Cidades

CLIMA EXTREMO

MS tem temperatura mais alta do ano e dia mais quente do século

Ontem, a média de temperatura máxima no Estado foi de 39,3ºC, em algumas cidades, os termômetros registraram mais de 40ºC

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Em um início de mês com altos índices de temperatura, Mato Grosso do Sul ontem registrou a maior máxima do ano e o dia mais quente do século.

Segundo dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), o município de Aquidauana bateu o recorde deste ano, registrando 43,7ºC na tarde de ontem, sendo esta a maior temperatura máxima atingida no Estado.

Em todo Mato Grosso do Sul, a média de temperatura máxima desta segunda-feira foi a maior do século: 39,3ºC. Em 34 municípios do Estado, as temperaturas máximas ultrapassaram 40ºC.

Em Campo Grande, a maior temperatura máxima do ano foi de 39,8ºC, registrada no dia 24 de setembro, porém, nesta semana, a Capital chegou a índices próximos ao maior registro do ano, batendo 39,7ºC nas tardes de domingo e segunda-feira.

Neste ano, os maiores índices de calor no Estado eram de 43,3ºC, registrados no domingo em Pedro Gomes e na estação da Nhecolândia, localizada no Pantanal de Corumbá.

No município de Miranda, os termômetros também marcaram 43,3ºC, porém, o índice máximo da cidade ocorreu ontem.

Ao Correio do Estado, o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Heráclio Alves de Araújo informou que o motivo de tanto calor no Estado no início deste mês se deve ao acúmulo de massas de ar quente, que é comum na primavera.

“Essas massas de ar quente e seco bloqueiam a formação de nuvens e, com poucas nuvens no céu, a temperatura se eleva. Esta condição do tempo esteve presente em setembro e se mantém neste início de outubro”, explicou.

Segundo o meteorologista do Inmet, na Capital, as temperaturas podem atingir 40ºC ainda nesta semana.

“Com a persistência da massa de ar seco, a temperatura em Campo Grande tem a tendência de chegar a algo em torno de 40ºC nos próximos dias, já que é uma região que está com pouca nebulosidade”, disse o meteorologista.

Além do calor, a baixa umidade do ar no Estado se reflete nas altas temperaturas. De acordo com o meteorologista da Uniderp, Natálio Abrahão, Campo Grande registrou mínima de 8% de umidade relativa do ar ontem, enquanto os municípios de Água Clara, Miranda e Aquidauana registraram 7%.

Em função da baixa umidade nesta segunda-feira, o Inmet chegou a emitir um alerta para todo MS, indicando grande risco de incêndios no Estado e possíveis alterações de saúde nas cidades onde a umidade relativa do ar esteve abaixo de 12%.

Apesar do cenário extremo, conforme informado pelo meteorologista Heráclio Araújo, existe uma previsão de tempera turas máximas mais baixas a partir de quinta-feira, quando uma massa de ar frio que vem no sul do País deve atingir MS.

“A previsão é de que avance uma massa de ar frio pelo sul do País, entre quarta e quinta-feira, e essa massa deve passar também em parte do Estado, aí sim terá o aumento da nebulosidade, chuva e umidade, quebrando essa condição de seca”.

Conforme informações do Cemtec-MS, a primavera, que começou setembro e terminará no dia 21 de dezembro, ainda trará para Mato Grosso do Sul chuvas mais regulares nos próximos meses, cujo volume deve variar entre 400 milímetros e 500 milímetros em grande parte do Estado.

OUTUBRO

Historicamente, outubro costuma ser o mês mais quente do ano em diversos municípios do Estado. No ano passado, conforme informações do Cemtec-MS, o município de Porto Murtinho registrou a maior temperatura do mês, de 43,4ºC. A média das temperaturas máximas do Estado para outubro foi de 34,79ºC no ano passado. Na Capital, em outubro de 2023, a maior máxima foi de 39,4ºC, no dia 23.

O início deste mês pode ser comparado com os dados históricos de temperatura máxima que foram registrados em outubro de 2020.

Conforme levantamento, do dia 1º até o dia 7, Campo Grande registrou máximas de temperatura que variaram de 39ºC a 40ºC. No dia 5, os termômetros chegaram a marcar 41ºC, sendo esta temperatura máxima a maior registrada na história da Capital.

No interior do Estado, em 2020, o maior registro de temperatura máxima ocorreu no município de Água Clara, quando o termômetro bateu incríveis 44,6ºC no dia 5 de outubro.

