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Nova espécie de pássaro descoberta no Brasil já
corre risco de extinção

Nova espécie de pássaro descoberta no Brasil já
corre risco de extinção

Agência Brasil

20/09/2014 - 15h15
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Vinte anos após o início das investigações pelo pesquisador Luis Antonio Pedreira Gonzaga, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é descoberta em uma faixa estreita de Mata Atlântica, no litoral da Bahia, uma nova espécie de pássaro (Scytalopus gonzagai) que, entretanto, já corre risco de extinção.

O biólogo especializado em ornitologia (estudo dos pássaros) Giovanni Nachtigall Maurício, professor do curso de gestão ambiental da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e primeiro autor do artigo de descrição da espécie, disse à Agência Brasil  que os cálculos feitos durante a pesquisa de campo estimaram em quase 3 mil o número desses pássaros na região. O  pássaro recebeu o nome de macuquinho-preto-baiano. A estimativa foi baseada no cálculo da área disponível e da densidade. A partir desses dados, os pesquisadores ampliaram as informações para toda a área possível.

“A gente fez um cálculo e, depois, uma ampliação, que indicou em torno de 2.888 pássaros na espécie. O cálculo foi o estopim para essa conclusão (de risco de extinção)”, relatou o biólogo.  Depois desses cálculos, a equipe de pesquisadores usou os critérios da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, a sigla em inglês), “que são critérios universais para o estudo de espécies ameaçadas. O conjunto de critérios vai mostrar o grau de ameaça àquela espécie. Ela se enquadrou na categoria em perigo. Essa é uma categoria de ameaça oficial”.

A regra geral estabelece que até 2.500 indivíduos, a espécie seria considerada criticamente em perigo; de 2.500 até 10 mil indivíduos, é considerada em perigo; e de 10 mil até 20 mil, é vulnerável.

Giovanni Maurício confirmou que o embrião da descoberta foi a pesquisa independente do professor da UFRJ Luiz Antonio Pedreira Gonzaga e amigos. Gonzaga acabou sendo homenageado ao batizar com seu nome a nova espécie brasileira. Naquela época, por volta de 1993,  os pesquisadores acreditaram que se tratava de um macuquinho-preto comum, encontrado no Sul e no Sudeste do país. “Por isso, ela não foi descrita naqueles primórdios”, explicou Maurício.

Segundo o especialista, a desconfiança de que era uma nova espécie começou em 2002. Constatou-se, então, que as  medidas eram diferentes. “A cauda era menor e a asa, maior”, disse Maurício. A cor foi outro fator de distinção.  O 'Scytalopus gonzagai' apresenta ainda ritmo de canto mais forte e diferentes vocalizações.

Duas expedições feitas em 2004 e 2006, com o apoio da organização não governamental (ONG) Save Brasil , vinculada à Birdlife Internacional, da Inglaterra,  e da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, respectivamente, puderam  investigar mais profundamente o pássaro, nas montanhas do sudeste da Bahia. As expedições confirmaram que era uma espécie nova e permitiram chegar à descoberta este ano.

Giovanni Maurício se baseia na Política Nacional da Biodiversidade para transmitir aos alunos a importância do tema para a vida no planeta. O professor decidiu retomar a descrição da espécie, que estava parada, “até para mostrar aos alunos como a biodiversidade brasileira vai aumentando”. Ele pretende continuar fazendo a revisão desse gênero de aves porque está convicto de que há mais espécies novas a serem descritas. Maurício acredita que daqui a um ou dois anos serão descobertas mais espécies não ameaçadas de extinção, porque têm uma distribuição maior. “A gente continua nesse trabalho”.

Cidades

Influencers terão que indenizar Caps por debochar de pacientes

Só tem louco" e "criam bebês reborn": criadores de conteúdo entram em acordo com a Justiça por danos morais ao ridicularizar o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas

10/12/2025 13h00

Divulgação: Prefeitura Municipal de Corumbá

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Dois homens que publicaram um vídeo afirmando que no Caps “só tem louco” e que os pacientes levavam “até choques” no tratamento entraram em acordo com a 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá.

Como acompanhou o Correio do Estado, no dia 31 de maio, a Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá fez denúncia do conteúdo ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por debochar da unidade que oferece atendimento especializado em saúde mental e a dependentes químicos.

O vídeo, compartilhado no Instagram, foi gravado em frente ao Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) do município.

No conteúdo, chegaram a afirmar que as pessoas internadas no local “criam bebês reborn” e que as bonecas teriam direito até a camisa de força. Na legenda, aparecem os dizeres: “um novo lar para sua família”.

A Secretaria de Saúde fez a denúncia pela ridicularização dos pacientes, dos funcionários e pelos comentários feitos no vídeo, alegando que reforçam estereótipos que a luta antimanicomial combate ao longo dos anos.

A defesa de um dos homens apontou o conteúdo como uma produção de “caráter humorístico” e “artístico”.

O vídeo ficou no perfil dos dois homens por três horas, até ser denunciado por outros usuários da plataforma, que informaram se tratar de conteúdo “sensível demais para cunho humorístico”.

Acordo

O MPMS entendeu que o conteúdo divulgado viola os princípios da dignidade humana e configura discriminação contra grupo social vulnerável.

Com isso, a 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá firmou dois Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) com os envolvidos, em busca de reparar os danos morais e de conscientizar sobre os direitos de pessoas que estão em sofrimento psíquico ou em dependência química.

O promotor de Justiça Pedro de Oliveira Magalhães informou que, como parte do acordo, cada envolvido deverá pagar cinco salários mínimos, o que dá um total de R$ 7.590,00.

O dinheiro será destinado ao Fundo Municipal de Saúde, para ser aplicado em ações e projetos do Caps AD, garantindo o benefício à unidade e aos seus pacientes.

