Cidades

Entrevista

"O reajuste tarifário do pedágio está condicionado à entrega das obras efetivamente executadas"

O diretor informou ainda que uma importante novidade desse novo contrato é a previsão de implantação de pontos de parada e descanso

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Com a renovação do contrato de concessão do trecho da BR-163 que corta Mato Grosso do Sul, a Motiva – novo nome do grupo CCR – continuará à frente da rodovia por mais 29 anos e, por essa razão, o Correio do Estado entrevistou Nelson Soares Neto, diretor da MSVia, concessionária do grupo responsável pela estrada federal. 

Na conversa, ele falou das principais mudanças e garantiu o cumprimento de todas as cláusulas do novo contrato de concessão, principalmente a duplicação de mais 203 km da BR-163 nos próximos anos.

Como fica a situação dos vendedores que ocupam a área da BR-163 no distrito de Anhanduí?

Nossas prioridades são executar as obras, garantir a segurança viária e, ao mesmo tempo, respeitar as realidades locais. Temos plena consciência da importância social e econômica dos vendedores ambulantes e demais moradores que atuam às margens da BR-163, especialmente no trecho do distrito de Anhanduí.

Vamos dialogar com os órgãos públicos competentes para avaliar soluções que respeitem as diretrizes legais da faixa de domínio da rodovia, mas que também considerem o impacto social para os comerciantes.

Vamos atuar com responsabilidade e planejamento, reafirmando nosso compromisso de envolver as autoridades competentes e a comunidade. Temos de assegurar que as melhorias na infraestrutura da BR-163 tragam benefícios para toda a população sul-mato-grossense, sempre respeitando quem vive e trabalha ao longo da rodovia.

A concessionária pretende aumentar o número de acessos aos bairros de Campo Grande?

Um dos compromissos assumidos no novo contrato de concessão é ampliar a conectividade entre a BR-163 e os centros urbanos, incluindo Campo Grande. Entre as melhorias previstas estão programadas duplicações, rotatórias alongadas, retornos, acessos, trevos, passarelas e marginais, que vão melhorar a fluidez do tráfego e ampliar a integração com os bairros, que serão definidos a partir de estudos técnicos de demanda e segurança. A Capital, por ser um ponto estratégico e com grande circulação, está contemplada nesse planejamento.

O contrato de concessão prevê que a duplicação dos 25 km do Anel Rodoviário de Campo Grande deve ser feita em até cinco anos. Existe a possibilidade de acelerar essa obra, já que esse trecho concentra quase 20% das mortes que ocorrem na rodovia?

Inicialmente, é importante ressaltar que houve uma redução de 18% no número de acidentes desde que iniciamos nossa operação em Mato Grosso do Sul e, consequentemente, uma redução de 16% no número de acidentes fatais, em comparação com o mesmo período [2015 a 2024].

Esses números são alcançados muito em razão das ações operacionais e de fiscalização, não somente no Anel Viário de Campo Grande, mas em toda a extensão da rodovia. Muito embora a duplicação traga avanços significativos na fluidez do tráfego, seus benefícios para a segurança viária ainda dependem diretamente do comportamento dos motoristas. A conscientização é fundamental para que os condutores evitem atitudes de risco, como o excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas e desatenção ao volante.

Por isso mantemos o Programa de Redução de Acidentes, realizando ações educativas e de fiscalização em trechos críticos, identificados a partir de estudos feitos com base em dados estatísticos, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal. Além disso, a segurança na rodovia é reforçada por meio do monitoramento integral feito pelas 477 câmeras presentes ao longo de todo o trecho.

Estamos cientes da importância da obra de duplicação do Anel Viário de Campo Grande e o quanto ela é aguardada pela população campo-grandense, principalmente para a melhoria na fluidez do tráfego.

Em função da alta complexidade do projeto, das interferências e dos licenciamentos, para que possamos cumprir nosso cronograma contratual de entrega no quinto ano de concessão, nosso planejamento já se iniciará agora, ainda em 2025, e é claro que, havendo a possibilidade, essa obra será antecipada.

