Cidades

LEGISLAÇÃO

Nova lei de uso do solo quer simplificar construções e a abertura de empresas

Atividades econômicas de baixo impacto poderão atuar sem esperar o processo burocrático de obtenção de alvarás e licenças

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Após sete meses de trabalho, discussões e revisões, a Prefeitura de Campo Grande prepara os últimos ajustes da revisão da Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos), que pretende simplificar novas construções e a abertura de pequenas empresas na Capital e adequar os trâmites à legislação municipal de desburocratização.

Elaborada pela Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), com participação e estudos da Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec), a lei traz novas categorias de uso do solo, propostas de mobilidade urbana e mudanças relacionadas a vagas de estacionamento, além de critérios para Estudo de Impacto de Vizinhança e aplicação de autos de infração.

Ao Correio do Estado, o arquiteto e urbanista Ângelo Arruda, coordenador técnico da revisão da lei pela Fapec, explicou que o principal objetivo da alteração da Louos é desburocratizar processos de ocupação do solo por meio da liberdade econômica.

“Campo Grande aprovou, recentemente, sua Lei Municipal de Liberdade Econômica, e a Louos está alinhada com os objetivos dessa lei. As categorias econômicas divididas em grau de risco de impacto vão ser simplificadas para autorização de funcionamento em função da sua localização”, declarou.

A Lei Complementar nº 528/2024, que instituiu a Declaração Municipal de Direitos de Liberdade Econômica em Campo Grande, sancionada pela prefeita Adriane Lopes, facilitou a abertura de pequenos negócios.

Na prática, pequenos empresários que se enquadram em “atividades econômicas de baixo risco”, como restaurantes, bares, comércio atacadista, cabeleireiro, manicure e pedicure, entre outros, poderão começar a atuar sem ter de esperar por alvarás e licenças para funcionamento.

Com isso, de acordo com a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL), 68% das atividades econômicas da Capital não precisarão mais de alvará de funcionamento e terão de fazer a inscrição cadastral da atividade econômica.

O artigo 4º da Lei de Liberdade Econômica preconiza que as atividades econômicas de baixo risco serão fiscalizadas em momento posterior, de ofício ou em razão de denúncia, a fim de averiguar se o estabelecimento está em conformidade com as normas.

Já as empresas que se enquadrarem no grau de risco 2, a exemplo de oficinas mecânicas, deverão emitir licença e alvará para início da operação do estabelecimento, assim como empresas de grau de risco 3, como indústrias, que passarão por vistoria prévia antes do início das atividades, para atender aos requisitos de segurança sanitária.

Outras mudanças trazidas pela Louos estão relacionadas a espaço de estacionamento em empreendimentos. 

“A mudança na lei propõe a possibilidade de o empreendedor construir vagas de estacionamento privado para os moradores e vagas para uso público. Se ele [empreendedor] fizer isso, ele receberá incentivos para construir mais metros quadrados em sua obra. Uma excelente oportunidade de empreender, resolver problemas de vagas e melhorar o fluxo da rua”, informou Ângelo Arruda. 

AUDIÊNCIA PÚBLICA

As propostas elaboradas para alteração do uso do solo serão discutidas em audiência pública, que apresentará os estudos e as minutas da Fapec, no âmbito da Louos e do Código de Obras do Município de Campo Grande.

A audiência está prevista para ocorrer nesta quinta-feira, às 18h, no Plenário Oliva Enciso, na Câmara Municipal de Campo Grande. Será a oportunidade de o cidadão conhecer as minutas das legislações e apresentar contribuições ou sugestões.

Além da audiência pública, o Executivo municipal receberá contribuições e sugestões acerca das minutas das referidas legislações até o dia 30.

PENALIDADES

Além das diretrizes estabelecidas com relação ao uso do solo, a lei também trata de penalidades referentes à infração da lei.

Conforme Arruda, a liberdade que se propõe na minuta para quem quer agilidade de construir também será vigiada pelo município, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul (Crea-MS) e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU). 

Caso haja eventuais infrações, serão aplicadas multas pesadas aos empresários.

“As multas servem para que essa liberdade dada não seja confundida e não cause transtorno à sociedade, que no fundo é o que mais interessa ao poder público. Pela execução de obras sem licença da municipalidade ou em desacordo com o projeto aprovado pela municipalidade, a multa vai de R$ 9 mil a R$ 12,5 mil, por exemplo”, explicou.

De acordo com a minuta, o órgão ou a empresa responsável pela execução de obras em via pública sem a devida autorização da municipalidade poderá receber multa de R$ 9.074,60.

Saiba

O Código de Obras de Campo Grande, que trata da execução e da utilização das edificações com observância de padrões de segurança, higiene e salubridade, foi criado em 26 de dezembro de 1979.

