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NOVO CENTRO

Na 14 de Julho, lojistas trocam insatisfação por otimismo

Conforme a prefeitura, 85% do serviço já está finalizado, o que tem deixado o comércio otimista

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Faltando cerca de três meses para a entrega das obras do Reviva Campo Grande, que deve acontecer em novembro, os comerciantes da Rua 14 de Julho trocaram o descontentamento que era visto no começo do ano – quando as intervenções eram feitas nas principais quadras da via – pela esperança de que o futuro será próspero.

Depois de verem as vendas despencarem, os lojistas acompanham a finalização das obras com otimismo. Gerente de uma loja de utensílios na 14, Milene Alves, 25 anos, contou que tem esperança de que os campo-grandenses voltem a consumir no centro. “Nós tivemos um prejuízo de 70% e precisamos recuperar. A gente pensa em fazer promoções para chamar o público quando tudo ficar pronto”, disse.

Já a gerente de uma loja de roupas Samara Silva, 19 anos, acredita que a solução para acabar com a falta de movimento seja a divulgação. “Eu acredito que [o reviva Campo Grande] seja uma melhoria tanto para nós lojistas quanto para o público”, argumentou.

Ainda que a parte elétrica esteja sendo finalizada e os operários e eletricistas trabalhem nas calçadas, que também têm partes interditadas e inacabadas, os comerciantes já notaram uma mudança no movimento da área central. “Nós tivemos uma redução de 50% nas vendas desde que as obras começaram, então, a nossa expectativa é de que agora melhore, e muito”, disse.

Os comerciantes enfrentaram meses de poeira e terra, enquanto operários trabalhavam no subterrâneo. Além disso, quando as calçadas estavam sendo reformadas, os pedestres não tinham por onde passar e precisavam usar o asfalto para transitar no centro.

Conforme a gerente de uma loja de roupas que preferiu não ser identificada, os clientes reclamavam muito das obras, o que fez com que deixassem de frequentar o centro da Capital. No entanto, com o andamento das etapas, ela contou à reportagem que também percebeu o aumento no movimento e que os clientes estão dando retorno positivo.
“A gente ouve bastante [os clientes] e eles falam que tá ficando mais bonito, que está bem iluminado à noite, mais seguro. A nossa expectativa é de que aumente mais”, disse. 

Além disso, os dirigentes desta loja pensam em estender o horário de atendimento para receber o público que pode ir ao centro no período da noite. O objetivo é recuperar as vendas, que baixaram em cerca de 60%.

ANDAMENTO 

Atualmente, as obras do Reviva Centro se concentram na 14 de Julho, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Dom Aquino. A quadra entre a Rua Barão do Rio Branco e a Dom Aquino está interditada para a passagem de veículos.

Com 85% das obras concluídas, faltam apenas os setores de pavimentação da pista de rolamento e pavimentação das calçadas (75%), rede elétrica, telecomunicação (95%), rede de iluminação pública e infraestrutura para a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), segurança e TI, com quase 90%.  

Conforme relatório da Engepar, empresa responsável pela intervenção, os trabalhos que ainda estão no início da execução são o setor de mobiliário urbano, 58%, e sinalização viária, com 10%.

 A 14 passa por obras em uma extensão de 1.400 metros, da Avenida Fernando Corrêa da Costa até a Avenida Mato Grosso. A conclusão dos espaços se dará com a retirada dos postes e a implantação do paisagismo. A requalificação já teve instalação de luminárias com LED, Wi-Fi, câmeras de segurança e preservação do patrimônio histórico cultural.

Um das principais vias da cidade, a 14 de Julho passa por alargamento das calçadas, instalação de mobiliário urbano, retirada dos postes, embutimento da rede, instalação de canaletas, totens especiais, galerias subterrâneas para abrigar a fiação, além do projeto de paisagismo. 

ADITIVO

Ainda está em análise o pedido de aditivo para a obra, solicitado pela empresa que venceu a licitação, Engepar Engenharia, da prefeitura. O Correio do Estado publicou reportagem sobre a intenção da empresa de receber o valor adicional no dia 18 de março deste ano. 

A prefeitura informou que a análise do pedido foi encaminhada a um especialista do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) e desde então, diante de críticas da população, nada mais foi informado sobre o assunto.  

MATO GROSSO DO SUL

Juro alto pode prejudicar novo leilão da Rota da Celulose

Modelagem feita pelo governo oferece taxa de retorno de 10,47% ao ano pelo investimento; abaixo da Selic, que está em 12,75% e com perspectiva de alta

26/12/2024 07h00

BR-262, que liga Campo Grande a Três Lagoas, é uma das rodovias que será concedida

BR-262, que liga Campo Grande a Três Lagoas, é uma das rodovias que será concedida Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado

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A elevação dos juros e o aumento do preço do dólar têm sido uma pedra no sapato nos planos do governo do Estado de Mato Grosso do Sul para conceder à iniciativa privada o conjunto de rodovias formado majoritariamente pela BR-262, MS-040, MS-338 e MS-393, além da BR-267, chamado de Rota da Celulose.

No início deste mês de dezembro, após as demonstrações dos grandes players do setor de logística de que ninguém estava interessado em investir pelo menos R$ 9 bilhões nestas rodovias de Mato Grosso do Sul ao longo dos próximos 30 anos, o governo de Mato Grosso do Sul retirou o edital e pretende enviar à B3, no primeiro semestre de 2025, um novo edital para tentar leiloar estas rodovias à iniciativa privada.

