Cidades

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Centro de Belas Artes poderá ter outra finalidade que não seja a cultura

Em audiência, prefeitura disse que tem recursos para concluir apenas 18% da obra

Continue lendo...

O Centro de Belas Artes, que está em obras em Campo Grande, poderá ter apenas 18% da área destinada para atividades culturais, ao contrário do previsto inicialmente.

Em audiência pública realizada nesta sexta-feira (1º), na Câmara Municipal de Campo Grande, a prefeitura informou que o restante do prédio poderá ter outra finalidade.

A obra começou a ser feita em 1991, projetada para ser o Terminal Rodoviário de Campo Grande, mas foi paralisada em 1994 e o governo doou a estrutura para o Município em 2006.

O projeto era que no local fosse construído o Centro de Belas Artes, com espaço para artes plásticas, dança, música e diversas outras manifestações culturais, no espaço total de 15 mil m².

No entanto, segundo a adjunta da Subsecretaria de Gestão e Planejamento Estratégico da prefeitura, Ana Virgínia Knauer, o Município tem verba para concluir apenas uma parte do prédio, de 2,8 mil m².

Esta parte ainda será licitada para contratação de empresa, com previsão do início das obras no primeiro trimestre de 2022 e conclusão no início de 2023.

"O objetivo e a prioridade da prefeitura é terminar a etapa 1, dar funcionalidade a essa área, respeitando o objeto do contrato de repasse, que são as atividades culturais", disse.

Quanto ao restante do prédio, não há recursos pactuados e a prefeitura está fazendo uma avaliação de mercado e estudos de viabilidade para decidir qual será a destinação de uso para o prédio, segundo Ana Virgínia.

"É um espaço grande, facilmente adaptável. As hipóteses de uso são várias, vai desde manter o prédio sob a gestão da prefeitura, instalando complexo de sedes administrativas das unidades ou até realizar parcerias com iniciativa privada, através de concessão ou outra modalidade de outorga, para que vire um centro de eventos culturais ou centro multiuso, com outro uso que o estudo técnico determinar viabilidade e a sustentabilidade, atendendo interesse público", explicou.

Últimas notícias

A subsecretária adjunta explicou que o prédio passou por várias fases, tendo ficado abandonado por anos, além de obras paralisadas por determinação judicial.

Os imbróglios prejudicaram o planejamento e andamento da obra, além do desperdício de verba.

A última licitação para a conclusão da parte que tem verba garantida em contrato com a Caixa Econômica Federal foi feita em 2019,mas a empresa vencedora desistiu depois da obra ficar paralisada por um ano por determinação judicial, devido ao aumento de custos.

A expectativa é concluir a primeira etapa, com recursos na ordem de R$ 4 milhões, até o início de 2023, dando funcionalidade ao espaço, mesmo com o restante do prédio sem intervenções.

O presidente da Comissão de Cultura da Câmara Municipal, vereador Ronilço Guerrero, se manifestou contrário a uma outra destinação ao prédio.

"Não abro mão de ser um espaço para a cultura, eu sei que pode ser feitas outras coisas, mas precisamos de um espaço para a cultura", disse.

A vereadora Camila Jara também afirmou que os artistas de Campo Grande precisam de uma cada.

"A cultura precisa desse lugar, e o povo campo-grandense também, para que possamos ter mais espaços culturais e mais espaços para nossos artistas, que, infelizmente, encontram-se desabrigados neste momento. Que Capital é essa que não oferece cultura para nossa população? Temos que somar esforços para dar uma destinação ao Centro de Belas Artes", disse.

A  subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos, Catiana Sabadin, disse que, independente do que for feito com o restante do prédio, a área de 2.800 m² que será entregue pela prefeitura será destinada à cultura.

No entanto, quanto a maior parte do prédio, não há viabilidade para se pensar num Belas Artes, segundo Catiana, mas o objetivo é que as parcerias sejam ligadas a cultura.

"Esses 2,8 mil metros vamos terminar, estamos licitando. O restante estamos pensando em parceria privada para dar funcionalidade geral, de preferência ainda ligada a cultura, caberia espaço de eventos e shows, que foi a atenção inicial do objeto", explicou.

Ela informou que, como inicialmente o projeto era para ser um Terminal Rodoviário e foi adaptado para o Belas Artes, a estrutura "se adapta facilmente a um novo projeto".

O debate na Casa de Leis terminou sem uma solução prática, tendo sido apresentadas o panorama geral da estrutura, situação atual e próximos passos.

Novela

O local onde será montado o Centro de Belas Artes em Campo Grande completou 30 anos em construção neste ano.  

A edificação começou a ser feita em 1991, com a intenção de ser a nova rodoviária da Capital, entretanto, muitos anos depois, em 2007, o projeto passou a ser o que é hoje.

A mudança já tem 14 anos e o local ainda não foi concluído, mesmo com parceria firmada com o Ministério do Turismo no ano seguinte à criação do projeto.

Em 2012, a empresa Mark Construções foi contratada por R$ 6.649.730,08 para terminar a obra, que tinha previsão de ser concluída em um ano.  

Porém, no ano seguinte a empreiteira deixou o canteiro de obras sem ter executado todo o projeto, por falta de pagamento.

Como o serviço feito pela empresa, na visão da empreiteira, não foi completamente pago pela administração municipal na época, eles decidiram ingressar com ação na Justiça em 2019, com o objetivo de receber o que, segundo ela, faltava ser depositado referente à construção do local.

Também em 2019, a Vale Engenharia foi contratada para dar continuidade a obra, mas decisão do juiz da 1ª Vara de Fazenda Pública de Campo Grande determinou que a obra não fosse iniciada.

Isto porque uma perícia deveria ser feita no local, para constatar quanto da obra foi realizado pela empresa anterior.

Em abril deste ano, a Justiça deu aval para o retorno das obras, mas a Vale desistiu sob justificativa de que, dois anos após o contrato, os valores firmados já estavam defasados, principalmente com o aumento de custos da construção civil durante a pandemia.

Desta forma, uma nova licitação será aberta para contratar outra empresa para concluir a primeira etapa da construçao.

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

Continue Lendo...

Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

Continue Lendo...

O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).