Nosso compromisso é manter a população sempre informada das etapas, para que possamos demonstrar com clareza todo o nosso empenho nessa importante entrega e, claro, contar com a compreensão e a atenção de todos os clientes da rodovia, em razão das interrupções de tráfego, os quais serão sempre avisados com antecedência.

Quais os desafios para duplicar o Anel Rodoviário de Campo Grande, já que no entorno há muitos moradores e comerciantes?

A MSVia tem um olhar atento e entende que esse trecho demanda um cuidado especial. O desafio inicial será projetar uma duplicação que atenda às expectativas da maioria dos lindeiros e da população próxima. Por se tratar de um trecho urbano, com diversos acessos e alto fluxo de caminhões, contrataremos projetistas renomados, acostumados a esse tipo de demanda, obviamente, discutindo os interesses municipais com a prefeitura.

Porém, entendemos que o maior desafio será compatibilizar a execução das obras com o intenso tráfego do trecho, sempre focando na segurança viária e dos trabalhadores da obra. Mas estamos preparados, a Motiva está acostumada com esses desafios e, certamente, entregaremos a duplicação com o menor transtorno possível.

O acordo fechado com a Assembleia Legislativa para prestar contas das obras na BR-163 a cada três meses foi necessário para apaziguar a relação?

De maneira alguma. Fomos muito bem recebidos pelos deputados estaduais, em uma conversa republicana, e entendemos as frustrações geradas no antigo contrato e em todo esse período de incertezas, sem informações em função do sigilo decretado durante a construção do processo.

Apresentar nossa evolução para a Assembleia Legislativa faz parte do nosso novo plano de comunicação, com transparência e legitimidade. Afinal, compartilhar informações com os deputados estaduais também significa informar a população sul-mato-grossense e nossos clientes.

Que garantia a concessionária dá para não ocorrer a frustração que aconteceu em 2014 de não duplicar a quilometragem acordada?

A principal diferença agora é que o novo contrato nasceu de um processo de reequilíbrio e otimização, conduzido com o aval da Agência Nacional de Transportes Terrestres [ANTT], do Ministério dos Transportes e do Tribunal de Contas da União [TCU].

Esse contrato tem a obrigatoriedade de um verificador independente durante os três primeiros anos, denominado período de transição, que atestará a execução das obras da concessionária. O reajuste tarifário do pedágio está condicionado à entrega das obras efetivamente executadas, o que assegura o equilíbrio do contrato.

Além disso, para a Motiva, se consolidar em Mato Grosso do Sul é muito importante na estratégia corporativa, diversificando nossa atuação no País e nos fortalecendo como líderes no setor.

No contrato de 2014, a previsão era duplicar os 800 km da BR-163, mas foram duplicados só 150 km. Agora, foi acertada a duplicação de mais 203 km, totalizando 303 km. Há previsão de fazer os 500 km restantes?

O que determinou as extensões de duplicação nesse novo contrato foi um critério técnico, relacionado à capacidade da rodovia, por meio de um estudo de tráfego e segurança. Portanto, todos os trechos que necessitem de ampliação de capacidade e com criticidade de segurança estão contemplados neste novo contrato.

Além disso, estão previstos mais de 150 km de implantação de faixas adicionais em pista simples, que garantirão a fluidez da rodovia. No entanto, o contrato também prevê um gatilho para ampliação de capacidade dos trechos onde não estão previstas duplicações, ou seja, em caso de aumento de fluxo, diferentemente do que está previsto no estudo-base, há a obrigatoriedade de executarmos a adequação.

Inclusive, nesse momento de obras, gostaríamos de aproveitar para reforçar ainda mais o nosso compromisso com a segurança de todos: dos clientes que trafegam pela rodovia e, especialmente, dos trabalhadores que estão diariamente atuando na pista. Todos os trechos em obras estarão intensamente sinalizados, mas é fundamental que os motoristas redobrem a atenção ao se aproximarem desses locais. Nossa prioridade é garantir que esses profissionais trabalhem em total segurança, para que eles possam retornar às suas casas com tranquilidade ao fim de cada jornada. Outra orientação é reduzir a velocidade e buscar se manter o mais afastado possível das intervenções realizadas na pista.

O que esse contrato novo tem de vantagem em relação ao anterior?

