Na tarde desta terça-feira (2), pacientes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Universitário relataram demora e descaso no atendimento médico do estabelecimento devido à falta de médicos no plantão.
A denúncia chegou ao Correio do Estado por meio do presidente da Associação de Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, Valdemar Moraes.
Ele conta que chegou na UPA às 7h00 da manhã deste feriado por conta de dores que vem sentindo desde um acidente de trabalho que sofreu há 15 dias e, às 15h00, ainda não tinha sido atendido.
O presidente da associação ainda relata que muitas pessoas que chegaram no mesmo horário que ele ou no decorrer da manhã, ainda estavam aguardando atendimento médico ou triagem.
Segundo as informações recebidas, no começo da manhã havia apenas um médico, porém, após diversas reclamações dos pacientes, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) teria mandado mais um médico para reforçar a equipe, mas, mesmo, assim, o ritmo de atendimento continuou lento com a fila de espera chegando à sete horas
“Várias pessoas já foram embora porque o atendimento está precário, tem apenas dois médicos para atender todo mundo. Só tem dois porque chamaram reforço, mas ainda tem muitas pessoas para serem atendidas, a Sesau precisa mandar médicos para atender”, desabafa Valdemar.
E completa: “Até agora eu e minha esposa estamos sem almoçar porque está demorando e precisamos esperar.”
A paciente Jaqueline Guerra, de 51 anos, também reclama da demora, dizendo que chegou na unidade por volta das 10h00 e ainda não tinha recebido atendimento apesar da cólica renal que está sentindo.
“Eu cheguei a deitar no chão de tanta dor, mas ninguém veio me atender ou me oferecer um lugar para deitar”, pontua.
Além da demora, a unidade sofre com falta de equipamentos, pelo menos é o que mostra o flagrante que a reportagem recebeu em vídeo.
Na filmagem feita por pacientes do local, uma senhora de cadeira de rodas é arrastada pelas pernas por enfermeiros, sendo que o mais adequado no caso dela seria fazer o transporte em uma maca.
Veja o vídeo:
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Por meio da assessoria de imprensa, a Sesau afirmou que no momento tem quatro médicos clínicos e cinco pediatras estão fazendo o atendimento na unidade, assim, não há falta de profissionais.
A assessoria ainda esclarece que “a UPA é uma unidade de urgência e emergência e o atendimento se dá por uma classificação de risco e não por ordem de chegada.
Portanto, os pacientes em situação mais grave são priorizados em detrimento daqueles que não correm risco de morte, triados como azul e verde. Para estes casos, o tempo de atendimento protocolar é de até quatro horas. Não há registro de nenhum paciente com tempo de espera superior.”
Sobre o vídeo da senhora sendo arrastada pelas pernas, a Sesau alega não ter nenhum conhecimento do episódio e, no entanto, reitera que todos os atendimentos são feitos seguindo protocolos visando assegurar a integridade dos pacientes.




