Cidades

Crime de Ódio

Na última sexta feira, Campo Grande registrou o primeiro feminicídio de 2023

Dados da Sejusp apontam que desde que a lei do feminicídio foi instituída, em 2015, Mato Grosso do Sul registrou, em 2022, o recorde de casos deste tipo de violência contra a mulher, com 49 vítimas

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Claudineia Brito da Silva, de 49 anos, foi a primeira vítima de feminicídio de 2023 em Campo Grande. Conforme informações preliminares da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), o crime ocorreu na noite da última sexta-feira (13), no bairro São Francisco. Claudineia foi morta a facadas por seu marido, de 41 anos.

Ainda conforme as informações preliminares da DEAM, o suspeito alegou que discutiu com a vítima e que ela deu um tapa em seu rosto.

Após isso, o suspeito teria “revidado” à agressão com facadas no pescoço de Claudineia, que não resistiu aos ferimentos e faleceu na Santa Casa da Capital.

Segundo a DEAM, o suspeito foi preso em flagrante e vai passar por audiência de custódia, a investigação ainda irá ouvir outras pessoas sobre o caso.

A polícia aponta que as investigações ainda estão em curso e mais informações serão divulgadas em coletiva de imprensa, posteriormente. Além disso, o caso segue em sigilo de justiça.

RECORDE

Claudinéia foi a primeira vítima deste ano (2023) de um crime de ódio.

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, dados da Sejusp apontam que desde que a lei foi instituída em 2015, Mato Grosso do Sul registrou em 2022 o recorde de casos deste tipo de violência contra a mulher, com 49 vítimas. Em 2021, o Estado registrou 35 feminicídios.

No ano de 2020, 40 mulheres foram mortas por serem mulheres. No ano anterior, MS registrou 30 vítimas de feminicídio. Em 2018, 36 mulheres foram vítimas desse tipo de crime de ódio.

Em 2017, o número de vítimas foi de 28 mulheres, apenas em MS. No ano de 2016, o Estado computou 35 feminicídios, 20 a mais que as 15 vítimas registradas em 2015.

TIPIFICAÇÃO

Em vigor desde 2015, a Lei do Feminicídio nº 13.104 não impede que mulheres de Mato Grosso do Sul continuem sendo mortas por razões da condição de sexo feminino.

Em 2021, o Estado foi o terceiro do Brasil com a maior porcentagem de vítimas, foram 35 feminicídios registrados, segundo o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

De acordo com os dados da Sejusp, 13 vítimas eram pardas, 13 brancas e em nove casos a cor/raça não foi informada.

A ministra Cida Gonçalves, no entanto, destaca que Mato Grosso do Sul aparece no topo do ranking de feminicídio por tipificar de forma correta os crimes.

“Conforme o FBSP, MS está em terceiro lugar no crime de feminicídio. Mas precisamos que haja uma classificação nesses dados que apontam em quais estados os dados contam com a tipificação”, disse Gonçalves.

“Isso não significa que os homens daqui são menos violentos. O que podemos dizer é que não temos elementos para afirmar que MS é uma das unidades federativas mais violentas se os outros estados não nos dão elementos para comparação”, complementou Cida.

A ministra acrescentou que o trabalho desenvolvido pelas forças policiais em MS pode contribuir para que os outros estados adotem as mesmas medidas durante o atendimento e a investigação dos casos de feminicídio.

COMO DENUNCIAR

A Central de Atendimento à Mulher – pelo número 180 – presta escuta e acolhida qualificada a mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes.

A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Em caso de emergência, a mulher ou alguém que esteja presenciando alguma situação de violência podem pedir ajuda por meio do telefone 190, da Polícia Militar. (Colaboraram Mariana Moreira e Ana Clara Santos)

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LEI DE 2023

Salário da prefeita de Campo Grande sobe 97% em 2025

Salário de Adriane Lopes passa de R$ 21,2 mil para R$ 41,8 mil em fevereiro. O reajuste gera efeito cascata e vai beneficir o secretariado e centenas de servidores de carreira

31/12/2024 15h00

Diplomadas no dia 18 de dezembro, Camila Nascimento (de verde) e Adriane Lopes terão salário de R$ 37,6 mil e R$ 41,8 mil, respectivamente, a partir de fevereiro

Diplomadas no dia 18 de dezembro, Camila Nascimento (de verde) e Adriane Lopes terão salário de R$ 37,6 mil e R$ 41,8 mil, respectivamente, a partir de fevereiro

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Por conta de medida aprovada em 28 de fevereiro do ano passado na Câmara de Vereadores de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes, a vice-prefeita, todo o primeiro escalão e centenas de servidores de diferentes secretarias passam ter direito a reajustes salariais que chegam a ultrapassar os 100% a partir de fevereiro.

