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Obra de viaduto na BR-163 vira alvo de inquérito do MPE

Excesso de poeira na região do Parque dos Poderes levou moradores a exigirem ações para reduzir os impactos

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A poeira decorrente da obra de construção de um viaduto sobre a BR-163, no Jardim Veraneio, as imediações do local conhecido como Uniderp Agrárias, norte de Campo Grande, virou alvo de um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público Estadual, conforme publicação do diário oficial da instituição desta sexta-feira (14). 

As obras, estimadas em R$ 25 milhões, começaram em maio do ano passado e as reclamações sobre a poeira chegaram ao MPE em julho daquele ano.

O problema surgiu, principalmente, porque o tráfego da região foi todo desviado de uma via asfaltada para uma rua sem pavimento. Por conta disso, moradores da região passaram a exigir o cascalhamento da via e que a empresa responsável pela construção do viaduto, a Plaenge, jogasse água na rua para reduzir a poeira, o que ela disse estar fazendo duas vezes por dia. 

Depois que a queixa chegou ao MPE, a Plaenge foi notificada e garantiu que foi impedida de fazer  o cascalhamento da Rua Lise Rose. Além disso, alegou que a prefeitura exigiu que fizesse um demorado estudo de impactos ambientais para que pudesse pavimentar as ruas Rio Claro e Delegado Júlio César da Fonte Nogueira 

Estes estudos, segundo a empresa, só ficariam prontos após a conclusão da obra, prevista para julho de 2025. Além disso, a Plaenge chegou sugerir que fosse  instalado um segundo semáforo na BR-163 para melhorar o fluxo do tráfego, mas também não recebeu autorização da Agetran.

Esta instalação, alegou o órgão municipal, dependeria de aval da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). 

Em sua defesa apresentada ao MPE, a construtora também contesta da informação de que a poeira que chegou ao imóvel dos denunciantes seja procedente de sua obra. O estudo de impacto ambiental teria apontado que ela chegaria a apenas 200 metros. O autor da reclamação, porém, está localizado a 1.270 metros, em linha reta. 

OBRA COMPENSATÓRIA

A instalação do viaduto é uma medida compensatória de trânsito exigida pela prefeitura de Campo Grande  para que fosse permitida a instalação de um condomínio de alto padrão do outro lado do anel viário.

A expectativa é de que a população do bairro aumente em até sete vezes nos próximos três anos, o que levaria em torno de 3,3 mil veículos para  região.

O projeto inclui drenagem urbana, alargamento de pista para acostamento e futura duplicação da BR-163, além de ciclovia ligando a região do Jardim Veraneio ao Parque dos Poderes. Conforme a previsão, não haverá interrupção do fluxo de veículos pela rodovia durante o período de obras.

O acesso ao anel rodoviário, que antes acontecia pela Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo, passou a ser feito pela Rua Delegado Júlio Cesar da Fonte Nogueira e Rua Rio Claro. 

De acordo com a CCR-MSVia, no local onde está sendo construído o viaduto foram registrados 71 acidentes somente nos anos de 2022 e 2023. A explicação principal é a mistura do tráfego urbano com o rodoviário. 

Com a instauração do inquérito, o MPE quer apurar “(eventuais) danos ambientais decorrentes da emissão de poeira e particulados para os vizinhos das obras de construção de um viaduto” e responsabilizar os responsáveis para que indenizem os moradores afetados. 

Cidades

Conselho de Educação edita diretrizes sobre celular em sala de aula

Medida visa promover a saúde mental dos estudantes

24/03/2025 20h00

Criança brincando com o celular

Criança brincando com o celular Foto: Reprodução/EPTV

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O Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou hoje (24) resolução com as diretrizes operacionais nacionais sobre o uso de celulares e outros dispositivos digitais em salas de aula.Criança brincando com o celular Criança brincando com o celular

A medida orienta que escolas e redes de ensino devem organizar capacitações e iniciativas para um ambiente acolhedor e preventivo, identificando sinais de sofrimento emocional e busque promover a saúde mental dos estudantes.

Está autorizado o uso desses aparelhos por parte dos estudantes do ensino fundamental e médio para fins pedagógicos, sempre com mediação dos profissionais de educação. Mas é vedado o uso para outros fins, inclusive nos intervalos e fora das salas de aula. A decisão prevê exceções para estudantes que necessitem de recursos de acessibilidade.

A recomendação é para que sejam respeitadas as competências e habilidades dos estudantes, com progressão gradual de acordo com o desenvolvimento da autonomia.

Cada escola poderá estabelecer os critérios de permissão sobre o porte dos aparelhos, assim como a forma pela qual eles serão guardados durante o período de aulas.

Uso de telas

No caso da educação infantil, o uso de telas e dispositivos digitais não é recomendado, sendo visto como algo razoável apenas em caráter excepcional, com mediação de um professor.