As vantagens vão além das obras mais específicas de tecnologia. Uma importante novidade desse novo contrato é a previsão de implantação de três pontos de parada e descanso [PPD] para caminhoneiros, proporcionando pontos de parada segura, onde os caminhoneiros serão acolhidos de forma humanizada. O primeiro PPD deverá ser construído e entregue já no ano um e devemos iniciar a mobilização para as obras ainda neste segundo semestre. Ainda, há a previsão de implantação de cobertura 4G em toda a extensão da rodovia até o terceiro ano de concessão, mitigando as manchas por falta de conectividade hoje existentes.
Por fim, ainda temos benefícios diretos ao cliente, como desconto de 5% na tarifa para veículos com tag, ou seja, que se utilizam da cobrança automática de pedágio, descontos para usuários frequentes – veículos leves – e isenção para motos.

Além disso, inclui ferramentas modernas de gestão, acompanhamento e prestação de contas, o que garante maior eficiência e transparência. O novo contrato é fruto de uma construção coletiva e transparente, com metas viáveis, prazos adequados e forte segurança jurídica para todos.

Os investimentos ultrapassam R$ 9,5 bilhões, e a nova fase da concessão representa um marco para a infraestrutura rodoviária do Estado. Somente no ano um, o investimento previsto supera R$ 500 milhões, sendo R$ 130 milhões destinados à recuperação de pavimento.

O contrato de concessão permite que a MSVia implante o sistema free flow na BR-163?

O novo contrato não prevê implantação do sistema free flow, porém, após a instalação da rede 4G em toda a extensão da rodovia, isso passará a ser viável. A Motiva já conta com essa tecnologia em outras rodovias concessionadas e tem sido uma inovação. Para a BR-163, essa mudança depende de regulamentação adequada e estudos alinhados com a ANTT. Estamos atentos à evolução do setor e preparados para incorporar novas tecnologias quando for possível.

Perfil

Nelson Soares Neto

Engenheiro civil formado pela PUC-Campinas e com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), atua no setor desde 2003. Ingressou na Motiva Rodovias em 2011, quando assumiu a Gerência de Engenharia da Renovias. A partir de 2021, ampliou sua atuação, passando também a liderar a área de engenharia de concessões rodoviárias da companhia em São Paulo. Em 2024, assumiu a Gerência Executiva de Pavimento da Motiva Rodovias, com atuação em todas as unidades do grupo, sendo um dos responsáveis pela gestão de investimentos estimados em R$ 1,2 bilhão para este ano, voltados à manutenção de pavimento. Nelson Soares assumiu a gestão da MSVia em maio deste ano e traz uma visão estratégica e técnica para contribuir com o fortalecimento das operações e a excelência da prestação de serviços aos clientes que trafegam pela BR-163.

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Segurança

Mãe de criança vítima de estupro é escoltada pela polícia após protesto em MS

Medida serviu para evitar confrontos e garantir a segurança dos moradores, alegou polícia

12/07/2025 12h50

Foto: Divulgação

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Por questões de segurança, a Polícia Militar de Camapuã, no interior do estado, escoltou até o quartel da corporação, a mãe da pequena Isis Ojeda da Silva, criança de 1 ano e 9 meses brutalmente assassinada no último dia 9, após protestos em frente ao suposto endereço que ela estava, medida tomada diante da forte comoção e revolta popular que acredita em omissão por parte da mãe no caso. 

A manifestação teve início na tarde de sexta-feira, em frente a uma residência na Rua Tocantins, no bairro Vila Industrial, protesto que mobilizou dezenas de pessoas, principalmente mulheres, que exigiam justiça pela morte da menina, vítima de estupro.

Conforme o portal Navega MS, os manifestantes apontaram a casa como possível local onde a mãe da criança estaria, embora a informação não tivesse sido confirmada oficialmente até então. A polícia foi acionada para evitar confrontos e garantir a segurança dos moradores, e o ato foi encerrado pacificamente após mais de quatro horas.

De acordo com o boletim de ocorrência, a criança foi levada já sem vida ao hospital, e exames revelaram lesões compatíveis com abuso sexual. A mãe, em depoimento à polícia, afirmou que havia trocado a fralda da filha pela manhã, mas não percebeu sinais de violência.