Além da indenização, os envolvidos gravaram um vídeo de retratação pública, reconhecendo a conduta inadequada e pedindo desculpas aos pacientes e profissionais da unidade.

Também tiveram que explicar a importância do serviço prestado no local no cuidado de pessoas com problemas de saúde mental ou dependência de álcool e outras drogas.

Antes de ser publicado, o roteiro e a versão final do vídeo passaram pelo crivo do Ministério Público. O material ainda foi divulgado pelo Caps AD, pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo próprio MPMS em campanhas educativas, como forma de combater o estigma e promover informação correta sobre a Rede de Atenção Psicossocial (Raps).

** Colaborou: Noysle Carvalho
 

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INTERIOR

Polícia encontra mais de mil 'canetas emagrecedoras' na fronteira em MS

Semelhante à apreensão feita há cerca de uma semana, o dobro do volume dessa vez também teria origem paraguaia e como destino a Capital do Mato Grosso do Sul

10/12/2025 12h49

Além dessas canetas emagrecedoras, os policiais militares rodoviários de Mato Grosso do Sul apreenderam ainda alguns aparelhos eletrônicos e outras substâncias

Além dessas canetas emagrecedoras, os policiais militares rodoviários de Mato Grosso do Sul apreenderam ainda alguns aparelhos eletrônicos e outras substâncias Reprodução/PMR

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Distante cerca de 313 quilômetros da Capital de Mato Grosso do Sul, próximo da região de fronteira onde o território deixa de ser Brasil e passa a ser Paraguai, mais de mil canetas emagrecedoras foram localizadas na noite de ontem (09) por agentes da Polícia Militar Rodoviária (PMR). 

Conforme narrado em boletim de ocorrência, a carga em questão foi apreendida em trecho da rodovia MS-164, como bem publicado pelo portal local Ligado na Notícia, no município fronteiriço de Ponta Porã, cidade vizinha ao território paraguaio de Pedro Juan Caballero (PJC). 

Essa carga em questão foi localizada no interior de um veículo Volkswagen Gol, somando uma quantia estimada de aproximadamente 300 mil reais em toda sorte de produtos contrabandeados, desde as "populares" canetas emagrecedoras até aparelhos eletrônicos que seriam trazidos até Campo Grande. 

Esse tipo de contrabando tem se tornado comum, vale lembrar, por exemplo, as quase 500 canetas emagrecedoras apreendidas pelo Departamento de Operações de Fronteira (DOF) há cerca de uma semana, no último dia 02, também em Ponta Porã. 

Na ocasião passada, o motorista de 36 anos confirmou ter pegado os itens em Pedro Juan, compartilhando a semelhança de ter o mesmo destino: a Capital de Mato Grosso do Sul. 

Mil canetas apreendidas

Agora, o volume encontrado ontem é mais que o dobro do apreendido há uma semana, sendo um total de 256 caixas da chamada Tirzepatida substância, famosa pela marca Mounjaro, transportada em caixas que contêm um total de quatro canetas aplicadoras de uso único. 

Ou seja, tendo em vista que cada caixa é preenchida com quatro aplicadores, as 256 de tirzepatida apreendidas recentemente somariam 1.024 canetas emagrecedoras das mais diversas marcas, como: 

  • TG, 
  • Lipoless, 
  • Tirzec, 
  • Retatrutida e 
  • Mounjaro

Além dessas canetas emagrecedoras, os policiais militares rodoviários de Mato Grosso do Sul apreenderam ainda alguns aparelhos eletrônicos, sendo 23 celulares, 20 tablets, um adaptador sem fio e um pen drive. 

Porém as mais de mil canetas não tratavam-se das únicas substâncias que eram transportadas, já que também foi apreendido: uma ampola de testosterona; uma cartela de drostanolona propionato; um volume de perfumes diversos; um de cremes e sete caixas de botox.

Abordado pela PMR na MS-164, rumo ao distrito de Nova Itamarati, o condutor assumiu a origem dos produtos e também o destino, com o mesmo modus operandi de pegar os itens no Paraguai, em Pedro Juan Caballero nesse caso, e transportá-los até a Capital de Mato Grosso do Sul. 

A Polícia Federal (PF) de Ponta Porã foi contatada pelos agentes da PMR, que foram orientados pelo delegado plantonista a levarem toda a carga, avaliada em R$282 mil, e veículo (de R$45 mil) até a Receita Federal após um agendamento prévio. 

Já o indivíduo foi liberado, sem qualquer lesão aparente, tendo antes que assinar o chamado termo de guarda. 

Nova proibição da ANVISA

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é proibida a fabricação, distribuição, importação, comercialização, propaganda e o uso de alguns medicamentos agonistas de GLP-1, as canetas emagrecedoras. 

Até o momento, os medicamentos que se aplicam às resoluções já divulgadas pelo órgão são o T.G. 5 (RE 4.030); Lipoless (RE 3.676); Lipoless Eticos (RE 4.641); Tirzazep Royal Pharmaceuticals (RE 4.641) e T.G. Indufar (RE 4.641). 

Já os produtos como Mounjaro e Ozempic podem ser utilizados normalmente, por já serem regulamentados pela Anvisa. 

As medidas foram adotadas pelo aumento das propagandas e comercialização irregular das canetas, inclusive na Internet, o que é proibido para medicamentos no Brasil. 

Medicamentos sem registro no País só podem ser importados de forma excepcional e para uso exclusivamente pessoal mediante prescrição médica e cumprimento de requisitos adicionais. 

No Brasil, os medicamentos agonistas de GLP-1 só podem ser adquiridos com prescrição médica e retenção de receita. 

 

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