No primeiro mês do segundo mandato o salário da prefeita ainda segue em R$ 21.263,62. Porém, a partir de fevereiro, salta para R$ 41.845,48, o que representa aumento de 96,8%. 

A medida foi aprovada em fevereiro do ano passado por 26 votos favoráveis e dois contrários. À época ela passou praticamente sem polêmica, já que veio a reboque de uma outra lei, que elevava o salário da prefeita de R$ 21,2 mil para R$ 35,4 mil já a partir de primeiro de março daquele ano. 

Porém, como a legislação prevê que o salário do prefeito não pode ser reajustado no meio do mandato, a Justiça acabou barrando aquele aumento.  E, como o comando da Câmara já temia esta possibilidade, colocou em votação dois aumentos, mas em projetos separados. Aquele que prevê os R$ 41,8 mil a partir de 2025 segue em vigor.

Na época, o presidente da Câmara, o vereador Carlão, que foi reeleito, argumentou que o reajuste era necessário para "descongelar" o salário de categorias como auditores fiscais, procuradores, médicos e até diretores de escolas. 

Alguns destes, defendeu à época, estavam sem reajuste fazia mais de uma década, uma vez que ninguém pode receber salário superior ao do chefe do Executivo Municipal na prefeitura de Campo Grande. 

Além dos servidores de carreira (em torno de 400 que serão beneficiados, entre ativos e inativos)  a ampliação do teto salarial para até R$ 41,8 mil interessa diretamente à vice-prefeita e aos novos secretários e diretores de fundações e agências que serão nomeados a partir desta quinta-feira. 

No caso da vice-prefeita, a nova remuneração prevista é de R$ 37.658,61, mais que o dobro dos $ 15.947,03 estipulados atualmente e que não são pagos a ninguém, já que Adriane Lopes assumiu a chefia do Executivo em abril de 2022, substituindo Marquinhos Trad, que agora será vereador e receberá salário pouco superior a R$ 26 mil, além de ajuda de custo.

Os secretários, que hoje têm remuneração da ordem de R$ 17 mil (sem contabilizar a chamada folha secreta), passam a ter direito a R$ 35.657,50.

Diretores de autarquias, por sua vez, passam a ter direito a R$ 30.142,70. Atualmente, o salário oficial do chamado segundo escalão é de R$ 11,6 mil, sem contabilizar os chamados jetons que praticamente todos acabavam recebendo.  

Embora tenha direito ao aumento, a prefeita Adriane Lopes ainda não se manifestou se vai colocar em vigor a nova lei ou se vai se opor, assim como fez em março do ano passado. 

A medida, porém, permite que ela acabe de vez com a chamada "folha secreta", que teria sido criada justamente para melhorar os rendimentos dos integrantes do primeiro e segundo escalão da administração municipal.

Pedindo para não ter a identidade revelada, um integrante do alto escalão da administração municipal explicou que por conta do baixo salário era difícil conseguir técnicos interessados em assumirem determinadas funções. 

Depois dos descontos de previdência a imposto de renda, um secretário municipal acabava recebendo em torno de R$ 10 mil mensais, o que, segundo ele, é uma renda nada atrativa para alguém assumir uma secretaria ou cargo de segundo escalão.

Procurado nesta terça-feira, o presidente da Câmara, Carlão Borges, não deu retorno à reportagem do Correio do Estado, Mas, em março do ano passado, deixou claro que existe a possibilidade de ela abdicar deste aumento caso entenda que falta dinheiro nos cofres públicos. 

“A Câmara Municipal não tem a prerrogativa de aumentar o salário de nenhum servidor. A Casa tem as prerrogativas constitucionais de mexer no subsídio da prefeita ou do prefeito e fizemos isso. Ela tem a LRF, se entender que o salário não deve ser aumentado, pode congelar. Os salários dela e dos secretários podem ficar congelados”, afirmou, conforme reportagem do Correio do Estado publicada à época. 

De olho em um cargo de secretário, cujo salário será de R$ 35,6 mil, o Valdir Gomes, que nesta terça-feira (31) cumpria seu último dia de vereador após 16 anos consecutivos na Casa de Leis, garante que a lei do novo piso salarial está em vigor e mesmo que a prefeita peça, a Câmara não deve revogar a medida, já que existem centenas de servidores de carreira que estão à espera deste descongelamento do teto. 