O ANO MAIS QUENTE

Campo Grande já tem neste ano a maior média de temperatura da história, contando de janeiro até setembro. De acordo com dados do Inmet e do Cemtec-MS, compilados pelo Correio do Estado até setembro, a Capital está com uma média de temperatura de 25,6°C neste ano.

Comparando o mesmo período analisado desde 1961, essa é a maior média histórica de temperatura já registrada. Antes, 2020 era o ano campeão, com uma temperatura média de 24,7°C.

Saiba

Segundo informações do Cemtec-MS, no ano passado, a temperatura média no Estado foi de 25,7°C, a maior registrada em um período de 30 anos.

Serra do Amolar

MPE livra dono de pousada de multa e atribui responsabilidade a ONG ambientalista

Novo relatório mostrou que o incêndio teve início nas terras pertencentes a uma fundação, não na propriedade do dono da pousada

08/10/2024 11h32

Foto tirada pelo proprietário da pousada.

Foto tirada pelo proprietário da pousada. Roberto Carlos Conceição de Arruda

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O Ministério Público Estadual (MPE) desarquivou as investigações a respeito de um incêndio de 1.289,68 hectares na região da Serra do Amolar, ocorrido em janeiro deste ano. As autoridades haviam apontado o proprietário da pousada Dois Corações, Roberto Carlos Conceição de Arruda, como responsável pelo incêndio. O ribeirinho foi multado em R$ 9,6 milhões em março deste ano, e desde então, nega ter causado o incêndio.

Agora, o caso foi desarquivado para investigar a possível responsabilidade da Ecotrópica, uma fundação de Apoio à Vida nos Trópicos, pelo incêndio devastador.

À época em que o caso veio à tona, Roberto Carlos chegou a registrar Boletim de Ocorrência em Corumbá, denunciando ser vítima de calúnia. Em conversa com o Correio do Estado, ele também contestou o valor da multa, que foi estipulada considerando que ele seria um empresário pecuarista, sendo que, na verdade, ele cria em torno de 35 bovinos e tem uma pousada com apenas dois quartos, que consegue abrigar seis pessoas. 

O ribeirinho alegou que tinha conhecimento suficiente para saber que em janeiro não se coloca fogo para limpar pastagem, e disse acreditar que a multa teria sido “encomendada” para inviabilizar a permanência dele no local, fato que levantou uma série de teorias da conspiração a respeito daquela região do pantanal e uma espécie de “guerra” entre Ongs ambientalistas.

Em agosto, porém, uma nova análise, feita utilizando imagens de satélite, identificou que o incêndio havia iniciado em um imóvel denominado “Fazendas Penha, Acurizal e Rumo a Oeste”, e não na pousada, conforme apontado anteriormente. A terra fica a 400 metros da Dois Corações, e está sob responsabilidade da Fundação Ecotrópica, tendo como representantes legais Ivanio Martins e Rudimar Zachert

Foto tirada pelo proprietário da pousada.

Por isso, foi instaurado um novo Inquérito Civil do MPE para investigar a possível responsabilidade da ONG.

No relatório consta ainda que é possível observar que em agosto a área atingida já se encontrava em processo de regeneração natural, com espécies de pequeno porte características do local.

Sobre a fundação

A Ecotrópica - Fundação de Apoio à Vida nos Trópicos - se apresenta em seu site oficial como uma organização não governamental, sem fins lucrativos, instituída em Cuiabá, no Mato Grosso, existindo desde junho de 1989 e delarada de Utilidade Pública Estadual e reconhecida como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).

A ONG diz ter como missão "Contribuir para a conservação e preservação dos recursos naturais e a manutenção da qualidade de vida nos ecossistemas tropicais brasileiros", e possuir projetos de proteção da biodiversidade.

O site menciona ainda que a fundação contribui "de forma direta para a recuperação dos efeitos das queimadas severas que afetaram o Pantanal recentemente".

Teoria da conspiração

Conforme noticiado pelo Correio do Estado à época, uma fonte entrou em contato com a reportagem para revelar que as terras onde fica localizada a pousada de Roberto Carlos são de fundamental importância para uma possível exploração e embarque de minérios no Rio Paraguai. 

