Uma mulher de 48 anos, que não teve a identidade divulgada, foi autuada por falsa comunicação de crime após registrar boletim de ocorrência por um suposto roubo de celular, quando, na verdade, ela esqueceu o aparelho em uma casa onde usava drogas, mas não queria que o marido e filho descobrissem o vício, em Campo Grande.
De acordo com informações da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derd), a denúncia foi feita pela mulher no dia 22 de junho.
Ela disse aos policiais que teria sido roubada nas imediações da Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa), no bairro Coronel Antonino, por uma dupla que estava em uma motocicleta.
Investigadores entrevistaram a vítima e desconfiaram das informações repassadas por ela, pois, segundo eles, a dinâmica do suposto roubo era "incongruente".
Mesmo assim, as investigações prosseguiram e os policiais localizaram as pessoas que estavam com o celular da vítima e que, supostamente, haviam feito transferências bancárias a partir do aparelho.
Um dos destinatários da transferência é um homem de 39 anos que estava preso. Ao ser ouvido, ele disse aos policiais que a suposta vítima é viciada em drogas e que, no dia dos fatos, eles estavam juntos, acompanhados de outras duas pessoas.
Ainda segundo a versão do homem, em determinado momento houve um desentendimento entre a suposta vítima e uma outra mulher que estava na casa. Esta pessoa esfaqueou a mulher no braço e ela fugiu com medo de ser morta, deixando o celular na residência.
O celular foi vendido pelas demais pessoas que estavam na casa. No entanto, o grupo afirmou que as transferências foram realizadas pela própria mulher.
Novamente intimada para ser confrontada sobre os novos elementos apurados pela investigação, a mulher confessou que inventou a história do roubo, pois, como chegou machucada e sem o celular em casa, não queria que o marido e filhos descobrissem que ela usava entorpecentes.
A mulher disse ainda que se viciou em pasta base de cocaína e que escondia da família há três anos.
Ela acrescentou que conhecia todas as pessoas ouvidas na investigação e que faziam uso de drogas juntos, além de frequentarem bocas de fumo nas regiões conhecidas como Imperial e Carandiru.
O celular foi recuperado e devolvido à mulher, mas ela foi autuada e responderá pelo delito de falsa comunicação de crime.