Atualmente, o salário da prefeita de Campo Grande é o quinto menor entre as capitais brasileiras. No topo desta lista está o prefeito de São Paulo, com R$ 38 mil. No pé, o prefeito de Vitória, que recebe R$ 19,2 mil. 

Adriane Lopes foi eleita com  222.699 votos e toma posse nesta quarta-feira, 1º de janeiro, às 16 horas, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, para o mandato de quatro anos. Além dela, tomam posse na solenidade a vice-prefeita eleita Camilla Nascimento, e os 29 vereadores.

INVESTIMENTO

Rotas de Integração Sul-Americana prevê 21 obras de infraestrutura em MS

Relatório do Ministério do Planejamento cita investimentos para o Mato Grosso do Sul em aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias

31/12/2024 13h00

O Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) desenhou as cinco rotas após consulta aos 11 Estados brasileiros que fazem fronteira com os países da América do Sul

O Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) desenhou as cinco rotas após consulta aos 11 Estados brasileiros que fazem fronteira com os países da América do Sul Foto: Washington Costa/MPO

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Relatório divulgado do projeto Rotas de Integração Sul-Americana prevê 21 obras de infraestrutura em Mato Grosso do Sul.

O projeto tem como objetivo promover a integração logística entre os países da América do Sul, facilitando o comércio e o fluxo de mercadorias.

Entre as iniciativas do projeto que envolvem o Estado de Mato Grosso do Sul estão a construção de trechos da BR-419/MS até a relicitação do trecho norte da BR-163/MS, chamado de “Rota do Pantanal”.

A extensão desta estrada tem a importância de contribuir para melhorar a logística regional de escoamento da produção agrícola, especialmente de soja e milho, contribuindo para o desenvolvimento regional do Centro-Oeste.

No segmento de hidrovias, o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) do Governo Federal destaca as obras de dragagem do Tramo Norte do rio Paraguai. Situado entre os municípios de Cáceres (MT) e Corumbá (MS), que tem 700 quilômetros de extensão, e, atualmente, é utilizado por embarcações pequenas, de turismo e pesca.

O trecho é sinuoso e estreito, dificultando a navegação de embarcações maiores, com grãos, minérios e fertilizantes. Com a dragagem, a via poderia ser utilizada por barcaças maiores, em acesso aos portos marítimos de Argentina e Uruguai.

Em ferrovias, o principal projeto no Estado envolve a Nova Ferroeste, uma extensão da antiga Estrada de Ferro Paraná Oeste.

O novo projeto tem a finalidade de conectar o Paraná com o Mato Grosso do Sul, passando pelos municípios de Amambaí (MS), Dourados (MS) e Maracaju (MS). Há previsão de outro trecho até Foz do Iguaçu-(PR) e Chapecó-(SC), possibilitando futuras conexões com Argentina, Paraguai, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O relatório cita também projetos em aeroportos, como os de Ponta Porã, Dourados, Corumbá e Campo Grande.

INVESTIMENTOS

De acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento 190 obras fazem parte do projeto Rotas de Integração Sul-Americana, que tem apoio da Casa Civil e dos ministérios dos Transportes, de Portos e Aeroportos (MPOR), de Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e de Comunicações (MC).

O grande pacote de integração conta com 65 rodovias federais, 40 hidrovias, 35 aeroportos, 21 portos, 15 infovias, nove ferrovias e cinco linhas de transmissão de energia elétrica.

Essas 190 obras contemplam desde investimentos diretos do governo federal a concessões ao setor privado.

Dentro do MPO, o projeto é coordenado pela Secretaria de Articulação Institucional (SEAI), a partir da escuta ativa dos 11 Estados de fronteira no Brasil e dos países sul-americanos.

São cinco as Rotas de Integração Sul-Americana, programa que é liderado pela ministra Simone Tebet:

  • Rota 1: Ilha das Guianas (Roraima, Amazonas, Pará e Amapá -- Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela)
  • Rota 2: Amazônica (Amazonas — Colômbia, Peru e Equador)
  • Rota 3: Quadrante Rondon (Acre, Rondônia e Mato Grosso — Peru, Bolívia e Chile)
  • Rota 4: Bioceânica de Capricórnio (Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina — Paraguai, Argentina e Chile)
  • Rota 5: Bioceânica do Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul — Uruguai, Argentina e Chile)

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