“A Serra do Amolar recebeu essa denominação pela presença abundante de uma pedra muito dura e escura, capaz de amolar facas, enxadas e machados. É minério de ferro”, a frase entre aspas faz parte de uma publicação do site da Ong ambientalista Ecoa, que tem uma espécie de base de estudos próximo à pousada. 

Ainda conforme esta mesma publicação “em 1937, passou por lá o alemão Otto Willi Ulrich, a serviço do governo britânico. Suas pesquisas apontaram a presença de minério de ferro com pureza de 56%.” Este alemão teria escrito um livro que “traz o desenho de um mapa com todos o morros da Serra do Amolar. O pesquisador apontou as seguintes porcentagens de peso nos metais encontrados: ferro, 56,3%; manganês, 10,6%; Titanoxydo, 2,2%; cromo, 1%; e Estanho, 0,15%”. 

E, inicialmente, segundo a publicação do Ecoa, estes minérios interessavam ao empresário Eike Batista, que é filho de Eliezer Batista, uma espécie de “pai da mineração brasileira”, pois em diferentes períodos comandou a Vale do Rio Doce e foi ministro de Minas e Energia antes e durante o regime militar. Foi ele o principal responsável pela identificação das reservas minerais brasileiras, inclusive as de Corumbá. 

Conforme publicação do Ecoa,  “em decadência econômico-financeira, Eike está se desfazendo dos seus negócios. Para não perder o controle sobre a reserva, arrendou a propriedade, com opção de compra, para o IHP (Instituto Homem Pantaneiro), que tem como diretor-presidente o coronel reformado Ângelo Rabelo, o “xerife” do Pantanal".  Rabelo trabalhou para a EBX durante dois anos como consultor de riscos ambientais”. 

Serra do Amolar

A Serra do Amolar está localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia, entre Cáceres (MT) e Corumbá (MS). É bem maior que as morrarias que estão sendo exploradas há décadas em Corumbá. Só no ano passado foram retiradas em torno de 8 milhões de toneladas de minério destas morrariras A  altitude da Serra do Amolar chega a mil metros e os morros se estendem ao longo de 80 quilômetros.

Colaborou: Neri Kaspary

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TRÁFICO DE DROGAS

Em 4 dias, polícia faz segunda grande apreensão de cocaína na fronteira

Ainda na primeira semana de setembro, guerra contra as drogas na fronteira resultou na apreensão de meia tonelada de cocaína em Ponta Porã

08/10/2024 10h45

Polícia Civil encontrou 230 kg de cocaína escondidos no veículo

Polícia Civil encontrou 230 kg de cocaína escondidos no veículo Foto: Divulgação

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A fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, conhecida por seu intenso tráfico de drogas, foi palco de uma série de grandes apreensões nos últimos dias. Em apenas quatro dias, segundo o portal da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SEJUSP), foram apreendidos 775,262 kg de cocaína na região. 

A última grande operação ocorreu na manhã desta segunda-feira (7), quando a Polícia Civil interceptou um veículo com 230 kg de droga em Ponta Porã (MS). 

Conforme informado pela polícia, duas equipes da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (DENAR) estavam sob trabalho de investigação na cidade quando, ainda pela manhã, avistaram um veículo WT-CROSS sob atitude suspeita próximo à fronteira com o Paraguai.a

De acordo com a equipe policial,  a escolha desse modelo de carro é comum entre traficantes devido à sua potência e capacidade de carga, facilitando o transporte de drogas. 

Após a suspeita, os investigadores seguiram o veículo e realizaram a abordagem do condutor. Além dos 230 kg de cocaína escondidos no veículo, foram encontrados celulares, comprovantes de depósitos e dinheiro em espécie. A apreensão foi avaliada num prejuízo de aproximadamente R$6 milhões. 

Série de apreensões 

Em outro episódio na cidade, depois de um trabalho investigativo que se estendeu durante semanas, integrantes da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron) apreenderam meia tonelada de cocaína na tarde desta sexta-feira (4) na cidade que faz fronteira com o Paraguai. 

Um homem, identificado apenas como  A.S.F.S, foi preso em flagrante. Ele foi abordado do lado externo de um imóvel que estava sendo vigiado fazia pelo menos seis horas nesta sexta-feira. 

Segundo as informações iniciais, ele permitiu a entrada dos policiais e eles acabaram encontrando 250 quilos de cocaína pura e outros 250 de pasta base de cocaína. 

Confira mais informações sobre o caso aqui. 

(Colaborou Neri Kaspary)

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