O fator preponderante para a falta de interessados foi a concorrência desleal com a Taxa Selic, a taxa de juros do Banco Central do Brasil (BC), que subiu 1% neste mês, para 12,75%, e tem viés de alta de mais um ponto percentual nas duas próximas reuniões do Conselho Nacional de Política Monetária (Copom), chegando a 14,75% ao ano até o mês de março.

O conjunto de rodovias que o governo de Mato Grosso do Sul pretende leiloar estava oferecendo às empresas interessadas uma Taxa Interna de Retorno do Investimento (TIR) de 10,37% ao ano. A taxa foi calculada em abril de 2024, quando o horizonte no médio prazo para os juros da economia brasileira era bem mais otimista, com a possibilidade de a Taxa Selic voltar a ser de apenas um dígito (menos de 10%) já em 2026.

Agora, esta expectativa de redução na curva dos juros no médio e longo prazos foi prorrogada por pelo menos mais um ano, com perspectiva de início de queda para menos de um dígito em 2027, conforme indica o Boletim Focus mais recente do Banco Central. Certamente o governo de Mato Grosso do Sul terá de aumentar a TIR para competir em pé de igualdade com a Selic.

Estratégias

Uma das estratégias que serão adotadas pelo governo de Eduardo Riedel (PSDB) é a de alongar o encargo dos investimentos a serem realizados.

O edital da Rota da Celulose prevê investimentos diretos – chamados de Capex, no “idioma” do mercado – de R$ 6 bilhões durante a concessão de 30 anos, sendo que mais da metade deste valor seria despendida nos primeiros três anos de concessão.

A ideia é esticar as exigências, como implantação de terceiras faixas e duplicação de Campo Grande a Ribas do Rio Pardo pela BR-262.

Um servidor de alto escalão da administração estadual disse ao Correio do Estado, neste mês, que há apenas duas formas de aumentar o interesse pelo conjunto de rodovias neste cenário de juros altos e aumento dos custos (alta do dólar): redução do Capex ou aumento na tarifa de pedágio.

Claramente, Eduardo Riedel (PSDB) deu mostras de que vai optar pela flexibilização das operações. “Sem mexer em preço de pedágio e sem mexer no projeto original, mas deslocando algumas ações”, disse o governador de Mato Grosso do Sul durante evento na Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul (Fiems) na sexta-feira (20).

Riedel pretende alongar os investimentos. Obras que estavam previstas para os primeiros anos de contrato serão empurradas também para o médio prazo. O edital que foi a leilão e não teve interessados previa a concentração dos investimentos da ampliação da capacidade até 2028, ano em que eles bateriam R$ 400 milhões. A ideia é diluir esses valores, que somam R$ 1,8 bilhão, em um período maior.

Esse R$ 1,8 bilhão está incluído nos aproximadamente R$ 6 bilhões em investimentos em melhorias (Capex). Também existem mais R$ 3 bilhões de investimentos em custo fixo de manutenção (Opex). O governo não deve mexer neste valor, apesar de existir certa flexibilidade.

Somente para garantir todos os investimentos necessários no Capex, seria necessário o levantamento de R$ 1,895 bilhão por meio de financiamentos em bancos, praticamente todo o valor da ampliação da capacidade. A receita com pedágio não daria conta desse investimento.

A alta da Selic, além de reduzir a atratividade para a remuneração do investidor, ainda deixou o custo do dinheiro para reformar as rodovias maior.

O governo também prevê uma outorga – o valor que o concessionário paga ao poder concedente pela concessão – de R$ 74 milhões de entrada e mais R$ 297 milhões de outorga variável, que será pago ao longo dos 30 anos de concessão. Esses valores estão incluídos nas “despesas operacionais”, o chapado “Opex”.

Os recursos da outorga variável serão usados para financiar a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agems), a Polícia Rodoviária Estadual, entre outras instituições.

Tarifa de pedágio

A modelagem econômico-financeira da Rota da Celulose prevê a instalação de 12 praças de pedágio, sendo que a praça de Bataguassu, na BR-262, teria o valor mais barato: R$ 4,70, enquanto a praça de Ribas do Rio Pardo, na BR-262, teria o valor maior: R$ 15,20.

As praças de Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, na MS-040, seriam as segundas mais caras: R$ 13,70.
 

BR-262, que liga Campo Grande a Três Lagoas, é uma das rodovias que será concedidaTarifas de pedágio previstas na Rota da Celulose

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Cazaquistão

Avião da Embraer que caiu pode ter sido atingido por sistema de defesa aérea russo

Passageiros sobreviventes relataram ouvir uma explosão ao se aproximarem de Grozny, na região russa da Chechênia

25/12/2024 22h00

Avião caiu com 67 pessoas a bordo

Avião caiu com 67 pessoas a bordo Foto: Reprodução

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A queda de um avião da Embraer que matou ao menos 38 pessoas em Aktau, no Cazaquistão, nesta quarta-feira, 25, pode ter sido causada por um míssil, segundo relatos da imprensa.

De acordo com a agência Euronews, fontes oficiais ligadas à investigação do desastre disseram que alguns dos passageiros que sobreviveram ao acidente com o E190 da Azerbaijan Airlines teriam ouvido uma explosão ao se aproximarem de Grozny, na região russa da Chechênia, o destino do voo que saiu da capital do Azerbaijão, Baku.

Mais cedo, o canal de notícias Anewz, do Azerbaijão, havia citado em reportagem as declarações de um blogueiro militar russo relacionando os danos à aeronave a um sistema de mísseis de defesa aérea.

A tese de que o sistema de defesa aérea russo pode ter abatido o avião é corroborada por relatos de ataques de drones ucranianos na Chechênia na manhã desta quarta-feira.

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