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Rio Brilhante

Durante colheita, trabalhadores encontram ossada humana em canavial

Equipes da Polícia Civil estiveram no local realizando a coleta de evidências para identificar se os restos mortais pertencem a alguma pessoa desaparecida na região

21/10/2024 15h30

Polícia Civil e perícia técnica  estiveram no canavial analisando os cenários

Polícia Civil e perícia técnica estiveram no canavial analisando os cenários Imagens/ Rio Brilhante em Tempo Real

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Trabalhadores que realizavam a colheita de cana na área rural de Rio Brilhante, a 160 quilômetros de Campo Grande, encontraram partes de ossos humanos em um canavial na madrugada desta segunda-feira (21). Equipes da Polícia Civil foram acionadas para investigar o caso.

De acordo com a polícia, os trabalhadores iniciaram seu expediente na colheita de cana quando encontraram partes de ossos humanos em meio a um canavial. Além da Polícia Civil, equipes da perícia técnica e de uma empresa funerária foram acionadas e se dirigiram ao local para realizar os levantamentos necessários.

Após a coleta das evidências e exames preliminares no local, os restos mortais encontrados foram encaminhados ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL) de Dourados.

Especialistas iniciaram exames mais detalhados para identificar se a ossada humana encontrada no canavial pertence a alguma pessoa desaparecida na região.

O caso segue em investigação. 

 

*Informações do Rio Brilhante em Tempo Real


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MANUTENÇÃO

Pantaneiros atribuem quedas de energia a planta trepadeira

Na semana passada, postes da rede de energia caíram e povoado do Passo do Lontra ficou mais de 24 horas sem abastecimento

21/10/2024 15h00

Vegetação toma conta de uma série de postes da rede de energia ao longo da Estrada Parque, próximo ao Passo do Lontra

Vegetação toma conta de uma série de postes da rede de energia ao longo da Estrada Parque, próximo ao Passo do Lontra Reprodução

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Na quinta e sexta-feira (17 e 18) da semana passada, hotéis, pesqueiros e moradores do povoado Passo do Lontra, importante região turística do Pantanal, ficaram sem energia por mais de 24 horas em decorrência da queda de postes da rede de energia. Agora, fotos enviadas ao Corrreio do Estado podem ajudar a explicar as causas do incidente.

Imagens feitas em um trecho de oito quilômetros ao longo da Estrada Parque mostram uma série de postes da rede de energia tomados por vegetação. “Essas trepadeiras teriam de ser retiradas. Basta um ventinho qualquer e os postes caem”, afirma Rogério Iehle, autor das imagens e administrador de um hotel e um pesqueiro no Passo do Lontra. 

Além de deixar a região turística sem energia, a queda dos postes também provocou um grande incêndio na quinta-feira, que somente foi controlado no dia seguinte, após intervenção dos bombeiros. 

De acordo com Rogério, ao contrário do que afirmou a Energisa em nota, na quinta-feira, quando os postes caíram, nem mesmo choveu na região. Então, segundo ele, uma simples ventania foi a responsável pela queda dos postes. 

Vegetação toma conta de uma série de postes da rede de energia ao longo da Estrada Parque, próximo ao Passo do LontraBrigadistas combatem fogo que teve origem após a quede de postes da rede de energia na região do Passo do Lontra (Divulgação Governo de MS)

Se tivesse chovido, diz ele, as faíscas que se iniciaram a partir da fiação não teriam provocado um incêndio de grandes proporções. Na sexta-feira ocorreu chuva na região e ela ajudou os bombeiros a extinguirem o fogo. 

“O que eles (Energisa) tem que resolver é isso aí. Os postes estão cobertos por mato. Pega fogo no Pantanal, sobe na cabeça destes postes, queima isolador, queima cruzeta e deixa a gente sem energia”, reclama Rogério. 

Na semana passada, durante quatro dias seguidos houve queda de energia, no Passo do Lontra, povoado turístico às margens do Rio Miranda, no município de Corumbá. 

A partir de agora, quando as chuvas com ventos são mais constantes, a tendência é de que a queda de postes vire rotina, caso não sejam removidas as trepadeiras, diz o pantaneiro. 

As constantes quedas de energia estão sendo mais um agravante para a situação do turismo local, que já vinha sofrendo com  o baixo nível do Rio Miranda e as constantes notícias sobre os incêndios no Pantanal. 

Coração do turismo

No povoado existem hotéis de alto padrão que recebem principalmente turistas europeus e asiáticos. E, segundo Rogério, essas constantes faltas de energia acabam causando uma má impressão e propaganda negativa da região, onde recententemente o avistamento de onças virou um dos principais atrativos. 

Estes hotéis está localizados a oito quilômetros da BR-262 e às margens da Estrada Parque. E é estrada sem asfalto a principal via de tráfego dos turistas que visitam a região em busca de pescaria ou para o contemplação da fauna e da flora pantaneiras. 

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