A Polícia Civil investiga a possibilidade de omissão por parte da mãe, mas até o momento não há elementos que indiquem sua participação direta no crime. Ela não foi presa e o caso segue em apuração. O caso de Isis é investigado pela Polícia Civil e foi registrado como estupro de vulnerável com resultado morte, após o pai da menina, Igor Silva de Souza, de 28 anos, confessar que estuprou o bebê que havia acabado de voltar do hospital.

Em nota, a prefeitura de Camapuã, afirmou que o Conselho Tutelar da cidade foi notificado sobre o caso de negligência com a criança apenas dois dias antes de sua morte e que não houve tempo para agir.
Na nota, o município, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, informou que recebeu um ofício do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) na segunda-feira, contando sobre o estado da menina ao dar entrada na unidade.

“No dia 7 de julho, o Conselho Tutelar recebeu um ofício da unidade hospitalar de Campo Grande-MS, onde a criança se encontrava internada, apontando indícios de negligência. No entanto, àquela altura, não havia previsão de alta médica que possibilitasse uma intervenção imediata por parte da rede local”, afirmou, em nota.

De acordo com o Humap, quando a criança deu entrada na unidade, no dia 28 de junho, foram constatados alguns sinais de negligência na pequena, que estava em tratamento respiratório e tinha uma traqueostomia, onde foram encontradas larvas e piolhos. Isis também estava com pneumonia quando deu entrada na unidade para tratamento de uma infecção.

“[A criança] recebeu os cuidados necessários, foi submetida a cirurgia para retirada das larvas e troca da cânula, evoluiu bem e recebeu alta. Diante da situação de vulnerabilidade familiar observada durante a internação, o hospital comunicou os órgãos competentes para as devidas providências”, explicou, em nota.
Porém, o Conselho Tutelar afirmou que a alta foi concedida um dia antes da morte da menina, na terça-feira, e que a família só chegou à cidade por volta das 21h daquele dia.

“Lamentavelmente, [Isis] veio a óbito na manhã seguinte, por volta das 9h. Desde o primeiro momento em que a situação foi formalmente comunicada à rede de proteção, todas as providências cabíveis, dentro das competências legais do município, foram adotadas com responsabilidade, agilidade e sensibilidade”, trouxe trecho da nota.

Porém, como mostrou matéria do Correio do Estado publicada nesta sexta-feira, a polícia investiga também os fatos que ocorreram antes da morte da menina, como o caso de negligência de Isis e possíveis maus-tratos.

“Estamos fazendo contato com todos os hospitais pelos quais ela passou por atendimento e vamos detalhar na investigação todos os crimes que a menina sofreu, como maus-tratos, abandono, entre outros”, disse o delegado Matheus Alves Vital ao Correio do Estado.

Colaborou Daiany Albuquerque
 

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CIDADE MORENA

Poste é contornado por asfalto e fica 'estacionado no meio da rua' em Campo Grande

Situação inusitada foi registrada na rua Antônio Francisco, próximo ao Fort Atacadista da avenida Três Barras, região dos bairros Vila Vilas Boas e Jardim Mansur

12/07/2025 12h25

Concessionária de energia elétrica, Energisa, foi acionada e a remoção do equipamento do local já foi solicitada. 

Concessionária de energia elétrica, Energisa, foi acionada e a remoção do equipamento do local já foi solicitada.  Reprodução/LeitorC.E

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Na região dos bairros Vila Vilas Boas e Jardim Mansur, uma situação inusitada chamou a atenção de moradores locais que há tempos aguardam os serviços de pavimentação, entre outros, já que a chegada do asfalto precisou "contornar" um poste colocado em local irregular, que fica agora "estacionado no meio da rua" do lado contrário do meio-fio. 

Conforme revelado pelo morador Antônio Darilo Cesco, ao Correio do Estado, o fato inusitado de postes "no meio" da via aconteceu na rua Antônio Francisco, na altura do número 643.  

Segundo o morador, funcionários do Executivo de Campo Grande estão responsáveis pelas obras de asfalto, enquanto os agentes da concessionária de energia elétrica, Energisa, estariam removendo alguns desses equipamentos. 