Neste mês, o governo federal lançou a publicação Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais, com o objetivo de construir um ambiente digital mais seguro, equilibrado e saudável.

O novo guia pode ser acessado aqui.

Segundo o CNE, órgão de participação social do Ministério da Educação (MEC), a Resolução CNE/CEB nº 2/2025 inclui ações daEstratégia Nacional Escolas Conectadas(Enec) para “garantir a educação e a cidadania digital nas escolas, promovendo o uso intencional e estratégico da tecnologia para potencializar o ensino e a aprendizagem”. E tem como eixo central a proteção da saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes.

Outras orientações

A resolução do CNE orienta que escolas e redes de ensino devem organizar capacitações e iniciativas para um ambiente acolhedor e preventivo, identificando sinais de sofrimento emocional e buscando promover a saúde mental dos estudantes.

Existe também a preocupação com a formação continuada dos professores, funcionários e profissionais da educação voltados para a implementação digital e o uso pedagógico dos aparelhos.

Campo Grande

Manifestantes deixam sede do Incra após alinharem encontro com Lula

Integrantes do Movimento Popular de Luta "desmontaram acampamento" por promessa de reunião com o presidente da República

24/03/2025 18h15

Crédito: Marcelo Victor

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Manifestantes do Movimento Popular de Luta (MPL), que ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), deixaram o local depois de alinharem uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O protesto ocorreu em trechos rodoviários de Mato Grosso do Sul durante a manhã desta segunda-feira (24). Em Campo Grande, manifestantes seguiram pela Rui Barbosa em uma caminhada até a sede do Incra, o que causou lentidão no trânsito.

Uma das reivindicações é que o Governo Federal realize o assentamento. Conforme adiantou o Correio do Estado, as famílias do movimento estão "cansadas de tantas promessas".

Durante a tarde, as lideranças se reuniram com o superintendente do Incra, Paulo Roberto, a diretora de Desenvolvimento do Incra, Rose Rodrigues e a deputada federal Camila Jara (PT-MS).

A deputada garantiu que o governo Lula está empenhado em ouvir as demandas dos movimentos sociais e entende que a reforma agrária é essencial para que o país enfrente a “crise de alimentos”.

No encontro, foram discutidas alternativas para garantir o direito à terra e fomentar a produção de alimentos.

“Fomos até o Incra para acolher todas as demandas, aperfeiçoar nosso trabalho e, mais do que isso, levar todas as informações para a Presidência da República. Em conjunto com a bancada federal, estamos destinando mais emendas para o Incra, para que possamos avançar na regularização fundiária, pois sabemos o quanto isso é importante para Mato Grosso do Sul. Vamos trabalhar junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário para trazer mais recursos para o Incra daqui”, disse Camila Jara e completou:

“O presidente Lula está empenhado em ouvir os movimentos sociais e em atuar junto a eles, porque sabe que a agricultura familiar e a reforma agrária serão fundamentais para enfrentar a crise dos alimentos”.

Além disso, a deputada pontuou que conversou com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, que informou que uma agenda será organizada com os movimentos sociais de luta pela terra.

A estimativa é que, no dia 10 de abril, conforme informou o ministro, seja confirmada a data da reunião com os representantes dos movimentos em Brasília (DF). Posteriormente, ocorrerá uma audiência com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Reflexos

As manifestações que reivindicam reforma agrária se intensificaram nas rodovias de Mato Grosso do Sul. Sob a justificativa de uma agenda junto ao presidente Lula, os manifestantes mantêm os bloqueios no km 171 e km 117 da BR-163, respectivamente entre Iguatemi e Mundo Novo, e Naviraí, trecho totalmente interditado. 

Em contrapartida,  a Polícia Rodoviária Federal (PRF) destacou que o km 224 da BR-267, antes interditado, segue com trânsito livre no início desta tarde. 

Com o alinhamento da reunião em Brasília (DF), as rodovias foram liberadas gradualmente. 

MPL


O Movimento Popular de Luta foi inaugurado em 2017, sendo que em junho de 2023 cerca de 400 famílias já se acomodavam à beira da BR-262, no anel viário de Campo Grande, classificado pelos internos como uma "insatisfação dos vários movimentos existentes", surgindo com o papel de denunciar e reivindicar terras improdutivas. 

Aproximadamente seis anos após sua fundação, o MPL já contava com cerca de oito acampamentos e em torno de duas mil famílias acampadas à época, com o acampamento de Campo Grande dividido em seis grupos com coordenadores e sistema de organização próprio, como acompanhado pelo Correio do Estado. 

"Sabemos que o capitalista diz não ser preciso ter reforma agrária, seu projeto traz misericórdia milhões de sem terra jogados na estrada, com medo de ir para cidade enfrentar favela, fome e desemprego sair dessa situação e segurar na de outro companheiro", cita hoje o Movimento em publicação nas redes sociais.

** Colaborou Leo Ribeiro e Alison Silva

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