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MS tem o menor número de focos de incêndio em 11 anos

Dados do Inpe mostram que, de janeiro a julho deste ano, foram notificados 848 focos no Estado, o menor acumulado desde 2014, quando foram 799

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De janeiro até o fim de julho deste ano, Mato Grosso do Sul teve 848 focos de incêndio identificados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o menor número para o período dos últimos 11 anos, segundo a série histórica do instituto.

Conforme os dados do Inpe, a última vez que Mato Grosso do Sul teve menos de 900 focos de incêndio nos primeiros sete meses do ano foi em 2014, quando foram registrados 799.

Em relação ao ano passado, o período com o maior número de focos de incêndio registrados em Mato Grosso do Sul em toda a série histórica, que começa em 1998, a queda foi de 539%, já que em 2024 foram 5.419 focos de janeiro a julho.

De acordo com o coronel Adriano Rampazo, do Corpo de Bombeiros, um dos motivos para que o Estado esteja enfrentando uma “calmaria” nos registros de incêndios se deve ao volume de chuva deste ano, que superou o do ano passado. 

“Até fevereiro estava sinalizando uma temporada bastante difícil, bem parecida com a do ano passado, mas mudou com abril sendo o mês mais chuvoso, fora da média. Isso alterou as previsões, e todas as frentes frias que estão vindo estão trazendo chuva, então, isso ocasionou que não estamos tendo grandes ocorrências ainda, mas devemos ter, naturalmente, porque já temos cidades com mais de 50 dias sem chuvas e já sabemos de várias regiões que estão bastantes secas. Mas devemos ter um ano mais tranquilo”, declarou o coronel, que está à frente das operações de combate aos incêndios no Estado.

Rampazo ainda lembrou que outro fator que tem contribuído para essa boa notícia é o fato de que não estamos sob o efeito do fenômeno climático El Niño, que foi o grande responsável pela número de queimadas em 2024.

“Uma das previsões é de que ainda não vai ter a influência do El Niño, que traz as ondas de calor, que influencia muito os incêndios, muda muito o cenário quando ele está ativo. Mas não é que não vamos ter ocorrências, teremos, sim. Temos aí uma linha de fogo vinda da Bolívia em direção à Serra do Amolar. Essas coisas vão acontecer, mas a gente acredita que, perto do ano passado, perto do que os estudos estão dizendo, não vai ser nesse nível”, salientou Rampazo ao Correio do Estado.

PANTANAL

A linha de fogo comentada pelo coronel do Corpo de Bombeiros foi detectada pelo sistema de monitoramento por inteligência artificial Pantera, na noite de terça-feira. A linha tem cerca de 5 quilômetros de extensão na região da Serra do Amolar, próximo à Lagoa Mandioré, no Pantanal, em território boliviano. Porém, a área está a aproximadamente 15 km da fronteira com o Brasil e próxima da região de San Matías.

A identificação ocorreu por meio de uma das antenas da central instalada na sede do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), em Corumbá. A ocorrência não havia sido detectada por imagens de satélite até o começo da tarde de quarta-feira, mas o sistema apontou redução nas chamas ao longo do dia, possivelmente em razão da presença de uma área alagada entre o foco e o campo seco. 

Na ocasião, os ventos chegaram a 25 km/h, com direção leste-oeste, o que pode ter dificultado o avanço do fogo em direção ao território brasileiro.

Apesar de não haver registro de incêndio no Brasil, o caso acendeu o sinal de alerta para ações preventivas. O IHP acionou imediatamente as organizações bolivianas Naturaleza, Tierra y Vida (Nativa) e Centro de Estudios Rurales y de Agricultura Internacional (Cerai), além de informar o Prevfogo/Ibama.

Segundo o diretor-presidente do IHP, Angelo Rabelo, a situação reforça a necessidade de uma atuação conjunta entre os dois países. 

“O fogo não tem nacionalidade. É essencial fortalecer as cooperações transfronteiriças para evitar tragédias e preservar tanto o meio ambiente quanto as comunidades locais”, destacou Rabelo.

O diretor-presidente do IHP também ressaltou que a redução de incêndios florestais deste ano tem relação com a chuva ocorrida no primeiro semestre, mas salientou que a partir de agora é necessário muita atenção 
“Choveu mais neste ano, o nível do Rio Paraguai subiu a mais de 3 metros e passou a alagar muitas áreas, antes secas nesse período do ano. Essa contribuição da natureza também tem sido fundamental. A partir de agosto, um período crítico se aproxima. É o momento de fortalecer as ações de campo e o monitoramento”, declarou ao Correio do Estado.

No Pantanal, conforme dados do Inpe – que contabiliza tanto números de Mato Grosso do Sul como de Mato Grosso –, até julho deste ano, foram registrados apenas 125 focos de incêndio, valor muito inferior ao de 2024, quando somente no mês de julho haviam sido 1.218 focos registrados.

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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