- Rio Brilhante (4)
- Campo Grande (2)
- Dourados
- Corumbá
Em Campo Grande, as barragens de alto risco são a do Lago do Amor e uma da Incorporadora Atlântico.
Conforme o relatório, 14 das barragens são classificadas com prioridade da gestão de risco, já que os responsáveis por esses empreendimentos, segundo a análise, não cumpriram todos os requisitos de segurança exigidos na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB).
"Em caso de acidente com essas estruturas, há risco a pessoas ou a equipamentos importantes, que podem comprometer o fornecimento de serviços essenciais. Essas barragens que necessitam de maior atenção estão em 24 unidades da Federação e não foi apresentado levantamento de barragens prioritárias na Paraíba, Paraná e Roraima", informou a ANA.
Acidentes
De acordo com o relatório, foram reportados quatro acidentes com barragens em Mato Grosso do Sul no ano passado, com registro de danos diversos, incluindo destruição de vias públicas, danos a residências, interdição de estradas e erosões.
O mais emblemático é o rompimento da barragem do Nasa Park, ocorrido em agosto do ano passado, em Jaraguari. Na ocasião, várias residências foram atingidas e parte da BR-163 desmoronou.
Os outros três acidentes foram causados por chuvas intensas, em barragens de empresas privadas em Campo Grande, Batayporã e Terenos.
O relatório da ANA aponta que acidentes se caracterizam pelo comprometimento da integridade estrutural da barragem, resultando em colapso total ou parcial da estrutura.
Já os incidentes afetam o comportamento da barragem ou estruturas anexas, que podem vir a causar acidentes caso não sejam sanados. Não foram registrados incidentes no Estado.

Brasil
Em todo o Brasil, são 241 barragens com prioridade da gestão de risco. A maior parte dessas barragens prioritárias pertencem a empresas privadas (96), seguida de empreendedores públicos (39) e sociedades empresariais de economia mista (10).
Outras 94 barragens não possuem informação sobre os responsáveis. As principais finalidades dessas barragens são regularização de vazão (23,7%), disposição de rejeitos de mineração (21,2%), irrigação (16,6%), abastecimento humano de água (12,9%), aquicultura (7,1%), entre outros.
Ao todo, cerca de 28 mil barragens estão cadastradas no Sistema Nacional sobre Segurança de Barragens, sendo 97% para acumulação de água e uso preponderante para serviços de irrigação (36%). O número representa um crescimento de 8,2% do total de cadastros de barragens em um ano.
Desse total, 6.202 barragens (22%) foram enquadradas nas características estabelecidas no âmbito da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB).
As barragens que se enquadram nessa política, são aquelas que possuem pelo menos uma das seguintes características: capacidade total maior que 3 milhões de metros cúbicos, reservatório que contenha resíduos perigosos, Dano Potencial Associado (DPA) médio ou alto - que envolve riscos de perdas humanas - ou altura do maciço (parede) da barragem maior que 15 metros.