Cidades

br-163

Nova estimativa aponta que CCR pode receber R$ 1 bilhão como "indenização"

O valor é 43% inferior ao total de R$ 1,9 bilhão que a empresa declara ter investido na rodovia desde o ano de 2014

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A CCR MSVia estima que terá direito a receber R$ 1,085 bilhão em indenização pelas obras e pela administração da BR-163 nos últimos oito anos, de acordo com balanço contábil do terceiro trimestre divulgado pela empresa no dia 11 deste mês. 

O valor é 43% inferior ao total de R$ 1,9 bilhão que ela declara ter investido desde 2014 e representa 38% dos R$ 2,8 bilhões que o Ministério dos Transportes solicitou que o Congresso Nacional reservasse no Orçamento da União para “pagar” a concessionária caso não apareçam interessados na relicitação da rodovia.

Esse valor da indenização calculado pela MSVia foi cobrado em maio deste ano pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que abriu processo administrativo no qual o superintendente de Infraestrutura Rodoviária, André Luís Macagnan Freire, comunicou à CCR que a autarquia estava concedendo “a oportunidade à concessionária MSVia de apresentar os débitos e créditos que pretende ver discutidos no referido processo, acompanhados da documentação comprobatória”.

A autarquia e a empresa estão calculando o valor, tanto que a concessionária tem prestado contas à ANTT todos os meses sobre o patrimônio que será incluído nessa devolução, levando em consideração parâmetros contábeis e critérios definidos no termo aditivo assinado no ano passado.

É com base nesse termo que a empresa tem revisto o valor a que considera ter direito. Em dezembro do ano passado, foi estimado em R$ 1,4 bilhão, total que caiu para R$ 1,085 bilhão em setembro, conforme balanço contábil. 

Essa redução de R$ 369,1 milhões se deve à estimativa de perdas de R$ 11,5 milhões; outros R$ 121,3 milhões ao excedente tarifário sobre o pedágio recebido dos usuários; e R$ 236,1 milhões em virtude de acordo entre a concessionária e a ANTT para amortizar as multas pelo descumprimento do contrato desde 2014. 

Já o valor de R$ 1,085 bilhão representa uma redução de 43% sobre o montante de R$ 1,9 bilhão que a empresa declara ter investido na BR-163.

Na divulgação de informações aos acionistas, a empresa afirma que segue a cláusula 9 do aditivo nesses cálculos, aplicando a “análise de recuperabilidade por valor justo, a qual inclui a avaliação de indenizações a serem recebidas do Poder Concedente”. 

A empresa destaca que “o contas a receber do Poder Concedente considera os valores de bens reversíveis líquidos de suas amortizações pela curva de benefício econômico e depreciações pela vida útil a incorrer, considerando como premissa o prazo máximo para que a relicitação ocorra, ajustado pela diferença de critério de amortização linear calculado na data-base destas informações financeiras trimestrais, ajuste de critério de capitalização de juros Selic vs. TJLP, atualização do saldo pelo IPCA e a estimativa de excedente tarifário, ambos de 31 de dezembro de 2021”. 

Já a ANTT, sabendo da possibilidade de um fracasso na relicitação, no início deste ano, mesmo sem saber oficialmente o valor que a MSVia vai solicitar de indenização, recomendou a inclusão de R$ 2,8 bilhões no

Orçamento deste ano, já que, caso não haja interessados da iniciativa privada, a União vai ter de pagar à empresa pelos investimentos feitos e por prejuízos causados pelo distrato.

Além dessa indenização garantida no contrato assinado em 2014, a MSVia busca, na Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (CCI), receber indenização de R$ 765 milhões por considerar que o contrato de concessão “padece de falhas incontornáveis” e de “gravíssimo desequilíbrio econômico-financeiro”.

Saiba: A estimativa da ANTT de que o novo contrato de concessão da BR-163 seja assinado em outubro do ano que vem fica cada vez mais distante. É que o cronograma está mais uma vez atrasado, já que a consulta pública, etapa obrigatória, deveria ter começado em agosto, porém ainda não teve início.

Também não foram apresentados os estudos técnicos de viabilidade econômica, que devem fatiar a concessão em duas (uma inclui a BR-262 e outra a BR-267). A ANTT cogita, ainda, a criação de três pedágios na BR-267.
 

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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