Postes errados

Concessionária de energia elétrica, Energisa, foi acionada e a remoção do equipamento do local já foi solicitada. Reprodução/LeitorC.E

Porém, como bem aponta Darilo, depois de três ou quatro equipamentos retirados os funcionários deixaram uma boa quantidade para trás, com postes que deveriam ficar em cima das calçadas indo parar em plena via, ou outros que ainda interrompem e ficam no meio da continuidade do meio-fio.

Imagens capturadas na última terça-feira ilustram bem essa situação, de postes claramente não alinhados e afastados do que seria a linha limite do passeio. 

O morador ainda complementa que tentou, por iniciativa própria, buscar entender com os funcionários como as obras teriam andamento sem que os equipamentos fossem removidos. 

"[Os funcionários da Energisa] tiraram o corpo fora. Enquanto que o pessoal da obra diz que vão asfaltar com os postes na rua de qualquer jeito", expõe. 

Morador da região já há quase uma década, o aposentado se diz preocupado que, no fim, mais estragos e reparos se façam necessários para dar um jeito no trabalho executado atualmente. 

O que diz  o Executivo. 

Procurada, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviço Públicos (Sisep), em nota, esclareceu que a Pasta executa obras de drenagem e pavimentação no trecho da rua Antônio Francisco. 

Sobre a situação no trecho, que fica próxima ao Fort Atacadista da avenida Três Barras, a Pasta confirmou que os postes apontados estão no lugar errado e a remoção se fará necessária. 

Segundo o Executivo de Campo Grande, através da Sisep em nota encaminhada na tarde de ontem (11), a concessionária de energia elétrica, Energisa, foi acionada e a remoção do equipamento do local já foi solicitada. 

"Feito isso, a Sisep concluirá o serviço nos locais onde os postes foram retirados", completa o texto da Sisep. 

Porém, o que se vê na manhã de hoje (12) é que o asfalto já passou e, para isso, precisou "contornar" e pavimentar ao redor do poste, que ao invés de estar em cima do passeio ficou colocado na parte debaixo da calçada e no que seria o "lado errado" do meio fio. 

Iluminação pública

Importante lembrar que Campo Grande vive mais uma vez uma novela fiscal na Capital, com cortes radicais nos gastos e nomeações no início de março, por decreto da chefe do Executivo após ser pressionada por servidores que há três anos não eram contemplados por reajustes.

Por sua vez, essa situação culminou na aprovação relâmpago de um pacote de medidas para ajuste fiscal na última terça-feira (08), durante sessão na Câmara Municipal de Campo Grande.

Porém, em meados de junho houve o encarecimento de mais um contrato da iluminação pública de Campo Grande, que chega agora à mais de R$ 3 milhões, conforme extrato do primeiro termo aditivo ao contrato para compra de postes, publicado em 11 de junho.

Em março deste ano, outros contratos da iluminação pública foram reajustados pelo Executivo, sendo três atualizações de quase 25% que  somadas representam cerca de 2,7 milhões de reais em acréscimos aos contratos firmados com a Empresa Construtora B&C Ltda.

À época o Correio do Estado buscou dados da Secretaria de Finanças (Sefin), referentes à 2024, mostrando um aumento de 28,2% na tarifa de iluminação pública em Campo Grande, já que os campo-grandenses pagavam R$ 153,46 milhões à Prefeitura em 2023 e R$ 196,86 milhões no ano passado. 

Questionada nesse reajuste de março, a Sisep informou em março que foi notada necessidade de adequação dos valores previstos, já que a demanda também apresentava uma crescente notória. 

"Por conta do crescimento da cidade e ampliação da necessidade de atendimento às solicitações recebidas da comunidade, seja com relação à implantação da iluminação pública ou de manutenção", justificou o Executivo. 

Vale lembrar que a Contribuição para o Custeio dos Serviços de Iluminação Pública (Cosip) apareceu na Capital quando André Puccinelli ainda era prefeito, como forma de  "legalizar" a antiga taxa por esse serviço e gerar arrecadação. 

Com isso, as elevadas arrecadações por meio da Cosip em Campo Grande fazem a Cidade Morena angariar com a contribuição mais do que Curitiba, por exemplo, que possui o dobro da população campo-grandense. 

 

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